Relíquias do Passado (FanFiction)
Disclaimer: Relíquias do Passado é uma Fanfic clássica crossover, a estória é contada no clima da série e também inspirada nas temporadas virtuais. Conta também com a participação especial da personagem Violet, do filme Ultravioleta. Escrevi tanto para os fãs de XWP quanto para os fãs de Violet. Espero que gostem.
RELÍQUIAS DO PASSADO
por Monique Cantuário
É uma linda paisagem, do lado esquerdo há uma pequena cachoeira quase que silenciosa, um lago raso que reflete a luz da lua cheia. Do lado direito, há um campo com uma grama bem rasa e as árvores cobrem toda a extensão. Xena e Gabrielle estão em seu acampamento, recém-montado, com uma pequena fogueira e discutindo sobre quem iria cozinhar essa noite. Gabrielle, claro, perdeu a discussão:
- Poxa Xena! Você bem que podia cozinhar de vez em quando! – Diz Gabrielle.
- Você cozinha melhor. – Diz Xena brincalhona.
- Ah Fala sério! Você não cozinha tão mau assim! – Diz Gabrielle sorrindo franzindo o nariz.
- Gabrielle, para com isso, nós combinamos que eu caçaria e você cozinharia. Agora sua barda teimosa, fique aqui, que sua “princesa guerreira” vai pegar algo para comermos. Volto já. – Diz Xena sorrindo maliciosamente.
Xena some em meio ás árvores, deixando Gabrielle sozinha, preparando a frigideira para quando Xena chegar com sua caça.
- Guerreiras! – Diz Gabrielle bufando.
Minutos depois a guerreira chega portando um sorriso orgulhoso, segurando três coelhos bem gordos que conseguiu caçar.
- Prontinho! Não demorei e ainda tive a sorte dos deuses de pegar esses três maravilhosos coelhos para o nosso jantar. – Diz Xena entregando os coelhos para Gabrielle.
- Graças aos deuses, eu já estava sem paciência, com fome e achando que os coelhos que tinham caçado você. – Diz Gabrielle sorrindo maliciosamente.
Xena lança “aquele olhar” ao que a barda dissera. E com sarcasmo diz:
- Pelos Deuses! Que monstro você carrega em seu estômago? Eu não demorei nem dez minutos! Que barda gulosa!
Agora é a vez de Gabrielle lançar “aquele olhar” ao que Xena dissera. A guerreira continua:
- Gabrielle, eu já fiz minha parte, agora prepare os coelhos que eu vou tomar um banho naquela lagoa maravilhosa. Volto já! – Xena tira seus couros e fica apenas em seu vestido marrom.
- Ah não Xena! Porque eu sempre fico com a pior parte? Ao menos me espere, deixe-me ir com você? - Diz Gabrielle sabendo que a guerreira jamais resistira á seu jeito tão “particular” de pedir.
- Por Zeus! Está bem, coloque os coelhos na frigideira, eu espero você. – Diz Xena bufando.
Gabrielle prepara os coelhos e os coloca na frigideira, enquanto não ficam prontos, Xena aproveita para amolar sua espada, percebendo toda a atenção de sua barda ao jantar que está sendo preparado, é tomada por uma onda de pensamentos:
- Gabrielle, o que eu não faço por você? Eu te amo tanto, o que seria de mim sem você? Eu seria um nada, desaprendi a viver sem sua presença, sem suas estórias. Como eu te amo minha Gabrielle... Minha Gabrielle...
Percebendo a aproximação de Gabrielle, Xena desvia seus pensamentos e continua a amolar sua espada.
- Xena está pronto! Vamos jantar. – Sussurra Gabrielle ao ouvido da guerreira.
Xena sente seu corpo todo arrepiar com o singelo toque dos lábios da barda em sua orelha. Gabrielle percebendo o que causou no corpo de Xena, sorrir maliciosamente.
Ao recuperar-se de tamanha sensação, Xena vira-se, ficando de frente para Gabrielle e diz:
- Vamos. Pensei que não fosse mais ficar pronto!
- Você não vai começar hein? – Diz Gabrielle indignada.
- Brincadeira de guerreira. – Diz Xena.
A guerreira da um beliscão na barriga da barda e sai correndo.
- Xena! – Diz Gabrielle.
Xena e Gabrielle sentam-se quase que ao mesmo tempo em suas peles de dormir e devoram com ardor o jantar preparado.
- Gabrielle, quando terminarmos de jantar, vamos tomar banho. – Diz Xena carinhosamente.
- Claro. Estou mesmo precisando de um banho e aquela lagoa está simplesmente linda!
Gabrielle olha para a lagoa e admirada pelo reflexo da lua, diz: - Pelos deuses! Xena a lua está tão linda!
A barda e a guerreira terminam seu jantar e vão em direção á lagoa que esta tão convidativa que parece chamar por elas. Xena tira seu vestido marrom, ficando completamente despida, tendo seu corpo banhado apenas pela luz da lua. Gabrielle observa atônita toda à beleza que o corpo de sua guerreira ostenta, enquanto entra na água gelada. Xena da o primeiro mergulho, enquanto Gabrielle continua á observar, completamente em êxtase, contemplando o esplendor da beleza de Xena.
- Gabrielle você não vem? A água está maravilhosa! – Grita a guerreira.
- Vou, deixa-me tirar a roupa primeiro! – Grita a barda.
Gabrielle se despe rapidamente, atropelando-se em suas próprias roupas, pois ainda esta em êxtase, causado pela beleza de Xena que apesar dos anos de convivência, nunca deixara de admirar. A barda entra na água e vai em direção á guerreira que está próxima á uma pedra na beira do lago. A guerreira esta de costas, Gabrielle coloca suas mãos sobre os olhos de Xena e sussurra:
- Um dinar pela resposta certa. Quem sou eu?
Xena sorrir maliciosamente e diz:
- Uma “fedelha tagarela” que conheci em Potédia. Que implorou até pelo amor dos deuses para que eu á deixasse me seguir. Que com a convivência e com os aprendizados, foi me conquistando. E hoje me vejo perdidamente apaixonada por ela. Ou seja... Gabrielle, a minha alma gêmea. – A guerreira tira levemente às mãos da barda de seus olhos e as beija em seguida.
Gabrielle fica maravilhada com a declaração da guerreira, seus olhos estão marejados de tanta emoção, ela vira Xena de frente para si. A barda fica completamente paralisada com o brilho ostentado por aqueles lindos olhos azuis, que a deixa sem saber quem brilha mais, os olhos de Xena ou a própria lua.
- Pelos deuses! Xena, que lindo. Eu já disse que te amo? – Pergunta Gabrielle com a voz embargada.
- Sim, mas repete de novo, só pra eu ter certeza. – Responde Xena sorrindo carinhosamente.
Gabrielle sorrir e diz:
- Oh Xena! Eu te amo tanto. Eu amo você, sua luz, sua escuridão. Tudo em você me fascina, me completa e eu jamais viveria sem isso! – A barda abraça fortemente sua guerreira.
Seus corpos nus se arrepiam com o contato íntimo entre eles. Gabrielle enlaça Xena com as pernas e sussurra em seu ouvido:
- Eu te amo minha princesa guerreira!
Xena aperta ainda mais contra si o corpo pequeno de sua barda. A guerreira inicia um passeio sensual com suas mãos pelo corpo de Gabrielle, que estremece a cada toque, a cada carícia. Sentindo a excitação de sua barda, ela aproxima sua boca da orelha de Gabrielle e sussurra:
- Eu te amo minha barda.
Gabrielle estremece ao ouvir tais palavras de Xena. As duas se beijam com ternura, o beijo torna-se mais profundo e sensual.
- Minha barda... – Diz Xena carinhosamente.
Elas se amam como se não houvesse amanhã, tendo seu pleno momento de amor, banhado pela luz da lua e sendo contemplado pela luz das estrelas que se estendem no céu. Tendo apenas a noite e seu pleno crepúsculo como testemunha.
Após o momento de total entrega e muito amor, Xena e Gabrielle, vão em direção ao acampamento e colocam suas roupas de dormir. Xena vai em direção á Argo e a solta para dar mais liberdade á égua. A guerreira retorna para o lado de sua barda e deitam-se nas peles, contemplando o céu repleto de estrelas.
- Olha Xena, uma ursa. – Diz Gabrielle.
- Ah não! Não se parece em nada com uma ursa. – Diz Xena carinhosamente.
- Ah ta! Então com o que se parece? Senhora “sabe-tudo”! – Pergunta Gabrielle franzindo o nariz.
- Com o nosso amor! Olha só, sabemos que existe, é intenso, mas não sabemos da dimensão e da quantidade de estrelas, porque é infinito. Assim é o nosso amor Gabrielle. – Diz Xena carinhosamente.
Gabrielle levanta apoiando-se em seu cotovelo, inclina sua cabeça e olha profundamente nos olhos de sua guerreira e a beija apaixonadamente. O beijo se torna mais profundo, separam-se apenas quando a falta de ar fala mais alto.
- Xena, não sei o que dizer. – Diz Gabrielle carinhosamente.
- Por Zeus! Uma barda sem palavras? Que incrível! – Diz Xena com sarcasmo.
- Oh Xena! Não sei por que ainda me impressiono com você! – Diz Gabrielle sorrindo.
- Eu te amo minha barda. Apenas expressei o que sinto... E vamos conversar sobre sua imaginação, pois aquilo não se parece nada com uma ursa! – Diz Xena.
- Xena eu amei sua declaração de amor. Vamos dormir, deixe a minha “ursa” de lado, amanhã será um longo dia. – Diz Gabrielle. A barda aconchega-se nos braços de Xena.
- Boa noite minha barda. – Diz Xena.
- Boa noite minha guerreira. – Diz Gabrielle.
* * *
Em meio a prédios e um trânsito horrível na cidade de Nova Iorque, uma mulher alta, cabelos negros e longos, de penetrantes olhos azuis, caminha sombriamente em direção á um grande laboratório subterrâneo á procura de respostas á respeito de algo que lhe atormenta.
- Preciso entrar lá sem que ninguém perceba. Eu quero a cura para isso. Que droga! – Diz a mulher. Ela fica á uma segura distância e depois caminha cautelosamente em direção ao laboratório.
A entrada do laboratório é o que podemos chamar de cabine telefônica, cautelosamente criada para que alguém que não fosse da corporação percebesse aquele local abaixo da cabine. A porta possui um dispositivo de identificação cautelosamente escondido, que somente quem pertence ou pertenceu à corporação sabe. Ela já conhecia o laboratório, localizou o dispositivo e aproximou seu chip de identificação, que através de um laser de cor azul identificou o chip. As portas se abrem e a mulher é levada para baixo até a porta principal do laboratório através de um elevador. Chegando ao local de destino, ela percebe dois grandes seguranças, extremamente armados á frente da porta do laboratório e se esconde sorrateiramente.
- Deve ser lá! Seguranças assim, extremamente armados, têm que ser lá! – Diz a mulher consigo mesma. Ela observa cautelosamente os seguranças, na esperança de entrar sem que eles percebam.
Ela cautelosamente sai da escuridão em que se escondia, sem que os seguranças percebessem, ela lança de um dispositivo que se encontra em seu pulso direito, uma espécie de dardo elétrico que vai diretamente ao pescoço de um dos seguranças, que cai inconsciente ao chão. O segurança que não foi atingido, se assusta com o que acontecera, ajoelha-se perto de seu amigo e preocupado pergunta:
- Ryan, o que foi?
O segurança percebe que Ryan esta morto. Rapidamente localiza o dardo que se encontra encravado no pescoço de seu amigo. Aproveitando a distração, a mulher aproxima-se cautelosamente do segurança, toca-lhe o ombro, o segurança vira-se para olhar e é surpreendido com um chute de direita e logo em seguida tendo seu pescoço quebrado.
- Desgraçado! Agora vamos lá. Esse laboratório é todo seu. – Diz a mulher.
Em seguida ela localiza no cinto do segurança uma espécie de chave magnética, ela procura na porta principal algum dispositivo com o mesmo formato da chave. Localizando o dispositivo, a mulher encaixa a chave no espaço que tem seu formato. As portas do laboratório se abrem e ela caminha em direção á um dos computadores em busca de informações.
- Vamos lá garoto! Eu preciso dessas informações. – Diz a mulher atenta.
Ela procura cuidadosamente nos arquivos da corporação, abre pasta por pasta e ler cada documento que possa lhe dar a resposta da qual tanto procura. Após uma incessante busca, ela encontra uma pasta com o seguinte título: “Segurança Máxima – hematofagia”. Abre a pasta e começa a ler os documentos cuidadosamente.
- Mas isso é de milhões de anos atrás! Como conseguirei isso? – Diz a mulher.
Enquanto os observa, ela encontra um documento que menciona algo muito interessante. Nele está escrito: “A chave para a passagem encontra-se em um museu na cidade de Jacksonville, encontre-a e tenha uma mudança de eras.”
Sem entender o que essa informação quer dizer, uma expressão de indignação forma-se em seu rosto e diz:
- Mas o que isso tem a ver com a minha cura? Que droga! Aqui não tem nada!
Mesmo assim, não desistiu de procurar. Em um breve momento, encontra outro arquivo, que toma totalmente sua atenção. No qual diz: “Na Grécia antiga, as bacantes eram as seguidoras de Baco, deus do vinho. Elas tinham pele pálida, dentes caninos bastante acentuados e eram sugadoras de sangue. Quando elas mordiam alguém, o mesmo tornava-se bacante...” após ler esse trecho, ela começa a ligar todas as peças e lembra-se do que leu anteriormente e uma expressão de esclarecimento forma-se em seu rosto e diz:
- A mudança de eras... As bacantes da Grécia antiga... Claro, está tudo ligado. As bacantes eram Hematófagas como eu. Minha cura deve estar aí. – Ela desliga o computador e continua:
- Agora devo ir atrás de respostas em Jacksonville, sinto que lá encontrarei mais do que procuro.
Ela sai ás pressas do laboratório.
* * *
Chegando a Jacksonville, ela vai em direção ao local indicado pelo GPS que carrega no pulso esquerdo, localiza o museu e aproxima-se da entrada. A porta é feita de madeira maciça e está cheia de rachaduras que vão de cima a baixo formando uma linha reta. Não precisou de muito esforço para abri-las, quando entra no museu, fica espantada com o total abandono do local que não é visitado á séculos, ela mesma não entende como um local daqueles sobrevivera á tantos anos. O museu apresenta um ar sombrio, as peças estão completamente tomadas pela poeira e rodeadas de teias de aranha, o teto está incrivelmente intacto, parece não pertencer á aquele lugar. Ela caminha cautelosamente ao interior do local. Mais á frente, há algumas cadeiras antigas, com suas almofadas rasgadas e empoeiradas. Indo mais além, algo chama a total atenção da visitante. Então se vê espantada com a tamanha integridade do que avistara, parece brilhar á aqueles arregalados olhos, é uma espécie de altar que está encostado em uma parede e nessa parede há um objeto de formato circular, feito de puro aço, que no meio há um suporte de madeira. O Objeto assemelha-se ao yin-yang, logo abaixo, em cima do altar feito de mármore está um livro com escrita antiga, da qual ela não identificara. Ela volta sua atenção ao objeto e percebe que ao lado há uma placa de aço e ler cuidadosamente o que está escrito.
- Arma vinda da antiga Grécia, denominado: Chakram. – Totalmente admirada, completa: – Que objeto esplêndido!
Aproximando-se mais do Chakram, observa que nele estão algumas inscrições antigas, as mesmas que estão no livro que está em cima do altar. Ela passa a mão cuidadosamente sobre as inscrições impressas no Chakram. O mesmo começa a brilhar fazendo a mulher distanciar-se um pouco. O Chakram flutua e brilha intensamente, sendo quase impossível enxergar algo através daquela poderosa luz. O mesmo dividi-se em dois, suas metades ficam em lados opostos formando uma espécie de portal. Ela sente ser puxada para o portal e começa a distanciar-se, mas a força torna-se tão poderosa que ela é sugada violentamente através do portal. Após sugá-la, o Chakram une-se novamente e a escuridão volta a habitar o museu.
* * *
Já no meio da noite, tudo esta calmo. Argo dorme próximo ao acampamento, Xena e Gabrielle continuam a dormir uma enlaçada na outra como se não fossem se soltar nunca mais. Gabrielle se meche um pouco, aconchegando-se ainda mais no corpo da guerreira, como se isso fosse possível. De repente um trovão soa fortemente como se anunciasse o fim do mundo. Xena acorda assustada pelo estrondoso barulho do trovão, Gabrielle continua sonolenta, mas acordada. A guerreira olha para cima e não percebe nenhuma formação de nuvens no céu escuro, as estrelas continuam a brilhar e a lua extremamente visível a todos.
- Xena o que foi esse barulho? – Pergunta Gabrielle.
- Foi apenas um trovão, volte a dormir Gabrielle. – Diz Xena.
- Mas quem se levantou foi você!
Xena lança um olhar de reprovação ao que Gabrielle dissera, mas não fica com raiva, pois conhece muito bem sua barda quando está completamente entregue ao sono. Xena continua:
- Está bem! Vamos dormir!
Xena deita-se e toma Gabrielle novamente em seus braços. A barda entrega-se rapidamente ao sono e Xena volta a dormir, porém atenta.
Minutos depois se ouve outro trovão, sendo esse muito mais poderoso que o anterior. Xena levanta-se bruscamente, Gabrielle apenas levanta a cabeça para olhar Xena, mas volta a dormir. A guerreira continua preocupada, pois não se vê formação de nuvem e nenhum anuncio de chuva. De repente vê-se um enorme clarão, uma luz que chega a ser irritante aos olhos, em seguida abre-se um enorme buraco no céu, Xena o observa de queixo caído e de olhos extremamente arregalados. Desse buraco, sai um clarão mais forte ainda, como se um raio fosse jogado á terra, causando um tremor extremamente forte e então o clarão simplesmente desaparece. Sentindo o forte tremor, Gabrielle levanta-se bruscamente e assustada pergunta:
- Xena o que foi isso?
A guerreira continua imóvel, pois ainda não acreditara no que vira. Gabrielle percebe o espanto no rosto de Xena, fica aflita e pergunta novamente:
- Xena? Pelos deuses me responda! O que foi aquilo?
A guerreira ao sentir a aflição na voz de Gabrielle vira-se para ela e completamente confusa responde:
- O que? O que foi? Ah, não sei o que foi aquilo Gabrielle, mas não parece ser coisa boa!
- O que causou aquele tremor? Você sabe? – Pergunta Gabrielle aflita.
- Não sei... Quer dizer... Gabrielle, não estou certa do que vi. Apareceu um clarão e de repente abriu-se um enorme buraco no céu e de dentro dele uma luz extremamente forte, era como se Zeus tivesse mandado um raio á terra. Isso claro, se Zeus estivesse vivo. – Responde Xena confusa.
- Mas então o que você acha que foi? – Pergunta Gabrielle.
- É o que vamos descobrir. Vamos, o clarão apontava naquela direção. – Responde Xena, apontando a direção para Gabrielle. A guerreira em tom autoritário continua: – Pegue seus sais. Não vamos demorar!
Xena veste seus couros e sua armadura, calça suas botas e coloca seu cinto, no lado direito ela coloca o Chakram e no lado esquerdo coloca sua espada sem a necessidade de usar a bainha. Gabrielle veste seu top vermelho, seu short e sua saia, calça as botas e embainha seus sais. As duas vão em direção á mata fechada, para onde o clarão indicava. Após alguns minutos de caminhada, Xena e Gabrielle avistam algo muito suspeito, Xena empunha sua espada e Gabrielle seus sais e aproximam-se cautelosamente. Xena para por um instante e ordena:
- Fique aqui. Eu vou ver mais de perto o que é!
Gabrielle tenta falar, mas Xena ergue a mão evitando qualquer protesto da barda. Então se aproxima cuidadosamente. Ao perceber do que se trata, Xena corre até o local e encontra uma mulher de aparência jovem, longos cabelos negros, uma franja idêntica a sua e inconsciente ao chão.
- Gabrielle! Venha aqui, rápido! – Grita Xena.
Ouvindo os gritos de Xena, ela corre rapidamente em direção ao local. Gabrielle fica de queixo caído quando percebe do que se trata.
- Pelos deuses! Xena de onde essa mulher veio? - Pergunta Gabrielle assustada e surpresa.
- Não sei Gabrielle, mas tem alguma coisa a ver com aquele fenômeno que vi no céu. – Responde Xena.
- Você não está achando que ela “caiu” do céu, não é? – Pergunta Gabrielle.
- Não sei Gabrielle! Só sei que esta mulher estranha está inconsciente. – Diz Xena carrancuda.
- Por Zeus! Xena ela se parece com você! Não como a princesa Diana, mas se parece muito. – Diz Gabrielle espantada.
- Ah, fala sério Gabrielle! Vamos, ajude-me a tirá-la daqui. Não podemos deixá-la simplesmente jogada no estado em que está. – Diz Xena autoritária.
- Pelos deuses! Está bem, eu te ajudo. – Diz Gabrielle.
A barda hesita, mas sem querer despertar a raiva de sua guerreira, decide ajudá-la.
* * *
- Droga! Preciso sair daqui. Tenho que arrumar um jeito de voltar ao mundo dos vivos e me vingar de uma vez por todas daquela princesa guerreira e sua namoradinha insuportável. – Diz a mulher impaciente.
Ela vai em direção á sala de Lúcifer já decidida no que fazer. Bate na porta, então recebe a ordem de Lúcifer para que entre.
- O que quer aqui Alti? – Pergunta Lúcifer.
- Lúcifer, preciso voltar ao mundo dos vivos. Quero sua ajuda. – Responde Alti.
Lúcifer dar um olhar incrédulo ao que Alti dissera. E continua:
- Isso nunca! Você não voltará lá! – A ordem do demônio, acabara com qualquer esperança de Alti. Incrédulo, continua: – Saia daqui! Tenho coisas mais importantes para resolver!
Sem obedecer à ordem de Lúcifer, na esperança de convencê-lo, ela diz:
- Lúcifer, me escute. Podemos fazer um trato!
O demônio olha por alguns instantes para Alti, então resolve saber o que ela tem para lhe dizer.
- Está bem. Tem toda minha atenção. Não faça me arrepender de ouvi-la!
- Lúcifer, nós dois temos muito em comum. Você quer o mesmo que eu. – Diz Alti sorrindo sombriamente.
- Seja direta! Não tenho todo o tempo do mundo! – Diz Lúcifer incrédulo.
- Está bem. Serei direta. Você e eu queremos Xena! Eu quero destruí-la e você a alma dela. O que acha? – Pergunta Alti.
Lúcifer sente-se tentado com a proposta de Alti. Fica completamente atento e pede para que ela prossiga. Tendo toda a atenção do demônio, Alti resolve prosseguir.
- Lúcifer, me envie ao mundo dos vivos como uma mortal novamente, eu destruirei Xena e automaticamente a alma dela virá pra você!
- E como você pretende fazer isso? – Pergunta Lúcifer.
- Pretendo usar meus poderes de shaman, que não posso usá-los aqui, pois estou morta, para lançar ao Chakram da Xena um feitiço extremamente poderoso, que o dividirá em dois. Uma parte virá para mim e a outra parte ficará com ela. Quando ela for à busca da outra parte, na verdade ela estará indo em busca da própria destruição. – Responde Alti orgulhosa.
- Muito inteligente, e automaticamente Xena irá habitar em meu reino. Fascinante. – Diz Lúcifer.
- Então, temos um trato? – Pergunta Alti.
- Sim. Temos um trato. Mas não sou eu quem levará você de volta ao mundo dos vivos. Use seus poderes de shaman para isso. Darei-lhe total liberdade de usá-los aqui em meu reino, eu só darei apenas uma incrementada em seus poderes, mas isso só poderá ser feito uma única vez. Pois se você falhar, não poderá nunca mais sair daqui. Certo? – Pergunta Lúcifer.
- Sim. Mas que incrementada seria essa? – Pergunta Alti.
- Alti minha querida. Você não quer usar seus poderes de shaman para enfeitiçar o Chakram? Então, a forcinha que lhe darei é que com o feitiço, você também poderá voltar ao mundo dos vivos. Entendeu? – Responde Lúcifer.
- Sim. Fascinante, quando poderei começar? – Pergunta Alti.
- Aproveitando que estamos em minha sala, temos muitas regalias. Aqui você poderá usá-los livremente. Pode começar agora se você quiser. Darei-lhe licença para poder realizar o feitiço com calma. Vou ali resolver algumas coisas pendentes com os outros demônios e volto em seguida. Fique a vontade. – Diz Lúcifer.
- Ok! Não lhe decepcionarei. – Diz Alti.
- Espero que não. – Diz Lúcifer.
Lúcifer caminha em direção á porta da sala, olha para trás sorrindo maliciosamente e depois sai batendo a porta atrás de si, deixando Alti sozinha.
Conseguindo o que queria, Alti sorrir sombriamente e diz consigo mesma:
- Demônio idiota! Xena não habitará aqui, será fácil demais para ela!
Nesse momento Alti senta-se ao chão e fica em posição de meditação. A shaman sente um poder diabólico tomar conta de si, deixando-lhe em total transe.
Seu corpo flutua e no mesmo momento forma-se uma espécie de terceiro olho na testa da Shaman, olho esse que fica aberto e brilha com uma luz totalmente incandescente. Seus olhos se abrem, eles estão com o mesmo brilho do terceiro olho, deixando-a com uma expressão totalmente macabra. Alti sentindo que esta completamente tomada pelo poder demoníaco, invoca sua magia:
- Eu invoco os poderes de meus ancestrais shamaneses, juntamente com a magia sombria do poderoso Lúcifer, rei do inferno, para me dar o poder de voltar ao mundo dos vivos e amaldiçôo a arma mais poderosa de minha inimiga, seu Chakram, para que ele se divida e uma de suas metades fique em meu poder!
Após dizer tais palavras, um enorme clarão toma conta da sala de Lúcifer e Alti some bruscamente. O clarão desaparece e o ar macabro volta a reinar na sala.
***
- Pronto! Vamos deixá-la aqui. Amanhã quando amanhecer faremos algumas perguntas á essa estranha. – Diz Xena autoritária.
- É, quando eu disse que amanha o dia seria longo, eu realmente não estava brincando. – Diz Gabrielle. Ela examina atentamente os trajes da mulher e completa: - Xena já viu as roupas dela? Não parece ser daqui. Que roupas estranhas!
- Sim. Mas investigaremos isso amanha, está bem? Vamos dormir. – Diz Xena autoritária.
A barda e a guerreira voltam a deitar-se em suas peles e rapidamente entregam-se ao sono. Xena, porém, continua atenta.
* * *
O dia amanhece, Xena e Gabrielle estão acordadas, Argo está próxima ao acampamento, à égua tem um dia de folga dado por sua dona. Elas observam atônitas á estranha que permanece desacordada.
- Xena o que deve ter acontecido á essa mulher? Ela não se mexe, vou tentar acordá-la. – Diz Gabrielle.
A guerreira toma a mão de Gabrielle e responde:
- Não Gabrielle! Ela está inconsciente, espere mais alguns minutos, eu também já estou sem paciência, mas tenho consciência suficiente de que devemos esperar!
- Está bem. Vamos esperar. – Diz Gabrielle bufando.
Alguns minutos se passam, Xena está colocando a sela em Argo e Gabrielle está sentada ao lado da estranha. De repente a mulher se mexe, a barda assustada, chama por Xena que corre para ver o que é. As duas ficam de frente para a mulher.
- Xena ela está se mexendo. – Sussurra Gabrielle.
A mulher lentamente recupera sua consciência e abre vagarosamente seus olhos e é pega sendo observada por dois pares de olhos, um de cor azul e outro da cor verde, totalmente atônitos, Gabrielle observa que a estranha tem o mesmo tom de azul dos olhos de Xena, mas não diz nada. A estranha se espanta e senta-se bruscamente. Uma expressão duvidosa aparece em seu rosto. Completamente confusa e assustada a mulher pergunta:
- Quem são vocês? Onde estou?
Gabrielle olha para Xena, a guerreira responde:
- Quem faz as perguntas aqui é você! Ela é toda sua.
Gabrielle gira os olhos e então diz:
- Ok! Princesa guerreira.
A mulher continua assustada e pergunta:
- Quem são vocês? Onde estou? Respondam!
- Não se assuste. Eu me chamo Gabrielle e esta é Xena, minha companheira. Qual o seu nome? – Pergunta a barda.
A mulher é surpreendida pela serenidade da voz de Gabrielle e sentindo que ela não aparenta ser uma pessoa agressiva, responde:
- Meu nome é Violet. Onde estou?
- Você está na Grécia! – Diz Gabrielle calmamente.
Violet arregala os olhos, espantada com tal resposta e atropelando-se nas palavras, pergunta:
- Co... Co... Como assim? Na Grécia?
- Sim, você esta na Grécia. De onde você veio? – Diz Gabrielle.
A barda mantém um tom sereno, quando na verdade está assustada, mas procura não demonstrá-la.
Xena completamente impaciente, vendo que a conversa não fluía como esperava, toma a frente de Gabrielle e começa a investigar Violet.
- Olha. Nós só queremos saber como você veio parar aqui. Nós lhe encontramos caída no meio da floresta e inconsciente, então resolvemos trazê-la.
- No meio da floresta? Como assim... Nossa! Que dor de cabeça! – Diz Violet franzindo a testa.
- Vai passar! – Gabrielle olha indignada para Xena, a guerreira sem se importar com a barda, vira-se para Violet e continua: - Pois é... Encontramos você logo após um fenômeno estranho no céu.
Violet olha de um lado para o outro, depois olha para Xena e Gabrielle, e aos poucos recupera suas lembranças.
- Eu estava em um museu... Vi um objeto lindo... Um... – Suas palavras somem ao olhar para o lado e perceber que no chão, próximo á uma espada, encontra-se a arma semelhante á que avistara no museu e completa: -... Chakram. Foi ele quem me trouxe aqui!
Violet levanta-se bruscamente e toma o Chakram em suas mãos.
Xena toma o Chakram das mãos de Violet. De repente o mesmo é tomado por uma luz poderosa, o Chakram flutua, soltando-se das mãos da guerreira, ficando acima de suas cabeças e bruscamente, como em uma explosão divide-se e uma de suas partes cai aos pés de Xena e a outra some. A luz desaparece e tudo volta ao normal.
- Mas... Mas o que foi isso? – Pergunta Xena de olhos arregalados.
- Pelos deuses! – Diz Gabrielle.
Violet e Gabrielle observam atônitas ao que acabara de acontecer.
Xena ainda surpresa, vira-se para Violet e pergunta:
- Pode me explicar o que houve? De onde você veio?
- Eu estava em um museu, na cidade de Jacksonville, quando eu vi em um altar, um livro e o Chakram, nele havia uma escrita antiga, da qual eu não entendi. Quando eu toquei no Chakram, o mesmo começou a flutuar, partiu-se em dois, assim como aconteceu com o seu, cada uma de suas partes ficou em lados opostos formando uma espécie de portal, quando fui sugada pelo mesmo e acabei vindo parar aqui. – Diz Violet.
- Então aquele clarão tem tudo a ver com a sua chegada. Mas quem é Jacksonville? – Pergunta Gabrielle.
- É uma cidade nos Estados Unidos. – Responde Violet.
- Nunca ouvimos falar desses Estados Unidos. Bem, nós estamos na Grécia, e você de alguma forma veio parar aqui. – Diz Gabrielle.
- Mas em que época... – Violet arregala os olhos ao perceber e pegar do chão um pergaminho aberto com escrita idêntica ao livro que avistara no museu. Então continua: - Eu não acredito! Estou no passado... Na Grécia antiga!
Gabrielle totalmente confusa com o que Violet dissera, pergunta:
- Como assim, na Grécia antiga?
- Isso é uma longa estória, preciso ir, estou á procura de algo e não pretendo desistir dele. – Diz Violet soltando o pergaminho ao chão.
- Que droga! Calem a boca vocês duas! Eu quero a outra metade do meu Chakram. – Diz Xena irada e pegando a metade do Chakram que esta ao chão.
Violet e Gabrielle olham simultaneamente para Xena. A guerreira vai em direção á Violet e pergunta:
- Você tem alguma coisa a ver com isso? Hein? Responda!
- Não! Eu não sei lhe dizer, se o que aconteceu ao seu Chakram, tem a ver com a minha chegada aqui. – Diz Violet.
- Droga! Meu Chakram não! – Diz Xena irada.
- Agora eu preciso ir! Tenho que encontrar algumas respostas! – Diz Violet retirando-se.
Gabrielle vai atrás de Violet e segura em seu braço, surpresa com o atrevimento daquela pequena mulher, Violet á encara, a barda recua um pouco, mas não se intimida e pergunta:
- O que você procura? Nós podemos ajudá-la? Talvez isso tenha algo a ver com o Chakram da Xena.
Gabrielle á solta, Violet coloca a mão sobre os ombros da barda e diz:
- Gabrielle... Seu nome... Certo? – Gabrielle confirma com a cabeça. Violet continua:
- Então... Gabrielle, eu tenho que fazer isso sozinha. Não precisarei da ajuda de vocês!
Violet sai do acampamento, e some em meio à floresta deixando Gabrielle para trás. Xena carrancuda aproxima-se da barda e diz:
- Gabrielle, deixe essa mulher seguir o caminho dela. Podemos recuperar a outra parte do meu Chakram. Não precisaremos de sua ajuda. Deixe-a ir!
- Mas... – Diz Gabrielle.
Xena a interrompe.
- Vamos Gabrielle. - A guerreira continua: - Precisamos arrumar nossas coisas, vamos atrás de respostas, matarei qualquer um que esteja envolvido com isso!
As duas se preparam para partir.
***
A poucos metros do acampamento de Xena e Gabrielle, uma mulher esta caída ao chão, como se estivesse dormindo. Ela desperta aos poucos e levanta-se bruscamente ao perceber onde e como está. Olha para os lados, percebe que em seu lado direito, está à outra metade do Chakram, ela o toma nas mãos e abre um sorriso largo.
- O feitiço foi realizado. Agora poderei me vingar devidamente de Xena. – Diz Alti incrédula.
Alti nem tem tempo de desfrutar de sua volta quando percebe que alguém se aproxima, ela se esconde em meio à floresta. Quando uma mulher aparece, Alti arregala os olhos ao perceber quem é, e diz consigo mesma:
- Essa mulher é familiar. Lembro-me de ter ouvido falar sobre ela no inferno! Ela estaria por lá, mas daqui á muitos anos. O que ela faz aqui?
A mulher para bruscamente e começa a falar consigo mesma:
- Droga! Eu não deveria estar aqui. Como vou encontrar minha cura nesse fim de mundo? Logo no passado! E de quebra ainda tenho que conhecer duas idiotas, Xena e Gabrielle. Eu mereço... Tenho que voltar para minha época e curar-me logo!
Em meio à floresta, Alti arregala os olhos ao ouvir o nome de suas inimigas ser mencionado pela estranha.
- Não poderia ser melhor. É a candidata perfeita para me ajudar a destruir aquelas idiotas. – Diz Alti com sorriso largo.
A mulher é despertada de seus pensamentos quando sente que é observada. Olha para os lados e grita:
- Quem esta ai? Apareça!
Alti percebendo que foi descoberta, espera mais um pouco antes de aparecer. A mulher vendo que ninguém respondia, pergunta outra vez:
- Quem está ai? Idiota apareça!
Alti sabendo que não pode mais continuar escondida resolve aparecer para a mulher. Aproxima-se lentamente e responde:
- Não se assuste! Meu nome é Alti. Como é o seu?
- Me chamo Violet! O que você quer?
- Calma, calma! De onde eu estava não pude evitar ouvi-la falando consigo mesma e entre suas palavras, ouvi algo que me agradou bastante. – Diz Alti calmamente.
- O que você ouviu? Vamos diga logo o que você quer. Não brinque com minha paciência! – Diz Violet incrédula.
- Nossa... Que mulher agressiva... Tenha calma... Violet. Vamos conversar. – Diz Alti sedutora.
Violet percebe que a mulher se aproxima, mas não esboça nenhuma reação. Alti percebendo a deixa de Violet, se aproxima, começa a rodea-la, se posiciona atrás dela e sussurra em seu ouvido:
- Deixe-me ajudá-la. Posso lhe dar o que tanto procura!
Violet arregala os olhos ao que Alti dissera, então se vira bruscamente, com seus rostos ficando a centímetros de distância e pergunta:
- O que você sabe sobre o que procuro?
- Sei muitas coisas. Posso lhe ajudar, se você também ajudar-me. – Diz Alti calmamente.
- Não trabalho com estranhos. Tenho que ir e deixe-me em paz. – Diz Violet impaciente.
Ela vai em direção á floresta. Alti não desiste e diz:
- Não! Pare! Escute o que tenho a lhe dizer. Você não vai se arrepender!
Percebendo que Violet parou, ela continua:
- Violet, enquanto eu me escondia, eu ouvi você falando sozinha. Em suas palavras você mencionou os nomes Xena e Gabrielle.
Violet vira-se em direção á Alti e pergunta:
- O que elas têm a ver com isso?
- Elas têm tudo a ver. Eu ás odeio, ajude-me a destruí-las e em troca eu lhe dou sua cura. O que acha?
- Mas o que você Sabe sobre minha cura? – Pergunta Violet.
- Eu sei muitas coisas. Enquanto estive no inferno, ouvi falar muito sobre você. Sua força, sua agilidade e que lá teria um lugar reservado para você. Mas não agora, só daqui á muitas eras. E sei o que você é... Uma sugadora de sangue. Posso usar minha magia, para lhe dar sua cura e levá-la de volta de onde veio, isso claro, se você me ajudar a destruir Xena e Gabrielle. Então? – Diz Alti portando um sorriso sedutor.
- Como posso saber que não vai me enganar? – Pergunta Violet.
- Você tem outra escolha? Sem mim e sem isto. – Alti mostra a metade do Chakram e continua: - Você não conseguirá o que quer.
Violet arregala os olhos e engole seco, mas não diz nada. Completamente atordoada pergunta:
- O que isso tem a ver?
- Muitas coisas, á essa hora Xena deve estar louca a procura da outra metade de seu Chakram, que é essa que está em meu poder. Eu o enfeiticei, para que ele se dividisse, uma parte fica com ela e a outra comigo e quando ela for atrás dele, na verdade estará indo atrás de sua própria destruição. Mas para isso preciso que você ás traga pra mim. – Diz Alti.
Violet pensa por alguns minutos, acha a proposta realmente tentadora e sente que aquela mulher pode ajudá-la e responde:
- Está bem. Posso ajudá-la, temos um trato!
- Perfeito! Escolha perfeita! Mas me diz uma coisa, você sabe onde elas estão? – Pergunta Alti.
- Sim. Elas me encontraram e me levaram para o acampamento delas. Posso voltar lá e pôr nosso plano em prática. Trago elas pra você e faça com elas o que bem entender e em seguida cure-me e leve-me de volta. – Diz Violet autoritária.
- Claro! Traga-as pra mim e farei o prometido. – Diz Alti satisfeita.
- Então me deixe encontrá-las, logo estarei trazendo-as pra você. – Diz Violet.
- Está bem. Traga-as para esse mesmo local. – Diz Alti.
Violet concorda com a cabeça, depois vai em direção á floresta, para fora do alcance dos olhos de Alti.
- Agora sim, meus planos se concretizarão. Enquanto isso acamparei por aqui mesmo. – Diz Alti.
* * *
Xena e Gabrielle ainda estão no acampamento, a guerreira está montada em Argo e impaciente diz:
- Pronto Gabrielle? Temos que ir logo, eu quero meu Chakram completo!
- Vamos Xena, ajude-me a montar. – Diz Gabrielle.
Xena segura o braço de Gabrielle e a puxa para cima, quando estão para sair, a guerreira percebe a presença de alguém.
- Não! Esperem! – Diz Violet.
Xena e Gabrielle olham simultaneamente para trás. A guerreira vira Argo em direção á Violet e diz:
- O que quer? Não decidiu seguir seu caminho sozinha?
- Sim. Mas como estou em uma época diferente da minha, precisarei da ajuda de vocês! – Diz Violet.
Gabrielle cutuca Xena por trás, a guerreira não precisa ouvir palavra alguma da barda, pois já sabe o que aquela “cutucada” significa.
- Está bem. O que quer? – Diz Xena.
Ganhando a atenção de Xena, Violet aproxima-se cuidadosamente e diz:
- Poderia descer do cavalo para que possamos conversar melhor?
- Esta bem! – Responde Xena.
A guerreira oferece sua mão para Gabrielle, a barda á segura e desce rapidamente, Xena desce e em seguida toma a mão de Gabrielle. Violet sarcástica diz:
- Pelo que posso observar vocês são muito mais que simples companheiras.
- Sim. Gabrielle e eu somos casadas, ela é minha mulher. Algum problema pra você? – Pergunta Xena incrédula.
Ouvindo tais palavras, Gabrielle olha carinhosamente para Xena e lhe dá um sorriso tímido.
- Claro que não. Afinal o amor é livre. – Diz Violet.
- Então pode me explicar o que você tanto procura? Como você explica o fato de meu Chakram ter se partido? – Pergunta Xena.
- Não sei por onde começar. – Responde Violet.
- Pode começar pelo começo! – Diz Xena sarcástica.
Violet lança um olhar incrédulo em reprovação ao que Xena dissera.
- É uma estória bastante longa. Esta disposta a ouvir? – Pergunta Violet.
- Com certeza. Mas isso terá que ser feito enquanto caminhamos, pois não pretendo ficar parada aqui. – Diz Xena.
- Está bem. – Diz Violet.
* * *
Já ao entardecer, por um longo momento de caminhada, Violet explica á suas ouvintes tudo o que aconteceu á ela desde aquele momento, claro, ela não mencionou seu “encontro” com Alti.
- Na verdade, sou Hematófaga, essa doença me faz querer alimentar-me de sangue. Pessoas com a mesma doença que a minha, são mais conhecidas como vampiras. Mas não se preocupe, já faz algum tempo que não me alimento de sangue humano, me satisfaço apenas com sangue animal. – Diz Violet despreocupando-as.
Violet sente-se incomodada por andar em companhia de tais entranhas, mas disfarça para não levantar suspeitas.
- Então quer dizer que você é uma vampira? – Pergunta Gabrielle.
- Não tenho sensibilidade á luz do sol. Tenho apenas necessidade de me alimentar com sangue. Tecnicamente isso faz de mim uma vampira.
Percebendo a total atenção de suas ouvintes, Violet continua: - E quando fui atrás de respostas, encontrei o Chakram em um museu e ele me trouxe até aqui, no tempo de vocês!
- Só não entendo como meu Chakram foi parar nesse tal de “museu”, sendo que ele está sempre comigo. – Diz Xena.
- Xena isso é fácil. Esqueceu-se que vim do futuro? A milhões de anos adiante? Alguém deve ter encontrado e o colocado lá. – Diz Violet.
- Nossa que estória! Você, uma mulher vinda do futuro, ainda mais sendo trazida pela arma da Xena. Isso daria um belo pergaminho! – Diz Gabrielle sorridente.
- Agora quero saber uma coisa. Vocês podem me ajudar? Quero apenas encontrar minha cura que de alguma forma está aqui nessa época e encontrar um jeito de retornar ao meu tempo. – Diz Violet.
Xena e Gabrielle se olham por alguns minutos. Então Xena toma a frente e responde:
- Sim, nós podemos ajudá-la, porque de alguma forma, sua estória está conectada ao meu Chakram e eu não pretendo ficar sem ele. - A guerreira olha para a parte que está em seu poder e continua: - Ou pelo menos, sem metade dele.
- Como faremos isso? – Pergunta Violet.
- Não se preocupe. Eu tenho... – Xena é interrompida por Gabrielle:
- Oh Xena, está bem eu já sei!
- Mas... Mas... Ela não sabe. – Diz Xena.
- Ah sabe, sabe sim. – Diz Gabrielle.
Violet vendo aquele momento entre as duas, pergunta:
- O que foi?
- Ela tem muitas habilidades e nós iremos ajudar você. - Diz Gabrielle.
- Gabrielle! – Diz Xena incrédula.
- Então meninas, por onde começaremos? Para onde vamos? Não conheço nada daqui. – Diz Violet.
- Vamos começar procurando alguma estalagem em um vilarejo que tem á poucos quilômetros, se andarmos rápido, chegaremos ao inicio da noite. – Diz Xena.
Gabrielle aproxima-se de Violet e pergunta:
- Violet posso lhe contar uma estória? Faz muito tempo que não conto alguma para um estranho. Sem querer ofende-la.
- Gabrielle é uma barda, a melhor de toda a Grécia, ela adora contar estórias. – Diz Xena orgulhosa.
- Comecei muito jovem, costumava fazer idílios*. Mamãe adorava. – Diz Gabrielle.
- Não me ofendi... Uma barda... Que nome legal para alguém que conta estórias. Adoraria ouvi-la Gabrielle. – Diz Violet.
Ela sorrir á satisfação claramente estampada no rosto da barda.
Enquanto caminham até o vilarejo, Xena e Violet escutam atentas a estória contada por Gabrielle. Xena observa em deleite á forma com que sua barda conta sua estória. Depois de alguns minutos:
- Então, gostaram? – Pergunta Gabrielle.
- Que estória fascinante, adorei. – Responde Violet. Ela está satisfeita e ao mesmo tempo estranha em si mesma por não mais sentir incômodo à companhia de Xena e Gabrielle.
As viajantes avistam a entrada do vilarejo e vão em direção á ela. Tudo no vilarejo é calmo, as pessoas andam livremente, as casas são muito próximas uma da outra, tudo funciona tranquilamente.
Enquanto caminham mais adiante ao vilarejo, elas percebem serem observadas por olhares curiosos, dos quais as seguem insistentemente.
- Xena, porque essas pessoas estão nos olhando assim? – Pergunta Gabrielle preocupada.
- Gabrielle, é fácil. Olhe só nossa acompanhante. – Responde Xena carinhosamente.
Gabrielle olha para Violet e sente sua acompanhante desconfortável com tal situação. Violet á encara e diz:
- É verdade, eu sou estranha, minhas roupas, os dispositivos que carrego. Tudo é diferente á essa época!
Xena sente tristeza na voz de Violet e pede á Gabrielle que guie Argo, então vai rapidamente para o lado de sua acompanhante para confortá-la e diz:
- Não se preocupe, nós iremos ajudá-la e você voltará para sua época. Eu adoraria que você me contasse mais sobre seu “futuro”. E saber que meu Chakram estava em um museu a milhões de anos adiante é simplesmente incrível!
Gabrielle estranha a demasiada atenção que Xena da à acompanhante.
- Olha Xena, uma estalagem logo ali. – Diz Gabrielle apontando em direção á estalagem.
Xena amarra Argo em um cocho para cavalos, que fica próximo a estalagem. Gabrielle e Violet vão em direção á estalagem. A parte externa é muito bem cuidada, na entrada existe uma cortina de tecido leve e brilhoso. A parte interna é de um ambiente bastante agradável, as pessoas comem e bebem calmamente, há apenas duas mesas vazias, bastante limpas, uma próxima a entrada e outra logo ao fundo. Gabrielle guia Violet até a mesa dos fundos.
- Porque aquela mesa? Nós podemos ficar naquela perto da entrada. – Pergunta Violet.
- Porque Xena, sempre quer estar a par de quem entra e quem sai, caso ocorra alguma eventualidade. Se é que você me entende. – Responde Gabrielle.
- Pelo que vejo, você á conhece bem. Há quantos anos vocês estão “casadas”? – Pergunta Violet.
Gabrielle não responde e vai em direção ao balcão do estabelecimento e retorna á mesa com duas canecas de vinho.
- Estamos casadas á três anos! Nos conhecemos a mais de trinta anos. – Diz Gabrielle.
- Há mais de trinta anos? Como assim? Vocês parecem tão jovens. – Diz Violet espantada.
- Pois é. Mas isso é uma longa estória. – Diz Gabrielle franzindo o nariz.
Nesse momento, Xena entra na estalagem, vai em direção ao balcão e chama pela estalajadeira. É uma senhora que aparenta ter uns cinqüenta anos, cabelos negros e longos, pele branca e olhos castanho-mel.
- Senhora, poderia me dizer se tem algum quarto disponível? – Pergunta Xena.
- Sim minha querida, tem um quarto, mas você pretende ficar por quanto tempo? – Pergunta a estalajadeira.
- Só por essa noite. Dei-me uma caneca com vinho também. Quanto custa? – Pergunta Xena.
- Quinze dinares. Com jantar e banho quente incluído. – Diz a estalajadeira satisfeita.
Xena pega os dinares de sua bolsinha de couro e entrega a estalajadeira.
- Muito obrigada minha senhora. – Diz Xena.
- Obrigada a você minha querida. – Diz a estalajadeira. Ela entrega a caneca com vinho, à chave do quarto e continua: - Primeira porta á direita.
A guerreia olha para os lados, localiza Violet e Gabrielle, pega sua caneca e a chave e caminha em direção á elas.
- Qual o assunto da vez? – Pergunta Xena. Ela toma o acento próximo de Gabrielle.
- O mesmo de sempre... Você! – Diz Gabrielle passando a mão na face de Xena.
Xena enrubesce e cora com a demonstração de carinho vinda de sua barda. Gabrielle a beija ternamente nos lábios, Xena completamente sem jeito, pigarreia e diz:
- Meninas, temos um quarto. Quando terminarmos esse vinho, vamos até ele, preciso de um banho, o jantar e banho quente estão incluídos.
- Graças aos deuses! Também estou precisando de um belo banho. Tenho poeira até nos lugares mais... Deixa para lá. – Diz Gabrielle.
Violet da um leve sorriso ao que Gabrielle dissera. Então a barda continua:
- Violet, que dis... Dis... – Violet sorri e completa:
- Dispositivos?
- Isso! Dispositivos. Você disse que os tem em seus pulsos, pode nos dizer o que são? – Diz Gabrielle.
- Sim. Claro! Olha esse no meu pulso direito. É um lança-dardos, o que o diferencia dos outros, é que esse dardo é elétrico. – Diz Violet mostrando o dispositivo.
- O que faz esse dardo elétrico? – Pergunta Xena.
- Esse dardo, quando entra em contato com o corpo humano, libera uma energia magnética altamente letal. A pessoa morre em questão de segundos. – Diz Violet.
- Nossa! – A guerreira fica admirada com tal dispositivo, ela vira-se para Gabrielle e pergunta: - Gabrielle. Lembra-se de Tércites?
- Claro! Como eu poderia me esquecer daquele assassino, que se não fosse por você ter me ajudado naquela ponte, eu não estaria aqui pra contar estória. Espero que ele esteja queimando no tártaro agora. – Diz Gabrielle incrédula.
Xena da uma gargalhada sonora á lembrança de Gabrielle. Quando se recupera:
- Então, ele tinha no pulso um dispositivo como esse, lembra-se? Só que o da Violet é bem diferente.
Gabrielle concorda com a cabeça, então Xena completa:
- Mas o que está em seu pulso esquerdo? O que ele faz? – Diz Xena sem tirar os olhos do pulso de Violet.
- Esse aqui é um Sistema de Posicionamento Global, mais conhecido como GPS. – Diz Violet.
- O que é esse tal de GPS? – Pergunta Gabrielle.
- Ele me da às coordenadas de onde devo ir quando estou em tal lugar. Como se fosse um mapa. Lembra quando eu falei á vocês sobre o museu? – Pergunta Violet.
Xena e Gabrielle balançam a cabeça concordando. Violet continua carinhosamente:
- Então, como eu não sabia onde é simplesmente consultei meu GPS e ele me deu as coordenadas corretas de onde eu deveria ir. Entenderam?
Xena ergue uma sobrancelha e desconfiada diz:
- Muito bom. Prefiro continuar confiando em meus instintos quando preciso ir á algum lugar.
- Xena, eu respeito sua opinião. Mas somos de épocas diferentes. Eu tinha um dispositivo semelhante a esse GPS, que quando eu apertava um simples botão, saia automaticamente uma Katana*. Enquanto a sua, está ai, pronta pra qualquer coisa. – Diz Violet carinhosamente.
- Eu entendo. Você tem cara de quem luta muito bem. – Diz Xena admirada.
- Creio que não tão bem quanto você. – Diz Violet carinhosamente.
- Como? Se você ainda nem me viu lutando! – Diz Xena sorrindo carinhosamente.
Gabrielle continua a observar a interação entre as duas, pigarreia e interrompe a conversa:
- Bem, a conversa está muito boa, mas estou ficando com sono e quero tomar um belo banho. Vocês me acompanham?
- Sim claro! Gabrielle, você e Violet vão até o quarto, vou pegar Argo e colocá-la em um estábulo aqui perto. – Diz Xena.
A guerreira vai em direção ao balcão e pede a estalajadeira para que deixe o jantar no quarto e depois vai até á saída da estalagem. Gabrielle e Violet vão em direção ao quarto. Chegando ao cômodo, abrem a porta e entram, no quarto há apenas uma cama de casal maior do que o normal, do lado esquerdo da cabeceira da cama, há uma pequena mesa com um castiçal com três velas acesas, do mesmo lado há um tapete de peles, muito bem cuidado. Do lado direito da entrada do quarto, há uma mesa com quatro belas cadeiras. Logo mais á frente, há outro cômodo, onde tem uma banheira com água quente, que na beirada estão pequenos vidros com sais de banho. Tudo o que a barda precisava para relaxar. Enquanto elas ficam mais a vontade no quarto, ouve-se alguém bater á porta.
- Pode entrar. – Diz Gabrielle.
- Minha querida, é o jantar de vocês, sua amiga pediu que eu viesse deixar aqui. – Diz a senhora entrando no quarto e colocando a bandeja em cima da mesa.
- Muito obrigada! – Diz Gabrielle.
- Pois não minha querida. Sintam-se a vontade. Se precisar de algo mais, pode me chamar. – Diz a senhora prestativa.
- Está bem. Mais uma vez, muito obrigada. – Diz Gabrielle carinhosamente.
A senhora sai do quarto. Gabrielle vai investigar o que tem para o jantar.
- Nossa! Ensopado de cordeiro! A Xena vai amar! Que cheiro delicioso. - Diz Gabrielle admirando o jantar.
A barda percebendo que Violet nada dissera, fica preocupada, vai até ela e pergunta:
- Violet, o que foi? Você está bem?
- Não é nada. Tenho que sair pra caçar. Há dias que não me alimento. Não posso morrer de fome. – Diz Violet.
De repente, ouve-se outra batida na porta.
- Pode entrar. – Diz Gabrielle.
- Desculpe incomodá-las, mas é que naquele momento não pude trazer isso, sua amiga me disse que se eu sacrificasse algum animal para o jantar de hoje, era pra eu trazer o sangue, pois ela gosta de tomá-lo como um aperitivo. No inicio eu estranhei, mas como ela me disse que isso é mania de guerreira, eu trouxe, aqui estão quatro cheias canecas de sangue. – Diz a senhora colocando a bandeja com as canecas próximas a bandeja do jantar.
- Obrigada senhora! Tenha uma boa noite! – Diz Gabrielle.
- Não há de que. – Diz a senhora saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.
Gabrielle sente-se um pouco enciumada á tal atitude de Xena, mas não leva em consideração o que sentira, pois Violet não conhece as redondezas e não pode sair por ai caçando sozinha.
- Pronto Violet! Não vai precisar sair pra caçar. Xena já cuidou disso. Aliás, como ela demora. – Diz Gabrielle preocupada.
Gabrielle termina de falar e Xena entra no quarto, da um sonoro beijo em sua barda e vai investigar o jantar.
- Que delícia! Ensopado de cordeiro! – Diz Xena admirando-o. Ela se vira em direção á Violet e continua carinhosamente:
- Então Violet, chegou sua “alimentação”?
- Sim. Obrigada Xena. – Diz Violet satisfeita.
Xena paralisa e engole seco quando percebe que no quarto há uma única e enorme cama.
- Sim meninas. Uma única cama! – Diz Xena.
- Não se preocupe Xena, eu durmo no chão. Esse tapete parece confortável. – Diz Violet prestativa.
- Não! A cama é grande e cabe perfeitamente nós três. Somos mulheres adultas e capazes de arcar com as próprias responsabilidades. Certo? – Diz Xena ao estilo “Old Ares Had a Farm*”.
Violet e Gabrielle concordam. Porém a barda não gosta nada da idéia, mas não demonstra.
- Bem, percebi que a banheira é bastante grande também. Vamos tomar um banho relaxante? – Diz Xena.
Gabrielle pega uma das três toalhas que se encontram em cima da cama e vai em direção á banheira.
Xena tira sua espada e a coloca em um suporte na parede, quando a guerreira pega seu Chakram, uma expressão triste se forma e lágrimas começam a descer pelo seu rosto, então a guerreira chora desesperadamente e em meio a soluços, diz:
- Pelos deuses! Eu quero meu Chakram inteiroooo! Sem ele eu não sou nada! Eu quero meu Chakram. Nós tínhamos um relacionamento tão bom. Eu mato... Eu mato o filho de uma bacante que fez isso! Eu mato!
Violet olha bruscamente para Xena, assustada com tal desespero, mas não esboça nenhuma reação.
Gabrielle que esta prestes a entrar na banheira, se assusta com o desespero de Xena, que chega a ser engraçado, mas disfarça um sorriso, coloca rapidamente sua toalha e vai em direção á guerreira para confortá-la.
- Oh Xena! - Diz Gabrielle.
A barda toma a mão de Xena e a guia até a cama. Ela coloca a mão no ombro de Xena e diz:
- Não fique assim! Nós vamos encontrar a outra metade do seu Chakram.
Xena a abraça, a barda se esforça para conter um sorriso, pois a guerreira chora em seus braços como uma criança.
Violet continua a olhar aquela situação e assim como Gabrielle, se esforça para conter um sorriso, pois não entende como uma guerreira tão forte pode chorar desesperadamente, como um bebê. Após alguns minutos, Xena se recupera e totalmente sem graça, enxuga suas lágrimas. Para quebrar o desconforto da situação, Violet sorrir disfarçadamente e diz:
- Então, já que meu jantar está aqui. Vou me alimentar.
- Mas você não vai tomar um banho primeiro? – Diz Xena recuperada.
- Não. Vão primeiro vocês. Depois eu vou. – Diz Violet.
A vampira vai em direção a mesa e se delicia com as canecas cheias de sangue, enquanto Gabrielle retorna a banheira, Xena retira sua armadura, seus couros, suas botas, pega sua toalha e vai em direção á banheira. A guerreira mergulha na banheira e se delicia com a água quente que relaxa seu corpo.
- Xena. O que vamos fazer amanhã? – Pergunta Gabrielle.
- Estou pensando em irmos á Amphipolis. Mas não sei. Só o que penso é em como recuperar a outra parte do meu Chakram e que isso tem tudo a ver com a nossa acompanhante sugadora de sangue. – Diz Xena.
- Xena, ela é muito estranha! Pouco fala, a não ser quando perguntamos algo á ela. – Diz Gabrielle.
- Relaxa! Ela é só de outra época. Deve ser uma ótima lutadora, a forma física dela se iguala a minha. Adoraria vê-la lutar. – Diz Xena.
Gabrielle sente-se enciumada á tal declaração de sua guerreira e diz:
- Xena, já percebeu a atenção que está dando á ela? – Xena lança um olhar do tipo “não acredito que estou ouvindo isso” e diz: - Ah não! Você não está com ciúme? Está?
- Claro que não! Só acho que está dando atenção demais á ela. – Diz Gabrielle incrédula.
- Gabrielle é natural que eu esteja atenciosa com ela. Já parou para observá-la? A sua forma física, seu espírito de liderança, seu humor, até os olhos... São iguais aos meus! – Diz Xena orgulhosa.
- Pelo jeito andou prestando atenção demais á ela! – Diz Gabrielle sarcástica.
- Ah Gabrielle! Você não acha que eu enfrentei trinta longos anos para ter você ao meu lado, enganei o Lúcifer pra voltar pra você e depois te pedir em casamento quando aquela aldeia amazona estava em perigo para jogar tudo pro alto com uma pessoa que acabamos de conhecer? Fala sério! Só tenho olhos pra você! – Diz Xena carinhosamente.
- Desculpe-me Xena. Mas é que não posso pensar em você com outra pessoa. Eu te amo mais que minha própria vida. – Diz Gabrielle.
- Minha barda. Não esqueça que você é minha alma- gêmea e estamos destinadas a ficarmos juntas, para sempre juntas. Eu amo você, somente você! – Diz Xena sorrindo carinhosamente.
Gabrielle relaxa, aproxima-se de Xena e a beija nos lábios.
- Agora sim. – Diz Xena carinhosamente.
Katana: Espada de origem japonesa, usada por samurais.
Idílio: Pequena poesia campestre, de amor poético e suave.
Old Ares Had A Farm (O Velho Ares Tinha uma Fazenda): Episódio de número 10 da sexta temporada da série Xena a princesa guerreira.
* * *
A vampira observa Xena e Gabrielle, enquanto se delicia com sua alimentação. Violet é tomada pela lembrança do trato que fizera mais cedo com Alti.
“Traga-as até mim e eu lhe dou sua cura e levo você de volta para seu futuro. – Diz Alti.”
Violet desperta de suas lembranças e diz consigo mesma:
- Essas mulheres não são agressivas! Porque Alti ás odeia tanto? Ah, isso é problema delas. Não posso sair do meu foco. Tenho que levá-las até Alti, ser curada e voltar pra casa.
Violet ás observa por um longo momento, depois coloca as canecas vazias em cima da mesa e vai em direção á cama. Ela tira seus dispositivos, sua jaqueta de couro, seu top, suas botas, sua calça, suas luvas todos de cor preta, suas roupas intimas e as joga em cima da cama, depois se enrola na toalha e vai em direção á banheira, onde suas companheiras estão.
- Meninas, espero não estar atrapalhando em nada! – Diz Violet.
- Claro que não! Gabrielle e eu já estávamos saindo. – Diz Xena.
Gabrielle pega sua toalha que está na beira da banheira, coloca a frente de seu corpo e se levanta, Xena a olha duvidosa, pois pensara que Gabrielle á esperaria. Violet entra na banheira.
- Pode ficar a vontade. Vou jantar com Gabrielle agora! – Diz Xena carinhosamente.
A guerreira faz o mesmo que Gabrielle e vai em direção á sua barda, deixando Violet completamente à vontade, deliciando-se com á água relaxante.
Gabrielle veste apenas seu top e shortinho vermelho, Xena veste apenas seu vestido marrom. Depois vão em direção á mesa e saboreiam-se com o ensopado de cordeiro.
- Que delícia! – Diz Gabrielle.
Xena sorrir maliciosamente e diz:
- Não mais delicioso que você.
A barda enrubesce e então responde:
- Xena, não faz isso! Temos companhia!
- Que bom! Podemos convidá-la. –Diz Xena sorrindo.
A barda á olha incrédula e diz:
- Xena!
- Estou brincando minha barda! – Diz Xena carinhosamente.
Gabrielle sorri timidamente.
Xena percebe que Violet está saindo da banheira, então passa a observá-la sem que Gabrielle perceba. Violet olha para Xena e sorri timidamente, vai em direção á cama, veste suas roupas intimas, seu top e sua calça.
- Violet, junte-se a nós. Vamos decidir o que faremos assim que amanhecer. – Diz Xena.
A vampira aceita o convite de Xena e vai em direção á mesa.
- Então, o que teremos para amanhã? – Diz Violet.
- Estou pensando em irmos para Amphipolis. – Xena vira-se para Gabrielle e diz: - Quero saber como anda a taverna aos cuidados de Lila, Sara e os outros antes de irmos atrás do desgraçado ou desgraçada que fez isso ao meu Chakram.
- Mas é muito longe daqui? – Pergunta Violet.
- Não! Sairemos amanhã bem cedo e no final da tarde estaremos por lá. – Diz Xena.
- Mas Xena, você faz idéia de quem está por trás disso? – Pergunta Gabrielle.
- Infelizmente não. Desconfiei de duas pessoas, mas é impossível que elas estejam envolvidas. – Diz Xena.
- Quem são? – Pergunta Gabrielle.
- Ares e Alti! – Diz Xena.
Violet arregala os olhos e esconde o espanto ao ouvir o nome de sua “sócia”. Sem perceber a reação de Violet, Xena continua:
- Mas como eu já disse. Isso é impossível. Ares está preso no Egito e a desgraçada da Alti, deve estar queimando no tártaro essa hora.
- Mas quem é Ares? – Pergunta Violet.
- Ele é o Deus da guerra. Completamente obcecado por Xena. Mas isso é uma longa estória que não vem ao caso agora. Nós o prendemos em uma tumba. – Diz Gabrielle.
- Hum... Acho que posso entender a obsessão dele por Xena. – Diz Violet sorrindo timidamente.
Gabrielle á olha com reprovação, então responde:
- Pode ter certeza de que você não entende!
Xena sente que Gabrielle esta desconfortável e decide tomar as rédeas da situação:
- Como eu estava dizendo. Nenhum deles pode estar envolvido nisso!
- Você está certa. – Diz Gabrielle.
- Sou capaz de cortar a cabeça de quem fez isso! – Diz Xena.
Violet sente-se cansada, o sono chegara, ela interrompe a conversa e diz:
- Meninas, preciso dormir, a noite de ontem e o dia de hoje foram extremamente cansativos.
A vampira se levanta e vai em direção á cama, deitando-se do lado direito da mesma e rapidamente “agarrando-se” ao sono, deixando Xena e Gabrielle sozinhas á mesa.
- Então Xena... Já que você propôs que dormíssemos ás três na mesma cama, eu irei dormir no meio para evitar problemas. – A barda a olha com carinho, franze o nariz e completa: – Entendeu?
- De novo não Gabrielle! E nada da senhorita dormir no meio, quem ocupará esse lugar sou eu! Imagine você, pequena do jeito que é dormindo no meio de duas grandalhonas, como eu e Violet. Nem pensar! – Xena toma a mão de Gabrielle, á beija, olha nos olhos da barda, sorri maliciosamente e completa: – Entendeu?
- Mas... Mas... – Xena a interrompe e continua: - Nem mais... Nem menos. Entendeu?
- Está bem. Estou com sono, a senhora me acompanha? – Diz Gabrielle.
- Claro, depois de minha rainha. – Diz Xena carinhosamente.
A barda se levanta, toma a mão de Xena e a guia até a cama.
- Nossa amiga do futuro dormiu rápido! – Diz Xena.
Gabrielle a olha com reprovação. Xena deita-se no meio da cama e Gabrielle do lado esquerdo de costas para a guerreira, Xena á abraça e as duas dormem aconchegada uma na outra.
* * *
O dia amanhece e Xena, Gabrielle e Violet dormem pesadamente, de tanto se mexerem, mas ainda nos mesmos locais em que se deitaram, Gabrielle está abraçando Xena e que está abraçando Violet. As três dormem aconchegadas uma na outra. Violet sonolenta, se aconchega ainda mais ao abraço de Xena, a guerreira a aperta mais próxima de si, fazendo com que Gabrielle se aproxime, aconchegando-se mais próximo de Xena. Violet vira-se lentamente, ficando com seu rosto a centímetros de distância do rosto de Xena. A vampira ao sentir a respiração da guerreira em seu rosto, abre lentamente os olhos, ao perceber de quem se trata, Violet arregala ao máximo seus olhos “tomando” um susto que a faz cair da cama. Ao ouvir o barulho, Xena desperta rapidamente e paralisa ao perceber que Violet está ao chão.
- O que você faz ai? – Pergunta Xena.
- Nada não. Só que sem querer, cai da cama. – Diz Violet disfarçadamente.
Ao ouvir a conversa entre Xena e Violet, Gabrielle acorda e pergunta:
- O que houve?
- Nada. Nossa acompanhante só despertou caindo da cama! – Diz Xena carinhosamente.
Xena se levanta e estende a mão para dar apoio para Violet se levantar. Gabrielle também se levanta, ambas ouvem batidas na porta.
- Pode entrar! – Diz Xena.
- Trouxe o desjejum de vocês. – A mulher vira-se para Xena e então completa: - Trouxe o sangue que você pediu.
A mulher vai em direção á mesa e coloca uma bandeja com lindas e suculentas frutas e quatro belas canecas, duas com vinho e duas com sangue.
- Obrigada Senhora! – Diz Xena.
- De nada. – Diz a estalajadeira.
Em seguida ela sai, batendo a porta atrás de si.
- Meninas! Vamos tomar nosso desjejum e ir rapidamente. Não quero mais perder nenhum minuto. – Diz Xena autoritária.
As três mulheres vão em direção á mesa, tomam seus acentos, Xena e Gabrielle saboreiam as frutas e o vinho enquanto Violet se delicia com suas canecas de sangue. Terminando o desjejum, Violet coloca sua jaqueta, calça suas botas, calça suas luvas e coloca seus dispositivos, Xena veste seus couros, sua armadura, calça as botas, depois coloca a bainha da espada em suas costas e metade do seu Chakram na cintura, Gabrielle veste sua saia vermelha, calça suas botas e embainha seus sais.
- Gabrielle, você e Violet terminem de arrumar as coisas, vou pegar Argo no estábulo, espero vocês lá fora. Não demorem. – Diz Xena.
Gabrielle acena com a cabeça. A guerreira sai batendo a porta atrás de si.
- Ela é sempre assim? – Pergunta Violet.
- Assim como? – Diz Gabrielle ao mesmo tempo em que arruma as bolsas.
- Assim... Com esse jeito autoritário. – Diz Violet.
- É o jeito dela. Gosto disso! Xena é uma líder nata. Percebi que você também tem esse espírito de liderança, vocês se parecem tanto fisicamente quanto psicologicamente. - Diz Gabrielle.
A vampira fica surpresa com á analise feita por Gabrielle e diz:
- Você acha? Praticamente acabamos de nos conhecer!
- Sim. Você tem razão, mas sou muito observadora. – Gabrielle pega as bolsas, vai em direção a porta, vira-se e olha para Violet e continua: - Vamos! Xena nos espera!
Gabrielle abre a porta e sai, Violet pensa um pouco á respeito do que a barda dissera e sai em seguida fechando a porta atrás de si.
* * *
Gabrielle e Violet saem da estalagem e vão ao encontro de Xena, que também se aproxima de suas acompanhantes.
- Vamos! – Diz Xena.
- Xena você vai montar em Argo? – Pergunta Gabrielle.
- Não! A não ser que você queira ir caminhando com Violet. Mas como você não vai querer, então vamos as três caminhando, é bom que Argo tenha uma folga. – Diz Xena carinhosamente.
A égua relincha em agradecimento. Elas vão em direção á saída do vilarejo e seguem em direção á estrada.
* * *
Em seu acampamento, a shaman está deitada ao chão, dormindo profundamente. Ela desperta de seus sonhos e abre seus olhos lentamente e se levanta ao perceber onde está.
- Nossa! Que noite mal dormida! – Diz Alti fazendo careta.
Ela olha para os lados, depois começa a tatear o chão com a mão á procura de algo. Quando o encontra, abre um sorriso largo e o agarra fortemente.
- Você está aqui. – Diz Alti agarrando a metade do Chakram de Xena. – Espero que minha sócia esteja fazendo seu trabalho...
Alti é interrompida quando sente a presença de algo, mas não vê nada, até que escuta uma voz masculina que diz:
- Olá!
- Quem está ai? Apareça! – Diz Alti olhando para os lados e segurando ameaçadoramente a metade do Chakram. Ela escuta outra voz, dessa vez feminina.
- Viemos ajudá-la!
- Me ajudar em que? Vamos apareça! – Diz Alti.
- Tenha paciência. Só viemos ajudá-la. – Diz a voz feminina.
As vozes materializam-se. O homem é incrivelmente bonito, de estatura alta, de pele bronzeada, cabelos negros e lisos, olhos castanho-mel, corpo musculoso, vestido por um casaco de couro, calça de couro com um cinto onde na fivela há o desenho da cabeça de uma caveira e botas pretas. A mulher é de pele branca, brilhantes olhos azuis, cabelos louros e lisos, corpo incrivelmente definido, da mesma altura de seu acompanhante, veste apenas um vestido vermelho e calça uma sandália rasteira, porém elegante.
- Quem são vocês? O que querem aqui? – Pergunta Alti.
- Não se preocupe. Me chamo Brunius , esta é Dália. Fomos enviados por Lúcifer para ajudá-la. – Diz o demônio. O casal aproxima-se de Alti e então continua: – Ele pediu que viéssemos ajudá-la a destruir a guerreira Xena.
- Não preciso da ajuda de vocês! Já tenho alguém cuidando disso! – Diz Alti incrédula.
- Não confie tanto assim. Você pode se decepcionar. Aquela mulher sem perceber já está ficando envolvida demais com nossas inimigas! Ela não cumprirá com o trato! – Diz Brunius.
- Vai sim! Ela vai cumprir, caso contrário, não terá sua cura e ficará presa aqui para sempre! – Diz Alti.
- Cara Alti, a arma de nossa inimiga, da qual você está portando parte dela, é o portal para que sua sócia volte de onde veio! Quando as partes se encontrarem, abrirá um portal que possibilitará o retorno dela ao futuro! – Diz Brunius.
- Como assim? O feitiço foi para que eu voltasse ao mundo dos vivos e que o Chakram se partisse, uma parte ficando comigo e a outra com Xena. – Diz Alti surpresa.
- Minha cara, Lúcifer não é o idiota que você pensa. Quando ele deu uma “forcinha” ao seu feitiço, ele se precaveu de qualquer eventualidade. O Chakram se dividiu como era previsto. Mas também o tornou um portal e também se tornou a cura que sua sócia tanto deseja! – Diz Brunius.
- Como você sabe da cura dela? – Pergunta Alti completamente atônita.
- Nós sabemos de tudo! - Diz Brunius. Dália toma sua frente e completa: - Ah! Outra coisa, sua morte é a cura daquela mulher!
Alti arregala os olhos e completamente confusa pergunta:
- Minha morte? Mas... Mas... Como?
- Sim, no momento em que ela te matar, ela receberá sua cura! – Diz Dália.
Alti fica perplexa e ao mesmo tempo assustada com as declarações de Brunius e Dália. Percebendo como Alti ficara, Dália continua:
- Então? Vai nos desprezar?
Alti á olha completamente surpresa. Procurando palavras para dizer, a shaman atropelando-se em suas palavras pergunta:
- Co... Como vocês pretendem me ajudar?
- Nós sabemos onde elas estão. Não se preocupe com isso! Iremos matá-las pra você, trarei a cabeça de Xena e de quem estiver com ela e levaremos sua alma ao inferno, como combinado no trato que você fez com Lúcifer. – Diz Brunius.
- Mas somente vocês dois? – Pergunta Alti.
- Não nos subestime. Somos de plena confiança de Lúcifer. - Diz Dália.
- Está bem. Pelo menos Lúcifer foi generoso! Aceito a ajuda de vocês. – Diz Alti.
- Lúcifer nos deixou inteiramente á suas ordens. Mande e nós faremos! – Diz Brunius.
- Vou lhes pedir uma coisa. Eu quero a cabeça de Violet também! – Diz Alti incrédula.
- Pedido aceito. Voltaremos assim que terminarmos nosso serviço. – Diz Brunius.
O casal de demônios desaparece, deixando Alti completamente sozinha.
- Lúcifer seu desgraçado! Você não da ponto sem nó. Eu deveria ter suspeitado! Tomara que seus demônios matem aquelas desgraçadas! – Diz Alti consigo mesma. A shaman olha para os lados, sente seu estômago roncar e então completa: - Preciso me alimentar, mas tenho que procurar por aqui mesmo.
Alti vai por entre a floresta, á procura de algo para comer.
* * *
No fim da tarde, depois de um longo tempo de caminhada, parando apenas para almoçar, Xena, Violet e Gabrielle caminham ambas com a exaustão estampada em seus rostos. Xena pega um odre com água que esta preso á sela de argo, toma um gole e depois oferece as suas acompanhantes. Elas aceitam, Gabrielle toma um gole e depois entrega a Violet que faz o mesmo e depois o devolve a Xena.
- Ainda falta muito? – Pergunta Violet.
- Não. Já estamos chegando. – Diz Xena.
Violet olha para seu GPS e percebe que o mesmo não está funcionando.
- Droga! Meu GPS não funciona aqui! Deve ser porque estou em época diferente. – Diz Violet.
- Deve ser! Mas já estamos chegando. – Diz Xena acalmando-a.
Depois de caminharem mais alguns metros. Uma mulher desesperada corre em direção á elas, sua expressão é de total assombro.
- Por favor! Ajudem-me! Ajudem-me! – Grita a mulher.
Xena a agarra com força, a mulher tenta se soltar das mãos da guerreira, porém sem sucesso, a guerreira percebe que a mulher se acalmara então a solta e pergunta:
- O que houve?
- Meu marido e eu, fomos atacados por saqueadores, eles levaram tudo o que tínhamos e feriram meu marido! Por favor, ajudem-nos! – Diz a mulher suplicando.
- Onde ele está? – Pergunta Xena.
- Logo ali. Ele mandou que eu viesse pedir ajuda! – Diz a mulher.
Xena vira-se para Gabrielle e pede para que a barda fique com a mulher. Depois se vira para Violet e diz:
- Venha comigo! Vamos ver como o homem está! – A guerreira se vira para Gabrielle e continua: - Voltaremos logo, dependendo de como ele está, o traremos até aqui.
Xena e Violet deixam Gabrielle sozinha com a mulher e vão em direção ao homem ferido. Avistando o homem ao chão, as mulheres se aproximam e observam que o mesmo está inconsciente e com um corte profundo na perna direita. Xena rasga um pedaço de pano da camisa do homem e a amarra na perna para estancar o sangue. O homem começa a recuperar a consciência e balbucia:
- Quem são vocês?
- Viemos ajudá-lo. Sua esposa disse que vocês foram atacados! – Diz Xena.
- E onde ela está?
O homem termina de falar e em seguida surge ao fundo uma voz feminina e muito sombria que diz:
- Estou aqui meu amor!
Violet e Xena viram-se simultaneamente ficando de costas para o homem, elas arregalam seus olhos ao deparar-se com tal cena. A mulher está segurando Gabrielle pelos cabelos com a mão esquerda e a direita ela usa para segurar fortemente as mãos da barda, que estão viradas para trás. Em meio a dor do forte agarro em seus cabelos e braços, Gabrielle balbucia:
- Xena... Eu fui pega de surpresa!
Gabrielle grita ao sentir outro violento puxão em seus cabelos.
- Cale a boca sua lourinha insignificante! – Grita a mulher.
Xena desembainha sua espada, girando-a em forma de oito, Violet fica em posição de combate, á sensação de perigo, a vampira sente seus caninos se acentuarem, ficando incrivelmente pontudos.
- Solte ela, sua filha de uma bacante! – Diz Xena irada.
De repente o homem se levanta por trás delas, ele assume a forma de um homem incrivelmente bonito e diz:
- Belo trabalho Dália!
Xena e Violet viram-se simultaneamente, sem entender nada a guerreira pergunta:
- Quem são vocês?
- Não interessa! Só queremos destruir vocês! – Diz o homem.
Violet e Xena ficam uma de costas para outra, Xena fica de frente para Dália e Violet de frente para o homem.
- Elas caíram perfeitamente em nossa armadilha Brunius! – Diz Dália sorrindo sombriamente.
- Quem mandou vocês aqui? – Pergunta Violet.
- Tem certeza de que não sabe o que estamos fazendo aqui? – Diz Brunius com sarcasmo.
Dália sentindo que o objetivo esta demorando a ser alcançado puxa novamente os cabelos de Gabrielle, fazendo a barda soltar um grito que pode ser escutado a quilômetros de distancia.
- Gabrielle!!! – Grita Xena assustada com o grito de dor de sua barda.
- Ande logo com isso Brunius! Vamos matá-las! – Diz Dália.
- Não Dália! Não faremos isso agora! Vamos levar à pequena e entregá-la a Alti.
Xena arregala os olhos, como se fossem sair de suas órbitas, Violet congela ao ouvir o nome de sua sócia, achando que seria desmascarada ali mesmo. Gabrielle enrubesce ao ouvir o nome da mulher.
- Mas... Mas... Alti? Como? – Pergunta Xena confusa.
Brunius se aproxima, Xena se afasta, fazendo Violet dar uns passos à frente e diz:
- Você pergunta demais!
O homem desvia seu olhar dos olhos de Xena, vai em direção á Dália, ficando de frente para Gabrielle, Brunius fica de joelhos e desembainha os sais de Gabrielle, jogando-os em perfeita pontaria, fincando-os ao chão, próximos aos pés de Xena. Depois se posiciona ao lado de Dália, olha para Violet e Xena que observam perplexas e diz:
- Vamos Dália, Alti nos espera, ela vai adorar nosso presentinho! - O homem desaparece junto com Dália e Gabrielle.
- GABRIELLEEEE!!! – Grita a guerreira.
Xena vai em direção á eles e tenta desferir um golpe, sendo em vão. Os dentes caninos de Violet voltam ao normal.
Violet ajoelha-se, apanha os Sais e diz:
- Desgraçados! - Ela se vira para Xena e diz: -Temos que encontrá-los!
Xena ainda observa sem acreditar no que acontecera, então vem a sua lembrança certa frase de Brunius, vai em direção á Violet e diz:
- O que ele quis dizer com “Tem certeza de que não sabe o que estamos fazendo aqui?”, hein?
- Xena eu não sei o que ele quis dizer! Eu juro! Não podemos pensar nisso agora, temos que resgatar Gabrielle! – Diz Violet.
Xena põe-se a chorar pelo que acontecera com Gabrielle, ela se desespera ficando completamente desolada. Violet sente-se muito mal e sente remorso pelo que fizera, pelo que escondera, por um momento pensou em dizer a verdade, mas não podia esquecer de sua cura, de sua volta para casa. Seu desejo falou mais alto. Violet é despertada de seus pensamentos, quando Xena vai em direção á ela e diz:
- Vamos! Não iremos mais para Amphipolis! Gabrielle precisa de mim! Nem que eu tenha que revirar a Grécia inteira atrás dela! – A guerreira olha para as mãos de Violet, que estão carregando os Sais de Gabrielle e continua: - Continue com isso, você vai precisar!
As mulheres vão em direção á Argo que ainda está no mesmo local em que foi deixado por elas. Xena monta na égua e ergue a mão para que Violet suba, a vampira hesita, mas o olhar incrédulo de Xena a obriga a aceitar subir na égua. Elas saem cavalgando como se o chão se abrisse por trás delas.
* * *
A shaman está ao chão, sentada e completamente despreocupada mastigando uma suculenta maçã, quando sente a presença de seus sócios demoníacos. Os demônios se materializam, Alti abre um sorriso largo ao perceber o que eles traziam.
- Boa noite, minha senhora! Trouxemos um presentinho para você! – Diz Brunius.
A shaman se aproxima e diz:
- Ora... Ora... Ora... Se não é a pequena Gabrielle! – A shaman passa a mão pelo rosto da barda, que hesita, mas sem sucesso, pois está fortemente presa pelas mãos de Dália.
- O que faremos com ela? – Pergunta Dália.
- Amarrem-na fortemente naquela árvore! – Diz Alti incrédula.
Brunius ajuda Dália a amarrar Gabrielle, assim como ordenou Alti.
- Pronto minha senhora! Terminamos! – Diz Brunius.
- Muito obrigada. Vocês são mais eficientes do que eu esperava. Essa garota estúpida vale muito mais viva do que morta! Agora podem ir, se eu precisar de seus serviços mais tarde, eu os chamarei. – Ordena Alti.
- Não sairemos daqui. Ficaremos de prontidão para qualquer eventualidade! – Diz Brunius.
- Façam como quiserem. Eu irei me divertir um pouco com aquela coisa graciosa. – Diz Alti.
Brunius e Dália desaparecem, mas não deixando o local. Alti segue em direção á árvore, onde Gabrielle está amarrada e ajoelha-se na frente da barda.
- Enfim... Sós. Como esperei por esse momento! Vingar-me de Xena, destrui-la através de você! Espero que minha sócia esteja se divertindo com ela! – Diz Alti incrédula.
Gabrielle arregala seus olhos como se eles fossem sair de suas órbitas e diz:
- Violet! Ela é sua comparsa?
- Sim, e espero que ela á mate e traga a cabeça de Xena como um presente pra mim! – Diz Alti.
Lágrimas descem pelo rosto de Gabrielle, as palavras de Alti, trouxeram horríveis lembranças da época em que estiveram no Japão e o tempo que ficou sem sua alma-gêmea. A barda grita:
- Isso nunca! Xena jamais perderá! Como você voltou pra cá?
- Você pergunta demais. Digamos que eu tive uma ajudinha do todo poderoso Lúcifer! – Diz Alti.
Gabrielle cospe violentamente na cara de Alti. A shaman desfere um soco na boca da barda, fazendo a mesma bater com a cabeça na árvore.
- Nunca mais faça isso! Infelizmente não posso matá-la agora, mas posso brincar um pouco com você. – Diz Alti. Ela desfere outro violento soco, dessa vez ao nariz da barda, quebrando-o.
A shaman vai em direção á suas coisas e pega a metade do Chakram, depois se aproxima de Gabrielle e diz:
- Que lindo, não é? Adoraria ter visto a cara da Xena, quando ele se dividiu! – Diz Alti sorrindo maliciosamente.
Gabrielle, sentindo as dores de seu nariz quebrado, balbucia:
- Então foi você? Sua filha de uma bacante!
Alti aproxima a parte do Chakram, pressionando-o contra a garganta de Gabrielle, a barda enrubesce ao sentir a forte pressão daquela lâmina extremamente afiada. Alti se diverte com o medo estampado no rosto de Gabrielle e diz:
- Eu adoraria matá-la com isso, mas seria fácil demais para Xena. Quero que ela lhe veja morrer!
A shaman se levanta e desfere um chute de direita no rosto de Gabrielle, a barda balbucia: - Xena... – Depois desmaia, ficando inconsciente.
- Que lindo! – Diz Alti incrédula. A shaman vai em direção á seu acampamento e deita-se, como se esperasse Gabrielle despertar, ansiosa para torturá-la novamente.
* * *
Na estrada, Xena e Violet cavalgam rapidamente, sem dar folga alguma á égua. A guerreira não diz nada, pois está mergulhada em seus pensamentos, imaginando o que pode estar acontecendo á sua barda, então o medo e o desespero lhe dominam, mas ela balança a cabeça afastando os maus pensamentos, não poderá perder o controle, pois precisa dele para recuperar Gabrielle. Violet está mergulhada em seus pensamentos, lembrando de tudo o que acontecera, se sentindo culpada e tendo um grande remorso ao que fizera as duas mulheres que tinham apenas um único propósito que era ajudá-la. Seus olhos estão marejados e Violet pensa seriamente em dizer a verdade a Xena, mas assim estará pondo em risco os seus objetivos. A vampira tendo seu remorso falando mais alto deixa seus objetivos egoístas de lado, toca á barriga de Xena, fazendo com que a guerreira diminuísse a velocidade da égua. Violet aproxima-se de Xena e sussurra em seu ouvido:
- Xena, pare, precisamos conversar! É muito sério o que tenho á dizer!
A guerreira enrubesce, então resolve atender ao pedido da vampira e faz com que Argo pare de cavalgar.
- Ajude-me a descer. – Diz Violet.
Xena oferece sua mão, ajudando a vampira a descer. Xena desce logo em seguida e pergunta:
- Então, o que você tem de tão importante para me dizer? Não temos tempo a perder!
Violet abaixa a cabeça, tentando encontrar um modo de começar aquela delicada conversa, depois olha diretamente para Xena, respira pesadamente e diz:
- Tem a ver com tudo o que está acontecendo.
Xena arregala os olhos e vai violentamente em direção á Violet e diz:
- Você está envolvida nisso?
- Calma Xena! Não poderemos perder a calma. Por favor, eu peço que me escute. – Diz Violet.
- Não posso ficar calma enquanto fazem sei lá o que com a Gabrielle! Vamos, me diz o que você tem a ver com isso ou terá os piores últimos 30 segundos de sua vida! – Diz Xena incrédula.
- Eu te direi. Juro! Para não perdermos tempo, eu te explico enquanto caminhamos. – Diz Violet.
Xena fica mais calma, toma as rédeas de Argo e diz:
- Está bem. Comece.
- Xena, logo após nos conhecermos e eu ter seguido sozinha, eu encontrei uma mulher chamada Alti. – Xena a segura com força e diz: - Então você tem participação nisso! Eu deveria te matar agora!
- Não faça isso! Por favor, Xena! Escute-me!
A guerreira solta os braços de Violet e diz:
- Está bem. Continue!
- Como eu estava dizendo, eu conheci essa mulher, ela ofereceu-me a cura e minha volta para casa se eu levasse você e Gabrielle até ela. Para que ela pudesse matar vocês duas. – Diz Violet.
- E meu Chakram? Tem algo a ver com isso? – Pergunta Xena.
- Sim. Pelo que me lembro, ela me contou que enfeitiçou seu Chakram, para que ele se dividisse, uma parte ficando com ela e a outra com você! E quando você fosse atrás dele, na verdade você estaria indo atrás de sua própria destruição. – Diz Violet.
- E que destruição seria essa? – Pergunta Xena.
- Creio que ela mesma quer matá-la com as próprias mãos e está usando seu Chakram como armadilha para lhe pegar. Devo confessar que de inicio eu não fui com a cara de vocês e me aproveitei disso para aceitar a proposta de Alti. Entenda-me Xena, eu não tive escolha, eu estava atrás de minha cura e louca para voltar logo para casa. Perdoe-me e deixe-me ajudá-la. – Diz Violet.
- Como vou saber se não vai me trair? Se não esta me contando tudo isso para se fazer de boazinha e depois apunhalar-me pelas costas? – Pergunta Xena.
- Xena, o remorso já estava tomando conta de mim. Não posso deixar que Gabrielle pague por isso. Vocês se amam e não posso deixar que tal tragédia aconteça. Nem que para isso eu tenha que permanecer aqui para sempre e ainda correr o risco de não ser curada. Por favor, deixe-me ajudá-la. Eu te peço! – Diz Violet suplicando.
A guerreira a olha e fica surpresa por Violet deixar de lado o que tanto quer apenas para ajudá-la a recuperar Gabrielle.
- Está bem. Até mesmo porque todos nós cometemos erros na vida! E também porque sem sua ajuda, não conseguirei recuperar quem mais amo. – Diz Xena.
- Obrigada Xena, eu farei de tudo para ajudá-la. – Diz Violet orgulhosa.
- Então para que não possamos perder mais tempo, me diga onde aquela filha de uma bacante está? – Pergunta Xena.
- Ela está acampada á poucos metros de onde nos conhecemos! – Diz Violet.
- Então vamos, suba no cavalo! – Xena estende sua mão dando apoio a Violet. Então continua: - Tenho um plano, no caminho eu te conto.
As duas mulheres saem cavalgando rapidamente.
* * *
Depois de longos momentos de cavalgada, Xena e Violet chegam ao acampamento e param á uma distância segura, sem que ninguém perceba que estão ali. Xena estende a mão para que Violet desça e logo em seguida desce também.
- É melhor nos esconder-mos! Entendeu meu plano? – Diz Xena enquanto amarra Argo á uma árvore.
- Sim. Entendi. Não se preocupe Xena, realizar planos faz parte da minha vida. – Diz Violet.
- Vamos! – Diz Xena.
As duas vão em direção ao acampamento de Alti, quando o localiza, elas se escondem de trás dos arbustos, para não levantarem suspeitas. Xena visualiza minuciosamente o acampamento, seus olhos arregalam-se e ela engole seco quando vê Gabrielle amarrada em uma árvore, aparentando estar inconsciente. Vira-se para Violet e diz:
- Vamos pôr nosso plano em prática. Você vai lá, a distrai enquanto vou salvar Gabrielle.
A vampira acena concordando, então elas se separam.
* * *
A shaman continua a observar o céu estrelado, portando um enorme sorriso, como se cantasse vitória. De repente ela sente alguém se aproximar e diz:
- Quem está ai?
Violet sai de dentro da floresta e responde:
- Calma, sou eu, Violet! Vim para cumprirmos nosso trato.
- Ah... Até que enfim voltou. Como foi o tempo com aquelas idiotas? Cumpriu nosso trato?
- Claro! Metade dele, pois você está com Gabrielle! – Diz Violet. Ela olha de canto de olho em direção á árvore em que Gabrielle está amarrada e percebe a aproximação de Xena.
- Sim. Aqueles demônios me ajudaram! Então, onde está Xena? Você tratou de matá-la? Já que passou um tempo com ela? – Pergunta Alti.
- Sim. Mas antes cumpra com o combinado. – Diz Violet.
- Claro! – A shaman para de falar quando sente a presença de mais alguém, ela olha em direção á Gabrielle e vê Xena tentando solta-la. Alti vira-se para Violet e completa:
- Traidora!!! – Ela vai em direção á Xena, mas Violet é mais rápida e a detém, agarrando-a pelo braço e jogando-a ao chão por trás de si.
Violet corre em direção á Xena e diz:
- Vamos deixá-la aqui. Não temos para onde levá-la.
- Por Zeus, aquela filha de uma bacante quebrou o nariz da Gabrielle! – Diz Xena tocando cuidadosamente o nariz da barda.
Gabrielle ao sentir o toque, lentamente recupera a consciência e balbucia:
- Xena...
- Não se preocupe minha barda. Nós vamos sair dessa. Como sempre saímos. – Diz Xena com a voz embargada.
- Vamos Xena, não temos tempo. – Diz Violet.
Ambas paralisam ao escutar os Gritos de Alti:
- Brunius e Dália, apareçam seus idiotas! Preciso de vocês!
Os demônios se materializam, mas dessa vez com uma aparência bastante macabra.
- Estamos aqui. – Diz Brunius.
- Matem-nas! Agora! – Diz Alti.
Xena e Violet deixam Gabrielle por trás da árvore, para que ninguém a veja. Depois vão em direção á Alti e paralisam ao ver duas figuras de aparência bastante macabra.
Violet sente seus caninos ficarem incrivelmente acentuados e um poder enorme tomar conta de seu corpo, empunha de forma letal os Sais de Gabrielle, enquanto Xena empunha sua espada, girando-a em forma de oito.
Xena encara Brunius, enquanto Violet encara Dália. Eles se rondam por um tempo. Xena avança para cima de Brunius e desfere um golpe, o demônio se esquiva. Xena olha para ele se deliciando com o que está por vir e pergunta:
- O que vocês fazem aqui? Quem os mandou até aqui?
- Lúcifer nos mandou para que ajudássemos Alti a destruir você. Ele quer sua alma Xena. – Diz Brunius.
- Ele jamais terá algo que nem a mim pertence! – Xena desfere outro golpe, o demônio se esquiva. A guerreira continua: - Aquele demônio idiota sabe muito bem disso!
Violet continua a rondar Dália, desfere um golpe, mas ela se esquiva. Dália observando atenta aos movimentos de Violet, diz:
- No reino de Lúcifer há um local especialmente seu!
- Nunca que irei habitar nesse reino! – Responde Violet.
A vampira lança um de seus Sais, Dália se esquiva, então em um momento de distração, ela avança para cima do demônio, agarra seu braço e a gira, deixando-a de costas para si, então desfere uma mordida no pescoço do demônio arrancando um pedaço dele. Xena e Brunius param de lutar ao ouvir os gritos de Dália, eles observam atentos aos movimentos de Violet. A vampira dilacera com seus caninos todo o corpo horrendo de Dália. Seus pedaços queimam, tornando-se apenas cinzas ao chão. Xena percebe a distração de Brunius, pega a metade do seu Chakram, o mesmo brilha intensamente, então Xena desfere um golpe, abrindo um enorme buraco na perna direita, fazendo sair uma gosma verde e fazendo o demônio gritar de dor. O demônio lança com a boca uma espécie de bola de fogo, por extinto Xena coloca o Chakram em seu rosto para se proteger. A bola de fogo atinge o Chakram e volta de onde veio e vai direto ao peito do demônio que grita ao ter seu corpo todo queimado, depois a única coisa que se vê dos dois demônios, são apenas cinzas.
Xena e Violet vão em direção a Alti, mas não encontram á encontram. Elas olham para onde esconderam Gabrielle e então congelam ao observar o que acontecera. Alti esta segurando Gabrielle, esticando o pescoço da mesma e pressionando a outra metade do Chakram ao pescoço da barda.
- Sua desgraçada! Solte-a! Já não foi o bastante! – Diz Xena.
Xena e Violet se olham, depois se aproximam cuidadosamente.
- Paradas ai! Ou certa lourinha graciosa, ficará sem sua cabeça! E que perfeito Xena, com a ajuda da metade de seu Chakram. – Diz Alti sorrindo sombriamente.
- Deixe-a em paz! – Diz Violet.
Alti se vira em direção á Violet e diz:
- Sua traidora! Você vai ter o que merece! Vai passar o resto de sua vida presa aqui!
- Se esse for o preço por ajudá-las, eu pago! – Diz Violet.
Xena aproveitando que Violet está distraindo Alti, rapidamente pega a outra metade do Chakram, se agacha e com uma perfeita pontaria o joga cortando fora o pé esquerdo de Alti, depois ricocheteia em uma pedra e retorna para as mãos de Xena, fazendo a shaman cair, soltando Gabrielle para o lado e gritando de dor. Xena e Violet correm rapidamente.
- Xena, cuide de Gabrielle. Deixe que eu cuido dessa desgraçada! – Diz Violet.
Xena ajoelha-se ao lado de Gabrielle, tomando em seus braços a sua barda que esta muito machucada. Com hematomas no rosto e com o nariz quebrado. A barda ao sentir sua amada, balbucia:
- Xena!
- Shh... Não diga nada! Fique quieta!
A barda obedece, então Xena continua a observar o que Violet pretende fazer.
A vampira agarra violentamente a shaman e a ergue. Alti grita de dor. Violet abre um sorriso malicioso e então enfia violentamente seus dentes no pescoço de Alti, bebendo todo seu sangue, secando totalmente veia por veia. Em questão de minutos a shaman desfalece, está morta. Violet lança o corpo dela ao chão como se fosse uma boneca de pano, apanha a outra metade do Chakram e depois vai em direção á Xena e Gabrielle. Ela se ajoelha e diz:
- Pegue, isso pertence a você! – Ela entrega a outra metade do Chakram. E continua: - Está tudo bem com ela? Vai se recuperar logo?
- Sim, ela está apenas com o nariz quebrado e alguns hematomas. Só alguns dias de repouso e ela já esta pronta para outra! – Diz Xena.
Violet sente-se estranha, têm fortes tonturas, sua visão fica embaçada. Xena a observa e pergunta:
- Tudo bem com você?
- Não sei... Eu... – Violet não consegue terminar de falar e sente uma dor enorme dentro de si. Então a vampira começa a gritar e a se debater, seu corpo começa a flutuar, seus olhos brilham e seu corpo todo se estica no ar, de repente um grito sai de sua garganta, junto de um feixe de luz, que possui um brilho tão forte que faz Xena colocar as mãos sobre o rosto para proteger os olhos, a luz se expande ainda mais e depois some, fazendo Violet cair violentamente e desmaiada ao chão. Xena deita Gabrielle e corre em direção á Violet.
- EI! Você está bem? – Diz Xena.
Violet lentamente abre os olhos, sendo pega de surpresa por lindos olhos azuis cheios de preocupação, depois leva sua mão até sua cabeça e sente uma enorme dor.
- Oh! Que dor de cabeça! – Diz Violet.
- Está tudo bem com você? O que foi aquilo? – Pergunta Xena.
Violet se levanta lentamente, ficando sentada de frente para a guerreira, então responde:
- Sim estou bem. Não sei, de repente eu senti uma dor enorme e depois... Não me lembro mais de nada. – Violet olha para os lados e avista Gabrielle deitada. E continua:
- E Gabrielle, como está?
- Ela vai ficar bem. Vamos, temos que ir. – Diz Xena.
As duas vão em direção á Gabrielle, Xena pega a barda em seus braços, vira-se para Violet e diz:
- Vamos ter que acampar aqui mesmo. Não poderei fazer esforço com Gabrielle nessas condições.
- Está bem. – Diz Violet.
- Vamos ficar mais ali. Violet, você fica aqui com Gabrielle, enquanto eu vou ao lago buscar água para bebermos e limpar o rosto de Gabrielle. Trarei também alguns galhos para fazermos uma fogueira. – Ordena a guerreira.
- Esta bem. Pode ir Xena, eu fico aqui com ela. – Diz Violet.
Xena vai em direção á floresta, deixando Violet e Gabrielle sozinhas. A barda se mexer um pouco, mas ainda sentindo as dores causadas por Alti. Ela lentamente abre os olhos e se assusta ao perceber que está sozinha com Violet.
- Calma Gabrielle! Xena foi buscar água e alguns galhos para fazermos uma fogueira. – Diz Violet carinhosamente.
- Não... Ai! Você nos enganou! Alti me falou sobre você! – Diz a barda.
- Eu sei Gabrielle! Mas se eu não tivesse contado tudo para Xena, talvez nenhuma de nós estivesse viva! – Diz Violet acalmando-a.
- Então você contou tudo pra ela? Por quê? – Pergunta a barda.
- Eu tive que contar. Não poderia deixar vocês pagarem por um erro meu. Alti se aproveitou da minha necessidade para fazer um trato comigo. Como eu estava tomada pelo meu orgulho, resolvi aceitar, mas quando percebi o que estava para acontecer, deixei meu orgulho de lado e resolvi ajudá-las. – Diz Violet.
- Você correu o risco de ficar sem sua cura e permanecer presa aqui para sempre? – Pergunta a barda surpresa.
- Sim. Se esse for o preço. Estou disposta a pagar. – Diz Violet.
A vampira percebe que a boca de Gabrielle está sangrando, então por extinto passa a mão pela boca da barda sujando-a de sangue e á aproxima de sua boca, a vampira sente repulsa ao experimentá-lo e sente-se estranha, seus dentes caninos não estão acentuados. Sem acreditar, vira-se para Gabrielle e pergunta:
- Gabrielle!
- Sim?
- Olhe para mim! Meus dentes caninos estão acentuados? – Pergunta a vampira.
- Não. Por quê? – Diz a barda.
- Mas isso não é possível! Toda vez que sinto cheiro de sangue, ou o experimento, meus caninos se acentuam. E isso não aconteceu, eu senti repulsa ao experimentá-lo. – Violet arregala os olhos e então continua: - A não ser que... Não é possível!
Violet se levanta bruscamente, enquanto Gabrielle a observa. A vampira tenta lembrar-se do que aconteceu depois que matou Alti. Então tudo se esclarece. A vampira diz:
- Eu não acredito! Bem que o sangue daquela infeliz tinha um gosto diferente! Mas... – A vampira interrompe o que ia dizer ao sentir a presença de Xena, que está com os odres de água e alguns galhos. Então a vampira vai em direção a guerreira e pergunta: - Xena, o que aconteceu depois que matei Alti? O que você viu?
- Não sei explicar... Você gritou como se sentisse uma forte dor, depois seu corpo começou a flutuar e depois brilhar... Depois você caiu desmaiada... Foi isso o que aconteceu. – Diz Xena.
- Não é possível! Xena! Eu estou curada! – Diz Violet.
- Mas como? Alti não lhe daria a tal cura? Ela está morta! – Diz Xena.
- Eu sei. Mas de alguma forma, após eu ter matado aquela infeliz, eu acabei sendo curada. Quando eu senti o cheiro do sangue de Gabrielle e experimentá-lo, meus caninos não se acentuaram e senti repulsa! – Diz Violet.
- Nossa! Pelos deuses! Fico feliz por você! – Diz Xena, aproximando-se de Gabrielle, colocando os odres e os galhos ao chão.
- Xena, você já uniu seu Chakram? – Diz Violet.
- Sim. Por quê? – Diz Xena.
- Nada. Só pra saber. – Diz Violet.
A vampira vai para perto de suas acompanhantes, ela ajuda Xena com os odres, para que ela possa limpar o rosto de sua barda.
- Ai! Pelos deuses! Aquela maldita! – Diz Gabrielle.
- Acabou Gabrielle! Agora descanse. Amanha será um longo dia. – Diz Xena.
- Eu quero me sentar. Só meu rosto está dolorido. – Diz Gabrielle.
- Barda teimosa! Está bem. Deixa que eu te ajudo. – Diz Xena ajudando Gabrielle a se sentar.
Xena acende a fogueira, e depois as três conversam calmamente. Violet aproveita para contar mais algumas coisas sobre seu futuro. Xena e Gabrielle escutam atentas.
- Então meninas. Parece que ficarei por aqui mesmo! Pelo menos já estou curada! – Diz Violet.
- Deve haver algum jeito! Será que meu Chakram não tem algo a ver com a sua volta? – Pergunta Xena.
- Creio que sim. Pois foi ele quem me trouxe até aqui. – Diz Violet.
Xena tira o Chakram da cintura e o posiciona ao chão, perto dos Sais de Gabrielle, depois a bainha de sua espada e a posiciona próximo do Chakram. No mesmo momento, o Chakram é tomado por um brilho intenso. Violet, Gabrielle e Xena observam perplexas. O mesmo começa a flutuar e a brilhar mais ainda, é um brilho que Violet já conhecia. Ela observa tudo com seus olhos marejados, tendo a certeza de que sua hora de partir chegara. O Chakram gira no ar e depois lentamente começa a partir-se. – Xena... De novo... – Balbucia Gabrielle.
- Não! Dessa vez é diferente! – Diz Xena sem tirar os olhos do Chakram.
O mesmo fica com suas partes totalmente separadas, abrindo um portal que dele vinha uma luz extremamente forte. Violet já sabe o que isso quer dizer. Então se levanta e diz:
- Xena, esse foi o mesmo fenômeno que me trouxe aqui! Acho que é hora de partir! – Diz Violet atônita.
Xena e Gabrielle se levantam, elas se abraçam fortemente, observando o que acontecera ao Chakram. Violet vira-se em direção á elas e com a voz embargada diz:
- Amigas. Chegou a minha hora. Foi muito bom esses dois dias que passei com vocês! Obrigada por tudo.
Xena e Gabrielle vão em direção á Violet e a abraçam em agradecimento. Violet beija carinhosamente os cabelos da barda. Após o abraço, elas se afastam, a guerreira toma a mão de sua barda e diz:
- Obrigada a você. Se não tivesse me ajudado eu jamais teria recuperado... – Xena olha para Gabrielle e completa: - A minha alma -gêmea.
- E nem eu teria a minha cura e nem estaria voltando para Casa. – Diz Violet.
Xena e Gabrielle á observam, com lágrimas nos olhos. Violet vira-se em direção ao portal, parando e virando-se em direção á elas e diz:
- Tchau meninas! Boa sorte! Falarei sobre vocês no futuro!
- Adeus Violet! Boa sorte á você também! – Diz Xena e Gabrielle simultaneamente.
Violet sorri timidamente, com lágrimas descendo por seu rosto, vira-se para o portal e é sugada violentamente por dentro dele. Um clarão aparece, fazendo Xena e Gabrielle colocarem as mãos sobre o rosto e então desaparece. O Chakram cai ao chão, enquanto a guerreira e sua barda observam sem acreditarem no que acabara de acontecer. A barda atônita, diz:
- Xena... Pelos deuses!
- É... – Diz Xena soltando-se de Gabrielle e apanhando o Chakram do chão. A guerreira continua: - Eu não sabia que meu Chakram era tão poderoso assim!
- É Xena... Ele é mais poderoso do que imaginamos... Estava no futuro e foi capaz de trazer Violet até aqui... Ele é parte de você e de mim também. Espero que tudo ocorra bem para Violet. – Diz Gabrielle.
- Eu também espero. Sentirei saudades dela. – Diz Xena.
- Apesar do ciúme que senti. Também sentirei saudades dela! – Diz Gabrielle.
- É sim. Vamos descansar um pouco. O dia hoje foi cansativo. Amanhã iremos á Amphipolis. O que acha? – Pergunta Xena.
- Eu acho ótimo. Estou com saudades de Lila. – Diz Gabrielle.
- Pena Violet não poder ir com a gente. Mas tenho certeza de que ela está feliz por voltar para casa. – Diz Xena.
- É sim. Mas o bom de tudo isso é que poderei escrever uma estória incrível! – Diz Gabrielle.
- Essa é a minha barda! – Diz Xena.
As duas vão em direção á fogueira e deitam-se ao redor dela. Xena deita de bruços e traz Gabrielle para si, aconchegando-a em seus braços.
- Obrigada por me salvar Xena. – Diz Gabrielle.
- Essa é a minha tarefa, meu prazer, meu destino. Salvar-te de tudo e de todos. Jamais poderei perder você. Não suportaria a escuridão que se seguiria. – A guerreira beija os cabelos de Gabrielle e continua: - Gabrielle!
- Sim?
- Posso lhe dizer uma coisa? – Pergunta Xena.
- O que quiser. – Diz Gabrielle aconchegando-se mais nos braços de sua guerreira.
- A melhor coisa que aconteceu na minha vida, foi ter me casado com você. Amo viajar com você, deitar com você sob as estrelas e acordar ao seu lado e ver o amanhecer fazendo seu cabelo ficar dourado! – Diz a guerreira com a voz embargada.
- Oh Xena! Você é a minha vida! Eu te amo! – Diz Gabrielle.
- Minha barda, você é os Campos Elíseos que carrego em meu coração! – Diz Xena.
A barda se apóia com dificuldade em seu cotovelo, segura sua cabeça com a mão e olha profundamente nos olhos azuis de sua guerreira que porta um brilho estonteante. Ela passa a mão carinhosamente no rosto de Xena como se o moldasse, a guerreira toma a mão de Gabrielle e a beija, a barda se inclina e beija apaixonadamente os lábios de Xena. Depois volta a deitar nos braços de sua amada.
- Eu te amo minha princesa guerreira!
* * *
Um brilho intenso toma conta do local e uma mulher é jogada violentamente para fora da luz. Depois a luz desaparece, trazendo de volta a escuridão que habita naquele lugar.
- Nossa! Mais uma dessa e eu sumo do mapa! – Diz Violet levantando-se.
Ela observa atentamente o local e se da conta de onde está.
- Estou no museu. Estou em casa! Que maravilha! – Diz Violet.
No mesmo momento, as lembranças de Xena e Gabrielle vêm á cabeça de Violet, ela olha para o local onde está o Chakram, seus olhos estão marejados, aproxima-se e com a voz embargada diz:
- Sentirei saudades minhas amigas!
Violet se afasta, hesita um pouco, mas vai em direção á saída do museu, quando abre a porta, ela paralisa, vira-se, dá uma última olhada ao Chakram e diz:
-... Minhas amigas!
Depois sai do museu, fechando a porta atrás de si. Violet extremamente feliz e curada quer só uma coisa, apreciar ao máximo sua vida, agora que está livre de tudo o que lhe atormentava, e recomeçar tudo do zero.
* * *
Argo II está totalmente à vontade, próxima do acampamento, quem olhasse para a cara da égua, diria que ela está muito feliz. Xena e Gabrielle dormem aconchegada uma á outra. A égua relincha e acaba acordando Xena, que olha assustada para a égua, mas se tranqüiliza ao perceber que está apenas se divertindo e mastigando algumas folhas. A guerreira olha para Gabrielle que dorme como um anjo, então dá um beijo nos cabelos de sua barda e sussurra:
- Gabrielle!
- Hum? – Diz a barda sonolenta.
- É hora de acordar! Temos que ir! – Diz Xena.
- Agora não Xena, está tão gostoso! – Diz Gabrielle.
- Eu sei. Mas temos que ir. Quanto mais cedo sairmos, mais cedo chegamos! – Diz Xena.
- Oh Xena! Está bem. – Diz Gabrielle despreguiçando-se luxuriosamente e levantando-se.
Xena levanta-se logo em seguida.
- Gabrielle, me espere aqui, vou atrás de algumas frutas para nosso desjejum! – Diz Xena.
A barda acena com a cabeça, concordando. Xena sai em meio à floresta.
Minutos depois, Xena retorna com algumas maçãs e belos cachos de uvas, entrega-os para Gabrielle e depois senta-se ao lado dela.
- Como está seu nariz? Ainda dói muito? – Pergunta Xena preocupada.
- Não muito. Mas ficarei bem. Não se preocupe. – Diz Gabrielle.
- Cuidaremos melhor disso quando estivermos em Amphipolis. Você descansará. Esses dias não foram fáceis para nós e não discuta comigo. Precisamos de um repouso. – Diz Xena autoritária.
- Está bem. Princesa guerreira! – Diz Gabrielle pegando um cacho de uvas e saboreando-as. A barda oferece um cacho a Xena e continua:
- Como será que Violet está?
- Ela deve estar bem. Conseguiu tudo o que queria, sua cura e voltar para casa. – Diz Xena.
- É sim. Foi muito bom, conhecermos uma pessoa que veio do futuro. Um tempo totalmente diferente do nosso. Cheio daquelas coisas complicadas. Aqueles dis... Dis...
- Dispositivos? – Completa Xena saboreando as uvas.
- Isso! Dispositivos! Aprendeu rápido hein? – Diz Gabrielle sorrindo timidamente.
- Pois é! Eu tenho... – Gabrielle a interrompe e diz:
- Está bem! Eu já sei!
Xena sorri para Gabrielle, um sorriso que a barda amara, o mesmo que a fez se apaixonar perdidamente e irrevogavelmente por sua guerreira.
Após terminarem o desjejum, Xena dá algumas maçãs a Argo, que as saboreia com voracidade. Depois vai em direção á Gabrielle e diz:
- Vamos! Os odres estão cheios, pararemos apenas para almoçarmos em alguma estalagem. – Diz Xena.
- Está bem. Já arrumei tudo! Vamos! – Diz Gabrielle.
A barda coloca as bolsas na sela de Argo, Xena faz o mesmo com os odres. Depois monta na égua, em seguida estende o braço para dar apoio para Gabrielle, à barda monta e aperta firmemente a cintura de sua guerreira. A égua sai lentamente.
- Xena vai ser bom irmos ver Lila e Sara! Estou com saudades! – Diz a barda.
- Sim. Vai ser bom visitar minha cunhada! – Diz Xena sorrindo.
Gabrielle sorri timidamente. Então Xena puxa as rédeas de Argo e as duas cavalgam como se nada mais existisse naquele mundo, só ela e seu amor, Gabrielle, juntas rumo á Amphipolis.
* * *
- Nãooooooo! Maldição! – Diz Alti
- Você falhou, sua shaman inútil, agora terá o que merece! A prisão eterna! – Diz Lúcifer incrédulo.
O corpo de Alti é tomado por chamas, seu corpo queima dolorosamente. Em meio ás chamas a shaman grita:
- Xenaaaaa! Eu voltarei!
A shaman é amaldiçoada com a prisão eterna e o que era o corpo de uma mulher, agora são apenas cinzas espalhadas ao chão.
Texto: Monique Cantuário
Co-produção: Caroline Aleixo
Arte Gráfica: Kelly Martins
Colaboração: Matheus Roberto
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