Sangue, sexo e areia. Com estes tópicos o
seriado estrelado pela nossa amada Lucy Lawless se tornou uma das maiores
atrações da TV americana, acostumada a exibir seriados polêmicos como The L
Word e Dexter.
Spartacus - Blood and Sand mostra a luta do
lendário Spartacus, um escravo que com suas habilidades luta contra a tirania
do Império e por isso vai parar nas arenas de gladiadores. Para contar com
precisão uma história que ganhou o mundo e virou até um filme com Kirk Douglas,
se tornou necessário que algumas passagens da atração fossem banhadas com todos
os elementos que se identificavam naquele tempo. A violência ornamentando as
batalhas e a nudez própria da liberação sexual da época,
ajudam a condensar a história da maneira mais real possível. Ponto para os
executivos do Canal, que mais uma vez provam que estão um degrau acima dos
moralistas que ainda permeiam alguns estúdios, afinal, tudo que é real tem que ser mostrado e
assiste quem quiser ou tem motivos o suficiente para fazê-lo.
Spartacus obteve certo sucesso nas redes de TV
a cabo e assim chamou a atenção da Rede Record de Televisão aqui no Brasil, que
no Domingo 12/01 transmitiu o primeiro episódio, que de quebra não satisfez os
fãs e a audiência, como ressalta a jornalista Keila Jimenez da Folha de São
Paulo "A edição da Record deve jogar muitos minutos da produção no
lixo, uma vez que há capítulos inteiros regados a sexo e violência."
Como foi de se esperar, não satisfez os muitos fãs que já conferiram as
aventuras do Herói por outros meios e que ansiosos esperavam um Bis, ou pra
quem há tempos atrás ficou órfão de XWP pelas mãos da mesma emissora, também
ansiosos com a oportunidade de rever seu ídolo na TV. A insatisfação veio
daquilo que já tínhamos ideia que poderia acontecer a quem insiste em
acompanhar este tipo de seriado de TV em rede aberta.
O casamento entre seriados e TVs abertas do
Brasil nunca teve um final feliz, mas o que mais me intriga neste caso é a
participação da Record em mais um episódio infeliz desta história. Conhecida
como "a emissora do Bispo", aquele que dita até mesmo as saudações
dos apresentadores de telejornais, a mim parece inexplicável o fato dela ter
sido a mediadora de Spartacus aos fãs brasileiros. Se não era para ter a
coragem de exibir o que deve ser exibido, não vejo necessidade alguma em
apresentar algo que um modo ou de outro acaba deteriorando a qualidade do que
se vai exibir. Em outras palavras, uma total perda de tempo na grade de
programação da emissora e o que é pior, com a boa vontade dos espectadores em
assistir. Como diria minha vozinha: "ou embarca no trem ou então salta dos
trilhos".
por Flavia Cristina