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FanFic - Por Te Amar Demais...



Por que, afinal, Xena se envolveu com Ulysses? E por que Gabrielle não fez nada?
Pensando nisso resolvi escrever um episódio de continuação com uma explicação coerente para este momento que desestabilizou o amor mais lindo da série.
Espero que gostem!





O sol se aproximava do horizonte na imensidão azul do Mar Jônico, lançando seus últimos raios à face da guerreira que conduzia a embarcação de volta a grande Grécia, após deixar a ilha de Itaca. As águas batiam levemente no casco, tudo corria bem, seria uma noite agradável e tranqüila. Ela observava o andamento das atividades exercidas pelos poucos homens enviados por Ulysses para acompanhá-la em seu retorno.

“Ulysses...” – dizia ela em seu pensamento, com um leve sorriso no rosto, recordando o que houve entre eles e como tudo se resolveu.

Suas lembranças são interrompidas quando, ao longe, ela avista debruçada na lateral esquerda da proa uma Gabrielle cabisbaixa e enjoada. Já fazia algum tempo que a moça saíra de seu lado no leme e se limitou a ficar olhando para o mar, sem dizer mais nenhuma palavra. Sua última conversa fora sobre como o mundo veria o feito de Ulysses em conseguir esticar o arco e voltar a governar o reino de Itaca. Depois disso, Gabrielle se distanciou e se manteve na proa.

Sentindo o sol bater em suas costas, Gabrielle se vira, apóia seus cotovelos, ergue a cabeça e fecha os olhos, para sentir o calor em seu rosto. Após um profundo suspiro, ela abre os olhos e olha em direção ao leme, encontrando o olhar de Xena direcionado a ela. Seus olhos se fitam profundamente, trazendo à Gabrielle recordações desagradáveis, intensificando seu enjôo, fazendo-a desviar seu olhar e se virar novamente em direção às águas, para lançar ao mar o pouco de água que ela havia bebido minutos atrás. Passando a mão por sua boca, Gabrielle toma o cantil do qual ela não se desgrudava e enche a boca de água, fazendo um breve gargarejo e cuspindo ao mar.

Xena percebe que a garota não está bem e resolve ir de encontro a ela.

- Ei, você! – ela chama um dos homens, que sobe as escadas que levam ao leme. Xena entrega o posto ao homem e desce as escadas em direção a Gabrielle.

A garota segura o cantil com uma das mãos e molha a outra, lavando seu rosto, numa tentativa de apagar aquelas lembranças, não ouvindo que a guerreira se aproximava, quando sente uma mão quente lhe afagar o ombro.

- Gabrielle, você está bem? – perguntou Xena.

Sem se virar, a garota responde:

- Estou, eu só... Só quero chegar à terra firme.

Gabrielle vira-se para a direção oposta de onde Xena está e diz, sem olhar para ela:

- Vou pra dentro me deitar um pouco.

- Acho que você deveria se alimentar. Ficar só bebendo água não é nada bom. – diz Xena, preocupada.

- Eu vou ficar bem. – diz Gabrielle, enquanto se dirige para a porta da cabine.

Chegando ao interior da cabine, Gabrielle recorda o momento em que ouviu a conversa entre Xena e Ulysses, seguida de um beijo entre os dois.

- Num dia ela faz de tudo pra me salvar, no outro ela quer me abandonar! – exclama a barda, enraivecida e andando de um lado a outro. – E no fundo, a culpa é minha! Por que sou sempre conivente com tudo?

Gabrielle se senta num canto e continua discutindo consigo mesma:

- Eu poderia dizer a ela que não aceitava e pronto, mas não, a idiota Gabrielle aceita tudo o que a princesa guerreira impõe. E ainda por cima com um sorriso no rosto. – levando as mãos à cabeça, ela continua após respirar fundo – E quase que a idiota aqui termina sozinha.

A garota levanta e se dirige para a mesma rede na qual havia dormido na noite anterior e chorado baixinho por horas e deita, levando o antebraço ao rosto, para cobrir os olhos. Em seu pensamento ela ouve a voz de Ulysses dizendo-se apaixonado por Xena e o silêncio que se fez entre eles ocasionando aquele beijo, que durou poucos segundos mas que para ela pareceu uma eternidade.

“Como que ela pôde fazer isso? Só não aceitou que ele viesse conosco por causa de Penélope.” – ela reflete por alguns momentos – “Como eu pude acreditar em tudo o que ela me disse? ... Estava me usando como um brinquedinho, um passa tempo que deixou de ser divertido... Bastou aparecer um único homem interessante pra ela querer jogar tudo pro alto.”

Gabrielle não se contém em seus pensamentos e esbofeteia o próprio rosto algumas vezes, dizendo:

- Burra! Idiota! Imbecil! Patética! – ela pára de se auto torturar e conclui – Claro! Nunca que uma guerreira como a Xena iria querer algo sério comigo. – ela bufa - Tudo mentira, tudo!

Ela leva as mãos aos olhos, que teimam em encher-se de lágrimas, agora com a lembrança da conversa que ela teve com Xena na manhã anterior.

- Como eu pude citar Perdicas e toda aquela história de ‘te ver feliz me fará feliz’ quando na verdade o que eu queria era que ela me dissesse que eu estava enganada e que só queria a mim? – ela suspira e diz – Às vezes esse meu senso de bondade e justiça me irrita!

Muito cansada de chorar e devido aos enjôos, Gabrielle resolve parar de se martirizar e fecha os olhos, na tentativa de ao menos conseguir cochilar um pouco.

A lua chega acompanhada de estrelas, preenchendo todo o céu com seu brilho. Os homens bebem vinho e cantarolam em meio aos últimos afazeres. Xena faz as últimas averiguações na embarcação para se certificar que a noite seguirá sem problemas. Descendo para a cabine, ela retira suas armas e a couraça, depositando-as em cima da mesa. Ela vê Gabrielle deitada na rede, se aproxima e leva sua mão ao rosto da barda e passa os dedos por sua franja, fazendo Gabrielle despertar de seu sono leve, mas sem abrir os olhos. A garota resmunga algo indecifrável, fingindo estar sonhando e vira-se para o lado. Xena se afasta, pega uma manta e estende no chão, ao lado da garota, deitando-se com as mãos atrás da cabeça. Ela fecha os olhos e tenta dormir.

“Gabrielle está magoada comigo. Ela não disse nada, mas posso sentir isso.” – reflete a guerreira, virando a cabeça na direção da barda, olhando suas costas – “Eu não queria magoá-la...”

Gabrielle percebe pelo som da respiração de Xena que ela adormecera e então permite que as lágrimas presas em seus olhos invadam seu rosto. Horas se passam até que finalmente a barda consegue pegar no sono.

***

Os primeiros raios solares que prenunciam um dia quente começam a surgir no horizonte. No céu há apenas algumas poucas nuvens espalhadas. Xena desperta com o som dos tripulantes iniciando seus afazeres do lado de fora. Ela se espreguiça rapidamente e vira-se para Gabrielle, que dormia profundamente. A guerreira levanta e põe sua couraça silenciosamente para não acordá-la. Depois vai até uma bacia de água que se encontra num canto da cabine, em cima de uma pequena mesa, e lava seu rosto. Secando-se rapidamente, ela pega uma maçã do cesto de frutas que está do lado da bacia e sai da cabine.

O homem que conduzia a embarcação se encontra cansado, fechando os olhos rapidamente, cochilando e despertando numa fração de segundos. Xena percebe o desespero do rapaz em se manter acordado e segue até ele.

- Ei, pode ir dormir. Eu assumo agora. – disse Xena, pondo a mão em suas costas, fazendo-o pular de susto.

- Sim, sim, senhora Xena. – ele diz em meio a um bocejo, largando o leme.

Xena toma o leme e morde a maçã, olhando atentamente para o mar.

Duas viradas de ampulheta se passam. Gabrielle acorda, se esticando na rede. Ela levanta vagarosamente e senta, levando as mãos ao rosto, esfregando os olhos, quando sente seu estômago roncar. A garota leva as mãos até o abdômen e o abraça, ficando de pé.

- Ai, que fome... – ela diz, dirigindo-se até o cesto de frutas, pegando uma pêra e dando uma mordida que enche sua boca. Enquanto mastiga ela larga a fruta por um momento e lava o rosto, o pescoço e a nuca. Após se secar, ela pega a fruta e morde novamente, se dirigindo para a saída da cabine.

Gabrielle passa pelo lado da escada que leva ao leme e não olha para trás, pois sabe que Xena está lá. Ao ver isso, a guerreira exclama:

- Gabrielle!

A barda pára, respira fundo, vira-se e olha para ela.

- Você está melhor? – pergunta Xena, referindo-se aos enjôos.

Gabrielle responde secamente:

- Um pouco.

Percebendo que a garota está hostil, Xena reflete rapidamente e sugere:

- Quer conversar?

- Agora estou comendo, não está vendo? – Gabrielle responde, erguendo a pêra na direção de Xena e virando-se rapidamente, debruçando-se na lateral da embarcação.

Xena não se contém com a atitude da garota e pede para que um dos homens assuma o leme, com um sinal. Ela vai até Gabrielle, se põe a seu lado e fica na mesma posição da barda.

- É bom ver que está se alimentando. Fiquei preocupada. – ela diz.

Gabrielle esboça um sorriso falso, dizendo:

- Devo acreditar que você realmente está preocupada comigo? – ela morde a fruta com ira.

Xena suspira e põe a mão no ombro da garota.

- Precisamos conversar.

Gabrielle se afasta para o lado, respira fundo para se acalmar e diz:

- E sobre o que você quer conversar?

Baixando a mão que ficara no ar devido ao escape de Gabrielle, a guerreira contrai o rosto.

- Ulysses.

Fingindo estar calma e alheia ao assunto, a garota diz, sem conseguir disfarçar a ironia em sua voz:

- Pensei que ele estivesse em Itaca.

Xena se aproxima.

- Por isso mesmo. Ele está em Itaca e eu estou aqui... - ela pousa novamente a mão sobre o ombro de Gabrielle - Com você.

Por um breve momento, Gabrielle pensa em se virar e abraçar Xena, pois estava esperando ouvir o que a guerreira acabara de dizer desde que elas zarparam, porém a lembrança daquele beijo volta a sua memória, fazendo-a retroceder e se esquivar, resolvendo voltar para a cabine.

Xena segura em seu braço. Gabrielle puxa-o de volta e se dirige para a cabine.

A guerreira vai atrás dela. Chegando lá, ela encontra Gabrielle sentada na rede, olhando para o chão. Ela se aproxima e leva a mão até o queixo de Gabrielle, erguendo seu rosto e aproximando o seu. Ao perceber que seria beijada, a garota vira o rosto para o lado.

- Gabrielle, o que há? – quer saber a guerreira.

Novamente fingindo, ela tenta explicar seu ato, sem querer que Xena saiba sobre seu ciúme.

- Eu ainda estou enojada, quer dizer, enjoada. – ela se perde nas palavras.

Dando-se conta que toda aquela história com Ulysses havia realmente magoado a barda, Xena pergunta:

- Enojada com o que, posso saber?

Concluindo que Xena agora sabia do que se tratava e mesmo assim parecia fazer pouco caso de seus sentimentos, Gabrielle fica indignada, mas não demonstra. Ela se levanta da rede e anda pela cabine impacientemente, sendo acompanhada pelo olhar da guerreira. A barda se sente incomodada e diz:

- Quer parar de olhar pra mim? – Gabrielle pede, fitando Xena.

Elas se encaram por um tempo sem nada dizer quando ouvem gritos exaltados vindos do lado de fora. Xena sai correndo da cabine, seguida por Gabrielle. Dois homens da tripulação, totalmente embriagados, estão discutindo e se empurrando, sendo instigados pelos demais.

- Eles se envolveram sim (ic)! – gritava um dos homens.

- O Rei Ulysses (ic) não trairia a Rainha Penélope (ic) seu bastardo! – gritava o outro.

- Aonde é que você estava (ic) que não viu quando ele veio como um cordeirinho (ic) pedir para que ela o aceitasse? – o primeiro homem gargalha.

- Você é cego? Não vê que o negócio dela (ic) é a loirinha? – grita o segundo homem.

- Então a loirinha (ic) sobrou nessa história, imbecil! – diz o primeiro homem, fazendo todos caírem na gargalhada, sem perceberem a chegada de Xena e Gabrielle.

A garota, ao ouvir tudo aquilo, correu de volta para a cabine, atordoada.

Xena se põe no meio deles e esbraveja:

- O que pensam que estão fazendo?

Todos emudecem.

- E então? – Xena segura o colarinho dos dois homens com cada uma das mãos.

Aquele que defendia Ulysses, diz:

- Senhora Xena, esse idiota do Artêmio está dizendo (ic) que a senhora e o rei tiveram um... bem... você sabe..

O outro se irrita e avança contra o primeiro:

- Idiota é você! Ora seu...

Xena lança os dois de encontro e eles batem as cabeças, desmaiando. Ela faz menção de avançar contra os outros, que se retraem. Ela lhes aponta o dedo indicador em sinal de ameaça e diz:

- Não quero ver mais ninguém aqui bebendo, entendido?

Ela retorna para a cabine. Gabrielle está sentada na rede olhando para o chão, angustiada, com lágrimas teimosas escorrendo de seus olhos.

- Gabrielle.

- Me deixe, Xena! – esbraveja a garota, lançando um olhar cortante.

- Gabrielle, eu...

- Gabrielle eu o que? – a garota passa as mãos pelo rosto e levanta, enfurecida e vai em direção a mesa  – Eles estavam rindo de mim! – ela suspira – E eu não os culpo.

- Estão bêbados. – diz Xena, tentando acalmá-la.

- Bêbados, mas não burros! – grita a loira, batendo com as mãos abertas na mesa.

Xena não agüentando aquela situação, diz:

- Você está assim só porque eu e Ulysses nos beijamos?

Gabrielle olha incrédula pela pergunta e sente seu rosto arder. Ela puxa o ar com toda força possível e grita:

- E você acha pouco?

- Gabrielle, foi só um beijo. – diz Xena, com os braços abertos.

A garota se enfurece ainda mais e se volta na direção de Xena, com as mãos na cintura.

- Sim, um beijo, e na minha presença! Você nem ao menos cogitou a hipótese de me respeitar! E ainda usou a história das almas gêmeas para envolvê-lo! A minha história preferida, Xena!

Xena se aproxima e leva as mãos aos ombros de Gabrielle, que recua.

- Não me toque! – a garota esbraveja.

Surpresa com a reação de Gabrielle, Xena diz:

- Eu não estou te reconhecendo.

Gabrielle estava fora de si.

- Xena, pelo amor de Zeus!

- Gabrielle, você disse que me ver feliz te faria feliz, não disse?

- Eu disse... e quero, mas não com outra pessoa. Você não imagina o quanto me doeu dizer aquilo. – ela respira fundo tentando se acalmar – E além do mais, você se apaixonou por ele e...

- Eu o que? – pergunta Xena – Quando você me ouviu dizer isso?

- Você disse que não conseguiria sentir o que sente por Ulysses se eu não tivesse te ensinado o que é o amor.

- Exato! – concorda Xena – Mas eu não me apaixonei por ele. O que eu senti foi...

Gabrielle a olha esperando uma explicação.

- Foi carinho, admiração, talvez atração, mas não paixão e muito menos amor. Quer dizer, amor sim, mas não como você pensa. Amei a pessoa dele, seus ideais, afinal, é um bom homem.

- Não importa o que você sentiu. O fato é que você sentiu algo.

- Sim. – confessa a guerreira.

Gabrielle fica consternada, se senta na rede novamente e conclui:

- Isso quer dizer que eu não sou o suficiente pra você.

- Gabrielle...

- Diga-me, Xena, por que não ficou com ele?

- Gabrielle...

- Por que não aceitou que ele viesse conosco?

- Gabrielle!

- Por que ficou desolada ao dispensá-lo?

- Gabrielle!! – grita Xena – Deixe-me falar!

Gabrielle calou-se.

- Eu fiquei triste sim por dispensá-lo, mas não por estar apaixonada e sim por ter sentido pena dele. Não é fácil você ter que partir ao meio os sonhos de alguém apaixonado por você. E você sabe bem disso, não sabe? – ela respira e continua – Quando vi que ele estava apaixonado por mim eu ia tentar explicar que eu não poderia me envolver com ele, por isso citei a história das almas gêmeas. Eu ia dizer que eu já havia encontrado a minha, mas ele não me deixou terminar.

- E então você o beijou por pena também? – perguntou Gabrielle com sarcasmo.

- Gabrielle, ouça! – pediu Xena – Eu o beijei porque eu quis.

- É incrível o seu desprendimento em confessar isso olhando na minha cara. – irrita-se Gabrielle, se levantando e indo em direção a saída da cabine.

- Espere! Eu não terminei. – diz Xena, segurando a garota pelo braço.

- O que você quer? Me machucar ainda mais? – pergunta Gabrielle, com os olhos marejados.

- Não! Quero terminar de falar. – Xena toma as mãos de Gabrielle, mesmo sob a resistência dela – Olha, Gabrielle, eu cheguei a ver em Ulysses uma possibilidade para me desprender de você, mas não porque eu não te ame.

- Por que então? – pergunta Gabrielle, mais calma, soltando as mãos.

- Por medo.

- Medo? Medo do que?

- De perder você.

- Como assim?

Xena suspira brevemente e continua:

- Quando você foi quase cremada e escolhida pra isso por Palaemon por minha causa, pra ele poder me atingir, eu me dei conta que estar ao meu lado não é seguro pra você.

Gabrielle a interrompe.

- Xena, nós já falamos sobre isso milhões de vezes.

- Eu sei, mas não foi só por isso. Eu fiquei cega e a única coisa que passava pela minha cabeça era a possibilidade de nunca mais poder te ver. E eu não conseguiria viver com isso. Fiquei com medo desse sentimento, com medo do que eu sinto por você. Com medo de passar por algo parecido novamente e te perder. Quando abri aquele sarcófago e só pude sentir o calor e o cheiro da fumaça saindo dele, me desesperei achando que você pudesse estar...

- Xena... – Gabrielle interrompe novamente, tomando as mãos da guerreira, mas Xena prossegue.

- Então eu vi em Ulysses, um homem honesto e bom, que arriscou a vida pra te salvar, e apaixonado por mim, um modo de fugir desse medo. Pensei na hipótese de viver com ele porque para mim é mais suportável ter você longe, porém bem e em segurança, do que ver você em perigo pelo simples fato de estar comigo. Depois meti os pés pelas mãos ao sugerir a você que ele nos acompanhasse, porque ele queria desistir de tudo e vir conosco. Fiquei um tanto perdida, achando que tê-lo por perto pudesse fazer com que o que eu sinto por você diminuísse a cada dia, mas percebi o erro que cometeria. Eu não suporto a idéia de imaginar alguém entre nós e...

Xena não conseguiu concluir o que estava dizendo, pois fora calada pelos lábios de Gabrielle.

- Xena, você ainda não compreendeu que eu só ficarei bem e segura se eu estiver a seu lado? Não diga mais nada, Xena. Eu já entendi. – diz a barda – Mas você não precisava tê-lo beijado comigo ali. – ela completa, apontando para a rede.

- Eu achei que você estivesse dormindo. Me perdoe, Gabrielle, sou tão estúpida às vezes.

Gabrielle abraça Xena.

- Vamos esquecer isso. – ela diz, dando um beijo no ombro da guerreira.

Xena toma o rosto de Gabrielle com as mãos e elas se beijam intensamente. Xena sentia a doçura da boca de Gabrielle e ao mesmo tempo o sabor salgado das lágrimas de ambas que invadiam o beijo.

Afastando-se Xena diz:

- Seja lá o que for que eu tenha sentido por Ulysses, eu fiz o que você me disse. Estou feliz agora, porque eu jamais serei feliz se não for a seu lado. – ela passa os polegares pelo rosto de Gabrielle, secando suas lágrimas – Portanto, pare de chorar e fique feliz também, certo?

Gabrielle sorri e leva as mãos ao rosto de Xena, também secando suas lágrimas. Depois de um tempo se olhando sem nada dizer, a barda sorri.

- Xena?

- Hum?

- Lembra de quando eu dancei para aqueles homens sujos, fedidos e horrorosos?

- Lembro. O que tem?

Gabrielle aproxima levemente seu rosto no ouvido da guerreia, sussurrando timidamente:

- Eu estava dançando mesmo era pra você.

Xena ergue a sombrancelha e diz, esboçando um sorriso:

- Eu sei.

Voltando a olhar nos olhos de sua amada, Gabrielle a beija suavemente nos lábios.

- Eu te amo, sua guerreira teimosa. – e cutucando o peito de Xena ela completa – E nunca mais tente se afastar de mim, entendeu?

Xena passa as mãos pelos cabelos da garota, dizendo:

- Eu também te amo, sua barda ciumenta!

Xena beija Gabrielle, demonstrando todo o seu amor pela barda, enquanto uma de suas mãos invade o cabelo da garota e a outra envolve sua cintura, puxando-a para si. Gabrielle se arrepia ao sentir a mão da guerreira lhe apertando a nuca e balbucia por entre seus lábios:

- Oh, Xena, já faz tanto tempo que nós não...

- Tempo suficiente pra me deixar morrendo de saudades. – completa Xena, levando sua boca ao pescoço de Gabrielle, mordendo-o com sofreguidão.

A garota amolece em seus braços, sentindo um desejo incontrolável tomar conta de seu corpo, quando um dos homens, mais jovem, chega ofegante na cabine.

- Xena! Xena! – ele grita, quando se dá conta do que está acontecendo – Oh, mil desculpas! – diz o rapaz levando a mão aos olhos e baixando a cabeça.

Rapidamente, Gabrielle se solta dos braços de Xena, tentando se recompor, de costas para ele.

Visivelmente irritada, a guerreira pergunta:

- O que é?

Muito nervoso, o rapaz tenta explicar:

- É Artêmio... ele... ele... caiu por cima da pilha de arpões e...

Ouvindo isso e vendo o grau de nervosismo do jovem, Xena sai em disparada, seguida por Gabrielle. Os homens cercam Artêmio, que agoniza. Xena abre caminho entre eles e se aproxima, constatando que o homem tinha um dos arpões cravado em seu abdômen. Ela se ajoelha ao lado dele.

- Artêmio... Artêmio, pode me ouvir? – ela pergunta.

Ele respirava com dificuldade, mas conseguiu responder:

- Sim... estou...

- Muito bem, então ouça. Preciso que fique calmo. Eu vou ajudar você.

Gabrielle se ajoelha tomando a cabeça de Artêmio e a apoiando em suas pernas.

- Preciso de panos limpos, uma bebida bem forte, linha e agulha! – Xena grita aos homens que os rodeavam.

Dois deles saem correndo em busca das coisas que Xena pediu. Enquanto isso, Gabrielle conversa com o ferido, passando as mãos em seu rosto:

- Artêmio, você tem esse nome por causa da deusa Ártemis?

Pesadamente ele responde:

- Sim... a minha mãe... era devota... da deusa Artêmis... Ela era... uma amazona...

Gabrielle retira os cabelos do homem de seu rosto, alisando sua testa. Neste momento os outros homens voltam com as coisas que Xena havia pedido.

- Ouça, Artêmio, eu preciso que você me ajude agora. E não olhe pra mim. – diz Xena.

- Fique olhando pra mim. – diz Gabrielle, pondo a mão no queixo dele, voltando seu olhar para ela – Sabe, Artêmio, ser filho de uma amazona faz de você meu parente de certa forma.

- Por... que?

- Sou uma princesa amazona.

Artêmio sorri fracamente e dá um grito estarrecedor no momento em que Xena arranca o arpão de seu abdômen, fazendo-o desfalecer nos braços de Gabrielle devido a dor. A guerreira usa os panos para estancar o sangramento, apertando-os contra o corpo do homem.

- Ele vai ficar bem? – pergunta Gabrielle, olhando para Xena.

- Vai sim, só desmaiou. – responde Xena, retirando os panos e lavando a área com a bebida.

Usando outros panos, ela seca a ferida e começa a costurá-la, logo depois ela rasga uma parte de um outro tecido e enfaixa a cintura do homem.

- Podem levá-lo! – ela diz aos outros tripulantes, enquanto se levanta – Com cuidado!

Os homens tomam o corpo de Artêmio e o levam para o porão.

- Bêbados! – exclama Xena – Que belos marinheiros Ulysses foi me arrumar.

- Verdade. – concorda Gabrielle – É melhor eu cuidar dele.

Xena assente com a cabeça.

Gabrielle toma um cantil com água e segue rumo ao porão. Chegando lá ela encontra Artêmio deitado sobre um estrado, já acordado. Ela se aproxima dele e lhe dá água.

- Obrigado. – ele diz.

Apenas dando um meio sorriso, ela pega uma manta e cobre o homem.

- Gabrielle? É este o seu nome, não é?

- Sim.

- Me desculpe.

- Pelo que?

- Por ter rido de você.

- Tudo bem, já passou. Você disse que a sua mãe era amazona... ela morreu?

- Sim, há muito tempo. Quando eu era apenas um garotinho.

- Eu sinto muito. – lamenta-se Gabrielle.

Ele segura a mão da barda e sorri, dizendo:

- E você disse que é uma princesa amazona.

- Sou.

- A minha mãe dizia que as amazonas são como irmãs... Então, você é como se fosse minha tia, certo?

Gabrielle sorri.

- É, pode ser.

- Mais uma vez, obrigado por me ajudar.

- De nada. – diz Gabrielle, dando um leve aperto na mão do homem e logo saindo do porão.

- Como ele está? – quis saber Xena enquanto secava as mãos ao ver a garota retornando.

- Ele está bem. Tanto que até me chamou de tia.

Ambas sorriem. Gabrielle olha para Xena e para si mesma. Suas roupas estão sujas de sangue.

- Acho que precisamos de um banho. – conclui a barda.

- Vou providenciar. – diz Xena, pensando rapidamente e se dirigindo até as cordas.

Ela separa três cordas e vai até a lateral da embarcação, amarrando suas pontas.

- Por que você está amarrando essas cordas aí? – pergunta Gabrielle.

- Você não quer tomar banho?

A garota demonstra espanto.

- Não entendi.

- Você já vai ver.

Xena passa a ponta da corda pela cintura de Gabrielle amarrando-a. Depois, ela amarra a própria cintura com outra corda.

- Tire as botas. – ela diz.

- Pra que? O que você pretende?

- Confie em mim.

Gabrielle tira as botas e Xena faz o mesmo. Virando-se para os homens da tripulação, ela chama-os, dizendo:

- Ouçam todos! A menos que algum de vocês queira perder um olho, não se aproximem deste lado do barco. – com um olhar fulminante ela completa – Entenderam?

Os homens se entreolham e obedecem.

- Ah, e preparem a tina com água na minha cabine, por favor. – ela completa, de modo gentil.

Xena sobe a lateral da embarcação e ajuda Gabrielle a subir. Depois ela joga uma terceira corda em direção ao mar.

- Nós vamos pular? – a garota pergunta assustada.

- Vamos sim. – Xena responde.

- Mas é muito alto. E definitivamente água salgada não serve para tomar banho. Minha pele vai ficar toda grudenta e salgada e...

- O que é melhor: ficar grudenta e salgada, porém limpa, ou você prefere ficar suja e fedida, como eles? – Xena aponta para os homens.

Gabrielle olha e fazendo cara de nojo, concorda.

- Tudo bem, tudo bem! Mas você mandou que eles preparassem a tina. Por que não tomamos banho lá?

- Gabrielle, vamos primeiro tirar esse sangue da gente. Depois a gente toma um banho decente, certo? Agora, feche os olhos e pule! – diz Xena, lançando-se às águas, sem dar nem tempo de ser questionada.

A guerreira dá um belo mergulho e volta à superfície.

- Você ainda está aí? Pula logo! – ela grita.

Gabrielle respira fundo, cria coragem e pula, gritando.

- Fecha a boca! – Xena grita.

A garota afunda nas águas. Xena pega a corda que a segura e puxa. Gabrielle volta à superfície cuspindo água e tossindo.

- Tudo bem? – pergunta a guerreira – Eu mandei você fechar a boca!

- Xena, (cof) não sei como você consegue essas coisas de mim (cof cof).

- Esqueceu que eu tenho muitas habilidades? – Xena sorri.

Gabrielle, ainda tossindo, diz:

- Sei... e como!

- Tire as roupas.

- Como é que é? – pergunta Gabrielle, recuperada do pequeno afogamento por causa do que acabara de ouvir.

- Gabrielle, faça o que eu digo. – insiste Xena.

Debaixo da água, Gabrielle começa a se despir, sob o olhar atento da guerreira.
Já despida e segurando as roupas na mão, a garota pergunta:

- E agora?

- Espere. – responde Xena, despindo-se também.

- Me dê aqui. – ela diz, pegando as roupas de Gabrielle.

Xena alcança a ponta da corda que ela lançou ao mar antes de pular e amarra as roupas nela.

- O que achou da idéia?

- Inovadora! – exclama Gabrielle, zombando.

Xena começa a fazer cócegas em Gabrielle.

- Xena, pare! – a garota implora em meio a risadas, mas a guerreira prossegue – Não! Hahaha!

Gabrielle começa a dar tapas em Xena, tentando fazer com que ela a solte. Xena segura seus braços e fita os olhos nos olhos da garota.

- Acho que deixamos algo por fazer... – diz Gabrielle maliciosamente.

Erguendo a sombrancelha e fitando aqueles olhos verde-azulados que estavam mais brilhantes do que nunca, Xena responde:

- Imaginei que você fosse dizer isso.

- Sou tão previsível assim? – quis saber a barda, um tanto indignada.

- Não, eu é que eu tenho muitas....

- Já sei, já sei. – interrompe Gabrielle, voltando a lançar um olhar sedutor para Xena e envolvendo os braços em seu pescoço – E que outras habilidades essa guerreira esconde, hein?

Xena sente o corpo de Gabrielle tocando o seu e sente enorme desejo, beijando-a calorosamente.

- Gabrielle, aqui não.

- Qual o problema, Xena? – pergunta a garota.

- Tive más experiências em água salgada. E já vai escurecer. É melhor subirmos.

Gabrielle se solta de Xena, que vai até suas roupas, desamarrando-as. Xena as joga sobre o ombro e vai esfregando peça por peça na água. Pouco depois, elas se vestem.

- Segure-se em mim. – diz Xena.

A garota a abraça, enlaçando as pernas em seu corpo. Segurando a corda que a amarra com ambas as mãos, Xena começa a escalar a embarcação com Gabrielle agarrada nela.
Chegando ao topo, elas se desamarram, pegam suas botas e se dirigem para dentro da cabine. Lá, a tina está preparada como a guerreira havia pedido.

- Agora sim tomaremos um banho decente! – exclama a barda.

- Ah, Gabrielle, vai dizer que tomar banho de mar não foi divertido? – pergunta Xena.

- Foi, mas... – Gabrielle suaviza a voz – Tenho a impressão de que ficou faltando algo.

- Gabrielle, Gabrielle...

Xena retira sua couraça e a pendura para secar. Ela se vira para Gabrielle e começa a deslizar as alças de sua roupa de couro delicadamente, lançando olhares que desestabilizavam a garota. Aos poucos, o corpo escultural da guerreira estava desnudo. Ela sorri maliciosamente e se vira para pendurar as demais peças. Gabrielle não consegue segurar o seu desejo e abraça Xena pela cintura, passando as mãos por suas coxas e abdômen, deixando-a em frenesi. As mãos de Gabrielle ficam mais afoitas e sobem pelo corpo de sua amada, mas Xena as retém, virando-se rapidamente. De frente para Gabrielle, ela aproxima seu corpo e se esfrega nela, que fecha os olhos e eleva a cabeça, em total estado de volúpia. A guerreira se afasta e começa a despir Gabrielle, que só consegue ficar admirando a mulher a sua frente. Xena retira o top da barda e leva o rosto até seu pescoço, descendo e roçando-o pelo corpo da garota até chegar a seu abdômen. Suas mãos sobem pelas pernas de Gabrielle entrando por debaixo de sua saia, fazendo-a dar um longo suspiro.

- Não me torture mais, Xena... – ela sussurra.

A guerreira levanta vagarosamente e beija Gabrielle nos lábios, enquanto abre seu cinto. A saia desenrola e cai, fazendo Gabrielle estremecer. Percebendo o que provocara, Xena se afasta e se dirige à tina. Rapidamente, a barda se desfaz da última peça e segue Xena. Elas entram na água e já começam a se beijar, enquanto suas mãos se exploram ardentemente.

- Xena! – alguém grita lá fora.

Elas não ouvem, completamente entretidas com o momento, quando o grito se repete ainda mais alto.

- Xena!!!

Ofegando, Gabrielle diz, enquanto Xena beija seu pescoço:

- Estão chamando, Xena... talvez seja importante...

- Esqueça eles! – balbucia Xena em meio a uma mordida e outra que ela dava no ombro da barda.

- XENA!!!!!!! – o grito se intensifica.

- Mas que droga! – Xena se irrita profundamente – O que é? – ela grita.

- XENA!!!!!!!! – o homem repete.

Rapidamente ela sai da tina e veste suas roupas. Gabrielle mergulha a cabeça para tentar apagar seu fogo. Do lado de fora, um dos homens aguarda Xena, que chega totalmente fora de si e escorrendo água pelo corpo. Ela bufa e ergue os dedos como se fosse golpear o pescoço dele.

- Mas o que é agora?

- Uma tempestade se aproxima. O que devemos fazer? – responde ele.

Xena cerra os dentes e diz:

- Poseidon!

Ela volta para dentro da cabine.

- Gabrielle, vista-se!

- O que houve? – pergunta a garota saindo da tina.

- Uma tempestade... e só pode ser coisa do Poseidon.

- Ele quer se vingar de nós por termos ajudado Ulysses. – conclui Gabrielle, pegando suas roupas e vestindo-as.

As duas saem da cabine e observam a agitação que se inicia no mar. O céu está escurecendo rapidamente.

Xena olha para Gabrielle e pergunta:

- Como está seu estomago?

- Controlado, mas... por que você está preocupada com isso agora?

- Porque a coisa vai ficar feia. – responde Xena olhando para o céu, que agora está carregado de pesadas nuvens – Gabrielle, vá para o porão.

- Não sem você. – diz a barda.

- Vá ver como está Artêmio. Eu preciso de alguém lá com ele. – Xena insiste.

- Está bem... – concorda Gabrielle, seguindo para o porão.

Ondas começam a bater violentamente no casco, fazendo a embarcação balançar descompassadamente. Começa a chover. Os homens se assustam. Xena pega uma corda e corre até o leme. Com a ajuda do homem que o conduzia, eles amarram o leme para estabilizar o navio.

- Proteja-se e leve seus amigos. – ela diz.

O homem desce as escadas e chama pelos outros. Todos seguem para o porão. Gabrielle está lá segurando a mão de Artêmio enquanto tenta se equilibrar. Ele tenta não cair do estrado. As águas atingem o convés e Xena corre também para o porão. O navio balança sem parar e Gabrielle se solta da mão de Artêmio, caindo sobre uns barris e batendo a cabeça.

- Gabrielle!! – ele grita.

Xena chega nesse momento e tentando se equilibrar vai até Gabrielle.

- Gabrielle! Gabrielle! – ela grita.

- Xena... – diz a garota abrindo os olhos.

- Você está bem?

- Sim... eu só bati com a cabeça, mas estou bem. – responde Gabrielle, olhando para Artêmio, que não estava conseguindo se segurar.

- Eu cuido dele. – diz Xena – Segure-se!

Gabrielle se agarra nas paredes do navio enquanto várias coisas são arremessadas dentro dele, devido a seu balançar frenético. Xena ajuda Artêmio, mas sem tirar os olhos de Gabrielle. Os outros homens também tentam se segurar como podem, se debatendo em meio às coisas que caem sobre eles. Após alguns minutos de desespero, o navio começa a parar de balançar.

- Fiquem aqui! – disse Xena, se dirigindo para o convés.

Apenas uma leve chuva caía. O mar havia se acalmado, com uma leve agitação, da qual fora emitida uma voz:

- Xena!

Sabendo que se tratava de Poseidon, ela pergunta:

- O que você quer?

- Eu lhe disse para não se meter nos meus objetivos.

- Eu fiz o que era certo, Poseidon! E você sabe disso!

- Este foi só um aviso, Xena. Aprenda a não enfrentar o deus dos oceanos! – termina Poseidon, normalizando as águas.

Gabrielle chega ao convés e pega no braço de Xena:

- Tudo bem?

- Sim.... e você? – pergunta a guerreira.

- Estou bem. Temos alguns homens machucados, mas nada grave.

- Ótimo. – suspira Xena – O navio ficou avariado, mas podemos consertar.

Gabrielle sente seu estomago revirar, corre até a lateral do barco e vomita.

***

Enquanto Gabrielle fazia curativos nos feridos, Xena e os outros reparavam os danos da embarcação. O dia amanheceu. Ninguém havia dormido. O navio seguiu seu curso sem maiores complicações, a não ser pelo fato de Xena e Gabrielle não conseguirem concluir o que haviam começado. A cabine ficara totalmente destruída, com exceção da rede de dormir.

Durante toda a viagem, a rotina era a mesma: os enjôos de Gabrielle, as bebedeiras dos tripulantes, Xena no leme.

Numa bela manhã, um homem grita do alto do mastro:

- Terra à vista! Terra à vista!

Xena acorda e sacode Gabrielle.

- Chegamos, Gab!!

- Hã... o que? – pergunta a barda, desnorteada.

- Estamos em casa.

Gabrielle levanta a cabeça, totalmente alerta.

- Chegamos? – ela abraça Xena, lhe dá um beijo e levanta, correndo para fora da cabine.

Xena sorri, apanha as coisas delas e sai. Artêmio está de pé e diz ao ver a guerreira:

- Obrigado, Xena, se não fosse por você e Gabrielle, com certeza eu estaria morto.

Gabrielle, que está ao lado dele, dá um abraço em seu novo amigo.

- Cuide-se! Não fique de porre por aí! – ela recomenda.

- Sim, sim, titia! – ele diz, fazendo os três darem gargalhadas.

Xena se aproxima e aperta a mão dele.

***

Já em terra firme e observando Gabrielle se esfregando na areia, Xena diz:

- Vamos, Gabrielle.

A barda levanta sorrindo alegremente e passa seu braço pela cintura de Xena, que por sua vez apóia o seu nos ombros da garota. Elas seguem abraçadas pela mesma praia onde conheceram Ulysses.

- O que você sente estando aqui novamente? – pergunta Gabrielle preocupada, pensando que aquele lugar pudesse fazer com que Xena recordasse os momentos que passou com ele.

Xena pára de caminhar, fecha os olhos e suspira profundamente. Gabrielle não entende a reação da guerreira.

- O que você está fazendo?

- Quieta, Gabrielle. – pede Xena, sem abrir os olhos – Estou ouvindo a natureza.

Gabrielle sorri, feliz por Xena fazer isso sem ser a seu pedido.

- E o que você sente? – a barda pergunta.

A guerreira suspira novamente e responde quase num sussurro:

- Um maravilhoso sentimento de paz...

Gabrielle a abraça, tirando a concentração de Xena, que retribui ao abraço.

- Mas sabe o que me dá paz de verdade? – questiona Xena, agora fitando Gabrielle.

- O que?

- Olhar nos seus olhos.

Elas se beijam apaixonadamente, só parando quando precisam de ar.

- E você sabe o que me daria paz nesse exato momento? – pergunta Gabrielle.

- O que?

A garota sorri maliciosamente e responde:

- Terminar o que começamos de uma vez por todas.

Xena ergue a sombrancelha e sorri, tomando Gabrielle nos braços. A barda enlaça a cintura de Xena com as pernas e seu pescoço com os braços. Elas se beijam. Xena caminha com sua amada agarrada nela até as pedras, deitando-a num vão entre elas. E ali elas finalmente se amam, tendo apenas a natureza como testemunha.




por Matheus Roberto



Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Nossa...ficou legal...
    kkkkkkkkkkkkkkkk
    brincando...tá muuuuuuuuuuuito bom, Math, lindo!!!!!!!!!! Adoreeeeeei!!
    bjoo

    ResponderExcluir
  2. Fico feliz que você tenha gostado!
    Nossa, como é bom escrever uma fanfic!! Eu tinha me esquecido disso, mas agora que voltei não pretendo parar tão cedo huahauhauuau
    bj

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