Novo Universo
Disclaimers:
Escrevi esta fanfiction com o intuito de compartilhar a minha forma de pensar em como poderia ter sido a série Xena A Princesa Guerreira.
Os personagens citados dentre todo o decorrer da fanfiction como, por exemplo; “Xena”, “Gabrielle”, Eve/Eva”, “Lila” e “Sarah”, são marcas registradas da “Pacific Renaissance Pictures LTDA” em parceria com a “Universal Studios”, distribuída pela “MCA” e internacionalmente pela “MCA International”, sem intenção alguma de infingir as leis de copyright sobre as marcas citadas.
Todo o conto, incluindo a presença de novas marcas (personagens), são de minha autoria (Valquíria Costa).
Nota:
*Nesse primeiro capítulo Gabrielle ainda se encontra sozinha, porque Xena continua morta, suas cinzas ainda se encontram depositadas na pequena urna.
Espero que apreciem a fanfiction e desejo a todos uma boa leitura.
Os personagens citados dentre todo o decorrer da fanfiction como, por exemplo; “Xena”, “Gabrielle”, Eve/Eva”, “Lila” e “Sarah”, são marcas registradas da “Pacific Renaissance Pictures LTDA” em parceria com a “Universal Studios”, distribuída pela “MCA” e internacionalmente pela “MCA International”, sem intenção alguma de infingir as leis de copyright sobre as marcas citadas.
Todo o conto, incluindo a presença de novas marcas (personagens), são de minha autoria (Valquíria Costa).
Nota:
*Nesse primeiro capítulo Gabrielle ainda se encontra sozinha, porque Xena continua morta, suas cinzas ainda se encontram depositadas na pequena urna.
Espero que apreciem a fanfiction e desejo a todos uma boa leitura.
Novo Universo
PRIMEIRO CAPÍTULO: A BUSCA
Depois
de deixar o Monte Fuji, dolorida, triste e abatida sentido a falta de sua amada
amiga, Gabrielle toma um barco com destino para a cidade de Alexandria, Egito,
sua viagem aparenta tranqüilidade.
Os
dias são iguais, sem brilho, ela sabe, falta um pedaço, falta Xena. Procura
visualizar as linhas do rosto da princesa guerreira, na esperança que essa doce
imagem traga ao seu coração algum consolo, de pé deseja que seus instintos
ajudem na concentração talvez, de uma nova missão, contudo seus pensamentos são
interrompidos pela voz do capitão da nau:
-
Senhora vai aportar.
Ela
desperta de seus pensamentos e com um aceno de cabeça assenti para o capitão, ele
a observar e vai analisando sua passageira com olhar criterioso, iniciando
pelos cabelos loiros sedosos, seu busto firme decotado, uma cintura modelada, e
pernas torneadas, ele a deseja, contudo intuir que o coração daquela jovem
guerreira possui dono, e resolve se afastar do mesmo modo que chegou retornando
para os seus afazeres.
Para
Gabrielle a tristeza pesava em seu coração o centro de seu mundo foi arrancado
do seu peito, sua alegria que era tão intensa pela vida havia desaparecido,
“ainda existem motivos para viver?” Pensava Gabrielle olhando para aquela arma
mortal, inúmeras vezes usada por Xena com exima maestria, o chakram, que agora se
encontrava depositado em suas pequenas
mãos. Fios de lágrimas escapavam pelos cantos de seus belos olhos verdes, sua
face rosada agora se encontra pálida quase sem vida, fechando os olhos tenta
não pensar em mais nada.
Já
havia amanhecido quando Gabrielle desembarca, ela procura se misturar entre o
povo egípcio usa como proteção uma grande capa com capuz que esconde seu rosto,
caminhando, observa tudo ao ser redor na tentativa de reter o máximo de
informações possíveis como Xena havia lhe ensinado outrora, sacode sua cabeça
para desviar seus pensamentos da princesa guerreira, quando algo chama sua
atenção, muitos soldados correm em uma só direção na formação de infantaria,
Gabrielle se limita a olhar buscando vê o destino final deles.
Chegando
quase no final do mercado ela para e usa como proteção uma barraca que vende
frutas e legumes e ao redor da mesma se encontra outras pequenas barracas com
uma grande variedade de mercadorias.
A
cidade de Alexandria parecia fria e distante agora, outrora se mostrava
grandiosa e cheia de vida com inúmeros vendedores a perder de vista, pessoas de
todas as partes do mundo circulavam por toda a cidade num grande frenesi. Hoje
a cidade se mostra cinzenta há poucos comerciantes presentes no mercado livre,
apesar do sol brilhar, Alexandria não era mais a mesma.
-
Estão se encaminhado para o castelo. - Ela pensa em voz alta.
O
sol já despontava no alto quando a poetisa guerreira se protege do astro rei
com a mão direita, ela se limita a olhar os soldados que pouco a pouco somem de
seu raio de visão.
-
A menina não está sabendo! Os soldados foram convocados, a guerra está chegando
só os deuses poderá nos salvar. – a anciã fala procurando ver o rosto da
desconhecida, esquecendo temporariamente seu comércio, suas vestes surradas fala
por si só sobre a luta que trava todos os dias para ganhar o sustento de cada
dia, ela era igual a todos os que ali se encontravam, eram sobreviventes.
Enquanto
isso a cidade se embrenhava em caos e uma grande fome assolava o povo pobre,
para aqueles que não possuíam, nenhum meio de ganhar dinheiro a única saída era
os pequenos furtos.
Alheia
a tudo isso, Gabrielle se mantém no anonimato ouvindo atentamente as palavras
da anciã que parecia querer ser notada pela guerreira.
-Você
é guerreira não é? Pelos trajes é sim. - Conclui ela apoiando sua mão no
queixo, balançando a cabeça, olha Gabrielle de cima abaixo. – Sim é guerreira! -
Responde com sabedoria (de sua idade).
Gabrielle
afasta um pouco o seu capuz e tenta sorri para sua interlocutora e recebe um
longo sorriso de volta, não responde a indagação, apenas se afasta a passos largos,
em direção ao grande castelo, talvez possa encontrar respostas para suas
perguntas, que nesse momento bombardea seus pensamentos. Ela se esgueira perto
do portão leste observa e espera, logo é recompensada ao perceber uma velha
conhecida, ao vê-la arregala os olhos tira seu capuz revelando seu rosto, busca
em sua memória os traços finos daquela mulher que agora estava em sua frente um
pouco envelhecida pela passagem do tempo. A mulher se lança na direção de
Gabrielle que parece não crer em seus olhos, segura-a pelos ombros.
-
Gabrielle, é você mesma? - parece mesmo não acreditar em seus olhos – Onde está
Xena? –realiza uma busca rápida com os olhos em direção as costas de Gabrielle
na esperança de vê surgir a guerreira imbatível.
-
Não estar aqui. – abaixa a cabeça e responde com certa tristeza na voz e
procura rapidamente de mudar de assunto – Porque tudo isso!
Ela
puxa Gabrielle com tamanha rapidez para uma abertura na parte lateral do
castelo onde surge uma entrada secreta, as duas caminham em silencio por um
algum tempo quando Meopeth, para e respira fundo, abre uma porta para um novo
recinto que logo se revela uma sala espaçosa e bem arrumada, ao adentrar o
local vai para o centro da sala e espera Gabrielle também entrar. Ela examina
com cuidado o pequeno cúbico e agradece aos deuses por estarem salvas, então caminha
na direção de Meopeth e de novo pergunta.
-
Porque tudo isso, o que está acontecendo aqui?
-É
um milagre você aparecer aqui. – Há preocupação em sua voz e em seus olhos.
Gabrielle
examina Meopeth semicerrando seus olhos “sim tem algo errado aqui”- conclui
consigo mesma, sentam-se nas respectivas cadeiras, sua guia descreve atual
situação do Egito, a guerra eminente entre os herdeiros do trono egípcio, as
mortes cruéis na calada da noite, a divisão política do castelo e finalmente a grande
fome que esmaga o povo. Gabrielle ouve todo relato atentamente retorcendo seu
corpo na cadeira, e pensa “Xena devia estar aqui”, subitamente sua face revela
a tristeza que aflui de seu coração, Meopeth percebe que algo incomoda
Gabrielle.
-Gabrielle
porque Xena não veio? Aconteceu alguma coisa com ela?
Ela
não mais suporta e desaba no choro, arqueando seu corpo para frente põe suas
mãos de modo a cobrir seu rosto, a dor que ainda sente parece não ter fim, “porque
ela me abandonou!” pensa com profunda tristeza, e agora ela relata a Meopeth o
que ocorreu no Monte Fuji, ao final da narrativa fúnebre as duas ficam em um
silencio sepulcral que parece quase eterno, finalmente Gabrielle pergunta.
-De
que lado está! Posso ajudar, Xena me ensinou muitas coisas e desejo colocar em
prática.
-
Podemos procurar Acbar ele é um dos conselheiros reais, com certeza vai nos
ajudar, e estou ao lado do verdadeiro herdeiro que logo você conhecerá.
Antes
de deixar o aposento em que se encontravam Meopeth despe Gabrielle e a reveste
com roupas egípcias, depois partem juntas em direção aos aposentos de Acbar,
passando pelos guardas que se encontram de prontidão em seus respectivos
lugares, elas percorrem todo corredor às pressas, de repente no meio do
percurso uma muralha humana aparece.
-
Aonde vai com tanta pressa Meopeth, querida.
Ele
cruza os braços ao redor do peito, com o olhar frio e ao mesmo tempo com
desdém, examina a situação, procurando obter uma resposta, fixa seus olhos em
Meopeth ignorando a segunda figura ao lado dela, essa por sua vez baixa a
cabeça para não se deixar revelar. Meopeth então baixa seu rosto um pouco
esperando que seu algoz desferir o golpe.
-
Fiz uma pergunta querida, e exigo uma resposta AGORA. – Seu tom de voz se eleva
demonstrando assim toda sua inquietação.
-
Meu senhor. – baixa a cabeça ainda mais em sinal de respeito – Me dirigia para os
seus aposentos. – esconde sua repugnância em relação aquele homem, uma figura
alta e esguia, vestido com o mais fino tecido egípcio, coberto de jóias ostenta
um olhar superior em relação aos demais que circula ao seu redor, perscrutando
sua presa prepara seu golpe.
-
Há querida... - acaricia a face de Meopeth com a parte detrás da mão esquerda,
seus olhos cheios de lacividade. – Como anseio por seus serviços a minha
realeza, mas agora estou ocupado, na volta... – sussurra baixinho ao pé do ouvido de seu
objeto de desejo - na volta você me servirá.
Afasta-se
repentinamente com seu séquito de guardas e desaparece ao final do corredor.
Gabrielle inspira e respira fundo revelando sua angustia de ser descoberta
antes de entrar em ação. Continuam a caminhar quando a egípcia para
repentinamente com brusquidão, bate e adentra o recinto seguida por Gabrielle,
que fecha a porta. O homem que se encontra de costas percebe a ação atrás de
si, mas não se manifesta continua fazendo seu trabalho. A egípcia chega perto
dele e toca-o em seu ombro com delicadeza e aguarda a resposta se afastando
ante pé. Ele por sua vez volta sua atenção para as recém chegadas.
-
Quem morreu dessa vez Meopeth. – Usa seu sacarmos habitual, pegando uma pequena
toalha limpa as mãos e volta sua atenção para as duas mulheres. – Bem sou todo
ouvido.
O
conselheiro é um homem bastante requintado no quesito vestimenta, segue
rigorosamente os costumes antigos, mas seu comportamento denuncia sua
simplicidade, por detrás de sua mascara de superioridade, o homem egípcio
natural se revela aos poucos.
- Ela
é Gabrielle, amiga de Xena que nos ajudou no tempo da Rainha Cleópatra.
O
conselheiro examina a poetiza de auto abaixo minuciosamente, procurando reconhecer
uma guerreira.
- É
verdade eu me lembro das duas, e onde estar aquela sua amiga alta de cabelos
negros!
Outra
vez o relato sobre o Monte Fuji vem à tona, o homem ouve ponderando a situação
atual, e só depois as convida para sentar.
-
Bom, em que pode nos ajudar, estamos praticamente em guerra interna, os
príncipes estão se degladiando, estamos de mãos atadas, de um lado o príncipe Untape
e de outro o príncipe Menganlla os
dois querem o trono egípcio, mas só um é digno dele.
- E
qual deles devemos apoiar. – Indaga a poetiza guerreira – O que cada um pensa a
respeito de tudo que esta acontecendo!
- Isso
minha cara, deverá descobrir por si mesma. – ele levanta de sua cadeira. –Agora
Meopeth leve-a até os aposentos do príncipe Untape. - dando a conversa por
encerrado.
Gabrielle
observa o quarto em se encontra e logo vê algumas cadeiras, uma mesa, no canto
perto da janela flores de várias cores bem cuidadas, muitos livros em uma
pequena estante branca e ao fundo uma enorme mesa com variados potes que
carregam líquidos coloridos, “devem ser poções”, analisa a guerreira.
As
duas egípcias então se dirigem ao novo aposento em questão.
Dessa
vez o percurso é feito com muita tranqüilidade sem nenhum obstáculo a vista,
elas caminham apressadamente, mas sem levantar suspeita alguma sobre a natureza
da missão, retornam para o corredor principal, mais não seguem até o final
virando á direita cruzam um portal onde há alguns soldados, colocados ali para
vigiar o príncipe.
As
duas se apresentam como serviçais diante dos soldados que parecem estudar as
duas mulheres com certa curiosidade masculina.
-
Viemos servir as necessidades do príncipe. – falam em tom uníssono, baixando a
cabeça, os soldados trocam risinhos entre si e permitem a entrada delas. Ao adentrarem
Gabrielle vê um recinto sóbrio sem imponência da realeza. Uma voz meiga e
gentil ressoa de repente.
-
A contemplação, e a paz permitem as vicissitudes da vida, esse deveria ser o
caminho de todo ser humano, não acha minhas caras!
As
duas mulheres não conseguem responder, caladas encaram o príncipe sem abaixar a
cabeça por alguns segundos, depois se lembram baixando suas respectivas
cabeças. Por sua vez o príncipe se precipita ao encontro delas colocando sobre
a cabeça de cada uma suas mãos perfumadas e delicadas deixando de lado o livro
que antes segurava em suas delicadas mãos.
- Oh
não minhas caras entre nós não deverá existir tal situação, já que também sou
um humilde servo. – sua declaração chama a atenção de Gabrielle.
-
Meu príncipe, está é Gabrielle, ela é nossa amiga e veio nos auxiliar nesse
momento difícil.
Ele
se afasta e a examina “pelos deuses do Egito é uma linda mulher”, pensa Untape
em seu intimo, a poetisa por sua vez desvia o olhar colocando ao lado de sua
amiga de empreitada, sorri dizendo.
-
Príncipe, estou a sua disposição – inclina outra vez a cabeça em sinal de
respeito.
Ao
que ele sorri, pegando uma das mãos de Gabrielle a conduz para uma pequena
poltrona acolchoada, os dois sentam-se e Meopeth se junta a eles.
- Como
pode nos ajudar! Meu irmão logo se auto-proclamará rei de todo Egito e não
posso fazer absolutamente nada. – desabafa aliviando-se de um fardo há muito
tempo pesado, esfrega as duas mãos uma contra a outra num gesto de nervosismo.
-
Deve existir algo que o impeça de subir ao trono, qualquer informação é bem
vinda. – Analisa a poetisa juntado as mãos em seu colo.
Mexendo-se
na cadeira o príncipe nota algo diferente com um brilho quase secante, seus
olhos são atraídos para o chakram, que se encontra agora na cintura de
Gabrielle de modo quase imperceptível.
-
O que é isso? – aponta para o chakram.
Gabrielle
se esquiva levando seu olhar na direção do chakram que estava do seu lado
direito, a arma mortal de Xena agora a serviço da rainha guerreira amazona e
poetisa, “seria ela digna de tal honra!” em seu íntimo pensamentos como estes
rodeiam sua mente, mas o olhar indagador do príncipe atrás de volta para a
realidade, sua expressão suaviza ela pousa sua mão sobre a arma e responde.
-
Uma arma mortífera para combater contra os seus inimigos, meu príncipe, não se
preocupe.
Ele
continuar a observar à arma que estar presa a cintura de Gabrielle, e com olhar
perscruta o chakram, mexendo-se em sua poltrona cruza as pernas e fica
pensativo por um tempo breve, depois rompe o silencio e fala.
-
Todo mundo sabe que meu irmão faz desvios do cofre real, mais ninguém pode
enfrentá-lo, morrem de medo dele, inclusive eu. – sua voz ecoa de modo delicado
e gentil por um momento encanta Gabrielle.
-
Vamos andar por ai e vermos o que podemos descobrir. – Conclui a poetisa respirando fundo, de
repente sua companheira Meopeth parece um pouco distraída, mas logo retorna ao
seu estado normal.
As
duas mulheres se levantam e logo o príncipe as imita, com a mão na cintura as
seguem até a porta.
-
Receio não poder ajudar muito. – verbalizar com alguma tristeza em sua voz.
As
duas saem juntas dos aposentos reais, Gabrielle sugere a Meopeth que irá
circular pelo castelo até descobrir como ajudar. Ela observar à egípcia e
lembra sua repentina mudança ainda nos aposentos do príncipe, balança a cabeça
para retornar a realidade, pensaria depois sobre aquilo. Então ela se dirige
para a cozinha e se junta ao pequeno grupo de serviçais.
- Você
viu... – cochicham três mulheres – simplesmente
não acreditei nos meus olhos. – a mulher morena relata.
-
Vejam, assim são os homens, nunca mostram o que são de verdade. – elas riem
baixinho da última declaração.
-
Se ele descobrir o que vimos estaremos mortas. – pondera a mulher mais magra –
bico fechado então. – fazem o sinal de silêncio entre si.
Quando
um homem alto e magro surge no meio da cozinha batendo palmas mostrando tamanha
aflição.
-
Mas o que quer isso, ninguém trabalha aqui não? – remexe o corpo como uma
dançarina, em seguida circula pelo recinto com o olhar da águia que busca sua
presa, as três mulheres logo tentam se separar, porém o homem é mais rápido, e
as seguras.
-
Onde, em nome de Osíris as moçoilas pensam que vão? – ele lança seu olhar
inquisidor sobre as mulheres que congelam de medo. – Vamos, andem, quero as
três limpas e perfumadas, o príncipe não pode esperar, vamos, vamos.
Ele
as arrasta da cozinha com ajuda dos guardas, olha ao seu redor procurando
possíveis falhas no andamento do serviço.
-
Não quero ninguém parado, o grande banquete do príncipe tem que ser um sucesso.
– a última frase é dita com entusiasmo. – Vamos meninas ânimo.
Sai
da cozinha do mesmo jeito que entrou, levando agora consigo as três mulheres. Gabrielle
ouve e vê tudo atentamente, seu olhar percorre todo o ambiente, quando uma
serviçal se aproxima dela.
-
Você, vem cá – a mulher estende a mão em direção a Gabrielle que reflete “deve
ser a responsável pela cozinha”, vestida de modo simples e um longo avental que
recobre sua vestimenta rústica. – Leve as bandejas para a mesa real – E vocês
duas ajude-a, mexam-se todas... – Fala as últimas palavras com tom autoritário.
- Pelos deuses parecem mortas vivas, vamos mexam-se.
Sua
ordem é logo obedecida e todas começam a se mover rapidamente por toda a
cozinha, uma grande bandeja é posta nas mãos de Gabrielle.
- Para
mesa real, AGORA. - Arregala os olhos como para intimidar sua nova presa. –
Ande o que está esperando. – bate palmas e acena com as mãos, andando pelo
recinto analisa o andamento do trabalho de suas serviçais que freneticamente
trabalham para satisfação da responsável.
A
poetisa obediente transporta a bandeja e deposita em uma das mesas que a
realeza faz suas refeições, porém o recinto ainda se encontra vazio sem a
presença dos príncipes, uma a uma as bandejas são colocadas na mesa arrumada.
Gabrielle
espera observando o movimento dos demais serviçais, num vai e vem de bandejas
colocadas sobre a mesa, nesse exato momento aparece, Moepeth, aparentando
aflição.
-
Onde estava... – aproximando-se de Gabrielle parece tremer segura uma de suas
mãos e cochicha ao ouvido de Gaby algo.
A
poetisa ouve e por um momento medita nas palavras que acabara de ouvir, põe a
mão no ombro de Meopeth e a tranqüiliza.
-
Não se preocupe depois cuidarei disso, agora vá.
Meopeth
sai e a poetisa continua sua pequena investigação, quando uma cena inusitada
acontece.
-
O que pensa que esta fazendo! – agarra o menino pelo braço e o arrasta para
fora do salão. – Você pode ser morto sabia.
O
garoto parece não se importar dá de ombros e segue Gabrielle com o rosto
fechado mostrando todo seu mau humor, então ela busca um atalho para se afastar
daquele local e salvar o menino. Quando chegam a uma bifurcação, para e freia o
garoto.
-
O que pensa que estava fazendo! – sua voz soa com tom de preocupação.
-
Eu preciso comer, eu preciso comer. – a criança repete com insistência
infantil.
A
poetisa se agacha e fica na altura do infante, suaviza a expressão de seu rosto
e procura os olhos de seu novo amigo, ele por sua vez baixa seu rosto infantil,
seu corpo pálido quase esquelético coberto com roupas inapropriadas para o seu
tamanho natural, Gabrielle observa aquele estranho menino, e resolve ponderar
no tom de suas palavras.
-
Roubar nunca é a solução... – retira de seu traje algumas moedas e deposita
entre as mãos pequeninas. – Tome e vá agora.
A
criança olha aquelas moedas e parece não acreditar no que vê alguém se importa
com o sofrimento alheio, lágrimas brotam daqueles pequenos olhinhos, ele olha
para sua salvadora.
-
Muito obrigada, não vou esquecer, eu juro em nome da deusa Ísis não te
esquecerei. – suas palavras agradecidas refletem o espírito de toda a cidade,
mergulhada no caos. O garoto sai correndo deixando Gabrielle atônita com aquele
comportamento. Ela sabe que aquele pequeno gesto não salvará uma cidade
inteira, mas provavelmente hoje uma criança não morrerá por causa de um furto.
Estava
se tornando comum, ações como está do pequeno, eles invadiam o castelo ajudados
por alguns serviçais e furtavam de tudo principalmente comida em pequenas
quantidades, uma vez lá fora, todo furto era avaliado e separado em lotes,
esperando apenas a presença do superior da gangue em questão.
Após
este acontecimento chega a um consenso de que a situação real é mais
calamitante do que realmente aparenta, os egípcios tinham nas mãos um
verdadeiro caos econômico e não se davam conta de tudo isso, o trono deveria
ser ocupado por alguém que verdadeiramente se preocupasse com a situação do
povo.
Gabrielle
para e olha ao seu redor procurando ver se alguém a estava seguindo por um
momento ela permanece imóvel, logo se põe em movimento quando percebe que tudo
estar em sua normalidade.
-
Bem devo então retornar ao salão. – pensa consigo mesmo.
Ela
então caminha na direção oposta, quando uma mulher também egípcia surge como
por encanto á sua frente com o dedo em frente ao seu rosto pede silêncio e faz
um gesto para que Gabrielle a siga.
Elas
caminham por um tempo em silêncio, quando a mulher resolve parar e continua
pedindo silêncio.
-
Acho que agora é seguro. – sussurra ao ouvido da poetisa. – Sei o que estar
procurando!
Gabrielle
fica intrigada com aquela situação no mínimo um pouco inusitada, a mulher
continua.
-
A verdade não é aparente, fique atenta a todo movimento - a última frase parece
um pequeno sussurro – a resposta estar bem na sua frente. – some nas sombras
como se fizesse parte dela.
A
poetisa não sabe mais o que pensar daquela situação, “o que Xena faria”! Seus
pensamentos a bombardeiam e ao mesmo tempo se misturam com lembranças de sua
amiga guerreira “Xena, porque não estar aqui, não foi justo me deixar sozinha”,
para acalmar seu coração dolorido mergulhar em boas recordações de suas
aventuras passadas. Então uma idéia floresce e uma súbita alegria nasce em seu
peito.
- Sim já sei o que fazer. – resoluta consigo
mesmo parte em direção aos aposentos reais.
-...
O caminho para a verdade é tranqüilo e sinuoso. – Ela ouve o que parecia ser o
final de uma frase. – Vamos continuar com nossos planos, nada pode atrapalhar o
nosso sucesso.
-
E enquanto a Meopeth, o que faremos com ela? – uma voz feminina desconhecida pergunta.
-
Nada, ela deve ser mantida, as suspeitas não devem recair sobre nós, lembre-se
todo Egito conta conosco.
-
Você é o Egito. - a voz feminina parece entusiasmada com tal declaração, batendo
palmas.
Gabrielle
procura se mantém nas sombras para não chamar atenção indevidamente, ela se
esgueira por entre as aberturas secretas encobertas pelas paredes grossas do
palácio e vai à busca de sua amiga Meopeth.
Guardas
se vêem ao longo de todo o extenso corredor, o grande palácio ostenta uma
beleza inigualável, diante de olhos mortais, peças ornamentais e gigantescas
obras de arte, verdadeiro tesouros ao alcance das mãos. Artefatos de muitas
partes do mundo agora repousam na cidade de Alexandria.
Quando
repentinamente um grito estridente ecoa entre as paredes do castelo, um
burburinho toma conta de todos criando tamanho alvoroço nos serviçais,
Gabrielle por sua vez corre de encontro ao grito. Atenta percorre o local
procurando encontrar a fonte daquele barulho, quando ela para em frente a uma
porta entre aberta e vê um corpo no chão totalmente ensangüentado. Chega perto
e se agacha virando o cadáver que agora pode perceber claramente, a mulher que
a procurou com mistério nos lábios agora jazia inerte no chão, fora morta
naquele quarto.
Instantaneamente
se vira a tempo de se esquivar de um soco que buscava seu maxilar esquerdo,
rapidamente levanta do chão com um salto e fica de frente para seu agressor
desconhecido coberto pela penumbra do quarto, parte para o ataque plantado as
mãos a frente de seu corpo Gabrielle então aplica um chute lateral giratório que
atingido em cheio, a cabeça de seu oponente tomba para o lado, mas freia sua
queda a tempo, ele devolve o chute agora frontal procurando atinge a caixa
torácica da poetisa que se abaixa e com precisão extrema ela dispara dois socos
um direito e outro esquerdo no estômago de seu oponente combinando com um amper
de direita no queixo do desconhecido que finalmente cai por terra colidindo com
sua cabeça em uma mesinha. Ela fica imóvel observando aquela figura no chão,
agachando procura alguma coisa que permita conhecer seu agressor puxa então seu
corpo para frente e descobre com grande surpresa o conselheiro real inerte em
suas mãos. “Mas em nome dos deuses, que brincadeira é essa”, fica pensativa por
alguns instantes, contudo logo se vê ameaçada por passos que se encaminham para
aquele aposento, “parece ser os guardas, tenho que ir agora” conclui
rapidamente, deixando ali mais um corpo inerte parte para outro aposento na
esperança de não ser descoberta.
-
Tem dois corpos aqui. – grita um dos soldados que chega ao quarto, ele
escancara a porta e adentra o recinto e logo reconhece o conselheiro, outros
também conseguem chegar e entram se juntando ao primeiro.
-
É Menone! Mas como! – o soldado em questão parece não acreditar no que vê.
-
Retirem o corpo daqui. – grita o superior que acabara de chegar, aproximando-se
do corpo sem vida enfia duas vezes uma faca nas costas da mulher morta, retira
a lâmina e em seguida vai até onde se encontra o corpo do conselheiro real e
deposita a faca nas mãos deste. Sorri satisfeito e olhando ao redor dá por
concluída sua missão. – Retirem o corpo daqui imediatamente e prenda o
conselheiro real. – ordena dessa vez com mais veemência em sua voz.
Sai
daquele quarto deixando para trás uma ordem que deve ser cumprida a todo custo
pelos seus soldados subalternos, eles logo põem em execução a missão, recolhem
e transportam o corpo de Menone e ao se aproximar do conselheiro, nota que
este, já começa a acordar.
“Parece
que fui atingindo por um enorme gigante” pensa Acbar, tentando abrir os olhos
sacode sua cabeça na tentativa de se esquivar por um momento daquela dor quando
percebe em suas mãos uma lâmina coberta de sangue, seu espanto é tamanho e sua
confusão embaralha seus pensamentos, “por Osíris, o que significa isso!”, olha
para o punhal e antes que se formem palavras em sua boca não percebe por detrás
dele a figura do soldado que se aproxima lhe desfere um golpe na cabeça mais
uma vez desacordando-o.
Eles
o transportam arrastando seu corpo, por ora inerte, e o deposita na prisão do
castelo.
Quando
todos se retiram Gabrielle pode enfim sair de seu esconderijo e remonta
mentalmente todos os fatos que ali aconteceram.
-
Parece que estar acontecendo uma grande conspiração. – reflete em seus
pensamentos e logo se retira daquele local.
Percorre
de volta seu trajeto e tenta encontrar Meopeth, em seus aposentos que agora
parece vazio e sua porta escancarada, tudo parece estar no seu devido lugar
exceto pelas cadeiras que ali não se encontram.
-
Que estranho isso. – pensa em voz alta, logo surge por detrás dela um soldado.
-
Que faz aqui? Bruscamente o homem interrompe seu raciocínio lançando sobre
Gabrielle sua mão direita agarrando seu ombro esquerdo com força, com tamanha agilidade
ela vira de frente para ele se desvencilhando de sua mão empurra-o com uma
grande força e aplica dois socos em seu peito com ambas as mãos fechadas com o
espaço que adquiriu desfere, um curto chute lateral atingindo, em cheio seu
rosto, em seguida agarra-o pela roupa e aplica uma joelhada em seus órgãos
genitais, o homem por sua vez cai curvado de dor, por último usa o cotovelo
acertando no meio de suas costas dando assim o golpe final. Logo o arrasta para
dentro e rouba-lhe a sua vestimenta de soldado.
-
Agora sim, vou descobrir o que de fato estar acontecendo. – abandona o recinto tomando
precauções pra não ser seguida, certificando-se que ninguém a viu. Continua a
caminhar cruzando todo o corredor extenso, acha uma passagem que onde se revela
uma escada achando assim o calabouço onde se encontra o conselheiro Acbar.
O
homem finalmente acordara com uma bruta dor de cabeça “e onde estava por todos
os deuses”. Ele se levanta e olha ao redor e reconhece o local onde se encontra
“estava no calabouço”, inicia então uma agitação que sacode seu corpo fazendo
andar em círculos dentro de sua prisão, vasculha em sua mente procurando alguma
explicação para aquela situação extrema, lembra vagamente de uma luta com um
desconhecido, um punhal coberto de sangue em suas mãos, o rosto de Manone
aparece e finalmente a explosão de resultados acontece trazendo luz sobre os
fatos até então obscurecidos, “matei Manone”, exclama com dor, mas tais
esclarecimentos não fazem sentido algum, “porque faria tal coisa repugnante”,
mergulhando em seus pensamentos não percebe a presença sorrateira de Gabrielle,
que logo que chegara usa o chakram para acertar um escudo que estava pendurado
acima da cabeça do guarda o chakram por sua vez cumpre sua missão derruba o
escudo em cima da sentinela da prisão retorna as mãos de sua dona e assim o
deixa desacordado. Ela penetra no interior da prisão e chama Acbar sussurrando.
-
Vamos você estar livre, precisamos sair daqui depressa. - enquanto exprime tais
palavras usa a chave que retirou da cintura do guarda para abrir a porta da
prisão.
Acbar
permanece em pé meio que atordoado diante da situação, “será que está de alguma
forma sonhando!” Ele sorri consigo mesmo “é talvez seja só isso, um sonho, um
louco e desvairado sonho”. Gabrielle liberta o conselheiro, e o reveste com as
roupas do guarda abatido.
-
Parece ótimo. – ela conclui olhando para Acbar que com sua expressão fechada
parece discorda de sua salvadora. – Dar para enganar os soldados.
-
Pareço mais um boboca, isso sim, pelo grande deus Osíris, alguém pagará por
esta situação. – ele diz indignado.
-
Está bem depois você pensa nisso, por ora vamos sair daqui. - agarrando-o pela
mão segue em direção a saída mais próxima para sair do castelo, já não era mais
seguro permanece naquele lugar.
Os
dois seguem passando pelos guardas sem problemas, apesar de ajudar o
conselheiro Gabrielle ainda busca respostas, “porque Acbar me atacou e o que
fazia naquele quarto onde estava a mulher morta!”, muitas perguntas nenhuma
resposta por enquanto, uma única coisa ela sabia ele estava naquela prisão
injustamente. Passaram pelo grande portão e alcançaram a rua principal, já se
fazia noite à lua reinava agora no alto do céu.
Quando
um alarme ressoa por todo o castelo e chegam até seus ouvidos seus passos
automaticamente ganham velocidade, o grande portão se fecha e ninguém mais tem
permissão para entrar ou sair.
-
Um prisioneiro escapou revistem todos, o encontrem. – grita o comandante no
alto de uma das torres.
Gabrielle
e Acbar que já conseguiu chegar às ruas correm sem direção definida, quando de
repente uma voz familiar chama sua atenção.
-
Por favor, venham por aqui. – eles seguem a figura misteriosa que se apresenta
por ora como salvador, chegando ao final da rua entram em uma espécie de casa
que logo revela uma grande escadaria chegando finalmente ao local final.
-
Chegamos. - exclama o seu misterioso anfitrião. - Mais um pouco e estaríamos
todos mortos pelos guardas.
-
Por Zeus, onde realmente estamos! – a poetisa parece momentaneamente perdida.
-
Em nome de Hórus, onde está meus modos. – surge das sombras a figura de um
homem velho, vestido de modo simples. - Sou Ancopoedd, seu servo e está é
Memsofeles. –aponta para a outra misteriosa figura que há pouco tempo a salvara
da perseguição dos guardas.
Olhando
para seu pequeno salvador Gabrielle o reconhece como o garoto que salvara de
ser morto por roubar comida.
-
É você! – fica perplexa e ao mesmo tempo aliviada.
-
Sim sou eu, meu nome é Memsofeles, e foi pela mão da sagrada Ísis, que
conseguir chegar até você que não só salvou minha vida como me ajudou. –
declara a última frase com certa alegria.
-
Você é menina- fica embaraçada por a tê-la confundido com um menino.
-
Em nosso ramo de trabalho Memsofeles é essencial. - o novo anfitrião parece à
vontade com seus novos hospedes.
-
Obrigada por nos ajudar, mas ainda preciso retorna para o castelo, uma amiga
corre perigo de vida. – a poetisa desabafa.
-
Por ora é mais seguro ficar aqui, alimentem-se e durmam um pouco, amanhã
pensaremos juntos como libertar sua amiga. Gabrielle reflete sobre a atual
situação e chega à conclusão que Ancopoedd está coberto de razão, estava
cansada, com fome e Acbar parecia pior, precisavam mesmo descansar um pouco e
combinar uma estratégia para entrar outra vez no castelo.
Ancopoedd
e Memsofeles juntamente com as outras pessoas se uniram aos novos hospedes e partilharam
um pouco de comida, bebida e suas camas, alguns dos presentes pareciam não
gostar do conselheiro real, mas por causa da poetisa o respeitavam. Muita
gentileza e caridade se fazem presente naquele minúsculo lugar pobre e
aparentemente sujo.
Gabrielle
observa tudo, e agradece no intimo de seu coração aquele momento, enquanto se
prepara para descansar um pouco, suas lembranças a levam para Xena, pensar nela
acalmava o seu espírito e revigorava sua alma, “sim a princesa guerreira esteve
comigo hoje”, conclui seu pensamento com um tímido sorriso em seus lábios.
Quando a tristeza ameaçava invadi-la pela saudade, olha para o chakram e sente
a presença da princesa guerreira, olha também para Acbar, o coitado parece meio
morto, talvez muita aventura para ele num dia só, “amanhã...” o cansaço parece
dominar seu corpo “amanhã converso com ele” desfalece no sono em uma cama
improvisada, seu companheiro de infortúnio parece também não se importar com
tal improvisação e dorme.
O
silêncio reina, todos adormecem exceto por uma sentinela que vela pelo sono de
todos os presentes no local. Uma chama permanece acesa para algum imprevisto,
porém tudo fica absolutamente tranqüilo e a noite passa sem susto.
Quando
o dia nasce renova também a esperança de todos os presentes Gabrielle que já se
encontrava acordada desde as primeiras horas daquela manhã, acostumada a sempre
dormir em alerta não deixou de perceber que durante a noite ouvia sempre um
barulho o qual ainda não entendia, mas haveria de descobrir.
Ela
se dirige para Ancopoedd, que naquele momento parece dar as últimas ordens aos
presentes que imediatamente deixa o recinto, ficando apenas no local Memsofeles
e mais duas crianças.
-
Preciso de ajuda para entrar outra vez no castelo. – a poetisa esclarece a
situação atual e relata como entrou a primeira vez.
Sentados
a mesa a refeição matinal á base de frutas como: melancia, melão, alguns
pedaços de pão e um pouco de leite de cabra, Ancopoedd pondera as informações
de Gabrielle e lhe diz abertamente.
-
Posso sim te oferecer uma entrada segura para o castelo, mas terá que oferecer
um pequeno serviço.
Eles
se olham longamente, sentados em pequenos bancos improvisados planejam o passo
seguinte.
O
dia decorre tranquilamente, no palácio tudo parece absolutamente normal, os
escravos e servos se revezam servindo os descendentes reais.
O
clima lá fora se mostra seco durante o dia o suave cantar dos pássaros anuncia um
novo dia e ao cair da noite o clima se torna mais agradável.
Dentro
do castelo dois homens iniciam uma conversa calorosa e meticulosa.
-
Amon-Rá seja minha testemunha de como devemos acelerar nosso plano, com a fuga
de Acbar tudo se tornou realmente perigoso quem o ajudou conhece a farsa
montada, não podemos mais esperar. – a voz demonstra certa preocupação.
-
Sim é verdade, contudo deve reconhecer que ao aceleramos todo o processo,
corremos o risco de sermos apanhados. – pondera o segundo individuo com
cautela.
-
Meu caro, a hora dos bravos se aproxima só o verdadeiro homem faz a sua própria
história, cautela e precisão farão parte de nossa pequena empreitada, vamos é
hora de agir, a sorte favorece aos bravos. – seguem juntos pelo imenso
corredor.
Gabrielle
respira fundo seguindo os passos de sua condutora, fazendo um trajeto diferente
de sua primeira entrada logo alcança o corredor principal e se dirige para o
grande salão oval onde acontece uma grande festa para a realeza, os príncipes
presentes em seus respectivos lugares parecem não apreciar muito tal evento. Há
uma abundância de comidas variadas mesas com carnes, aves e peixes de todas as
espécies, mesas de frutas depositadas em bandejas de ouro as frutas exóticas
como romã, e vinhos feitos a base de uva-preta, muitos nobres se fazem também
presentes a festa, taças de cerâmicas e grandes tigelas circulavam por todo
salão, um verdadeiro desfile de servos por todo o salão, quando as dançarinas
são requisitadas para diversão e deleites dos príncipes. Aos poucos elas vão
preenchendo o espaço e a dança inicia deixando os presentes com enormes
expectativas, a sensualidade toma conta dos corpos das dançarinas revelando uma
espécie de desejo lascivo nos olhares dos presentes, cada silhueta bem
esculpida se materializa diante dos olhares de seus expectadores que demonstra
enorme admiração, a cada passo executado.
A
poetisa por sua vez tudo observa procurando brechas para colocar em prática seu
plano bem arquitetado, Gabrielle dança com exímia maestria sua sensualidade se
aflora levando os presentes a uma verdadeira excitação. Ao final da dança
surgem inúmeros aplausos por parte dos nobres especialmente pelos príncipes que
de pé demonstram toda a sua alegria por aquela belíssima apresentação.
A
saída das dançarinas acontece de modo desordenado dando a Gabrielle a chance de
iniciar seu projeto. Rapidamente se mistura por entre os presentes e some,
lançando um olhar pelo corredor, percorre-o com moderada segurança, apenas se
esgueirando quando a vista algum soldado. Logo visualiza o quarto de Meopeth e
decide verificar se a porta se encontra aberta, olha e percebe uma grande
abertura na lateral “será que ela ainda estar ai”, pensa e entra sempre atenta
a qualquer movimento vê logo suas antigas vestes jogadas no chão como se aquele
local tivesse sido alvo de revista, sem perder tempo fecha a porta e se troca
se sentido mais a vontade com suas antigas roupas, coloca seus sais em suas
botas “agora sim, estou pronta para a batalha”, lançando um último olhar ao
redor do recinto decide sair e procurar sua amiga.
Mais
uma vez observa o movimento pelo corredor e não vendo a presença de guardas se
lança para fora do quarto, segue sem problemas, até o instante que para apenas
para ouvir uma conversa.
-
Onde estão os pergaminhos? – a pergunta soa como um interrogatório.
-
Eeeuuu, eeeeuuuu, naaaãaaaoooo ccoooonnnsseeeeguuuiiii. – a resposta quase
não consegue sair.
-
Que Anúbis te carregue seu inútil - a última frase é dita com raiva acompanhada
com um bofetão na face do rapaz que gagueja. – eu mesmo tenho que fazer tudo
sozinho, cercado por inúteis, cercado por inúteis. – O homem sai como um
furacão as mãos levantadas em forma de prece demonstra sua grande aflição.
-
Por Osíris, dessa vez escapei por um triz ser sacerdote é perigoso nestes
tempos. – conclui seu pensamento em voz alta, quando percebe a presença de uma
bela mulher, loira de olhos verdes e armada. – Como entrou aqui?
-
Você é sacerdote? Conhece Meopeth? – Gabrielle retira seus sais e os coloca em
posição de defesa ao perceber passos atrás de si, rapidamente ela agarra o
sacerdote pela gola de suas vestes e o empurra para uma fenda.
-
Para uma mulher você é bem rápida. – sussurra o rapaz surpreso com a habilidade
da guerreira.
Soldados
agrupados passam por eles seu destino é desconhecido para os dois que
permanecem escondidos.
–
Por Osíris o que pensa que estar fazendo! Se acharem você aqui estará morta
antes que perceba. – em sua voz denota-se certa preocupação.
-
Conhece Meopeth! - outra vez pergunta na esperança de que a resposta seja
afirmativa.
-
Sim conheço. – responde tentando se livrar do aperto que sofre em seu pescoço.
Diante
da resposta Gabrielle se enche de esperança, seus olhos brilham.
-
Onde ela estar! Onde ela estar! – quase sufocando o rapaz o empurra com mais
força para trás.
-
Em nome de Osíris eu não sei, desapareceu desde ontem, ninguém sabe dela. –
sente a pressão em sua garganta afrouxar.
Gabrielle
relaxa e solta o sacerdote, parece não acreditar no que ouve.
-Há
propósito me chamo Nebamun, alto sacerdote – se inclina- E se desejar posso te
ajudar a achar Meopeth, também estou preocupado com sua ausência.
-
Por quê? Posso saber.
Ele
baixa a cabeça e sua voz se transforma em macia e suave ao mesmo tempo.
-
Eu... Eu... Eu a amo muito, Eu a amo muito. – desabafa quase num tom de choro.
-
Então me ajude. – o segura de novo pela gola, porém com menos violência, quase
com suavidade. – O trono do Egito depende disso.
Ao
mencionar o trono do Egito Nebamun se assusta, Gabrielle, porém o põe a par de
toda a situação desde a sua chegada até o presente momento.
-
Precisamos de um plano. – o jovem se torna eufórico por participar daquela
empreitada, esfregando as mãos uma na outra parece pronto para uma grande
batalha.
-
Tenho um plano, e com sua ajuda o colocarei em prática, vamos. – ela olha para
seu novo amigo e o indaga. – Você é realmente gago?
-
Só quando pressionado. – ele sorri timidamente, baixando seus olhos
envergonhados com tal declaração diante daquela desconhecida. – Gabrielle você
é guerreira não é?
Ela
não responde faz um sinal de silêncio para ele e seguem juntos dando inicio ao
misterioso plano.
O
príncipe Menganlla caminhava a passos largos com expressão ligeiramente
carrancuda e resmunga durante seu trajeto, sua guarda pessoal composta de oito
soldados o acompanhava, aquela festa se tornara entediante desde o fim daquela
belíssima dança exótica “acham que sou boneco! Em nome de Osíris vou mostrar
quem sou eu”. Gabrielle e Nebamun o acompanham com curiosidade, até que o
príncipe adentra seu quarto e os soldados se postam na ante- entrada, os dois
se ficam a espreita.
-
E agora como faremos, não podemos passar por todos eles. - o rapaz ponderar a
situação sussurrando.
Gabrielle
apenas sorri diante da adversidade e lembra-se de várias situações quando
estava ainda com Xena, fecha seus olhos e recorda as expressões da Princesa
Guerreira “sim, sei que está comigo”, ela então inspira fundo e parte para
ação. Lançando o chakram ele ricocheteia por toda ante-entrada criando uma
distração entre os soldados postados na porta do príncipe Gabrielle aproveita e
surge com seus sais nas mãos posto em forma de defesa, um dos soldados ergue a
espada e parte para o ataque, desfere um golpe de espada tentando corta a
cabeça da poetisa que defende usando os sais, com o corpo quase colado ao do
soldado ela aplica um chute em sua virilha fazendo—se dobrar para frente e por
fim um chute frontal no rosto levando-o ao chão, ela ergue os olhos ainda
segundo suas armas pessoais e se encaminha para frente, o chakram realiza seu
trabalho derrubando quatro soldados que não conseguem se desviar,ao final a
arma mortal retorna para as mãos de Gabrielle, os três soldados restantes
formam um circulo em torno da guerreira ela se prepara totalmente concentrada,
o primeiro ataca, tentando surpreende-la por trás a poetisa usando seu instinto
ela se afasta dando um passo para trás, evitando o corte em seu abdômen,
bloqueia a espada e contra-ataca com os sais acertando ao rosto do adversário,
três saraivadas é suficiente para o derruba jogá-lo no chão, e seguida vira-se
para o próximo que ergue os punhos tentando intimidá-la com seu o seu tamanho
fora do normal esboça um sorriso sarcástico, Gabrielle olha para ele e desfere
e virando os sais em forma de ataque atinge suas mãos com incrível agilidade
furando-as, o homem urra de dor recuando, dando a oportunidade para o próximo
que corre gritando em sua direção, ela só precisa esticar o pé e derrubá-lo
quando ao mesmo tempo usa seu cotovelo em suas costas certificando-se que não
levantará tão cedo, o soldado com o furo nas mãos volta e tenta chutá-la
frontalmente ao passo que ela se esquiva e o acerta na perna duas vezes
utilizando os sais agora na posição de defesa ele sente tamanha dor e de novo
grita de repente surge Nebamun que joga na cabeça do soldado um vaso
atingindo-o em cheio.
-
Acertei em cheio. – ele vibra diante do acontecido.
Gabrielle
sorri balançando a cabeça em sinal de aprovação olha ao redor e certifica-se
que os soldados estão desacordados em seguida caminha em direção a porta do
príncipe deposita um dos sais em sua bota enquanto o outro permanece em sua mão
esquerda, com extremo cuidado abre a porta bem devagar com a ponta dos dedos
usando a mão direita, acompanhada por Nebamun eles entram e tamanha, é a
surpresa que os aguarda, de pé estar Meopeth junto ao príncipe Menganlla, em
suas faces a traço do medo se encontra por causa do barulho causada pela luta
que fora travada do lado de fora, seus corpos tremem e os dois revelando o
sentimento de pavor em face da morte. Gabrielle sorri para sua amiga, indo em
sua direção estendendo sua mão para ela na intenção de acalmá-la.
-
Agora, estar tudo bem. – olha para o príncipe. - E o que faz aqui com ele!
Nebamun
também caminha na direção de sua amada com cara de interrogação, Meopeth ao
vê-lo corre em sua direção e o abraça com força recebendo de volta o mesmo
braço afetuoso. Gabrielle olha para Menganlla buscando alguma explicação, ele
por sua vez vai até a porta e certifica-se que ninguém os ouve, volta sua
atenção para Gabrielle.
-
Precisamos sair imediatamente daqui, agora mesmo. – enfatiza as duas últimas
palavras.
Não
compreendendo muita coisa a poetisa gira nos calcanhares pega Meopeth pelo
braço juntamente com Nebamun e se lança para fora dos aposentos reais seguida
de perto pelo príncipe. Menganlla toma a dianteira e se precipita a frente de
todos logo surge mais soldados com suas espadas em mãos, rapidamente Gabrielle
pega seu outro sai, deixando o casal atrás de si coloca-se a frente e com
movimentos rápidos ela ataca, aplica um chute lateral atinge o peito do soldado
que sem esperar o ataque deixa a espada cair, o segundo faz cara de mal e corre
ao encontro dela com a espada em riste tenta golpeá-la de frente, mais uma
esquiva colocando seu pé de apoio para trás a salva de um corte certo em seu
peito, mais uma vez ele tenta girando sua espada a frente dela na esperança de
atingi-la mortalmente, antecipando o golpe trava a espada com um dos sais e com
o outro acerta-lhe o estômago ele sente e recua andando para trás diante da dor
aproveitando o momento oportuno desfere uma saraivada de golpes na região do
abdômen e do peito esse último o lança em uma queda jogando-o no chão. Eles continuam
caminhando, com cautela verificam a melhor passagem, e de repente o príncipe
para bruscamente diante de uma parede estende a mão e toca um castiçal que
revela uma passagem secreta, uma tocha se faz presente e logo o local torna-se
iluminado permitindo aos quatros desbravadores adentrar, descem uma longa
escada ouvindo a porta se fecha atrás de si.
-
Você é muito ágil para uma mulher pequena. – comenta o príncipe surpreso pela
agilidade da poetisa. – Aqui podemos ficar tranqüilos. – em sua voz é possível
notar uma faísca de tristeza.
O
casal e a poetisa procuram lugares para se sentarem seguidos por Menganlla, o cansaço
toma conta de todos, é preciso recuperar o fôlego para dar seguimento ao
projeto iniciado. Gabrielle olha para Meopeth.
-
Como vão nossos planos! – Gabrielle sorri para Meopeth.
A
pergunta surge como uma bomba para os dois homens presentes, eles olhão entre
si surpresos e ficam boquiabertos com aquelas duas mulheres, especialmente com
Meopeth que aparentemente não é uma pessoa de surpresas nem planos.
-
Tudo caminhando como combinado. Meopeth também sorri de volta para Gabrielle. –
Pensei que fossemos morrer hoje. – desabafa a egípcia.
-
Hoje ninguém vai morrer.
-
Em nome de Osíris, o que estar acontecendo? – o príncipe levanta-se de sua
cadeira mostrando indignação, com aquela situação. – Querida Meopeth não
entendo você, parece se juntar a esta mulher em alguma conspiração contra mim,
contra mim que sempre estive a seu lado.
Meopeth
também se levanta agora com Nebamun junto a ela.
-
Era preciso, estar mulher é Gabrielle, ela é amiga de Xena que no passado já
nos ajudou muito, e ela hoje salvou sua vida, meu príncipe. – diz a últimas
palavras com tom sarcástico e baixa a cabeça em respeito a ele.
O
príncipe de pé parece não entender a gravidade da situação, anda de um lado
para o outro buscando em sua consciência respostas para esse enigma que por
hora se apresentava a ele. Gabrielle então esclarece para ele tudo o que estar
acontecendo dentro do palácio e suas descobertas.
-
Não sei se posso fazer isso, parece muito perigoso. – Nebamun reclama.
Meopeth
o empurra para fora do esconderijo e o encoraja com um longo beijo apaixonado,
ele se enche de coragem respira fundo e sai.
-
Agora é a nossa vez. – a poetisa avisa aos demais.
Todos
sabem qual papel cabe a cada para dar um fim aos desmandos na cidade de
Alexandria. Gabrielle se encaminha para a sala do trono onde lá encontra o
príncipe Untape de pé e de costas para ela, examinando alguns papiros ele finge
não perceber aproximação da guerreira, continua de costas até que
repentinamente joga na direção dela um punhal que crava em uma moldura atrás de
Gabrielle graças a uma esquiva precisa, e sorri diante da própria ação
inesperada.
-
A sorte favorece aos bravos minha cara, em nome de Amon-ra serei o Egito e
ninguém poderá me impedir. – ele caminha para trás procurando manter espaço
entre a poetisa, surge guardas palacianos de todos os lados e Gabrielle se
encontra cercada, sorrindo como vilão que é continua. –Não existe uma só pessoa
para te proteger contra mim, EU SOU O EGITO, O NOVO FARAÓ. – grita a plenos
pulmões agora sem rodeiros. – Meu irmão está morto, aquela idiota da Meopeth
também, e logo verei corpo de Acbar.
Indignada
Gabrielle desabafa.
-
Engano seu príncipe Untape – fala com autoridade, nesse momento Meopeth e o
príncipe Menganlla surgem juntamente com Nebamun o sacerdote, trazendo com eles
mais soldados agora leais ao príncipe Menganlla.
-
Acabou príncipe Untape, acabou. – Nebamun desfere tais palavras como um soco no
estômago de príncipe fajuto. - A farsa terminou como sacerdote principal do
templo de Osíris, digo, não serás faraó do Egito, cometeu crimes perante aos
deuses e ao povo. – Nebamun caminha na direção do príncipe Untape furando o
bloqueio dos soldados que ouvindo as palavras do sacerdote recuam calmamente.
-
Sua mascara finalmente caiu meu irmão, pare de fingir. - Menganlla também
caminha na direção de seu irmão chegando perto de Gabrielle que a esta altura
pega seus sais e os coloca na posição de defesa.
Untape
parece não acreditar estava tão perto de conseguir o que queria, matara por
isso, para alcançar seus objetivos e subir ao lugar mais alto do Egito, tudo
parecia um enorme pesadelo ou contra tempo como gostava de pensar, manipulava
como ninguém a mente humana para conseguir o que desejava não importando sobre
quem precisava passar, “é um pesadelo, só isso”, tentava racionar buscando
desesperadamente uma saída, sua mente trabalhava de modo rápido, seus olhos pequeninos
e agora nada gentis busca uma solução, ele procurava se manter frio, um sorriso
cruel surge em sua face, e inesperadamente crava em si mesmo sobre seu peito
outro punhal que guardara, uma risada gelada enche a sala do trono e todos fica
perplexos com a cena assistida. Menganlla ainda corre tentando salvar talvez
seu irmão que outrora eram muito unidos, ele o alcança e o ampara em seus
braços e percebe que não mais nada a fazer para salva-lo. Untape sorri com
estrema frieza olha para seu irmão e diz suas últimas palavras.
-
No final... Eu venci, eu venci... - dar seu último suspiro nos braços de seu
irmão que tira o punhal do peito de Untape e debruçando sobre ele chora.
Esta
cena surpreende a todos que via em Menganlla um homem sem sentimentos
acostumado a ter tudo quando bem queria, tratava as pessoas como objeto que se
usa e joga fora, sacarmos e frieza era sua marca, mas agora ele chora sobre o
corpo daquele que o queria morto, seu próprio irmão.
Meopeth
e Nebamun assiste a tudo sem palavras acompanhados pelos guardas do palácio,
Gabrielle por sua vez fecha o circulo que se propôs a concluir. Todos ficam em
silêncio esperando as palavras do futuro Faraó do Egito. Menganlla se levanta e
se dirige até Gabrielle.
-
O Egito... – toca no ombro da poetisa. - Tem uma grande divida com você
guerreira grega, peça o que quiser e será concedido.
Ela
olha ao seu redor e pede.
-
Que o senhor permita o casamento de Nebamun com Meopeth esse é meu desejo, esse
é meu pedido, meu príncipe. – baixa a cabeça em sinal de respeito.
-
Por salvar minha vida seu pedido será para mim uma ordem, a primeira em meu
reinado. - ele sai um pouco triste, com sangue de seu irmão em suas roupas olha
para o próprio peito e se lamenta.
Os
guardas se dispersam levando o corpo de Untape para ser embalsamado, Nebamun e
Meopeth abraçam Gabrielle e agradece toda ajuda que receberam da poetisa
guerreira.
-
Nunca poderemos agradecer o suficiente por tudo que fez por nós. – desabafa
Meopeth emocionada.
Nebamun
sorri e encara a poetisa.
-
Talvez, haja um jeito sim.
Os
três se entre olham curiosos.
-
Ficará para a coroação? Meopeth pergunta.
-
Não, preciso retornar para casa, para a Grécia. – as palavras surgem com certa
tristeza que não deixa de ser percebida pelo casal. – Adeus, se dispensam do
príncipe, por mim, alias Faraó.
-
Gabrielle afinal, eu não entendi, como descobriu sobre o príncipe Untape e suas
falsas acusações! – Nebamun levanta os ombros procurando respostas.
Ela
sorri diante de tudo, pois conseguira resolver este caso, praticamente sozinha
juntando somente as peças de um enorme quebra cabeça que às vezes não fazia
sentido algum.
- Primeiro o príncipe Menganlla parecia muito cortês, aprendi com Xena a sempre
desconfiar de tudo que parece ser muito fácil,
vi em seus olhos um brilho de ave de rapina – ela faz uma pausa para respirar -
também o recado de Meopeth me chamou bastante atenção, ela falou de sua amiga
Menone e suas desconfianças, reconheci também a voz do príncipe que conversavam
animadamente com um de seus cúmplices em uma conversa muito comprometedora, ali
todos os meus sentidos se acederam. O corpo de Menone foi um choque para mim,
pois não esperava a sua morte repentina, mas causada por outros – olha para
seus amigos - O trampolim para minhas suspeitas foi à frase do príncipe Menganlla
“Meu caro, à hora dos bravos”, ali tive a plena certeza quem estava por detrás
do complô para tomar o trono egípcio.
Os
dois amigos ouvem atentamente toda a narrativa de Gabrielle, sim aquela mulher
guerreira e estrangeira mudara totalmente as suas vidas e devolveu a dignidade
do povo através da legitimidade do trono, o príncipe Untape será um grande Faraó,
toda a vergonha, a fome e a extrema miséria que o povo estava passando ficou
para trás. A guerra interna, a corrida pelo trono finalmente chegou ao fim. O
Egito estava livre da tirania, o novo governante seria um verdadeiro exemplo de
justiça entre iguais.
Ao
fim de toda a aventura Gabrielle recebe de Nebamun um presente misterioso e ao
mesmo tempo valioso, ele recomendara abrir somente quando ela estivesse
inteiramente a sós, era algo muito especial feito somente para ela, sua
curiosidade estava atiçada para abrir tal presente por sua inesperada ajuda, a
poetisa nesse momento pensava em sua amiga Xena, gostaria imensamente que a
princesa guerreira estivesse ali com ela (e de certa forma estava presente em
seu coração e em seus pensamentos), para desfrutar de todo aquele conforto.
Vai
embora deixando para trás de si, pessoas felizes com o final de sua história,
onde sua ajuda proporcionou felicidade para desconhecidos, e ela como teria seu
final feliz, sem sua amiga! Acaricia o chakram como para lembrar-se da
verdadeira dona, a esse pensamento seu coração aquece, fecha seus olhos e
visualiza a pessoa de Xena empunhando o poderoso chakram, poderia ficar horas
com essa imagem divina, mas sabia que outra aventura já esperava por ela, ao
chegar à Grécia. Sim, seu retorno valeria à pena.
FIM
PRÓXIMO CAPÍTULO:
A Princesa Guerreira cavalga sozinha
Seu passado lhe causa vergonha
Contra as forças do mundo das trevas
Ela luta por bondade, não fama
Trombetas anunciam sua vinda
Abram caminho para a Guerreira, viva!
Tambores marcam o ritmo
A princesa está de volta!