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Fanfiction: NOVO UNIVERSO - O Retorno da Lenda (cap II)








Novo Universo
O RETORNO DA LENDA



A viagem de navio parecia interminável, quando uma tempestade fez-se presente e quase afundou a nau, todos incansavelmente trabalhavam para manter o lugar limpo e na medida do possível confortável para a única passageira a bordo, enquanto isso Gabrielle procurava ficar em sua cabine para não atrair os olhares masculinos sobre ela. Os pensamentos e as recordações se misturam deitada em sua cama ela sonha com sua amiga, cenas de aventuras passadas se alternam com flash de sua morte, “é um pesadelo” se debatendo tenta acordar em vão, uma luta é travada no campo do inconsciente, de repente a imagem de Eva, (filha de Xena) ainda garotinha surge, a carroça explodindo perigo, perigo estamos caindo... Xena... Xena com uma forte explosão a poetisa acorda e volta à triste realidade, respirando fundo, três vezes, ela inspeciona o lugar com o olhar “ainda estou no navio, graças aos céus”, se levanta procura e acha a urna com as cinzas de Xena, abraça a urna como se pudesse protegê-la “onde será que Eva estar agora” lembra a última vez que a viu, em uma aldeia amazona onde quase fora morta e mais uma vez as duas (Gabrielle e Xena) enfrentam todas as hostilidades por parte das amazonas para proteger a garota.
Lentamente ela caminha por sua cabine na esperança de ordenar seus pensamentos, fecha os olhos e esfrega as mãos uma na outra, reconstrói mentalmente as palavras de Nebamun o sacerdote egípcio, ele ensinou para ela alguns feitiços para trazer Xena à vida novamente, a princesa guerreira voltaria do mundo dos mortos? Gabrielle pondera, todos os seus instintos gritam para que ela tenha cuidado com o desconhecido, sim ela já se tornara xaman quando enfrentou Alti a bruxa xamanesa, no tempo em que Xena estava grávida, porém agora sozinha as dúvidas assaltavam seus pensamentos, procura a concentração e a imagem de Eva outra vez aparece segurar aquela criança doce nos braços era a realização do sonho de família, “Xena, Gabrielle e Eva” soava bem, sorri, contudo seu sorriso não expressa felicidade e novamente é invadida pela tristeza e amargura que ataca até sua alma “preciso encontrar Eva, para lhe contar sobre a morte de sua mãe” considera esta possibilidade como um ato de esperança, afinal, Eva pertence também à família.
Depois de alguns dias de viagem finalmente ela aporta em seu destino final, se despede carinhosamente com abraço ao capitão da nau que a levou para o Egito e por meio dele obteve o regresso.
- Obrigada por tudo.  – a poetisa abraça e agradece humildemente lembrando-se de todas as adversidades, que vivera nos últimos dias e que aquele capitão de tudo fez para superar, proporcionando a Gabrielle uma boa viagem.
- Boa sorte em sua nova jornada. – ele retribui o abraço com devido respeito, na separação segura as mãos dela entre as suas e diz. – Espero que encontre o que procura, á esperança é última lâmpada que não pode ser apagada.
Um sorriso amarelado surge na face Gabrielle, sem olhar para trás, se afasta do capitão, sem demora se encaminha para o centro da aldeia, seu olhar meio perdido luta acreditando que no final o amor vencerá, pois só ele, o amor é imortal em toda a sua essência. Enquanto isso na cidade de Patras, esta sendo realizada uma grande feira da cultura, pessoas de diversas áreas circulam por Patras procurando oportunidades de emprego, que através da feira foi criada. Gabrielle apenas observa tudo sem que nada chame sua atenção, vasculha olhando ao alto todas as construções presentes e procura uma taverna para comer, beber e descansar um pouco. Ao entrar, escolhe uma mesa ao canto tendo a parede as suas costas, com a visão privilegiada visualizando com nitidez a entrada do estabelecimento, coloca sua escassa bagagem sobre a cadeira quando o dono do local vem atendê-la.
- Em que posso servi-la. – ele lança um olhar de quase desdém, pois acredita que os guerreiros são as criaturas mais desprezíveis da face da terra e só traz prejuízo para o seu local de comércio, seu ganho, disfarça sua empatia e oferece o cardápio.
De olhos baixos ela aceita e faz o seu pedido, procura o que quer comer.
- Um... Deixe-me ver, uma sopa de miúdos de galinha acompanhada de pedaços de pão, vinho e um quarto para descansar. – olha para seu atende, entrega o cardápio e agradece.
- Obrigada, é só isso.
Saindo, ele providencia a refeição de sua cliente que degusta tudo sem problemas, por fim Gabrielle paga ao dono da taverna cinco dinares e se encaminha para o quarto situado acima do estabelecimento, acompanhada por uma jovem que a observa com grande vivacidade. Sobem juntas, um lance de escadas com onze degraus.
- Se pudesse, queria também ser uma grande guerreira. – a menina expressa sua opinião na esperança de ser ouvida, fixa seus grandes olhos verdes em Gabrielle. – Desde menina aspirava por isso, pelos deuses... - se anima com a própria voz – daria minha vida para ter a mesma vida que você tem as aventuras, o perigo. – é possível sentir uma verdadeira fascinação em sua voz infantil.
A Rainha Amazona olha com certa doçura para aquela inocente criatura e desabafa.
- Se ama sua vida, tenha orgulho do que é agora, a guerra, a disputa, não enobrece a alma, só o amor salva, constrói e fortalece o que quebrou, pode não entender o que falo nesse momento, mas com o passar do tempo entenderá.
A garota que aparenta não mais que quinze anos de idade se mostra frustrada com aquela inesperada resposta vinda de uma guerreira, ela dar de ombros, remexe os lábios num vai e vem, chegando finalmente ao quarto tão esperado pela poetisa, a menina destranca o aposento que aparenta está fechado há muito tempo á julgar pelo odor de poeira.  A garota permite que a poetisa entre e se afasta com discrição, fechando a porta atrás de si. Ao entrar Gabrielle joga suas coisas no chão e a passos lentos chega até a cama, experimenta sentando e sentindo algum desconforto levanta se agacha e lembrando-se da urna que estar na sacola que carregava junto ao peito, com remorso rapidamente vasculha busca o objeto em questão achando-o em perfeito estado.
- Graças aos deuses, estar inteiro, - abraça com força a urna. - Não me perdoaria... – começa a soluçar quase num choro. - Não me perdoaria... Se algo acontecesse com ela. – olha firmemente para aquele objeto de esperança. – Estar segura agora Xena.
Caminha outra vez na direção da cama, agora nem dar por conta do desconforto anterior, deita-se abraçada com a urna e deseja ser agraciada com belos sonhos. Sem perceber mergulha em mais de seus sonhos dourados. Sonha então com a imagem de Eva - Lívia que aos poucos se misturam formando um pesadelo “Xena me salve” em seus sonhos ela estar quase caindo e estende a mão para a princesa guerreira que tenta alcançá-la, mas Lívia surge e tenta matá-la, ela em um impulso se agarra em uma corda e alcança a superfície, pega seus sais e se aproxima de Eva - Lívia para dar cabo de sua vida, Xena corre para impedi-la, contudo mais rápida Gabrielle derruba Eva – Lívia com uma rasteira levando a herdeira de Xena ao chão enquanto a poetisa se aproveita da situação e quando se prepara para desferir o golpe final tendo os sais em posição de ataque ela olha para trás e ver Xena gritando “NÃO”, ao mesmo tempo, que tudo ao seu redor congela.
- É o que realmente seu coração anseia? – pergunta o arcanjo Miguel, a uma Gabrielle completamente desnorteada pelo acontecimento.
Parece não acreditar em seus olhos, “estar realmente vendo o que pensa que estar não, nada é verdade, estou só sonhando” acrescenta em seu intimo na esperança de entender algo. O arcanjo Miguel de pé encara Gabrielle sua armadura reluzente demonstra que sua missão é de grande importância, balança a cabeça desejando responder as inquietações de sua sonhadora.
- Isso parece, mais não é um simples sonho, eu estou realmente aqui para realizar uma ordem de meu Senhor, Deus Todo Poderoso. - Gabrielle encara com grande desconfiança, incrédula reza em seu coração para tudo terminar e que ela possa acordar.
Novamente Miguel intervém se aproximando dela o bastante para sussurrar em seu ouvido, agarrando seu braço com gentileza.
- Eu te afirmo isso não é um sonho, e trago boas novas para você, tenho ordens para que retornes para um lugar importante, um acontecimento que marcou a sua vida e de Xena, todavia só terá uma única chance. – com os dois dedos em ristes Miguel se afasta de Gabrielle para dar espaço para pensar na oferta.
Esfrega os olhos com as mãos procurando despertar do que julga ser um pesadelo, “não Miguel nunca me ofereceria tal coisa, com certeza deve ser Lúcifer com seus truques baratos”, esse pensamento deixa seu coração em alerta. Ao passo que o arcanjo permanece intacto diante dela e sorri com brandura cruzando os braços sobre o peito.
- Não tema Gabrielle, sou eu mesmo Miguel e se estou aqui não é por vontade própria, pode acreditar. – enfatiza suas palavras ao máximo.
- O que quer de mim afinal, Xena estar morta, Eva não sei onde estar, e quanto a mim... Estou no fim. – tristeza nas palavras.
Outra vez Miguel se aproxima pega gentilmente suas mãos e as segura perto de seu peito.
- Poderá escolher qualquer passagem na vida de vocês e verá A VIDA novamente fluir, o que meu Senhor promete, ele sempre cumpre.
Com os olhos marejados, ela tenta se conter e abre seus ouvidos para escutar aquela proposta aparentemente louca, mas vira outrora tudo o que Eli realizou tendo como base a fé no Senhor do amor, que atualmente ela própria desconhecia, a respiração parece mais pesada ela fecha os olhos na esperança de que Miguel desapareça “não pode ser verdade... simplesmente não pode ser verdade”, parecendo tudo pressentir Miguel olha para ela balança a cabeça novamente e em suas mãos, agora livre das de Gabrielle, surgem duas imensas bolas de fogo que aos poucos sobem diante dos olhos arregalados da poetisa.
- Escolha... Escolha a passagem que deseja retornar. Escolha, Gabrielle a passagem que deseja retornar. – abrindo os braços Miguel sorri e fecha seus olhos.
Em seu intimo Gabrielle recorda o exato momento que deseja com todo ardor poder voltar, fechando seus olhos acredita firmemente na presença divina, “sim, estranho ele não me pediu nada em troca, como minha alma, e sinto... que uma grande paz inundava meu ser”, em seus lábios um sorriso de esperança surge e ela se sente confortada.
- Vá Gabrielle e se lembre o meu Senhor não toma nada, Ele recebe de bom grado tudo o que lhe oferecido, o livre arbítrio é seu e, além disso, “A bondade do Senhor é tão grande sem confim e se estende por toda a terra”.
As bolas de fogo se misturam e rodopiam envolvendo o corpo de Gabrielle em uma grande esfera de luz.
Ouvindo as últimas palavras de Miguel, Gabrielle mergulha num mar de escuridão seus olhos busca com sofreguidão a luz que teimosamente não aparece, “será esse então meu fim!”




Tudo aparenta tranqüilidade, quando de repente ela estar novamente na carroça, com Xena guiando, sendo perseguidas ferozmente pelos deuses, “não acredito em meus olhos Xena estar viva”, esfrega os olhos para poder acreditar na sua visão sente desejo de abraçá-la fortemente, mas o momento não é propício para extravasar seus sentimentos ela entende tudo o que se encontra em jogo, a vida da pequena Eva e a chance finalmente de poder criá-la, juntas, como uma família que há muito tempo ansiava em formar, quando como um dejavu tudo acontece muito rápido como um cometa, a carroça cai e em seguida explode Gabrielle é lançada longe, sente as mãos de sua amiga sobre si ouve seu choro, mas não consegue se mexer, queria contar para ela que é na verdade um dejavu, uma segunda chance para as três. Depois tudo se apaga novamente a escuridão toma conta de tudo, “eu acredito, eu acredito” grita forte dentro de si.
Nisso algo acontece, um grande estrondo precede a certeza do milagre, pedras rolam e a luz vence a escuridão finalmente a senhora liberdade assumiria outra vez o controle da situação. Gabrielle se remexe em seu “sarcófago de gelo” suas mãos pequenas se moviam com aparente dificuldade, seus olhos se abriram tentando se adaptar aquele local estuda com cuidado onde estava e sim ela lembra, a realidade a pega de surpresa ela pôde então ver a concretização da promessa feita através do arcanjo Miguel “Ele cumpriu o que prometeu”, sorri consigo mesma dando-se conta de onde estava afasta com dificuldade afasta a enorme pedra de gelo e, ao seu lado a princesa guerreira que ainda dorme, “quanto tempo será que passou?” no mesmo instante Xena acorda num átimo repentino ela também se levanta e também rompe a tampa de gelo, as duas saem daquele sepulcro procurando se ajustar a nova realidade Xena por sua vez não perde tempo pega suas respectivas armas, espada e chakram e as coloca nos respectivos lugares de onde nunca deveriam ter saídos. Uma grande alegria invade o ser de Gabrielle, a poetisa, olha para a princesa guerreira que só demonstra grande preocupação com a segurança de seu bebê.
-Vamos Gaby, preciso buscar Eva. - Xena fala preocupada.
Gabrielle por sua vez observa aquela mulher com grande admiração, seus olhos brilham de felicidade, fato que passa despercebido por sua amiga, no momento seu foco estar em encontrar outra vez sua filha pequena. A poetisa compreende a situação e sabe que depois haverá tempo para tudo, pois o mais importante ela conseguiu, que foi retornar.  Não guardaria nenhum segredo para Xena, contaria tudo desde a sua morte até o presente momento, mas por hora precisaria manter o segredo, pois sabia que o momento oportuno chegaria e finalmente sua tão sonhada felicidade tomaria forma, “uma família”, ao pensar nessa frase um largo sorriso se estampa em seu rosto e seu coração se sente super aquecido. Em seu pensamento um novo soneto se agrupa encontrando formas harmoniosas que mais tarde ganharia vida em seus pergaminhos e novamente cantaria com mestria as proezas da princesa guerreira e as contaria mais tarde para a pequena Eva.


A Princesa Guerreira cavalga sozinha
Seu passado lhe causa vergonha
Contra as forças do mundo das trevas
Ela luta por bondade, não fama
Trombetas anunciam sua vinda
Abram caminho para a Guerreira, viva!
Tambores marcam o ritmo
A princesa está de volta!









Caminhar juntas outra vez parecia longe da realidade tal feito, mesmo que o caminho seja para trilhar mais uma aventura ao lado guerreira de longos cabelos negros e olhos azuis tudo vale à pena, ela esta linda em sua roupa de couro tão conhecida entre amigos e inimigos, tenta desviar o olhar, retrair seus pensamentos e focar em sua nova missão de resgate, mas Gabrielle sabe que terá que utilizar todas as suas forças para vencer mais uma batalha, a do seu coração.
- Pelos deuses Gaby, temos que alcançar Octávio logo, não se sabe quanto tempo às lágrimas de Celesta fez efeito em nós duas. – Xena caminha com muita pressa ao lado de Gabrielle pensando na pequena, preocupada ela não esconde a saudade que sente de sua filha.
- Não se preocupe vamos encontrá-la logo, tenho certeza disso. – tenta tocar no ombro de Xena tentando consolá-la e ao mesmo tempo alcançar-la
- Eva é tão pequena e tão frágil... – parando aos poucos coloca as duas mãos na cintura e as mãos entre o rosto - Não me perdoaria se algo acontecesse a ela.
- Xena acredite, vamos encontrar nossa filha.
Ouvindo as últimas palavras de Gabrielle, Xena para definitivamente e a olha com intensidade, “será que ouvir direto”, a Princesa Guerreira refleti, e sorri.
- “Nossa filha”, - um sorriso largo mostra seus dentes perfeitos, ela segura sua companheira pelos braços e aperta com ternura – Gabrielle foram às palavras, doces que escutei, nossa filha... Ela é nossa filha.
As duas se entre olham por um longo tempo, os olhos buscam ver a alma de cada uma, um aroma doce de folhas secas caindo no chão anunciam a chegada da primavera, é possível ouvir os cânticos dos pássaros, as mãos de Gabrielle se esticam para massageia o ombro de Xena com extrema delicadeza que a essa altura mergulha nos cálidos olhos verdes de sua amiga, as duas ficam como que paralisadas contemplando uma a outra, de repente elas escutam um lamento de dor e à hora da candura encerra.
- Ouviu... Pssssss – Xena se afasta de Gabrielle e retesa seu corpo para melhor obter um melhor resultado, coloca dois dedo frente a sua boca para indicar silêncio que prontamente é obedecido pela sua companheira.
O som aos poucos desaparece e levando consigo o seu conteúdo.
- O que acha que era Xena?- Gabrielle agradece aos deuses, ou seja, lá quem for que provocou aquele barulho, “tenho que me controlar, tenho que me controlar”, diz para si mesma tentando buscar sobre si controle.
Xena ainda permanece imóvel por um longo tempo seus ouvidos treinados ficam atentos a qualquer movimento ou ruídos. Vira para Gabrielle e a puxa pelo braço com força para continua a caminhar.
- Precisamos encontrar Eva, seja lá o que for já foi. – encerra a conversa e retoma a caminhada com a poetisa ao seu lado. As duas percorrem um longo trecho e por um tempo se encontram “perdidas”, Xena parece não acreditar, olha ao seu redor procurando algo conhecido. Seus olhos lutam e a dura realidade se apresenta.
- Estamos perdidas Gabrielle. – suas palavras ressoam preocupadas.
- Vamos perguntar para alguém! – sugere Gabrielle tentando confortar sua companheira de viagem.
Juntas continuam a caminhar até chegar a um pequeno vilarejo.
- Senhora... – Gabrielle se aproxima de uma anciã. – Onde estamos?
A pequena senhora rechochunda responde desconfiada.
- No Sopé do Monte Etna.
- Monte Etna? Como... Como chegamos aqui. – Gabrielle parece não acreditar.
Gabrielle e Xena se olham, a guerreira de cabelos negros logo semicerra seus olhos e a raiva toma conta dela porque se lembra de seu algoz.
- Ares... Ares, apareça, eu sei que você está aqui, apareça.
- Me desculpe, mas Ares não é isto visto por essas bandas desde que Xena a princesa guerreira morreu.
Xena não acredita em seus ouvidos. , uma bomba parece explodir.
- O que disse mesmo!
- Sim, Xena a princesa guerreira morreu cerca de um ano, todos sabem disso.
Xena empalidece “Eva, meu bebê”, uma mistura de choro e raiva se apossa da princesa guerreira, sua garotinha havia sumido, precisava reuni todas as suas forças para encontrá-la, Gabrielle percebe todo o redemoinho que acontece no interior de sua amiga.
- Xena...  - olha-a no fundo dos olhos – Vamos encontrá-la não se preocupe, nós duas vamos encontrá-la.
A guerreira aquiesce e aceita o conselho e o conforto da poetisa, as duas se despedem da senhora rechonchuda.
- Xena preciso comer algo. – Gabrielle reclama da fome que parece corroer suas entranhas leva suas mãos até seu estômago demonstrando assim veracidade em palavras, Xena a olha com certa frieza queria a qualquer custo encontrar sua pequenina e Gabrielle fala de comida, “será que ela não entendia, a vida de Eva corria perigo de outra forma”, ainda assim ela acata o pedido de sua amiga e adentra a taverna talvez encontrasse alguma informação sobre Octávio, porém, algo logo lhe chama atenção aquele lugar parecia um pouco sombrio e estranhamente vazio para àquela hora do dia que certamente seria a hora da refeição do meio dia, “alguma coisa estava acontecendo”.
- Onde será que estão todos? Gabrielle também estranha o fato novo que se apresenta.
As duas caminham na mesma direção buscando uma mesa vazia ou lugar um pouco mais confortável. Xena desvia a direção e se encaminha ate o balcão enquanto Gabrielle se encaminha para a mesa ao fundo.
- Por favor, preciso de uma informação. – Xena debruça sobre o balcão apoiando seus braços, fazendo o gesto de chamar o taverneiro.
O homem gordo e pequeno leva um grande susto ao reconhecê-la, fica paralisado não acredita em seus olhos que parece lhe pregar uma peça.
- Não pode ser... Não pode ser... Vo...cê estaá morta. – as palavras são balbuciadas em meio ao nervosismo, mãos tremulam num misto de alegria e num certo medo, “serão elas fantasmas”.
Xena encara o homem buscando em sua memória a lembrança daquele rosto que logo ganha vida dentro de suas lembranças. Logo sorri dando a entender ao homem que tudo estava bem.
- Pireus é você mesmo, meu velho. - estende a mão para ele que sem demora aperta a mão da guerreira buscando num misto de alegria e veracidade.
- Xena, Xena pensei que estivesse morta, alias muita gente acredita na sua morte. – finalmente fala abertamente e sabe que fala com uma mulher viva, seu sorriso largo ilumina seu rosto que outrora se mostrava sombrio. Ele se lança através do balcão para abraçar a velha amiga, seu abraço é gentil e caloroso e encontra recepção em Xena. Gabrielle curiosa ao ver tamanho abraço dar a volta e vai até o balcão para ver o que está acontecendo, afinal, “porque aquele homem está aos abraços com Xena”, sentia ciúmes de sua amiga?
Xena por sua vez, o abraça forte contra o peito demonstrando toda a sua afeição, se afastando o examina procurando sinais do tempo.
- Você está ótimo, não envelheceu um só segundo. – graceja para seu amigo.
- Olha para você não estar morta como dizem, hoje é um dia de comemorações – dando um salto retorna para trás do balcão procurando bebidas. – Onde será que você estar... Onde estar.
Xena sorri na direção de Gabrielle ao perceber sua chegada, seus olhos demonstram dúvidas e certa inquietação, ela balança a cabeça procurando entender o que acontece exatamente, Xena estende o braço esquerdo para acolhê-la convidando-a a se juntar, Gabrielle com um gesto de cabeça aceita o gentil convite de sua amiga e senta-se ao lado dela.
- Este é Pireus um velho amigo, grande velho amigo de longas batalhas, cavalgou comigo há muitos anos. – aponta para o homem.
- Ouvir falar de você poetisa – ele grita dos fundos para onde foi procurar a tão esperada bebida na esperança de comemorar o retorno a vida de sua velha amiga – Gabrielle, não é – grita as últimas palavras com orgulho.
As duas se entre olham e ao mesmo tempo sorriem juntas, “nossa como é lindo seu sorriso”, ao perceber seus pensamentos ela recolhe o sorriso repentinamente e cora baixa a cabeça e reza aos deuses na esperança de que Xena não tenha percebido sua rápida mudança de humor, mas a outra desvia o olhar de Gabrielle e se concentra em seu amigo Pireus, que volta com as garrafas convidativas para a celebração.
- Gabrielle não é mesmo – continua com a pergunta – ouvir muito falar de você e seus famosos pergaminhos, Gabrielle poetisa e guerreira. – demonstra todo seu conhecimento.
- Poetisa e guerreira, eu gostei. – Xena graceja mais uma vez, abre seu largo sorriso e coloca a mão direita sobre o ombro de Gabrielle.
Gabrielle mais uma vez cora com o elogio da amiga e desvia o assunto procura obter informações sobre o que aconteceu ali.
- Porque a taverna esta tão vazia parece um cemitério. – enfatiza Gabrielle.
Pireus dar de ombros e olhando ao redor de seu estabelecimento uma nítida tristeza o invade. Pensar que acerca de um ano aquele local era cheio de vida, as mesas sempre cheias de clientes famintos e sedentos, homens e mulheres freqüentavam o local que agora estava entregue as moscas, sim é isso que a guerra trás, pobreza, fome e muita, muita miséria. A taverna de Pireus era uma das mais movimentadas não que existissem muitas tavernas a mais próxima ficava muito distante, contudo seu estabelecimento era bem enfeitado, era um local alegre. Hoje não passava de um lugar sombrio e vazio, escuro cheio de poeira, com freqüentadores não muito sociais como pulgas e pequenos ratos, entre outros. A chegada dos soldados só trouxe dor e lamento. Os soldados invadem o povoado roubam tudo o que aldeões plantavam, arrasam suas casas, matam os homens e vende às mulheres como escravas, isso é o que a guerra faz, ela leva o ser humano ao estado de animal sedento por sangue e ganância. Aquela taverna é um grande exemplo antes havia milhares de pessoas no vilarejo hoje só um punhado sobrevive, um punhado de pessoas pobres e debilitadas. Pireus sente que o seu negócio chegou ao fim, enquanto a guerra perdurá haverá milhões de famintos miseráveis perambulando em todos os lugares do mundo. “Sim isso é o que a guerra faz”, analisa Pireus que coloca Xena a par de toda a situação presente, dando informações preciosas sobre a guerra de Octávio contra Lépido.
- E sobre uma menina pequena, ainda de colo... – ela pausa a própria voz com certo temor do que irá descobrir - Você ouviu alguma coisa.
Pireus pensa por algum tempo e ao final responde.
- Criança, não... Não vir nenhuma criança assim, porque pergunta! – ele parece admirado por Xena buscar informações de uma criança pequena e não detalhes do decorrer da guerra travada entre os romanos.
Xena respira fundo olha sua companheira de viagem com uma certa tristeza no olhar seus pensamentos parecem um pouco confusos, ela passa sua mão aberta entre os cabelos, Gabrielle também mostra uma aparência um pouco cansada e agora também preocupada, “sim estamos exausta precisamos de uma pausa”, ela reflete em seu intimo, Xena por outro lado pondera toda a situação e toma uma decisão.
- Pireus precisamos de um quarto para uma noite, mais só temos um pequeno problema... – sua voz ressoa sem jeito - não tenho dinares.
Pireus sorri alto com uma sonora gargalhada, novamente pula o balcão dessa vez com as garrafas na mão caminha ate a mesa mais próxima e convida suas amigas para o acompanharem.
- Venha princesa guerreira, e você também poetisa, vamos brindar a vida que retorna do mundo dos mortos e não se preocupem com mais nada, terão o quarto para descansar. – abre a garrafa de vinho uma iguaria naquele momento – Venham amigas.





Todos se sentam e partilha à bebida, Xena por sua vez com sua expressão preocupada e carrancuda não toma parte da conversa que Pireus trava com Gabrielle. Mais tarde eles a encaminham até o quarto.
- Obrigada pela gentileza amigo. - agradece com certa ternura em sua voz, reconhece que aquele momento não é propicio para caridades, porém não tinha muitas alternativas a não ser apelar.
 - Não precisa agradecer quantas vezes você salvou minha vida, um milhão de vezes, talvez mais. – ela caminha ao lado delas segurando um velho candelabro com duas velas- É no final do corredor.
Ao chegar ele abre a porta com extrema delicadeza fazendo uma reverência para a Rainha Gabrielle, que contara para ele um pouco de sua vida pregressa, Pireus agradece a companhia das duas mulheres e se despede delas com um grande sorriso estampado no rosto.
- Adorei seu amigo - Gabrielle comenta tentando puxar assunto, pois Xena ficara a maior parte da conversa introspectiva.
Ela entra primeiro que Gabrielle olha o quarto, vai até a cama puxa uns lençóis e joga no chão deitando-se. A poetisa quieta observa tudo.
- Xena, a cama é bastante espaçosa, cabe nós duas tranquilamente. – graceja tentando chamar sua atenção mais sua companheira continua muda.
Deitada de bruços no chão fecha os olhos e finge dormir, “não entendo, Gabrielle parece não se importar com o desaparecimento de Eva, primeiro parecia preocupada agora... agora”, esconde sua expressão chateada, e por fim o sono finalmente vence tomando-a nos braços. Gabrielle tenta em vão chamá-la.
- Xena... Xena, esta acordada – só o silêncio reina Gabrielle sente a tristeza sabe que algo aconteceu só não sabe o que, seja lá o que for irá descobrir quando a princesa guerreira acordar.
Finalmente o dia nasce trazendo com ele esperança, os raios de sol invadem o aposento, a primavera enche o quarto com o doce aroma de flores e folhas caindo dos galhos, nem parecia que havia sinal da guerra ali, a natureza não tomava conhecimento desse fato ocorrido.
Xena como sempre já havia se levantado nos primeiros raios de sol, Gabrielle censurou-se por esta falha, devia ter se levantado mais cedo. Resmungando arruma rapidamente a cama e decide procura a sua companheira, quando ela de repente adentra o quarto, a expressão parecia mais suavizada.
- Gaby precisamos ir, tenho informações sobre o paradeiro de Octávio, mais precisamos correr. – fala de modo prático e preciso sem mais delongas.
“A chamou de Gaby então não estar mais zangada”, um mini sorriso surge em sua face rosada, Xena chega perto de Gabrielle e procura auxiliá-la ajudando com a arrumação, toca e alisa o ombro da poetisa com carinho, mergulha nos cálidos verdes olhos com ternura.
- Gaby... - tenta iniciar com calma – Gaby sobre ontem... Eu peço desculpas estava... Muito cansada... – Gabrielle pousa a mão direita sobre os lábios de Xena, não precisava dizer mais nada, a princesa guerreira aparentava pura exaustão, realmente Gabrielle não perceberá o quanto ela estava preocupada com Eva, estava mais que na hora de por um fim nessa situação.
- Xena já podemos partir, vamos achar nossa pequenina, eu é que peço desculpas, me desviei... – agora é a vez de Xena colocar a mão sobre os lábios de Gabrielle, mais uma vez ficam paralisadas analisando uma a outra em silêncio, a respiração aos poucos se torna cada vez mais difícil, Gabrielle passeia com as mãos sobre a face de sua amiga que sente o toque suave da poetisa ela fecha os olhos e sua mão cai para perto de seu corpo que parece ganhar vida própria, Xena desfruta aquele carinho inesperado por parte de Gabrielle, de repente elas se assustam, um toque na porta do quarto é ouvida pelas duas mulheres a carícia é interrompida e Xena voltando a si se afasta rapidamente corada e desconcertada.
- Xena trouxe tudo que pediu- grita Pireus atrás a porta.
- Obrigada Pireus já estamos saindo. – olha pelo quarto buscando um assunto novo, sorri para Gabrielle – já arrumou tudo?
De costas a poetisa responde procurando esconder suas faces coradas, “quase pedir o controle, foi por pouco, pelos deuses... Quase.
- Gaby, vamos. – Xena se impacienta com a demora da amiga.
As duas saem do quarto e já são aguardadas por Pireus que espera as pacientemente, logo sua espera é recompensada, ao visualizar as duas guerreiras.
- Têm dois cavalos a frente da taverna com provisões, é tudo que posso fazer e te desejar boa sorte. – ele se entristece com a partida delas, mas sabe que é preciso, a viagem delas é uma missão de resgate.

As duas agradecem profundamente e partem.








Silêncio ao longo do percurso. “Será que Xena ficou chateada com as sua audácia em acariciá-la, ou é só preocupação, deve ser só preocupação, preciso pensar assim”. As passagens se mostram dificultosas, “as estradas principais foram bloqueadas por inúmeros soldados, ainda bem que Pireus nos alertou”, ponderou Gabrielle, ela segue silenciosamente a princesa guerreira que se mantinha em continua alerta, de vez em quando descia do cavalo e verificava o terreno a procura de pistas, seu olhar atento não deixava nada para trás, Gabrielle se mantinha taciturna, e imitava todos os gestos de sua amiga quando descia e verificava a área, desviavam continuamente da presença de soldados romanos, não queria tão cedo um enfrentamento, estava à caça de certo homem e não pararia por causa de soldados ralés. Quando o orvalho da tarde já anunciava o fim do dia, elas decidem parar a procura de abrigo.
- Não adianta continuar na escuridão - Xena desabafa frustrada, ela desce do cavalo e logo é imitada pela poetisa.
- Vamos encontrar Octávio e conseqüentemente Eva, tenho certeza de que ela estar bem. – Gabrielle mais uma vez tenta animar a amiga.
Xena assente e procura montar acampamento quando ouvi gritos, vindo do seu lado esquerdo, seu corpo logo retesa imediatamente ela se agacha e vai até a origem dos gritos que não se encontra muito longe dali, pedidos de socorro carregados de dor e lamentação. Por entre as folhagens identificar os uniformes de soldados romanos.
- Gabrielle, chegarei até lá. – procura tranqüilizar a poetisa.
- Corrigindo Xena, nós duas vamos. – Gabrielle enfatiza sua decisão.

Xena não discute quando a vidas em perigo e esse não um momento propício para discussões inúteis, ela se levanta fixa seu olhar nos opressores de Roma e vai para cima deles. Com um salto triplo seguido por grito de batalha Xena se coloca no meio do conflito, avaliando as possibilidades de salvar vidas encara o primeiro que vem correndo em sua direção ela se desvia para a esquerda ao ver que o soldado tenta atingi-la com a espada cujo golpe cai no vazio, ela sorri diante de tão fraco desafio, desfere no rosto do soldado dois chutes laterais, esquerda e direita e por último um simples soco frontal o leva ao nocaute, continua caminhando quando o próximo se aproxima Xena leva suas duas mãos a frente de seu corpo (montando base de boxeador) seu sorriso sarcástico enche o inimigo de raiva, ela aplica nele dois tapas de mão aberta, um soco no estômago, ele forte e tomba, mas não cai, outro se aproxima por trás tentando surpreende-la ela pressente com um salto simples se coloca atrás do homem que pretendia pega-la por trás, ele vira e fica de frente para ela que logo lhe aplica uma cabeçada, puxando o homem pela gola da vestimenta, ele acusa o golpe recuando ela então usa o dorso da mão direita e com força acerta-lhe o queixo dele que finalmente cai por terra, logo ela vê Gabrielle em meio à batalha, as pessoas correndo para todos os lados desorientadas, a poetisa então busca com seu olhar de águia a princesa guerreira que parece se divertir na luta derrubando sem muito esforço seus opositores, o povo percebe as duas guerreiras lutando e também decide lutar em vez de fugir, Gabrielle corre ao encontro das mulheres e crianças para retirá-las do meio do conflito levando-as para um depósito, um lugar seguro e depois também se junta a Xena e as duas lutam a lado a lado. Percebendo a presença da amiga as suas costas a princesa guerreira sorri para si mesma, satisfeita, as duas então colocam para correr os soldados romanos.







Xena parece brincar de lutar dar seu grito de guerra habitual e se aproxima de uns soldados o primeiro recebe um chute giratório em seu rosto seu oponente logo cai desorientado, o segundo parece hesitar ainda sim decide enfrentar aquela mulher fora do comum, ele avança com a espada em mãos tenta uma, duas, três vezes, acertá-la, mas Xena se esquiva com o corpo e com um salto mínimo como sempre sorri mostrando seus lindos dentes acerta-o com um chute frontal em seus órgãos genitais o qual se curva de dor e caindo no chão, nesse instante dois soldados tenta agarrá-la pelas costas, ela percebe a presença deles e com as mãos fechadas abre os braços cada um de um lado e acerta cada um em seu maxilar depois ainda de costas desfere duas cotoveladas uma por vez com tamanha rapidez e força acertando o estômago dos homens que automaticamente se curvão e por fim dois chutes uniformes na altura das canelas põe os soldados fora de combate, nesse ínterim Gabrielle também coloca suas habilidades de guerreira em prática enfrenta o primeiro colocando os seus sais em posição de ataque se defendendo-se do golpe da espada no alto com os braços estendidos para cima num rápido movimento chuta as canelas do soldado, depois aplica dois chutes na altura do abdômen e por último acerta- no queixo com o cabo do sai esquerdo usando toda a sua força física, o homem então cede e cai, enquanto isso no lado direito Xena retira sua espada e a gira quatro vezes com a mão esquerda, sua habilidade com ambas as mãos fez dela uma mestra na arte da luta com a espada, mantendo sua mão direita à frente de seu peito ela cerca o soldado que vendo o domínio daquela mulher com a espada foge de medo. Podem-se ver nesse momento os soldados debandando-se para todos os lados o povo comemora a liberdade.
- Conseguimos, viva, viva- as pessoas gritam uníssono.
As duas procuram se misturar quando um homem de mais ou menos quarenta e três anos se aproxima das duas mulheres guerreiras.
- Agradeço as duas, sei que nos ajudaram e sem ajuda de vocês não conseguiríamos essa vitória... – procura aperta a mão de Xena que também estende a mão para ele – Os homens de Lépido não nos dão sossego, obrigado. 
Xena ouve aquele nome de novo estava Lépido perto dali!
- Onde ele estar esse Lépido! – Indaga a princesa guerreira.
- Não sabemos ao certo ele sempre se locomove após a pilhagem, como não conseguiu nada aqui, pode estar em qualquer lugar.
- Precisamos achá-lo. - enfatiza Gabrielle
Xena ao lado esquerdo de Gaby observa e nota o medo estampado no homem, que aos poucos parece recuar diante das duas nesse instante, outros aldeões se aproximam do trio e um desconhecido grita no fundo:
- Sei bem onde esse famigerado estar escondido. – a voz aparenta jovialidade. Olhares se voltam para ele que de pé permanecia imponente em sua posição ereta, orgulhoso de sua própria coragem diante de seus irmãos de infortúnio, um sorriso sarcástico surgem em sua face o que deixa Xena no mesmo instante com certa raiva.
Xena passa por todo mudo e chega até o rapaz que gritou agarra-o pela gola de sua camisa surrada pelo tempo semicerra seus olhos e o eleva do chão.
- Onde ele está espertinho. - parece fora de si por um instante.
Gabrielle caminha atrás da princesa guerreira e chega a tempo de pará-la já que estava a ponto de sufocar o homem a sua frente, seu descontrole estava assumindo forma.
- Xena se matá-lo como saberemos. – de repente passos atrás de si revelam um dos soldados retardatário - Olha um dos soldados ainda estar aqui. – as duas olham na mesma direção.
Xena, porém é mais rápida do o fugitivo com um salto acrobático perpendicular fica em frente ao azarado homem, rapidamente aplica seu golpe de pressão no pescoço do soldado que logo cai de joelhos levando as mãos na área em que o golpe milenar foi aplicado.
- Cortei o fluxo de seu cérebro em trinta segundos morrera.
O homem com bastante dor pergunta ao seu algoz.
- O que... O que... Quer... Saber! – se contorce ao formular essa simples pergunta.
- Onde se encontra Lépido e qual a ligação dele com Octávio! - de pé parece impaciente pela resposta que talvez revele o paradeiro de sua pequena.
- Ele... Ele... Estar nas montanhas – tenta respirar – planeja... Planeja capturar mais aldeões... – mais uma pausa para tentar respirar um pouco- para vendê-los como escravos... Octávio é seu rival... Os dois querem Roma. – cospe praticamente as últimas palavras a dor em volta de seu pescoço é intensa.
Xena satisfeita desfaz a contra gosto o golpe aplicado e deixa o soldado fugir, Gabrielle se aproxima da amiga e olha em seus olhos o que parece ver ela não gosta “a velha Xena estar de volta, esperava que não” tentava concentra suas parcas forças na missão de encontra a pequena Eva, que escapava aos olhos vistos.
- Xena... Você estar bem! – na esperança de alcançar-la toca seu antebraço direito com carinho não recebe nenhuma resposta por parte da guerreira essa tenta escapar querendo se libertar do toque cm brusquidão e depois ao perceber que Xena escapa do seu toque aperta o seu barco com força. – Você estar bem! – encara aqueles olhos azuis tentando encontrar sua amiga lá.
-Estou bem, só cada vez mais preocupada em encontrar Eva. –responde dando de ombros, respira fundo duas vezes e escapa de Gabrielle, caminha dois passos para frente e para volta-se ficando de frente para a poetisa e com lágrimas nos olhos desaba – Gaby.. Preciso encontrá-la não posso perde-lá, não posso... Gaby... - A poetisa não perde tempo abre seus braços e aconchega a grande guerreira aperta com firmeza acariciando suas costas largas, Xena permanece algum tempo naquele abraço acolhedor perdendo assim a noção do tempo espaço seu coração batia com tamanha rapidez que nem ela mesma entendia o que estava acontecendo consigo “deve ser a preocupação”, refletia consigo mesma enquanto relutava em encerra aquele carinho “carinho, o que estar acontecendo comigo, não sou dessas coisas”, outra vez o comportamento brusco aparece e ela rompe o abraço se desvencilhando de Gabrielle, que percebe e a solta não entendo o que está realmente acontecendo.
- O que faremos agora Xena? – tenta mudar o assunto deixando à amiga um pouco mais confortável.
- Iremos atrás de Lépido, é claro, vamos caçar. – suas palavras carregadas de raiva anunciam que a temporada de caça esta aberta.
Procuram entre os aldeões um lugar para passar a noite, pois o sol acabou de se pôr e continuar seria arriscado demais e perigoso além da conta. Logo uma moradora se oferece para hospedá-las uma vez que não havia tavernas ali.
- Senão se importam podem ficar comigo. – uma moradora se oferece alegremente – é o mínimo que posso fazer depois de tudo que realizaram por todos nós.
Xena e Gabrielle agradecem a hospedagem e anuncia que apenas teria que buscar suas coisas que ficaram do outro lado do vilarejo a mulher entende e combina esperá-las. As duas caminham no mais puro silêncio profundo podendo se ouvir até mesmo uma mosca voando, cada uma com seus pensamentos, contudo um só é a direção encontrar a pequena Eva, cada uma com seu modo de ser, procura dentro de si resposta para esse enigma. Nenhuma informação sobre Octávio que parece ter desaparecido, o jeito seria enfrenta Lépidos primeiro e depois assim achar Octávio e conseqüentemente Eva esforços não seriam medidos para isso, nisso as duas concordavam mesmo no silêncio.
- Uma noite é suficiente para alcançarmos logo Lépidos e seus soldados, por isso deveremos descansar logo. – Xena poderá o som e as palavras proferidas.
Gabrielle concorda balançando a cabeça ela é consumida com pensamentos de resgate e ao mesmo tempo sentimentos conflitantes em relação à Xena, estaria ficando louca talvez, estava desejando com tamanho ardor aquela mulher que já adorava há tanto tempo, “devo estar confundido as coisas, só pode ser é a única explicação que encontro dentro da razão”. Pensativa nem percebe que Xena sozinha já tinha recolhido todos os pertences que as duas haviam trazidos sobre os cavalos, trazendo as rédeas dos dois cavalos na mão Xena olha para Gabrielle com ar de interrogação, “será que tomou muito sol na cabeça, ela anda esquisita, será que está doente!”- encara Gabrielle que por que por algum tempo não percebe que estar sendo observada, depois parece estar outra vez na realidade e acorda do torpedo.
- Você está bem Gaby, parece... – coça a cabeça tentando disfarça a preocupação recente com sua amiga - Ausente. – há preocupação genuína em suas palavras.
Gabrielle sorri para sua amiga, um sorriso tranqüilizador ensaia para mostrar que estar be, ao menos fisicamente, por que dentro de si parece um turbilhão.
- Estou só preocupada... Também anseio encontrar Eva. – ela desvia o olhar procurando ao redor para ver se faltar fazer alguma coisa, vendo que tudo já fora feito pela princesa guerreira à poetisa se dar por vencida e segue atrás de Xena que a essa altura toma a dianteira da caminhada que já brindara com o orvalho da noite. A passos largos a princesa guerreira caminha, outra vez o silêncio prevalece entre as duas mulheres cada uma com seus respectivos pensamentos, caminham em meio a uma semi - escuridão apenas iluminada por uma imensa lua cheia.
Ao chegar ao vilarejo Xena e Gabrielle procuram à senhora que concordou em hospedá-las e logo a encontra.
- Demoraram hein, fiquei preocupada com as moçinhas... Não sabem que é perigoso? – todo cuidado é pouco, porque a aldeia estava sobre constantes ataques ora de romanos, ora de saqueadores ou mesmo de ladrões autônomos.
As mulheres e as crianças eram as vitimas preferidas de todos os opressores que surgiam, eram sempre vendidas como escravas ou eram feitas escravas para o bel prazer de seus amos, usadas como objeto. Xena compreendia essa situação e tentava sempre impedir os planos malignos combatendo esses mercenários com toda força.
Olham juntas para aquela senhora que esboça verdadeira preocupação, a aldeã sem esperar resposta caminha a frente delas indicando o caminho, passam por muitas cabanas até chegar à última cabana improvisada, uma espécie de “celeiro”.
- Desculpe a humilde acomodação... – a sua voz se torna embargada – os soldados... – chora emocionada - Queimaram minha casa... – tenta prosseguir com dificuldade – minha pequena ca... sa. – leva às mãos ao rosto enrugado pelo tempo, mãos calejadas pelo árduo trabalho cotidiano.
Gabrielle se apressa em acolhê-la entre os braços generosos na tentativa de oferecer ao menos um pequeno conforto diante de tantas desgraças acontecidas.
Eu... Tinha duas filhas... Eram guerreiras como vocês... Um dia... Um dia elas lutaram contra um tirano perverso – fala com dificuldade engolindo saliva – e... E morreram tentando salvar nosso povo.  – sente o abraço de Gabrielle aperta-lhe a cintura e os ombros respirando fundo buscando o controle de suas emoções– elas conseguiram, mas no fim... No fim encontram a morte e ninguém, ninguém se lembra delas. – a indignação toma conta dela. É o preço a se pagar quando resolvemos lutar- se desvencilha do abraço com certa gentileza e caminha um pouco para abrir a porta do celeiro.
- Sejam bem vindas, minha casa, sua casa. - ela entra primeiro, seguida das duas mulheres.
Gabrielle segue sua anfitriã e Xena fica por último verificando sempre o perímetro, colocam a escassa bagagem no chão e permanecem de pé.
- Não sei ainda o nome da senhora- Xena puxa conversa.
- Me chamo Betasda, nasci e me criei aqui, morrerei aqui também. – corta a conversa indo em direção ao fogo improvisado no fundo da sala, trazendo nas mãos duas tigelas com comida quente.
- Meu nome é Xena e esta é Gabrielle, obrigada por nos receber. – agradece com humildade.
O fogo já se encontrava aceso, pois às vezes tinham que queimar a própria casa por causa dos romanos que vinham constantemente saqueando tudo que achavam pela frente.
- Obrigada. – as duas agradecem ao mesmo tempo.
- Sente-se, por favor – oferece dois bancos velhos para as guerreiras que novamente agradecem. - Desculpe pela humildade do lugar é tudo que possuo. - olha ao redor querendo de verdade poder oferecer algo mais àquelas mulheres que salvaram a aldeia com extrema bravura.
- Está tudo ótimo, não é Gabrielle. – olha Gabrielle que naquele momento parece perdida em seus pensamentos.
- Claro... – aceita a tigela de comida, esboçando um minisorriso. – não se preocupe, está... Tudo bem. – suas palavras pareciam não fazer sentido algum, mas precisava voltar.
Xena a olha com curiosidade “pelos deuses o que esta acontecendo com Gaby, ela estar realmente distante” expira procurando trazer a amiga para a terra novamente.
- Gabrielle é poeta também, não é Gaby? – sorri em sua direção e deixando a sua anfitriã curiosa.
- Poeta, hein que combinação estranha para uma guerreira. – a senhora sorri com gosto, inclinando a cabeça para trás enquanto a poetisa fica sem jeito diante das duas, ela balança a cabeça dar de ombros e percebe a faceta de Xena.
- Obrigada. Mas sou poeta antes de ser guerreira. – esclarece a situação.
- Vocês são duas mulheres totalmente diferentes, isso é bom. – conclui seu pensamento quase filosófico.
Xena parece satisfeita com as palavras da aldeã que se senta junto a elas não antes de toma a outra tigela com comida que estava em cima da mesinha e devora a refeição escassa, a casa improvisada mostrava apesar de tudo uma limpeza impecável, uma pequena janela no alto a esquerda arejava o ambiente minúsculo, um fogo improvisado ao fundo e uma mesinha com três bancos, flores por todos os lados alegrava o lugar, as velas iluminavam com maestria e devolvia ao local uma atmosfera de casa.
Gabrielle termina sua refeição frugal seguida de Xena e a aldeã que logo percebe o cansaço das duas e prepara o lugar de descanso, coloca alguns cobertores sobre a pequena cama e as oferece para as guerreiras, que logo não aceitam.
- Não, não, vamos dormir no chão. – Xena se levanta do seu banco e pega os cobertores da mão de sua anfitriã e coloca no chão com a ajuda de Gabrielle. – por favor, queremos dormir no chão.
Betasda fica admirada com a generosidade daquelas mulheres e não reage, mas agradece.
- Não sei como agradecer tanta generosidade. – ajuda as duas nesta nova tarefa.
Em silencio terminam a arrumação e elas deitam-se para dormir separadas apenas por dois travesseiros, é possível sentir o cheiro de sua amiga, sua longa cabeleira negra esconde sua face preocupada, Xena adormece em questão de segundos, já Gabrielle levanta-se pega um pergaminho limpo e uma pena surrada, desgastada pelo tempo senta no banco e começa a escrever nele.
- Por favor, pode deixar uma vela acesa? – pergunta a Betasda.
- Sim claro. Vai escrever poesias? – sua curiosidade é aguçada.
- Só pensamento. – Gabrielle tenta disfarçar certo nervosismo, pega seu pergaminho e inicia a escrita devagar pausando às vezes para sentir as palavras, que demoram a ter formas, suas mãos antes firmes agora se mostram tremulas, não se tratava de descrever as batalhas vencidas por Xena, mais de seus sentimentos mais íntimos.
Gabrielle para e pensa se a princesa guerreira viera a descobrir seu precioso pergaminho “não ela nunca demonstrou interesse em ler, este não seria o primeiro, a este pensamento ela prossegue com a escrita.

Maus tempos encarei, por terras que eu não sei,
Meu coração quase desfaleceu, morri por dentro,
Dia após dia sigo teus passos.
Não te amei de repente, nem escolhi a hora
Mas cuidei desse amor, mesmo no meio de tantos prantos.
Não me canso de pensar, que um dia poderei te tocar
Mostrar o bem que me fazes, o quanto és importante na minha vida.
É como nas asas de um sonho, o medo eu já sentir
Mas, foi nas asas de um sonho, que eu te encontrei.



Enquanto Gabrielle se concentra em seus pensamentos, Bestasda adormece deitando-se na pequena cama, hoje ela sabe que dormiria tranqüila graças aquelas mulheres.
 Quando os primeiros raios de sol surgem, Xena já se encontra lá fora verificando se tudo está pronto para a partida, ela tem pressa como se os deuses estivessem caçando-as naquele momento, “os deuses, deve tomar cuidado para não achá-las antes do tempo, tempo na verdade é o que precisa para ter sua filhinha entre seus braços novamente”, pensar assim trazia paz para seu coração. “E Gabrielle porque dorme tanto assim será que estava mesmo doente” teria que verificar logo, pois já se preocupava com aquela situação.
Gabrielle desperta, ainda estava deitada! Que estranho não se lembrava de como foi para lá na cama improvisada no chão, mas depois pensaria nisso agora o mais importante seria acompanhar o ritmo de Xena, porém antes precisava muito comer algo, senão poderia desfalecer de tanta fome que tinha. Ela sente o doce aroma de café da manhã, “hum... que cheirinho gostoso”, sorri consigo mesma quando Betasda surge com uma bandeja com o desjejum, frutas de variadas espécies compunha aquela manjar.
  - Conseguir colher bastantes frutas e tenho também um delicioso café, podemos nos sentar. – olhar para a cama improvisada no chão. – Onde está a Xena?
- Lá fora. – Gabrielle senta em seu banco e olha várias vezes na direção da porta, não perde tempo e começa seu desjejum, acompanhada por sua anfitriã.
Xena entra em seguida e olha para as duas sentadas comendo como duas verdadeiras esfomeadas, sua expressão é de pura admiração.
-Estou com bastante fome... – não me olhe desse jeito. Gabrielle responde com a boca cheia olhando na direção de sua amiga.
Arrastando o último banco a princesa guerreira se junta a grupo esfomeado pega uma maçã e parte uma banda com o auxílio de um punhal observando sempre as duas que não param de comer.
- Gabrielle você estar bem? Xena parece “um pouco preocupada”.
- Claro... Eu estou bem, só estou com muita fome. Ainda com aboca cheia ela responde.
Xena ri alto acompanhada por Betasda e no fim declara.
-Cuidado para não engordar. –ri de novo.
Logo a poetisa engasga e decide parar de comer na hora, levanta do banco fingindo uma fúria tempestuosa.
- Tudo bem, você venceu.  –antes de sair leva consigo três frutas grandes – é para viagem.
Em seguida Xena se levanta e agradece à senhora já Betasda a hospedagem e a comida, depois sai, encontrando Gabrielle perto dos cavalos, guardando as frutas na sacola. Sem uma palavra a princesa guerreira monta em seu cavalo negro, em sua mente já sabe o caminho que deve prosseguir Gabrielle também não perde tempo e monta um cavalo marrom.
Nesse momento Betasda aparece na porta de sua casa improvisada e acena pra as novas amigas.
- Adeus... Adeus minhas amigas... Adeus.
Acena até as guerreiras sumirem completamente de sua visão.







Não demora muito tempo até que as duas mulheres guerreiras encontram o acampamento dos romanos. Ao longe Xena observa toda a rotina dos soldados, por cerca de uma hora fica agachada sobre as pedras rochosas, Gabrielle se posta ao seu lado, elas apenas trocam olhares curtos e esperam pelo momento propicio para então colocar o plano em ação que aos poucos toma forma na mente de Xena. Depois das combinações descem uma rampa e adentram no acampamento, logo se vêem cercadas por romanos cerca de seis soldados sentinelas.
- Vim ver o comandante Lépido. – Xena fala com autoridade olhando nos olhos do soldado que logo recua de medo daquela estranha guerreira.
- Ele a espera. Outro soldado indaga a recém chegada.
- Quero ver Lépido AGORA. – Suas palavras são fortes e firmes e diante de tal atitude os soldados abrem espaços e uma sentinela vai anunciá-las ao comandante romano.
Com o espaço aberto Gabrielle e Xena avançam terreno e chega à cabana armada de Lépido, um soldado afasta uma cortina para sua passagem uma porta imaginária.
- Devo supor que é Xena - Lépido não esboça surpresa. – a mesma Xena inimiga mortal de Julio César, estou certo. – cruza às mãos a frente de seu corpo enquanto caminha á frente das duas mulheres. – E você só pode ser a sua fiel companheira... – pausa como se tentasse lembrar-se de algo coloca então a mão direita no queixo e usa a outra como apoio – Gabrielle, é Gabrielle, acertei. - para de caminhar com um ar triunfante e fica de frente para Xena. –Agora me diga como vai me servir.
Xena examina a situação e resolve tomar à dianteira.
- Digamos que eu o ajude a encontrar Octávio. – arqueando as sobrancelhas, sua expressão denota conspiração, ela também começa a caminhar, aos poucos para e ensaia sentar em uma poltrona acolchoada sentando cruza as pernas deixando-as bem a vista de um Lépido boquiaberto com o que vê. – Digamos que Octávio detém em seu poder algo precioso para nós duas. –levanta o braço direito erguendo seu dedo indicador faz um sinal entre ela e Gabrielle que de pé assiste tudo fingindo impassividade, seus lábios de repente secam e na hora ela molha com a saliva, enquanto a princesa guerreira satisfeita com o que contempla sente que o homem a sua frente estar em suas mãos. - O que me diz, faremos uma aliança? -estende a mão para Lépido.
Ele chega bem perto de Xena para sentir seu cheiro de mulher.
– Não sei o que ganho com essa “aliança”. – Ele não estende a mão na direção de Xena para selar o acordo, sentia seu instinto masculino gritar com força querendo ter aquela mulher fascinante.
- Ainda não disse. – graceja com Lépido – Estou aqui para CAÇAR Octávio, vou matá-lo assim que puser minhas nele, trarei sua cabeça em uma bandeja e finalmente o poder de Roma será seu, como recompensa quero parte dos espólios de guerra, incluindo escravas. - levanta ao proferir as últimas palavras quando se referiu a Octávio fez o gesto de estrangulá-lo com as mãos.
Gabrielle se junta à dupla fazendo o mesmo gesto de Xena, sua expressão demonstra um pouco mais de sadismo dando a entender para Lépido que aquelas duas seriam ótimas aliadas “ao menos por enquanto”.
- E como saberei que não me trairá? – o comandante estuda as duas mulheres guerreiras procurando alguma falha no comportamento delas.
- Quer a cabeça de Octávio, não quer. - agora é a vez de Gabrielle joga seu charme para o homem a sua frente, ele parece ponderar a natureza da situação presente, decide então concordar sinalizando com a cabeça positivamente.
- Pois muito bem, quero que por hoje sejam minhas hospedes, veremos um bom plano. - o comandante romano satisfeito com o andamento da conversa ri alto em um tom psicótico quando chama uma sentinela que se encontra de prontidão do lado de fora da cabana.
- Soldado. – berra Lépido.
A sentinela entra e saúda seu comandante com seu gesto costumeiro, com a mão direita fechada leva-a para junto do peito e depois para frente permanecendo com a mesma mão também agora fechada.
- Imperator. - Permanece firme em sua posição com um olhar centrado no nada.
Lépido vai até uma pequena escrivaninha e pega um pergaminho entregando a sentinela.
- Entregue como instruído. – o soldado recebe o objeto em questão e saúda de novo seu comandante antes de sair.
- Imperator.
- Pronto meu último compromisso – olha para Xena com certa lasciva num olhar faminto. – Podemos continuar nossa conversa a sós. – olha para Gabrielle que dar de ombros e se recusa a sair, com um gesto de cabeça mantém seu olhar na direção de Xena que a essa altura decide por em prática uma segunda parte do plano.
Ela levanta e percorre o caminho na direção da saída com Gabrielle nos seus calcanhares.
- Aonde pensa que vai? – parece furioso de repente.
- Vou caçar um coelhinho. – faz um biquinho com os lábios ao mesmo tempo em que empurra Gabrielle para frente com as mãos abertas.
- Disse que são minhas convidadas, não tolero essa indisciplina. – fala com um tom autoritário indo na direção das duas.
Xena para o avanço e avalia o momento em sua mente um turbilhão de pensamentos ocorre e ela sabe o que deve fazer. Faz um leve sinal para Gabrielle que automaticamente entende e também freia sua saída, vira de frente para o comandante romano.
- Sabe, acaba de me ocorrer que ainda não comi nada. – uma expressão de moleca travessa surge em sua face, Lépido se deleita com a cena.
Saindo da cabana por um instante, deixa as duas sozinhas completamente. Gabrielle franze o cenho e aperta o braço direito de Xena.
-Mais o que pensa que está fazendo, esse homem é louco, não vê? – ela parece furiosa com sua companheira.
Xena, porém dar de ombros e responde se afastando de Gabrielle com brusquidão.
- Quanto mais louco, melhor para nós. - uma expressão já conhecida por Gabrielle surge no rosto da princesa guerreira, era a face da morte.
- Xena precisamos ter cuidado. – a poetisa pondera agora procurando escolher melhor as palavras.
Mexe com a boca numa mistura de vai e vem, olha para Gabrielle com ar inquisidor e diz.
- O que você faria por Eva! – um tom quase sarcástico é sentido na voz de Xena.
- Tudo, eu farei QUALQUER COISA, por ela. –olha no fundo dos olhos da guerreira de longos cabelos negros, procurando um sinal.
A princesa guerreira satisfeita com a resposta da poetisa então conclui:
- Vamos continuar com o plano, seguindo O PLANO. - encerra a conversa quando pressenti passos atrás de si.
- Trouxe comida. – Lépido adentra o recinto acompanhado de escravos que iniciam um verdadeiro desfile, os escravos carregam bandejas recheadas de frutas exóticas, muita carne, vinhos, e pães. O comandante senta no chão acolchoado e convida suas hospedes para acompanhá-lo, por outro lado elas não recusam o convite se juntando a ele no banquete iniciado pelo romano.
- Então me diga, Xena – coça o queixo com a mão esquerda - como pensa em capturar Octávio - Ouvi falar de você na cidade de Alexandria e em tudo que fez por lá. – ele fixa o olhar na princesa guerreira.
Xena coloca duas uvas na boca e analisa as circunstâncias, engolindo as uvas passa a língua entre os lábios e retribui o mesmo olhar de Lépido para ela.
- Em Alexandria matei Brutus e Marco Antonio, com a ajuda de Gabrielle... – coloca mais duas uvas na boca- Pensei que Octávio fosse um bom rapaz, vejo que me enganei. – Sabe onde exatamente ele se encontra agora! – pergunta ela de modo frívolo.
- Ao lado norte, segundo meus batedores, seu exercito está acampado em uma grande colina de difícil acesso, se realmente juntarmos nossas forças, quero que ataque por trás causando uma tremenda confusão nas suas cinco legiões. – ele ri alto inclinando a cabeça para trás, já imaginando a derrota do inimigo.
- Um plano perfeito, é uma idéia magnífica. – conclui seu pensamento com um elogio singular, deixando o comandante à vontade com as guerreiras.
- E... O que exatamente ele pegou de você! – uma pergunta capciosa surge no ar.
- Digamos que... – com mãos ágeis escolhe uma fruta da bandeja, mordendo com malícia uma maçã suculenta – ele não pegou, emprestamos. – Gabrielle responde usando os artifícios de Xena, na conquista de sua presa.
As duas observam o comandante sucumbir àquela sedução infantil, com um sorriso, a poetisa come o restante da fruta fixando o olhar em Lépido que a essa altura estar totalmente domado.
- E você porque deseja a cabeça dele. - Gabrielle indaga.
O vinho é servido por um dos escravos que permanece de pé com um olhar fixado na entrada da cabana.
-Ele se tornou um empecilho para mim na tomada da cidade de Roma, desde a morte de Marco Antonio, nosso triunvirato frágil sucumbiu, ele não é o homem para governar, EU SOU. – faz uma pausa o orgulho e suas palavras transparecem no tom de sua voz - Um simples testamento feito por seu tio Julio Cesar não o capacita para ser o coração de Roma.
Gabrielle e Xena escutam tudo atentamente, bebericando a taça repleta de vinho doce.
- Não se preocupe Lépido você será o único a ter Roma aos seus pés. – conclui a princesa guerreira usando um tom de voz malicioso que passando despercebido pelo romano, agora embriagado pela deliciosa bebida.
As guerreiras percebem e decidem tirar proveito da situação em um rápido movimento se levantam deixando tudo para trás um comandante abatido pelo vinho, apenas trazendo consigo a escrava presente ao banquete que não deixa escapar a libertação. Xena age de modo rápido pega na mão da escrava conduzindo-a para fora da cabana juntamente com Gabrielle.
- Lépido, me autorizou a levá-la para me servir – mostra a escrava acorrentada e puxando-a pelo colar que aperta o pescoço da escrava sai do acampamento, partindo a frente Gabrielle desaparece do acampamento com rapidez surpreendente.
Os soldados abrem espaço e Xena acompanhada de “sua escrava” caminha para fora daquele lugar de morte. As duas caminham no silêncio por cerca de mil metros, de vez em quando a princesa guerreira para tomando sempre o cuidado de verificar se certificando que ninguém as seguira.
- Aqui nos separamos - a escrava olha ao redor também para verificar se seus raptores estão em seu encalço. – Não tenho palavras para agradecer sua ajuda, sei que não é romana, pois se fosse nunca me libertaria – agarra as mãos de Xena com carinho, e logo depois se afasta, seu olhar é de profundo agradecimento.
Xena apenas escuta as palavras daquela mulher sofrida, suas vestes simplificadas mostra sua condição atual, antes vivera livre em sua terra natal, com sua família, contudo quando os romanos apareceram trouxeram com eles o pior, trouxe a guerra e a conseqüência da derrota: a escravidão para os povos chamados bárbaros. Mais do que ninguém Xena conhecia o modo romano de dominar, pois já fora vitima do próprio Julio Cesar, ditador romano. Avaliando as conseqüências de seu ato diria que Lépido acordaria repleto de raiva e precisava sair logo daquele local de fácil acesso para uma emboscada e rezava aos céus para que Gabrielle não se atrasasse.
- Precisamos sair daqui, vá para o mais longe possível. – Xena fala atenta a todo movimento, subitamente ela ouve um suave galope se aproximando.
Gabrielle aparece montada em seu cavalo trazendo o cavalo negro de Xena pelas rédeas, chegando perto ela desmonta e entrega a escrava fugitiva um alforje com um pouco de comida.
- Obrigada as duas, se acaso um dia precisarem de mim, meu nome é Feris – pausa para mais uma vez observar o local em que se encontra. – Vou para o leste, tenho pessoal lá, que poderão me ajudar. Mais uma vez obrigada. – recebe o alforje das mãos de Gabrielle e parti em uma frenética corrida, sumindo do raio de visão das duas guerreiras.
-Gabrielle temos que ir agora, Lépido logo irá acordar. – Xena monta seguida pela poetisa e as duas partem a todo galope sem se preocupar com pegadas deixadas para trás.
Agora seu objetivo é encontrar finalmente Octávio e dar um fim a sua busca, o caminho se mostrava tortuoso, o caminho da procura. Pensar em Eva era como se pudesse mantê-la segura através de seus pensamentos desde que nasceu, não a deixava sozinha um só momento, a pequenina adorava ouvi-la cantar para dormir e quando mamava, Xena se lembra do contorno dos seus lindos olhos azuis, sua boca rosada, seu rostinho redondo, suas mãos e pés pequeninos e perfeitos, para uma gravidez que não planejara e que sua concepção fora excepcional, sua filha era uma menininha perfeita.
Agora corria contra o tempo, ao seu lado Gabrielle que sempre se mostrava falante agora se encontrava quase muda “ainda não sei o que está acontecendo com ela, porém vou descobrir”, tentava retrair seus pensamentos e se concentrar no terreno que seguia, pois ali não era a sua amada Grécia e sim uma terra hostil e queria estar o mais longe possível.
Por sua vez, Gabrielle percebia que Xena não se desviaria de seu propósito, isso era bom, pois não sabia como falar com ela sobre o assunto que a atormentava, que drenava seus pensamentos e ameaçava ruir suas emoções. Gabrielle se concentrava ao máximo na busca por Eva, amava aquela pequenina de curtos cabelos dourados que pareciam com o dela, “ela parece um pouco comigo”, sorri ao lembrar-se de seu sorriso franco e aberto, quase sem dente. Lembra de seu nascimento, o melhor dia de suas vidas, Xena estava tão radiante que parecia brilhar de tanta felicidade e partilhava aquele momento tão especial com ela, sua companheira de viagem, essa lembrança aquece seu coração e a cena volta a passar diante de seus olhos como um filme. Gabrielle sabe que deverá cavalgar o mais rápido possível e resgatar o bebê.







Logo alcançam a estrada que a primeira vista parece deserta, mas logo se revela movimentada por uma pequena tropa de soldados escoltando uma carroça.
- Quem será que estar na carroça – Gabrielle se mostra curiosa.
Xena por outro lado permanece quieta e faz o gesto do silencio para a poetisa que percebe o erro da comunicação e também se volta ao estado de silencio, escondidas pela vegetação do local elas espreitam o comboio que adentra a estrada deserta.
De repente um homem sai da carroça gritando aos berros, tentando nocautear alguns soldados.
-Vocês não iram me dominar, sou Cassius Tiberius... – a frase é interrompida quando um soldado acerta seu queixo com um soco fazendo-o cair por terra ele coloca suas mãos no chão e vê um filete de sangue escorrer do canto de seus lábios, segura um pouco de areia e levanta-se rapidamente jogando terra no rosto do soldado que não esperava tal ataque e recua em seguida outro soldado de frente para Cassius dar um soco forte em seu estômago fazendo se curvar com a dor extrema, enquanto outro aplica uma cotovelada em suas costas e um terceiro chuta-lhe o rosto que o faz cair de costas e covardemente o acerta de novo aplicando outro chute no rosto fazendo o rolar de modo que bate sua face de encontro ao chão ferindo-o ainda mais. Cassius sente sua vida se esvair, as correntes que prendem seus pés, mãos e pescoço só mostram a que ponto chegou por causa de sua fidelidade a Roma, seus algozes aproveitavam para humilhá-lo até a morte, “hei de ver algum dia a minha vingança”, ele sente uma dor atroz por todo corpo. Quando sente uma mão puxando seus cabelos tentando ergue seu corpo quase sem vida, ele fecha os olhos na tentativa de esconder a dor, uma onda de riso invadiu todo o local “ao menos eles estão se divertindo, bando de bastardos” o soldado forte em sua musculatura em questão, consegue ergue-lo com uma das mãos enquanto outro aplica uma chave de pescoço o paralisado apertando o local com bastante força, o imobilizado totalmente quase o sufocando. Os outros riem da patética tentativa de fuga daquele homem.
Ao perceberem a ação do desconhecido e a desvantagem sobre ele, Xena olha para Gabrielle que com um olhar concorda em auxiliar aquele homem que sozinho luta pela sua liberdade, mesmo em desigualdade ele não se esmorece diante de tanta dificuldade, se lançando cada vez mais, na tentativa de uma fuga improvável.
Um grito de guerra logo é ouvido, lançando para o meio dos soldados uma perturbação momentânea, ela dar um salto triplo mortal para frente tão alto que os romanos erguem suas cabeças para cima na tentativa de acompanhar aquele salto perfeito e ao mesmo tempo quase impossível para reles mortais. De um modo triunfal ela pousa no meio dos soldados, um sorriso recheado de sacarmos se forma em seus lábios, ela monta sua defesa elevando suas mãos à altura do rosto, olha os soldados ainda aturdidos pela surpresa e sem demora soca o rosto do primeiro a sua frente que logo cai em seguida com um vôo alto ergue-se do chão com as pernas abertas alinhadas acertando mais dois homens que não tardam também em cair, já o homem que segura o pescoço de seu prisioneiro recebe dois socos frontal em seu nariz largando sua presa de momento, ele tenta equilibrar seu pesado corpo tentado colocar suas mãos a frente de seu peito como um boxeador faz, mas Xena não lhe dar oportunidade acertando-lhe-a virilha ele finalmente se curva e cai deixando o outro homem parcialmente livre, quando por trás três soldados avançam em fileira sobre ela que logo vira com um chute alto derrubando-os no ato, outros soldados então avançam contra Xena com a espada desembainhada, ela então retira também sua espada gira na mão três vezes antes de bloquear o ataque frontal, chuta o estômago dele e aplica outro chute agora giratório, quando um dos soldados decide pega-la de surpresa pelo lado ela de frente crave-lhe então a espada no peito do seu inimigo olhando nos olhos dele. Ela vê então um grupo de arqueiros colocados no alto de uma colina prontos para acertar o alvo ela então lança seu chakram na direção deles derrubando-os na hora a arma rodopia fazendo o circulo completo retornando as suas mãos. Xena olha ao seu redor em busca de outros oponentes que a essa altura começam a fugir.
 Nesse momento também surge Gabrielle como um efeito surpresa, ela avança sobre o primeiro acertando-o com os seus sais na posição de defesa o rosto do seu oponente, o segundo avança sobre ela com a espada nas mãos que logo é bloqueada com um dos sais na posição de ataque e com a mão esquerda ela soca o flanco e em seguida com um chute lateral em curva acerta-o lançando-o para longe, quando parecia estar de guarda baixa, outro soldado surge do nada tentando atacá-la, porém esse é golpeado com um dos sais, quando ela se volta na direção dele ainda com um dos sais na posição de ataque, surpresa ela não consegue desvia para evitar a morte dele sentindo a arma mortal de Gabrielle encravado em seu estômago, rapidamente ela retira o sai e vai até a Xena que a essa altura liberta das correntes o prisioneiro usando a sua espada. Os outros soldados atônitos com á perícia das duas mulheres fogem de medo acompanhados pelos que foram abatidos. Gabrielle permanece na retaguarda de Xena enquanto ela verifica os ferimentos do homem que fora gravemente ferido.
- Graças aos deuses... - pausa para engolir a saliva - Vocês surgiram do nada e me libertaram daqueles trogloditas... - outra pausa necessária para poder respirar - Que se dizem soldados romanos. – ele verifica os punhos massageando-os.
Xena se volta para a direção de Gabrielle e vê sua companheira retornar do campo de batalha mais uma vez vitoriosa, um misto de orgulho com preocupação se mistura, ela sabe que sua Gaby agora é uma guerreira completa, pois do lado contrário do ataque ela sozinha abria uma grande brecha entre os soldados romanos “me orgulho dela” sorri ante seus pensamentos.
- Xena, ele estar bem? – ela se aproxima do homem em questão.
- Parece que sim, só alguns ossos moídos, porém logo estará bem recuperado. – conclui após um exame minucioso do homem.
- Me chamo Cassius Tiberius Quintos, sou romano, partidário do jovem Octávio, filho adotivo de Julio Cesar. – em sua fala denota-se o conhecido orgulho romano.
Ao ouvir que era romano Xena franze o cenho e sinaliza para Gabrielle com arrependimento, “seria apenas menos um romano no mundo”. A poetisa olha para o homem buscando sinais de sua posição social.
- Não se preocupem posso reembolsá-las pela ajuda. – ele continua sua limpeza na ânsia de parecer ao menos uma pessoa digna. – Tenho posses. – não olha para as mulheres.
- Não queremos seu dinheiro. – Xena enfatiza com firmeza.
-Por favor, não quis ofendê-las, mas preciso desesperadamente de escolta, os homens de Lépido voltaram e me mataram. – implora na tentativa de fazer com que elas mudem de idéia. 
- Não é problema nosso, te ajudamos porque pensávamos que era um escravo, sendo torturado. – pausa – mas pensando bem um escravo não é levado em carroça. – de repente uma fúria surge em seu semblante ela o segura pela gola de sua roupa parcialmente rasgada - Então a pergunta é quem é de verdade você!
Ele treme ante a força da guerreira e com a voz tremida responde.
- Já disse sou... Cassius Tiberius... - não consegue terminar a frase.
Xena o ergue do chão mostrando para ele que não estar brincando.
-A verdade, agora. –os olhos se arregalam.
- Sou um dos tribunos do jovem Octávio, estou levando informações para ele sobre os planos de Lépido e notícias da jovem Eva, sua filha. – ele fala em uma rapidez impressionante.
Ao ouvir o nome de Eva ela solta o romano em questão de segundos, deixando cair no chão. Gabrielle segura o ombro de Xena apertando-o e olha fixamente para a princesa guerreira com otimismo.
- Onde... – as palavras parecem querer escapar – Onde ela estar agora.
Cassius não entende porque aquela guerreira estaria interessada em uma criança pequena.
- Onde ela estar agora. – Xena grita com ferocidade.
- Estar em minha casa segura, Octávio me ordens expressas de protegê-la contra Lépido e seus sequazes. – fala desabafando.
Xena respira fundo, Gabrielle por sua vez decide manter um pouco de ordem.
- Nos leve até ela, é muito importante vamos escoltá-lo. – finaliza.
- Porque querem seqüestrar a filha de Octávio! Leve-me como refém ela é só um bebê. –ele parece ganhar coragem diante delas na defesa da pequena Eva.
- Seqüestrar... – de novo Xena o agarra pela gola, sendo impedida, porém por Gabrielle que atenta compreende o mal entendido que estar acontecendo.
- Não queremos seqüestrá-la – a poetisa fala com calma – Eva é filha de Xena que Octávio protege.
O homem fica estarrecido diante da narrativa das duas mulheres que logo se torna claro a posição de Octávio.
- Precisamos sair o mais rápido possível daqui. –Xena mais calma entende e resolve ela mesma ir até os cavalos e os trás puxando-os pela rédea. Gabrielle e Cassius esperam pela princesa guerreira que rumina dentro de si toda a recém descoberta. Xena monta e convida Gabrielle a se juntar a ela, enquanto Cassius monta sozinho no cavalo da poetisa.
Eles cavalgam por um bom tempo, deixando para trás a estrada principal e buscando caminhos secundários, quando avistam de longe uma linda casa cercada de flores variadas.
- Aquela é minha casa. –aponta Cassius em sua direção.
Ele desmonta seguido de Xena e depois Gabrielle.
 – Irei sozinho, pegarei a menina e a trarei para aqui. – ele anuncia sua decisão.
-Se tentar me trair, eu te caçarei. – ela deixa bem claro com quem ele estar lidando.
- Não preocupe Xena, te dei minha palavra e a honrarei. – fala olhando-a nos olhos, aperta as mãos da poetisa e parte para sua missão.
- Xena vai dar tudo certo, logo teremos nossa princesinha nos braços.
A princesa guerreira sorri e abraça a poetisa, finalmente sua pequenina estará em seu regaço acolhedor.
O tempo passa e as duas sentem que algo saiu errado, Cassius está demorando demais além do combinado, decididas partem em direção a casa, chegam ao exato momento em que o seu aliado estar caído no chão e uma poça de sangue se forma embaixo dele. Xena se abaixa junto com Gabrielle e levanta a cabeça de Cassius do chão examinado seu ferimento que logo verifica ser profundo, uma vez que o punhal ainda esta cravado nele.
- Homens... De Lépido... – fala com dificuldade – eu tentei...  – segura o braço de Xena entregando-lhe algo, ela recebe e deposita nas mãos de Gabrielle – Eu tentei protegê-la... Eu falhei me perdoe, salve-a... – finalmente a morte o alcança.
Xena sente a raiva e a tristeza invadirem sua alma, agora Eva estava realmente em perigo, precisava urgentemente encontrá-la. Gabrielle pressente o perigo e levanta a tempo de golpear um homem que se aproximava pelas costas delas empunhando uma espada, ela bloqueia o ataque dele com o braço estendido para frente em seguida aplica uma joelhada no estômago, porém antes de finalizar Xena chega e aplica seu golpe de pressão no pescoço de seu opositor.
- Bloqueie o fluxo de sangue para o seu cérebro. – sua voz parece sombria.
- O que quer... Saber- o homem tenta desfazer a pressão.
- Onde estar à garotinha! Diga logo ou morrerá em questão de segundos. - friamente ela observa.
- Lépido... Lépido... A levou como barganha... Contra Octávio... – sente sua vida se esvair, Xena apenas olha.
Gabrielle observa a sua amiga e com um toque em seu braço direito a lembra de desfazer a pressão, que é prontamente obedecida por Xena.
- Precisamos de um mapa para nos guiar, através deste vale. – a princesa guerreira caminha pela casa agora vazia, vasculha então o local, entra em um cômodo pequeno que parece mais com um escritório, e logo acha o que procura. – Gabrielle temos uma batalha para travar.
- Eu sei Xena, é hora de fazer justiça – as duas se entreolham por alguns instantes, suas mãos se tocam e um clima de ternura aliviar a tensão do momento. Xena se afasta repentinamente tomando das mãos da poetisa o que Cassius depositou em suas mãos.

Mais uma vez elas partem sem Eva, a procura parece não ter fim prolongando sua agonia, Xena sabe que mais do que nunca terá que se concentrar para achar sua filha pequena.








A colina parecia tão distante agora se tornava cada vez menor à medida que se aproximavam. Vistam de longe duas sentinelas romanas com o arco apoiado sobre os joelhos e em uma animada conversa. Soltando os cavalos, elas fazem um desvio de trajeto e visualizam a cabana do comandante.
- Octávio só pode estar ali. – conclui Xena observando todo o movimento do acampamento.
- Como faremos então, não será tão fácil, como foi com Lépido. – Gabrielle pondera a situação imediata.
- Me siga. – Xena se arrasta pelos rochedos, e dando mais uma vez a volta acha um local menos protegido, golpeia o soldado com aponta da espada e adentra a cabana de Octávio.
Ela o encontra sozinho sentado em sua cadeira nada acolchoada debruçado, sobre a mesa, lotada de mapas com marcas de estratégias militares. Ela se aproxima dele por trás e o agarra aplicando uma chave de pescoço, ele sente uma dor lancinante, porém não luta para se defender, pois a sua frente estar Gabrielle e percebe quem o estar sufocando.
- Vou matá-lo por deixar minha filha em perigo– a princesa guerreira vocifera as palavras como uma leoa a procura de seus filhotes.
Gabrielle impassível assiste a cena dando cobertura para sua parceira.
- Se me soltar... Poderemos, conversar. – ele suplica o seu algoz.
Xena então afrouxa o braço em volta do pescoço do sufocado que sente imediatamente o alivio, ela se afasta e fica de frente para ele, que se levanta indo em sua direção.
- Ela não estar em perigo, estar com meu amigo e tribuno Cassius... – Xena vai pra cima dele tapando sua boca.
- Seu amigo, Cassius está morto. – fala com raiva daquele homem a quem confiou a vida de sua filha.
- Não pode ser ninguém sabe da existência de Eva, ninguém... A não ser que... – ele pensa refletindo – A não ser que o famigerado do Lépido tenha descoberto, só não sei como.
- Ele estar se preparado agora para enfrentá-lo em duas frentes de batalha talvez até com uma terceira. – vai até a mesa com os mapas e traça outra estratégia de batalha. – Se enfrentá-lo em pé de igualdade vai perder a batalha feio, e a vida de Eva estará por um fio.
Os três se juntam avaliando os prós e os contra de enfrentar Lépido em uma batalha aberta, ele chama seu subcomandante que depressa se apresenta a Octávio.
- Xena, Gabrielle esse é Marcus Fluvius Lexintus, meu subcomandante.  Faz a apresentação com orgulho.
Marcus as cumprimenta com o costumeiro aperto de mão, olhando longamente para a princesa guerreira admirando não só sua beleza, como também sua forma de guerreira. Ela, porém não dar espaço pra ele, mantendo o foco apenas na estratégia que irá utilizar contra seu inimigo mais forte.
- Enfrentaremos Lépido aqui e aqui – fala apontando para as marcas no mapa.
- Diga para seus homens estarem prontos - Xena deixa claro que a batalha será eminente.
- Muito bem, vou posicionar as tropas como ordenado - sai da cabana às pressas, pois sabe que o inimigo se aproxima sorrateiramente.
- Logo terá Eva... Eu lhe prometo. – de frente para as duas faz a solene promessa – Eu prometo com minha vida.
De repente um alvoroço se instala por todo o acampamento, flechas incendiárias voam por todos os lados, o terror parece tomar conta de todos. Xena, Gabrielle e Octávio saem da cabana e colocam ordem no local aos gritos.
- Homens, homens, homens se agrupem agora – ouvindo os gritos de seu comandante uma reação surge e os soldados novamente procuram seu lugar na eminente batalha, todos correm para seu posto por todos os lados homens se posicionam, a guerra esta mais que declarada.
Xena então coloca seu plano em ação com a ajuda de Gabrielle, montando um cavalo, abre espaço por entre seus inimigos romanos derrubando-os um por um com sua espada a fileira dos romanos logo cai e uma brecha se faz. Ela abandona seu cavalo e com seu grito de guerra salta caindo no meio dos soldados, atraindo para si a atenção de Lépido que não resiste e decide enfrentá-la, pois sabe que o apoio de Otávio estar nela, derrotando-a acaba de uma vez por todas com seu inimigo.
A batalha então se inicia Xena se defende do golpe de Lépido com a espada para cima bloqueando seu fraco ataque, ela contra-ataca avançando contra ele com força total que sente o golpe mais chuta o flanco de Xena contra-golpeando, ela gira a espada no ar duas vezes e sorri diante do desafio, avança contra seu inimigo golpeando seus ataques frontais, então aplica dois chutes frontais sendo o terceiro ela aproveita e dar uma voadora acertando-lhe o rosto, ele logo tomba e com um simples soco em seu nariz ele cai Xena dar a luta por encerrada e deixa para trás seu oponente, Lépido, porém não desiste se levanta e tenta cravar em suas costas um punhal a princesa guerreira percebe o perigo se esquiva do golpe cravando em Lépido sua espada abaixo do umbigo, retira a espada e aguarda na bainha, caminha com firmeza na direção da cabana do comandante ela entra e vê sua alegria, Eva finalmente estar salva, nos braços de Gaby. Seu coração bate tão forte que parece sair pela boca. De seus olhos brotam lágrimas, Xena se agacha para receber em seus braços a sua pequenina.





- Mã... mã ...mã – a pequena é levada andando pelas mãos de Gabrielle deixando-a nos braços da mãe que a recebe em seu regaço há muito tempo vazio.
Xena outra vez está completa, a mãe e a sua filha, ela convida também Gabrielle para participar daquela felicidade que parece explodir seu coração. As três juntas, outra vez, HÁ MAIOR FELICIDADE QUE ESSA?







FIM

Não sei como dizer o que sinto agora
Só sei que preciso de você
Tu vias a minha aura quando
Eu ainda estava no escuro
Em minha própria solidão
Mas nada disso te incomodou.
Tu vives no meu pensamento constantemente
Eu falo contigo, sem palavras
Encontras-me e eu te encontrei.
Foi este brilho em teus olhos
Que me atraiu,
Um beijo de teus lábios eu provei,
Descobri então o sentido da felicidade.


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