Observação: As palavras grafadas com as
aspas nas falas da criança (Eva) não se tratam de erros ortográficos, e sim
apenas para ressaltar a fase em que uma criança inicia suas palavras. Obrigada.
Novo Universo
Almas gêmeas
Finalmente
elas retornariam para casa, depois da longa jornada a procura da menina, Xena e
Gabrielle foram recompensadas com a presença da pequenina agora com dois anos,
Eva era uma criança esperta, calma e carinhosa, ela gostava dos dois colos que
eram oferecidos ora por Xena, ora por Gabrielle, duas mães. As duas mulheres desejavam
voltar com pressa, pois a princesa guerreira não gostava de estar em Roma e ser
surpreendida por outra guerra por causa do poder, definitivamente não queria
estar mais ali. Seu único desejo era apenas criar sua filha. Às vezes passava
horas apreciando a garota.
-
Assim Eva vai desbotar – brincou Gabrielle vendo Xena com a menina nos braços.
Xena
não se deu o trabalho de responder, gostava mesmo era de ouvir sua pequena,
balbuciar as suas primeiras palavras.
-
“Mã... mã...mã..mãe” – a pequena tentava falar.
-
Não entendo, já era para ela estar falando mais coisas, eu acho. – Gabrielle argumentou.
-
Em Roma ela praticamente foi negligenciada, sempre na mão de estranhos a quem ela
iria chamar de mãe, a não ser a mim? – gracejou a mãe com um lindo sorriso que
iluminou o seu rosto.
Gabrielle
também sorri e chega mais perto para também ouvir a pequena falar, não eram
palavras bem legíveis, porém para as duas mulheres valiam mais que mil
palavras. De repente Eva olha para Gabrielle e diz.
-
“Mã, mã, mã, mãe”.
A
poetisa se assusta e tenta se levantar, contudo Xena a segura pelo braço e a
faz sentar de novo.
-
Não se preocupe foi eu que ensinei para ela, quero que ela tenha duas mães Gaby,
o que acha? –Xena olha nos olhos da poetisa.
-
Não sei o que dizer, obrigada – e começa a chorar sorrindo.
-
Ah, você é uma manteiga derretida mesmo, vai assustar Eva. – fala gracejando de
novo. - O que pareço Gaby, uma mãe coruja! – olha para a filha fazendo caretas,
e brincadeira de criança - Não melhor, pareço uma mãe tartaruga, não é filha,
não é meu bebê.
“Gracejos
seguidos no mesmo dia! Xena estava realmente feliz ela podia sentir Gabrielle
também estava, mas faltava algo que ela sabia que logo, logo iria transparecer,
talvez tivesse que deixá-las, não isso seria muita loucura, não suportaria
outra vez a ausência dela, não agora, estava tão perto e tão longe, podia
sentir a respiração de Xena, ouvir seus pensamentos...”
-
Gaby! Ainda está ai, parece ausente, alias parece doente- procura os olhos de
sua companheira de aventura. Eu estou preocupada... – é interrompida.
-
Estou preocupada sim quero sair daqui, o mais rápido possível, vou ver o que
está nos atrasando. Falando assim se levanta e sai.
-
Definitivamente ela não estar bem, teremos que descobrir Eva o que Gaby tem. –
a menina ouve e sorri para sua mãe que sorri de volta, outra vez fazendo
caretas.
Quando
Xena ergue o olhar visualiza Octávio subindo ao navio, ele caminha até a
presença dela, se agacha e brinca com Eva.
-
Corri para vê-la antes que partisse - volta sua atenção para Eva – Eu sentirei
sua falta minha pequenina - brinca de novo com a menina segurando sua mãozinha.
– Tem certeza de que não quer ficar, terá uma vida de rainha, as três, por
favor, avalie de novo. – Octávio praticamente implora.
-
Minha resposta é... – antes de terminar Gabrielle retorna e para. - Minha
resposta é não, Octávio quero criar Eva na Grécia, não insista. – a sua voz
ressoa com firmeza.
-
Tudo bem eu sei quando perco uma batalha. –graceja com Xena, sem tirar os olhos
de Eva ao brincar com ela. - ele se levanta respira fundo – Se algum dia
precisar tenha certeza que pode contar comigo, e mais uma vez obrigado por
tudo, Xena – um filete de lágrima escorre do olho de Octávio que em vão tenta
limpar enquanto outro file sucede o primeiro - olha na direção da poetisa –
Gabrielle. – e finalmente sai levando seus soldados atrás de si.
Gabrielle
se junta de novo a Xena que permanece sentada, agora ela olha a poetisa como se
tivesse admirando-a, era um olhar terno e doce que parece eterno, não há
palavras, só o olhar, o sorriso, Xena de repente com uma das mãos acaricia o
rosto de Gaby, que prontamente fecha os olhos e desfruta da carícia, a princesa
guerreira observa com atenção a reação de sua amiga “ela está precisando é de
um namorado” esse pensamento a entristece e repentinamente ela para a carícia,
Gaby imediatamente sente e abrindo os olhos vê sua amiga se levantar com Eva
adormecida nos braços.
-
Vou colocá-la na cama. – Xena sai às pressas.
Gabrielle
fica sem entender o que aconteceu, “será que ela sente falta de um homem em sua
vida agora que tem Eva!” lágrimas escorrem de seus olhos “não, Xena tem direito
de ser feliz e farei tudo para que seja, mesmo que... - pensamento
interrompido.
-
Estamos prontos para zarpar – grita o comandante do navio.
A
poetisa enxuga os olhos com ambas as mãos ela não queria demonstrar o que
realmente sentia, duas mulheres poderiam se amar? Esse era um pensamento
impossível,mas era um sentimento que cada vez mais se aflorava dentro dela, guardaria
seu amor só para ela e onde Xena quisesse ir, a seguiria, como sempre. Acha sua
sacola que estava perto da princesa guerreira e encontra um pergaminho limpo,
mais uma vez a poesia fluía de seu peito, não sentia tristeza, nem a melancolia
de antes quando Xena se sacrificara no monte Fugi, não sabia o que era só sabia
que estava amando “sim estava amando e isso era o bastante.
Seus
dedos delicados achavam as palavras com extrema facilidade que logo tomam contornos
de amor que inundava abundantemente seu coração. Sim, ela estava realmente
amando sua princesa guerreira.
Minha
alma esta liberta da couraça
Pois
tu és a minha esperança e meu sonho
Livre
de toda a nostalgia,
Meu
coração atingirá a perfeição.
Nem
o medo, nem o preconceito,
Afastar-me-ão
de seus braços
Pois
só neles o amor repousa.
Seu
pudesse adivinhar teus pensamentos
Realizaria
teus desejos mais secreto de tua alma.
Teu
amor me alimenta
Tua
essência preenche minha alma
As
estrelas lembram você
Esta
paz que sinto agora em meu peito
É
a tua presença.
Xena
retorna da sua cabine e encontra Gabrielle ao termino de sua escrita.
-
É mais uma história de nossas aventuras?Posso ler? –estende a mão na direção do
pergaminho.
Ágil
a poetisa enrola a poesia e disfarça com um tímido sorriso e se levanta
bruscamente.
-
Ainda não terminei, quando estiver pronto será a primeira, a saber. Como está Eva!
– muda de assunto.
Xena
sente que realmente algo está errado, não perguntaria, mas descobriria ao seu
modo, sim e isso não tardaria, não tinham segredos uma com a outra, deveria ser
algo bem intimo dela, ainda sim não gostava de vê-la às vezes com olhos tristes
e cabisbaixa.
-
Estar dormindo. – Xena se aproxima de
Gaby e olham de longe Roma.
A
viagem não demora muito tempo, mais os dois dias pareciam intermináveis no
leito do navio, Gabrielle que aprendeu com Xena como dominar seu enjôo, ainda
assim não via à hora de estar em terra firme. Eva nada sentia, pois ficava o
tempo inteiro nos braços da mãe e de Gaby que adorava aquela sensação de ser
mãe outra vez, de quando em quando a pequena era colocada para andar precisava
praticar seus passinhos, tinha mãos que a sustentava em sua pequena aventura de
exploração, as duas guerreiras se deliciavam com a cena, batiam palmas,
gritavam a cada conquista de Eva que parecia entender o que acontecia, a menina
simplesmente vibrava com as duas, com largos sorrisos que mostravam seus parcos
dentinhos. Não se preocupavam nem com a alimentação da pequena que foi abundantemente
abastecida por Octávio que não poupou despesas para a viagem delas.
-
“Mã, mãe, mamãe, decher” - Eva queria estar no chão.
-
Só quer ficar no chão não é, amorzinho! – Xena brinca com a menina a pega do
chão ergue para o alto e simula um vôo com a pequena.
Eva
ri ao vislumbrar o rosto de sua mãe e o rosto de Gaby que naqueles momentos
esquecia sua momentânea preocupação.
-
Xena, não faz isso não, ela acabou de se alimentar, vai vomitar tudo. – dizendo
isso Gaby pega a garota com uma bronca no olhar e a coloca no colo, mas Eva
quer de novo brincar e voar.
-
“Voar mamãe, voar” – estende seus braçinhos para Xena.
Sorrindo
e simulando uma fuga de Gabrielle pega a pequenina do colo da poetisa e outra
vez a ergue para o alto caminhando, a poetisa dessa vez guarda a bronca e
participa da brincadeira, as duas brincam com a garota como se fossem crianças,
as brincadeiras sucedem ora no ar, ora no chão.
O
tempo parece bom, o mar não aparenta nenhuma agitação. Logo estariam em terras
da Grécia e sim iria para casa com sua família.
-
Vamos aportar, querem ficar aqui não é!- um dos marinheiros pergunta a Xena,
por causa do destino delas fora da rota do navio, arranjado por Octávio.
-
Sim. – Xena observa pela última vez o mar, última vez porque não queria tão
cedo estar no mar outra vez, ainda mais com uma criança pequena. Agora Eva
tinha prioridade em sua vida e na vida de Gaby também, se ela quiser é claro,
tentava aqueles dias que estavam confinadas no navio extrair o máximo possível
de informações, mas Gabrielle mostrou-se uma grande adversária na arte do
esconde-esconde.
Nisso
a poetisa surge com Eva nos braços, em seu semblante um sorriso doce e terno,
sim sua filhinha tinha em Gaby uma segunda mãe, não havia preocupações sobre
tal assunto.
Ao
desembarcarem as duas mulheres procuram um ponto de referência daquele local, a
Tessália era uma pequena cidade marítima com o porto
bastante movimentado, Xena e Gabrielle com seus respectivos cavalos (dados por
Octávio), elas percorrem o lugar com o olhar no primeiro momento, elas caminham
com certa tranqüilidade, Eva como sempre no colo da mãe, desfruta de toda a
segurança enquanto dorme.
O dia que já estar para terminar parece calmo,
o sol começa seu movimento para declinar,
crianças ainda brincam por toda parte em uma correria quase frenética, o
mercado como sempre em toda sua agitação agora se prepara no intuito de
finalizar as vendas, as pessoas ainda se movimentando entre as barracas
pechinchando o melhor preço e procurando a melhor mercadoria, de quando em
quando surge uma briga entre vendedores e clientes insatisfeitos.
Passam
por toda a extensão do mercado sem problemas, Gabrielle traz consigo as rédeas
dos cavalos, enquanto Xena observa a todo o momento o sono de seu bebê.
-
Por favor..., me ajudem... Por favor- uma voz quase inaudível grita por
socorro.
Xena
de repente interrompe seus passos e seus sentidos ficam em alerta.
-Gabrielle... - faz um sinal para a poetisa pedindo que ela
também pare, seu corpo se retesa buscando a origem do pequeno ruído inesperado
– Ouvir algo. - Ela continua a busca agora com os olhos, que logo localiza a
origem em meio a uma pequena escuridão num beco. –Ali – elas caminham com
cautela na direção do barulho.
-
Por favor..., por favor, me ajudem... Por favor - a voz agora rouca implora por
ajuda.
Xena
rapidamente deposita Eva nos braços de Gabrielle que agilmente amarra as rédeas
dos cavalos próximos ao moribundo e recebe a pequenina em seu regaço. Atenta
ela se mantém em continua alerta para que não sejam pegas de surpresas por
salteadores que sempre espreitam desavisados caminhando em becos semi-escuros,
Xena por sua vez examina o moribundo.
-Me
ajudem..., por favor, por favor. – ele usa todas as forças que ainda lhe restam
em seu corpo.
-
Calma preciso ver como você estar. – ela se agacha perto do homem examina os
constantes ferimentos espalhados por todo corpo. – Salteadores, eles não se contentam
apenas em roubar. – olha para Gabrielle demonstrando certa preocupação, os
ferimentos não eram poucos, alguns pareciam bem profundos e Xena conhecia cada
um deles e como foram infringindo. – Precisamos removê-lo ou morrerá aqui
mesmo. – ao fim ela conclui.
-
Me chamo... Judah. – ele demonstra dificuldade para respirar, tenta em vão
levantar-se mais cai, por sorte é amparado nos braços da princesa guerreira.
-
Não faça esforço, vamos te ajudar. – olha na direção da poetisa que agora se
encontra atrás de Xena vigiando o perímetro – Gabrielle, por favor, pegue na
minha sacola ungüento – ela olha agora para o homem ferido – Não se preocupe
você ficará bem. – Gabrielle dar Xena o remédio solicitado enquanto certifica-se
que Eva continua em seu sono tranqüilo, constatando o fato ela volta-se para o
trabalho de sua amiga que rapidamente cuida do ferido.
-Xena
nós precisamos sair daqui, podem aparecer ladrões. - Gabrielle fica temerosa
ante a constatação, pois não estava acostumada a lutar com a criança nos braços.
-
Tem razão – ela ergue o homem do chão sem dificuldade, colocando o braço
direito dele sobre seu ombro como apoio para ele ter como caminhar. - Consegue
andar? – preocupada indaga ao homem.
-
Sim... Sim – respira fundo – Consigo sim. – seu andar lento denuncia sua
fragilidade atual, mas ainda assim faz um esforço sobre humano para conseguir
caminhar.
-
Muito bem, Gabrielle pode trazer os cavalos? Senão virei buscar-los depois. –
procura a poetisa, que caminha atrás dela.
-
Não se preocupe, dou conta – a poetisa ajeita a pequena em seus braços e
desamarra os cavalos com uma só mão, depois os puxa pelas rédeas, indo pós Xena
e o ferido.
Os
três caminham, por cerca de cinco quilômetros até chegar a uma taverna, Xena
analisa a situação, não vendo nenhuma possibilidade de passar despercebidos
ante os freqüentadores do lugar, dar um sinal a Gabrielle para amarrar os
cavalos e entrar junto com ela. Ao adentrar o recinto nota que estar lotado e
depositando o ferido perto da porta se dirige até o balcão, a poetisa também
acha prudente aguardá-la no mesmo lugar onde Judah se encontra. Antes que
chegasse ao balcão um homem tenta beijá-la ao passo que a princesa guerreira de
frente para ele acerta uma cabeçada em seu rosto fazendo cair para trás, outro
surge se inclinando em sua direção com as mãos abertas na tentativa de agarrar
seus seios Xena não toma conhecimento desse também com a mão fechada soca-o com
violência fazendo-o praticamente voar, quando finalmente consegue chegar ao
balcão ela procura um atendente.
-
Preciso de dois quartos, três refeições e um litro de leite quente. – finaliza
seu pedido sem deixar de notar o nervosismo da mulher que a ouve. – Você estar
bem? – nota a expressão da mulher quando a mesma pode ver por cima de sua
cabeça alguns homens na mesa do canto, Xena vira para trás e também olha na
mesma direção, depois volta seu olhar para a mulher em sua frente. – Algum
problema aqui? – indaga mais uma vez.
-
Não, estar tudo bem - ela respirando fundo e volta sua atenção para sua
cliente. – O que disse mesmo que queria?
-
Dois quartos, três refeições e um litro de leite quente – Xena repete o pedido
sem deixar de observar a moça a sua frente. – Tenho comigo um homem ferido e
preciso também de uma bacia com água e uns lençóis extras.
-
Certo vou providenciar tudo agora mesmo, me siga, por favor. – ela sai de trás
do balcão e pede a Xena que a siga. – Venha comigo.
A
princesa guerreira estar se encaminhando para a porta quando um homem gigante
surge em sua frente bloqueando seu caminho, ela para diante da muralha humana e
erguendo seu rosto olha para ele, mais uma vez tenta passa se desvencilhando
para esquerda e outra vez sua passagem é bloqueada, mexe seu maxilar para os
lados e em seguida sorri perante a situação absurda.
-
Quer sair da minha frente agora – cospe praticamente as palavras seu semblante
aparentemente calmo.
O
homem nem dar atenção as palavras da guerreira e mostra um riso desdentado.
-
Quero você, hic, para mim e quero hic, agora belezinha, hic. – o homem estar
bêbado como um gambá e tenta tocar o rosto de Xena com ambas às mãos abertas.
Ela
logo se desvia da improvável carícia e aplica um soco fortíssimo em sua virilha
fazendo-o se dobrar com tamanha dor, ela aproveita a situação e com as duas
mãos fechadas aplica mais um golpe fulminante no rosto do gigante que tomba
para frente e para trás, então acompanhada com seu grito de guerra salta para
trás ao mesmo tempo em que se projeta para frente com seu salto atingindo o
peito dele com os dois pés junto, ela termina de pé enquanto o gigante cai no
chão completamente desfalecido. Gabrielle que tudo acompanhava sente seu
coração na boca quando vê que não pode ir ao auxílio de sua amiga e a cada
golpe aplicado por Xena ela vibra e se alegra com a perícia da princesa
guerreira. Enquanto que os freqüentadores do estabelecimento tudo assisti
impassíveis, não tomando partido de ninguém. A mulher que atendia a princesa
guerreira sente um enorme alivio e finalmente pode respirar sossegada, “naquela
noite dormiria segura, ao menos naquela noite”. Xena limpa as mãos uma na outra
e sinaliza para Gabrielle com um sinal de positivo indo até o ferido e de novo
passa seu braço esquerdo por sobre seu ombro com cuidado ajudando-o a se
locomover.
-
Precisamos subir as escadas, será ele vai suportar? - a questão levantada faz
com Xena observe ainda mais a situação de Judah.
Ela
decide então carregá-lo usando todas as suas forças sobre protesto do mesmo.
-
Não posso permitir tamanho esforço. – o ferido protesta.
-
É ser carregado ou morrer lá fora, o que decide! – dar por encerrada a
conversa. - Respire fundo e vamos lá. – ela abre os braços e carrega o homem
nas costas.
Iniciando
a caminhada a princesa guerreira sobe os degraus com determinação, carregando
seu fardo sem pestanejar tendo a sua frente à moça que atenderá no balcão.
-
Você é realmente forte, isso é incrível – ela fala com admiração – Com certeza
é a mulher mais forte que conheço, como disse que se chama? –olha para trás
vendo Xena subir com seu fardo.
-
O nome dela é Xena, a princesa guerreira. – Gabrielle fala com mais orgulho
ainda, sorrindo busca a face de sua amiga que a essa altura não vê a hora de
chegar ao quarto.
-
Xena? Você é Xena a guerreira mais impiedosa? – ela se volta para a princesa
guerreira e vê seu rosto ficar vermelho por tamanho esforço – Não parece. – em
sua voz ressoa um pouco de decepção.
-
O que esperava? - Gabrielle pergunta enquanto sobe com Eva nos braços ainda
adormecida apesar do barulho dentro da taverna.
Ao
chegar ao quarto a mulher coloca a chave na fechadura e abre a porta
escancarando-a para que Xena e o ferido possam passar, ela entra e deposita sua
carga na cama seguida por Gabrielle que senta aos pés da cama, Xena se inclina
sobre a cama e observa os ferimentos de Judah e novamente pede os lençóis
extras.
-
Pode trazer os lençóis? – olha para a mulher que fica parada a sua frente
olhando toda a cena.
-
Claro que sim, vou buscar, - antes de sair vai até Xena, curiosa.
-
Você é mesmo Xena? A destruidora de nações? – espera uma resposta positiva.
A
princesa guerreira se ergue encarando-a com seus olhos azuis.
-
Sou apenas Xena, está bem – sua voz denota muita calma, toca no ombro da mulher
e renova seu pedido. - Pode me trazer agora os lençóis!
-
Claro, agora mesmo – quando estava prestes a sair parece se lembrar de algo e
retorna. – A propósito meu nome é Sophia – estende a mão para a guerreira que
repete o gesto da moça que sorri e sai correndo.
Sophia
retorna com lençóis na mão e um sorriso estampado no rosto.
-
Estar tudo aqui e o outro quarto é o seguinte e já estar aberto – Sophia
observa os cuidados de Xena para co Judah – Ele é assaltante? - o medo é notado amarelando o sorriso.
-
Claro que não – Xena continua os cuidados sem olhar para Sophia. – Pode trazer
agora nossas refeições, estou faminta. – continua cuidando de Judah.
-
Ah, sim claro, o que eu vão comer! – A moça observa todos os movimentos de Xena
e os movimentos de Gabrielle. – A menina é sua filha?- olha agora para a
garotinha que dorme.
-
Sim. – muda então o curso da conversa – Você pode trazer cozido de carne de
porco... - conta nos dedos -... Pão, ovos mexidos, alguns peixes assados, leite
quente, um bom vinho, água... – pensa antes de acrescentar - E bolinhos de mel.
–conclui.
Xena
que estava cuidando dos ferimentos de Judah, para quando ouvi a imensa lista e
pedidos.
-
Mais alguma coisa – Sophia parece não acreditar em tal lista.
-
Não, é só. –Gabrielle se mostra satisfeita.
-
E você Xena, o que vai querer – Sophia olha para a princesa guerreira.
-
Ela pediu tudo, não foi Gaby! – um olhar sarcástico surge em sua face.
Sophia
olha para as duas quase ao mesmo tempo.
-
E, não podemos esquecer o Judah, para ele uma canja de galinha, e para os
cavalos ração e uma boa escovada, é só. – Xena conclui.
A
moça sai rapidamente para providenciar os pedidos.
-
Você deve estar com mais fome do que eu. – fala quase rindo da amiga.
-
Estou com muita fome Xena, caminha pelo quarto quando sente que Eva começa a
despertar cheira o pescoço da menina enquanto a observa – Acho que vai acordar.
Passa
cerca de vinte minutos quando Sophia aparece acompanhada de outra garota
carregando as bandejas.
-
Podemos entrar? –pergunta ainda na soleira da porta.
-
Claro – responde Xena sentada junto a Gabrielle brincando com Eva.
-
Tudo estar bem aqui – as duas colocam os pratos sobre uma pequena mesa. – Bom
apetite para todos. – Sophia então sorri.
Xena
se levanta, ela deposita nas mãos de Sophia 20 dinares que arregala os olhos
com tamanha quantia. – Pelo quarto, refeições e por despesas futuras se ele
precisar.
-
Você não é a assassina que todos falam você é generosa e eu agradeço aos deuses
por ter te conhecido. – se a aproxima sorrateiramente de Xena, ficando na ponta
dos pés e beija levemente seu rosto com ternura, depois sai seguida por sua
ajudante.
Gabrielle
que tudo observa fica surpresa com a ação da moça, mas percebe que Xena, não se
abala nem se intimida com tal carinho. A poetisa aproveita para aconchegar
ainda mais Eva em seus braços que a essa altura já se encontra devidamente
acordada. Xena então volta a sua atenção para sua pequena e a toma dos braços
de Gabrielle com extremo cuidado.
-
Você acordou, não foi não foi – sua fala é carinhosa e tranqüila – ela volta-se
para Judah – Você ficará bem aqui, tudo está pago, não se preocupe com nada.
Ele
a observa com cuidado, tenta ergue o corpo e diz.
-
Não tenho como te pagar, só minha eterna gratidão. – fala com extrema
sinceridade – Se um dia vier a precisar de mim, pode contar comigo Xena –
estende a mão na direção dela que repete o mesmo gesto, ambos sorrindo da
situação. - Muito obrigado, jamais esquecerei tudo o que fez por mim, que Deus te
abençoe, abençoe sua filha e você – olha na direção de Gaby – E você também,
obrigada mais uma vez por tudo, minhas amigas.
-
Pode ficar sozinho ou quer que uma de nós fique aqui! – parece preocupada.
-
Estou bem agora, não se preocupe com mais nada. – sua fala transmite
tranqüilidade.
-
Bem, aqui está sua refeição – leva o prato para junto dele que sem muita
dificuldade pega da mão da princesa guerreira.
-
Mais uma vez, muito obrigada minhas amigas. – recostado na cama inicia sua
refeição.
Saindo
do quarto de Judah, elas caminham em silêncio até o outro quarto, Gabrielle vai
à frente abrindo ainda mais a porta do recinto, ao entrar Xena deposita Eva na
cama com cuidado e se prepara para mais uma troca de fralda, quando termina,
sorri para ela colocando-a novamente em seu colo e oferece uma espécie de
mamadeira com o leite quente, em seguida coloca a menina na posição vertical
para fazer a digestão enquanto caminha pelo quarto, no final a deposita
novamente na cama com extremo cuidado. A poetisa observa sua amiga com a
pequena infante, depois coloca alguns cobertores da cama no chão improvisando
sua dormida, quando Xena percebe sua ação diz:
-
Gaby, cabe nós duas aqui tranquilamente, vem, vêm dormi – aponta para cama –
Vem, vem poetisa - Gabrielle sorri ante os gracejos da amiga que vem sendo cada
mais constantes, ela pega todos os cobertores do chão e os coloca novamente na
cama.
-
E a pequena, será que... – Xena põe seu dedo indicador sobre os lábios da
poetisa por alguns segundos, por alguns segundos o coração de Gabrielle quase
parou por imaginar o que viria a seguir, contudo Xena se afasta e começa
arrumar a cama.
-
Pronto podemos descansar agora – ela olha a poetisa e novamente abre seu lindo
sorriso – Gabrielle, obrigada por hoje – seus olhos azuis parecem ganhar vida.
- Xena, não me agradeça, nós estamos juntas,
lembra, para sempre. – Gaby se aproxima da guerreira e toca seu ombro que
parece dolorido. – Vem cá vou fazer uma massagem.
Xena
se senta na ponta da cama baixa uma alça de sua roupa e permite que a poetisa
massageie seus ombros doloridos, fecha seus olhos e sente os dedos de Gabrielle
passear sobre suas costas, subitamente ela suspende a alça do vestido e faz uma
careta amigável para sua amiga que outra vez fica sem entender direito o que
acontece com a princesa guerreira.
-
Estou com sono, vou dormir. – deita na cama e dorme.
Para
Gabrielle resta apenas deitar e pensar o que fazer com tudo o que estar
sentindo agora. Ela também deita, mas antes deposita na face de Xena um terno
beijo de boa noite “durma bem minha amiga”.
Logo
que amanhece Eva desperta chorando e Xena ainda sonolenta se levanta
rapidamente procurando o leite, não encontrando quase se desespera, quando
Gabrielle surge com um litro de leite quente nas mãos e a mamadeira.
-
Pronto, já pode para de chorar, meu amor.
–Xena pega a pequena em seus braços e recebe da poetisa a mamadeira
colocando na boca de sua menina que não demora a sugar o leite quente.
De
pé Gaby sorri para a pequena comilona ao mesmo tempo em que observa os
trejeitos de sua amiga “ela é uma boa mãe, disso não tenho dúvidas”, reflete a
poetisa sorrindo.
Quando
termina repete o mesmo gesto anterior da noite passada, colocando-a para cima
iniciando o processo de digestão. Enquanto isso a poetisa começa a arrumar o
quarto.
-
Quando iremos partir Xena! – pergunta enquanto arruma.
-
Assim que tomarmos nosso café da manhã. –Xena coloca a garota recostada na
cama, apoiada nos travesseiros. – Vou ver como Judah estar e depois pedirei
nosso café, volto já – na direção de Eva – viu meu amor, viu amorzinho, mamãe
já vem.
Eva
sorri para sua mãe, balançando os braçinhos, Gaby também se aproxima para que a
menina não sinta de imediato a falta de Xena, que logo sai.
Não
demora, ela surge com as bandejas de frutas, café e pão, abrindo a porta com a
ponta dos pés, ela coloca sobre a mesa arrumando a refeição matinal.
-
Gabrielle vem tomar café. – a poetisa pega Eva pelos braços erguendo-a para
cima, fazendo uma espécie de mergulho.
-
Oh, oh, oh, você é uma gracinha, nenê. – brinca com a menina que sorri o tempo
todo.
-
“Mã, mã... Mãe” – balbuciar a garotinha.
-
Anda Gaby, vai esfriar. – abre os braços para receber à pequena que se agita
nos braços da poetisa. – Vem meu amor, vem coisinha linda. – com a menina no
colo continua a brincar. – Você é a coisinha mais linda que a mamãe já fez.
-
“Mã, mã... Mãe, mamãe” – tenta falar com mais precisão.
Novamente
as duas guerreiras brincam enquanto degustam a refeição matinal. Depois se
levantam e se preparam para partir.
-
Já falei com Judah e combinei com Sophia que cuidasse dele após nossa partida,
ele vai ficar bem. – Gaby pega Eva outra vez nos braços, enquanto Xena arruma a
sacola da pequena. – Vamos, então.
Deixando
o quarto, descem a escada vagarosamente sempre brincando com Eva, ora uma, ora
a outra. Logo deixam a taverna e montam em seus respectivos cavalos, agora Xena
carrega a menina.
Após
uma cavalgada longa a parada se faz necessária, pois o sol já se encontra no alto
do céu revelando à hora da próxima refeição.
-
Xena é melhor dar mais água para Eva. – o sol forte poderia causar uma
desidratação na pequena principalmente.
Pegando
o cantil a princesa guerreira molhar os lábios da menina e depois aos poucos
dar de beber, esse processo acontece de quando em quando, Gabrielle e Xena
também bebem.
-
Xena nós estamos sendo seguidas. – a poetisa sussurra para a amiga.
-
Eu sei, há mais ou menos meia hora, mas ela é descuidada, deve ser
principiante. – Xena conclui seu pensamento. - Pegue Eva continue falando como
se tivéssemos conversando vou dar volta e pega-la.
Gabrielle
obedece e inicia uma conversa imaginária com Eva.
-
Sabe o calor está nos matando talvez fosse melhor sentamos um pouco, não acha
Xena! – ela fala bem alto a fim de que sua misteriosa perseguidora se revele.
-
Sim Gaby, realmente faz muito calor nessa época do ano - imita uma voz mais forte
e um pouco máscula.
-Eu
não falo assim. – Xena retorna trazendo consigo seu prêmio. – Aqui estar ela. –
trás a moça segurando-a pelo braço. – Estava nos seguindo e nos espionando.
-
Não, por favor, eu esperava por vocês, meu nome é Nescia - se desvencilha do
aperto em seu braço - Sou amazona, minha aldeia fica aqui perto e você é Xena,
a princesa guerreira sei tudo a seu respeito e ela - aponta para Gabrielle –
Ela é sua melhor amiga e também guerreira. – fala tudo de um só fôlego.
-
Amazonas por aqui? – Xena fica pensativa por um momento – O que fazia nos
seguindo. - indaga a sua agora
“prisioneira”.
-
Não, eu não estava seguindo vocês, como disse já esperava que passassem uma
irmã amazona teve uma visão com vocês duas passando por aqui, mas, por favor, minhas
irmãs estão em perigo e me enviaram para achar a princesa guerreira. – de novo fala tudo de uma vez.
-
Nescia, essa aqui é Gabrielle, Rainha Amazona – faz as apresentações devidas.
Nescia
fica aturdida diante dessa declaração, “Gabrielle é uma Rainha Amazona, estamos
salvas então”. As duas guerreiras notam uma alegria instantânea na face de
Nescia que não esconde sua felicidade.
-
Desculpe Rainha Gabrielle, - faz uma reverência meio descuidada – Peço imensas
desculpas pelos meus modos, faz um longo tempo que não temos uma rainha, para
nos guiar. É sua filhinha! – aponta pra Eva.
-
Também. Eva é uma princesa amazona. – muda de assunto para manter o foco da
conversa na amazona - Onde fica sua aldeia?
-
À uma hora de caminhada, a cavalo será mais rápido, imagino. – dar de ombros,
agora se sente mais a vontade para falar na presença de sua futura rainha.
-
Bem é melhor nos apressarmos para aproveitar o sol. – Xena examina o lugar em
que se encontra.
-
Nada de comida, então. – Gabrielle se entristece, pois já estava com fome ha
muito tempo.
Xena
pega três maçãs, uma ela joga para a poetisa e a outra ela joga para a amazona,
que surpresa deixa cair no chão para então poder pegar, a última ela fica para
si.
-
Almoço servido. – mais uma vez a guerreira graceja com beleza e leveza típico
de seu bom humor.
-
Bem engraçadinha, hein! – Estende a mão pegando no ar, Gabrielle logo dar uma
bela mordida na fruta.
Xena
estende os braços para receber Eva com um sorriso cínico no olhar, “com certeza
ela estar planejando mais alguma coisa” reflete a poetisa se pondo em alerta
máxima, ao devolver a criança para mãe. A princesa guerreira pega em sua bota
um punhal e começa a descascar a maçã de sua pequena que parece ansiosa para se
deliciar com a suculenta fruta, com jeito de travessa Xena aproveita que
Gabrielle caminha na frente com a amazona, segurando as rédeas do cavalo, e
começa a jogar as cascas da maçã sobre as duas usando as mãozinhas de Eva.
Quando as cascas caiam no cabelo de Gaby ela volta seu olhar para trás ha tempo
de ver Xena ri com Eva do seu feito.
-
Então as duas estão aprontando, não é! – ela constata rindo.
Nescia
também ri sacudindo dela as cascas da maçã.
-
Ela é sempre assim! - a amazona acha graça das brincadeiras.
-
Hoje ela estar assim, hilariante. – Gabrielle olha e novo para trás e sorri
para as duas que caminham a passos lentos.
-
“Ma, ma, mãe, voar, voar mamãe”. - Eva balbuciar. - “Mamãe, mamãe” – Xena
continua a brincar enquanto corta a maçã em tiras. - “Dá, dá, dá mamãe” – Eva
estende a mãozinha direita pedindo.
Xena
cheira o pescoço da pequenina três vezes antes de depositar em sua boca a tira
da maçã.
Passa-se
cerca de trinta minutos, elas caminham por estradas secundárias, parando de vez
em quando perto de pequenos riachos para abastecer o cantil. Depois montam nos
cavalos, Xena e Eva em um e Gabrielle e Nescia no outro, continuam o caminho
sem nenhuma dificuldade. Após uma hora chegam ao local com entrada bifurcada,
tudo parece em um profundo silêncio, quando as três mulheres vislumbram uma
cena macabra, amazonas mortas espalhadas pelo chão como fruta podre que cai das
árvores quando passa o tempo de amadurecimento, as cabanas foram totalmente
queimadas, tudo absolutamente tudo foi destruído, rapidamente Gabrielle
desmonta seguida de Nescia e Xena também desmonta com Eva que começa a chorar,
a princesa guerreira fica dividida entre consolar sua filha e examinar a situação.
-
Mas em nome dos deuses o que estar acontecendo - a Rainha Amazona fica espantada
com a carnificina presente.
Xena
tapa os olhos de Eva que continua a chorar, enquanto as duas mulheres parecem
não acreditar em seus olhos.
-
Gabrielle, pegue Eva um pouco. – Xena pede o favor a Gabrielle, não tira os
olhos da cena macabra e vai de uma a uma, verificar se alguma amazona ainda
respira, Nescia nesse momento compreende a ação de Xena e imita também os seus
gestos.
Por
fim constata tristemente que todas foram mortas degoladas, abatidas como
animais.
-
Estão todas aqui? – pergunta Gabrielle chocada com a cena que presencia.
-
Não, faltam algumas irmãs que não estão aqui, conseguiram escapar e eu, eu
cheguei tarde demais. – Nescia chora diante das cenas lamentáveis.
-
Onde elas estão você sabe? – Xena volta sua atenção para Nescia que continua a
chora compulsivamente pegando-a pelos ombros sacode-a para fazê-la voltar à
realidade. - Você sabe? – Xena grita a amazona que desperta do topor.
-
Sim às vezes nos escondemos em pequenos esconderijos espalhados ao longo do
caminho que passamos e às vezes, em pequenas cavernas. – ela fala com tristeza.
-
Sei que não é fácil, mas precisamos queimar os corpos, você conhece a tradição?
– Xena continua sua interrogação.
-
Não, não conheço - e desaba no choro.
Nescia
apesar de sua desenvoltura não passava de uma garota no alto de seus quinze
anos de idade, descobrindo o mundo amazona com suas responsabilidades e
posteriormente prazeres. Nescia não compreendia porque os homens a odiavam
tanto, não havia explicação plausível para tanto ódio, ela não entendia, por
isso enviaram ela a procura de ajuda e chegara tarde demais. O que fazer agora,
só conhecia aquela vida, seu chão foi arrancado de seus pés, não haveria futuro
para as jovens amazonas que restava, ali era o fim.
-
Eu conheço, posso providenciar tudo, - sacode –a para desperta-la outra vez -
Nescia pode nos levar até elas, onde está as outras amazonas!– a voz de
Gabrielle chega a seus ouvidos bem baixinho.
-
Sim claro que posso – sua voz quase sussurra.
A
essa altura Gabrielle consegue acalma Eva que é tão logo afastada da cena
fratricida. Quando de repente chega às outras amazonas desoladas com toda a
cena que presenciam, se unem a Nescia em um forte abraço e juntas choram abrem
espaço para Gabrielle que se aproxima com a pequena nos braços.
-Ela
é Eva princesa amazona e minha filha e eu sou Gabrielle rainha amazona, aquela
é Xena a princesa guerreira e mãe também de Eva. – faz as apresentações no meio
das outras, amazonas, que se abraçam evolvendo Gabrielle que por sua vez chama
Xena para participar daquele e Xena não desaponta a poetisa.
O
abraço é longo e forte, significava muito para todas elas, marcava talvez um
recomeço da vida pós morte, tinham tudo para recomeçar, sim a luz e a vida
brilharia outra vez naquele lugar.
O
primeiro passo foi à cremação dos corpos seguindo o rito de passagem das almas
para o Campo Elíseos das amazonas, Gabrielle liderou todo o rito todas
participaram inclusive a pequena Eva que agora se encontrava calma assistindo a
tudo embora não entendesse nada. Nos braços de sua mãe adotiva tomava parte
daquela aldeia, Xena também participava cantando o mantra do funeral. Ao todo
quinze amazonas foram massacradas naquele dia, vidas perdidas pela ganância de
alguns, mulheres jovens que lutavam pela terra, pelo direito de ser, pela sua
tradição de irmãs amazonas.
Ao
final de tudo elas se retiram todas juntas para a caverna onde estavam escondidas
quando fugiam do massacre se espalharam mais agora precisavam se manterem
unidas. A presença de Eva enchia a caverna de vida todas queriam pega-la no
colo, a qual as duas guerreira agradeciam pois sabiam que tinham que tomar
diversas providências.
-
Xena nós precisamos ajudá-las, mais do que nunca. – Gabrielle implora a
princesa guerreira.
-
Claro que sim Gaby, não precisava nem pedir, depois de tudo que vi, o máximo
que podemos fazer é descobrir quem fez aquilo. - sua fala não transmite raiva
só exige justiça.
A
poetisa concorda com sua amiga que olhando para aquelas jovens mulheres parecem
esboçar um pouco de alegria com Eva no meio delas, a garotinha batia palmas,
ria, gritava mamãe, andava para alegria de todas, mas quando via Xena ou
Gabrielle não queria mais ninguém.
-
Bom já chega, está tarde e na hora de bebê dormir. – Xena coloca o fim na
gandaia que começava a se formar. Pega a pequena nos braços e a coloca para
dormir cantando:
Estivemos esperando, pelo dia do seu nascimento.
Toda a vida sonhei com você, minha pequena e doce
criança.
Pequena Criança, não chore não.Você não precisa
temer...
Estamos aqui para proteger nossa pérola preciosa.
Fizemos mãos perfeitas, pés perfeitos.
Você completou nossas vidas.
Você completou nossas vidas.
Há tantas
expectativas em torno da minha pequena e doce criança.
Eu pensei que eu já conhecesse o verdadeiro amor.
Mas agora que tenho você, o amor significa muito mais!
Mas agora que tenho você, o amor significa muito mais!
Pequena criança estarei vigiando seu aprendizado e
crescimento.
E não importa pelo que você passe, pois você não estará só...
E não importa pelo que você passe, pois você não estará só...
Mas por enquanto, somente descanse. Nos meus
braços. Sobre o meu peito..
Composição: Allan Rich / Eric Vetro ·
Ao
final da canção Eva já se encontra totalmente adormecida assim como algumas das
amazonas também ao ouvirem a linda canção.
-
Xena está oficialmente no cargo de ninar. – Gabrielle graceja com a amiga, que
sorri de modo discreto.
A
princesa guerreira deposita a pequena em uma cesta de dormir e logo também se
deita ao lado de Eva, abatida pelo cansaço e pela dor compartilhada adormece,
Gabrielle por sua vez observa sua amiga dormindo, o contorno de seus lábios, o
seu rosto bem formado, aqueles olhos azuis que realça ainda mais sua beleza
exótica, seus longos cabelos negros, “enfim ela é a criatura mais perfeita que
já contemplei em toda a minha vida” pensa Gaby com um sorriso tímido nos lábios
deita-se em frente a ela com cuidado para não acordá-la. Sua família estava
completa com a presença da pequena que dia a dia enchia suas vidas de muita
alegria, a poetisa compreendia cada letra daquela canção que Xena cantava com
maestria para Eva. Depois do nascimento da pequena a vida ganhou mais sabor, só
faltava se declara para Xena, porém tinha certo receio de sua reação, nunca
conversaram sobre nenhum tipo de relacionamento, como poderia chegar perto dela
o suficiente para dizer o quanto a amava profundamente, sim amava a princesa
guerreira, a mulher que mudou sua vida totalmente e Gaby era profundamente
agradecida. “Lutaria então por esse amor! Sim ela lutaria até o fim com todas
as suas forças e conquistaria o coração daquela imbatível guerreira”. Com esses
pensamentos Gabrielle também adormece.
Quando
amanhece Xena como sempre já estava de pé com Eva, praticando os passos da
pequena, ensinando a menina a caminhar sem medo de cair e se cair ensinava a se
levantar, as duas riam alto sem se preocupar com as outras que ainda dormiam.
-
Acordaram cedo, hein! – Eva estava suspensa pelos braçinhos e caminhava com
muito entusiasmo sobre a orientação de sua mãe, enquanto andava queria ao mesmo
tempo falar, talvez reclamar de algo.
-
“Mamãe, mamãe, mamãe”. – repetia sem parar.
-Viu
ela acorda cedo, Rainha Gabrielle. – Outro gracejo de Xena.
Gaby
suspira na tentativa de acorda, pois sabia que se dependesse daquelas duas não
voltaria a dormir.
-
Tudo bem, eu estou acordada, eu estou acordada. – levanta da cama improvisada
no chão e começa a levantar acampamento, passa pelas amazonas chamando cada
uma, pois um novo dia começa e a vida não espera para ser renovada, ela
simplesmente flui.
Gabrielle
entendia esse movimento como ninguém, pois já passou por tantas coisas
partilhando dores e alegrias com Xena, ali também naquele lugar, queria ver se
erguer a forte tradição amazona.
-
Vamos a vida não espera, o tempo corre e nós precisamos comer. – chama as amazonas que pouco a pouco vão se
levantando.
Agora
elas são doze jovens amazonas, esse número aumentaria com o tempo eu que
pudesse reinar a paz.
-
Gabrielle fique com Eva, eu vou pescar – olha agora para as amazonas que
despertam pouco a pouco. – Preciso de duas assistentes.
Duas
jovens se prontificam para esse serviço, sabendo que teriam como mentora nada
menos que a princesa guerreira, cada amazona leva consigo os cestos.
-
Onde fica o rio mais próximo? – Xena indaga a uma das amazonas quando saem da
caverna.
-
Não muito longe, fica perto da aldeia. A propósito meu nome é Sula e ela é
Nutba – Sula fala olhando sempre para sua mentora.
-
Muito bem meninas, sabem pescar não é! – a pergunta de Xena pega as duas
amazonas desprevenidas e olham uma para outra. – Não sabem pescar! – a princesa
guerreira respira fundo, sabe que terá pela frente muito trabalho a realizar,
teria que começar exatamente ali. – Tudo bem, vamos improvisar para vocês duas.
Xena
procura nos arbustos pequenos caniços, encontrando-os corta-os com o punhal as
pontas, vai até a beira do rio e cata iscas no chão amarrando-as na ponta da
vara e entrega as duas amazonas que tudo observa com cuidado.
-
Pronto, é só colocar na água e esperar. – Xena retira a bainha de sua espada
das costas e o seu chakram colocando-os no chão, ela prende o cabelo com um nó
e caminha até a metade do rio se abaixa tentando ouvir o som dos peixes, quando
de repente ela agarra o primeiro com as duas mãos,fazendo careta joga o peixe
na direção das amazonas.
-Você
viu aquilo, ela é demais. - Sula comenta animada, olhando a perícia da
guerreira que não demora a segurar outro peixe que logo se tornam a soma de
dezessete peixes.
Ao
fim Xena retorna do rio e se joga na grama deitando-se com os olhos fechados,
aproveitando a brisa que nesse momento sopra sobre os que ali estão. Enquanto
Sula recolhe os peixes, Nutba se aproxima de Xena sorrateiramente, tentando um
ataque surpresa quando já está para segura-la pelo pescoço, Xena abre os olhos
agarra os braços da amazona, rola com ela sobre a grama e com os cipós que ali
estavam a imobiliza.
-
Eu sabia que não conseguiria. – Sula parece entusiasmada com a vitória fácil da
princesa guerreira sobre sua companheira.
-
Em nome dos deuses que brincadeira é essa! – se levanta do chão com ar de
zangada.
-
Por favor, não fique brava, só queria saber se é realmente você é tudo que
falam. – Nutba amarrada demonstra arrependimento – Por favor, foi uma
brincadeira de mau gosto, admito.
-
Xena, por favor, foi realmente uma brincadeira sem graça, por favor, nos
perdoe. – Sula agora implora pela vida de sua amiga, pois não sabe do que a
princesa guerreira pode ser capaz, o medo se instala nas duas amazonas.
-
Então é assim que reage diante da morte. – fala enquanto desamarra Nutba, -
Primeira regra da sobrevivência analise todas as possibilidades de dialogo e
também da fuga, pronto esta livre – vê a amazona esfrega os braços doloridos –
Utilize tudo que tiver ao seu alcance e transforme para seu benefício, agora
recolham e limpem os peixes, vamos tomar café.
Prontamente
é obedecida pelas duas jovens que com grande rapidez realizam a tarefa em pouco
tempo, Xena as observa com certa curiosidade.
-
Vocês não sabem pescar, acho que também não sabem caçar – as meninas riem
diante de tal afirmação. – Qual é a graça?
-
Não tínhamos permissão para aprender esse ofício, que só as mais velhas podiam
fazer. – tristeza é sentida na voz de Nutbal – Lembro de Sansa, ela era a
melhor caçadora, ninguém a superava, teve um dia que ela trouxe um grande porco
selvagem – agora um pouco de vibração em sua narrativa – Mas tudo isso acabou-
lágrimas escorrem de seu rosto juvenil.
Sula
se aproxima de sua irmã amazona abraça na tentativa de espantar as lembranças recentes,
os fantasmas da morte, Nutbal se afasta e continua a recolher os peixes não
queria ser alvo de caridade de ninguém, ela era uma amazona forte e com o tempo
se tornaria uma grande caçadora. Sua mãe se orgulharia de sua filha, na verdade
ela desejava ardentemente ser a líder para trazer outra vez as amazonas em seu
lugar de honra.
A
amazona de cabelos ruivos era Sula que trazida para a aldeia amazona ainda
pequena não era bem vista por suas irmãs mais jovens, pois ela era a preferida
da rainha, agora com a morte de Etelva, a rainha, não sabia mais se ali era
realmente seu lugar, contudo não as abandonaria em um momento de dor. Nutbal
era uma amazona típica que adorava as tradições, filha da xamã se colocava
acima das demais irmãs.
Xena
refletia as ações de cada uma e observava as amazonas, “o trabalho será grande,
mas no fim valerá apena” esse pensamento a encheu de coragem para continuar a
empreitada.
-
Vamos logo, assim chegaremos para o jantar. – Xena recolhe as varas de pesca,
juntamente com a bainha da espada e o seu chakram colocando todos e seus
respectivos lugares.
-
Estamos prontas. – anuncia Sula com seu cesto no braço, ao seu lado Nutbal
carregando também um cesto.
Satisfeita
Xena caminha ao lado delas.
- Quantos anos vocês tem? - pergunta com certa curiosidade.
-
Temos dezessete anos – Sula anuncia num misto de orgulho e alegria. - Logo
iríamos participar do grupo das mais velhas.
Elas
caminham agora em silêncio até a caverna onde já se pode sentir um cheiro
delicioso de café fresco, “com certeza Gabrielle colocou ordem aqui” sorri ao
entrar acompanhada pelas duas amazonas adolescentes.
-
Vocês demoraram, então resolvi começa – oferece a Xena uma xícara de café
quente.
-
Nossa, onde acharam as frutas? – olha ao redor e vê um cesto cheio de maçãs e
laranjas.
-
Elas colheram. – percorre o local com o olhar – Cadê Eva? – Gabrielle se
levanta para continuar a busca, quando ouve a voz infantil vindo em sua
direção, tendo nas mãos uma maçã fatiada.
-“Mã,
mamãe, mamãe, mamãe, dar, dar mamãe”. – estende a mãozinha para alcançar o
objeto de desejo, mas desvia sua atenção quando vê Xena.
Ao
ver o rosto de sua mãe, Eva solta à mão da amazona e vem caminhando sozinha a
passos pequenos e desequilibrados ao encontro de sua genitora, devagar e
sorrindo com os braçinhos abertos, tendo as amazonas ao seu redor, ela consegue
chegar a Xena e finalmente abraçá-la. A princesa guerreira por sua vez se
abaixa ficando na altura da infante, abrindo os braços a recebe com alegria,
que faz com que a pequena grite de tanta alegria. As duas ficam por algum tempo
abraçadas, ouvindo o coração de Eva, Xena se emociona.
Sentando
com a pequena no colo, ela relata tudo o que aconteceu no rio e o comportamento
das meninas, mesmo em meio a dor que passavam juntas, a competição entre elas
nunca cessariam até que outra vez uma rainha reinasse entre elas. Gabrielle
também conta toda a dificuldade que ela passou para fazer acontecer aquele café
matinal, muitas delas não sabiam preparar um simples café, notou também que uma
delas parecia estar gestante, as amazonas estavam totalmente desamparadas e ela
não sabia como tinham resistido por tanto tempo assim, descobriu também que um
grupo de caçadores apareciam de vez em quando e massacrava a aldeia, não sabiam
onde se escondiam.
-
Eu irei descobrir, depois do café vou voltar à aldeia sozinha e seguir as
pistas para ver aonde vão me levar. – Xena conclui enquanto termina sua fruta e
toma um gole de café. – Pegou tudo que estava nos cavalos.
-
Sim peguei tudo, mas falta leite para Eva, não sei onde achar. – fala com certa
tristeza.
-
Não se preocupe, vou dar um jeito, tenho muitas habilidades. – Graceja dando
uma piscadela e um sorriso brilhante.
-
Elas estão precisando muito de orientação Xena. – constata a poetisa triste com
o comportamento das amazonas. –Felizmente elas têm a nós.
-
Podemos ensiná-las a se defender, por exemplo. – fala esperando uma reprimida
por parte de Gabrielle.
-
Boa idéia Xena, também as cabanas queimadas precisam ser reconstruídas, quanto
aos utensílios não sei o que fazer. –
respira fundo, esfrega a cabeça com uma das mãos.
-
Gabrielle, um problema por vez, está bem. – Xena consola sua amiga com um leve
toque no ombro direito e volta sua atenção agora para sua pequena. – A Eva, você
se comportou meu amor – sua voz se torna meiga
-
“Mamãe, dar, mamãe dar” - estende a mãozinha para pegara fruta.
-
Eva, você está com fome meu amorzinho, mamãe Gaby não te deu comida não. – fala
com voz de criança atraindo a atenção da menina e sorrindo brinca com sua filha
puxando Gabrielle para junta dela. – Vem cá poetisa – puxando-a pelo braço, as
três brincam com a menina, ora fazendo caretas ora alimentando-a.
-
Rainha Gabrielle – uma amazona se apresenta – nós estamos prontas para partir
segundo seu comando.
-
Miane, já eu estou indo. – Gabrielle se levanta e pega Eva no colo - vamos
fazer um mutirão, para reconstruir as cabanas, e colher o que puder. –
Gabrielle demonstra organização para o trabalho.
Xena
sorri diante dos planos da amiga, que demonstra segurança em sua voz “sim
Gabrielle amadureceu, estava mais do que pronta para reinar em paz”, a princesa
guerreira faria de tudo para que isso acontecesse ao mesmo tempo em que
ajudaria as amazonas a se reerguerem do abismo para a vida e também seria para
sua filha um lar.
-
Então vou à frente, quero observar tudo, volto para o almoço, viu – pisca para
a poetisa, e beija Eva na testa partindo para sua missão.
Gabrielle
percebe uma nítida mudança no comportamento de sua amiga, ela estava “mais
feliz”, era o que parecia o bom humor da princesa guerreira estava de volta,
“estaria ela preparando alguns de seus famosos trotes”! Não Xena estava
realmente feliz e faria de tudo para que ela permanecesse assim. – conclui seu
pensamento. Ajeitando a pequena em seus braços a rainha amazona conclui os
últimos preparativos para a partida.
Uma
das amazonas se aproxima de Gabrielle com certa prudência nas palavras.
-
Minha rainha!- um leve inclinar de cabeça – Posso sugerir algo! – olha com
timidez para Gabrielle.
-
Fale abertamente Sevila – continua a se preparar recolhendo as sobras do café.
-
Acha que estamos prontas para a reconstrução? – lágrimas brotam dos seus
pequenos olhos castanhos.
Gabrielle
deixa o que estava fazendo vira-se para a jovem, coloca sua mão direita sobre o
ombro direito da amazona e olha para ela.
-
Não podemos esperar Sevila, o presente e o futuro estão em nossas mãos, nós
forjamos nossos destinos, não os outros, não se preocupe tudo vai ficar bem. –
tenta conforta a adolescente que acenando com a cabeça parece satisfeita com a
resposta e sai.
Depois
de algum tempo todas já se encontram prontas para a partida, retorna para a
aldeia, após todo o acontecido, deixa no ar um clima de tristeza para algumas
amazonas, já para outras um clima de expectativa se instaura entre elas.
Após
muito trabalho árduo finalmente tudo parece no lugar de antes, as cabanas
estavam sendo reconstruídas, os objetos e utensílios eram recolhidos para saber
o que ainda podia ser utilizado, outras amazonas ficaram responsáveis pela
colheita de frutas e tudo que podia fazer parte de uma refeição. Ao final do
dia as tarefas estavam concluídas, todas se cumprimentavam pelos os esforços
feitos de cada uma em prol da comunidade, Gabrielle reconhece que todas sem
exceção de nenhuma deram o máximo de si. De repente ela ouve um alvoroço do
lado de fora e sai de sua cabana já montada deixando Eva brincando sobre um
tapete com brinquedos improvisados. Ao sair ela então vê: VIVA A RAINHA
GABRIELLE VIVA, VIVA, VIVA.
A
rainha amazona ouvindo tudo agradece as suas irmãs à calorosa acolhida,
juntando as mãos, inclina a cabeça para cada amazona e sinal profunda comunhão
para com elas, estava realmente fazendo a diferença naquela comunidade que de
modo bárbaro teve a maior parte de seus membros arrancadas de seu convívio,
muitas daquelas jovens não sabiam fazer absolutamente nada, não sabia
exatamente como era a tradição que se seguia, naquele momento um só pensamento
tomava forma dentro de si, teria que juntar todas as forças para levar aquelas
amazonas ao seu lugar de direito, que seria a luta pela terra, o conhecimento da
pesca e da caça desconhecida de todas as amazonas jovem, o cultivo de alimentos
e o mais importante resgatar as verdadeiras tradições amazônicas que tanto
honravam suas irmãs distantes, pensa nas outras amazonas a impulsionava cada
vez mais a prosseguir em seu trabalho que sabia seria lento e ao mesmo tempo
gratificante. De repente se lembrou que Xena ainda não retornara de sua missão
e já era quase noite, “será que algo saiu do previsto!” tentava não pensar
assim, “se tem uma pessoa que sabe se cuidar esse alguém é Xena.” Por ora
desfrutaria daquele momento único entre suas irmãs.
O
dia parecia tranqüilo, se passaram cinco dias desde que retornaram para a
aldeia e a reergueram das cinzas para a vida nova. Em seu retorno a noite Xena
relatava a Gabrielle tudo que viu e ouviu, suas descobertas foram grandes
naquele dia e ela sabia que deveria tomar todas as precauções contra um
possível ataque surpresa.
Gabrielle
então se prepara: organiza turnos de guardas, constrói uma torre de vigia fora
da aldeia para obter uma melhor visão de um ataque repentino, as amazonas
iniciam seu treinamento físico sob as orientações da princesa guerreira, a
poetisa consegue se aproximar de uma das amazonas que estava realmente gestante
e a orienta para que tenha uma gravidez
tranqüila, reforçam o armamento das guerreiras, como rainha temporária a
poetisa ensina as amazonas a pesca, a caçar, e a plantar todos os legumes e
vegetais tão necessários para uma boa alimentação e mais ainda importante as
tradições amazonas são partilhadas entre aquelas jovens mulheres. Todas elas
tinham tarefas a serem desempenhadas, as tarefas estavam entrelaçadas entre si
possuindo conexão uma com a outra, de uma forma que nenhuma amazona ficaria
ociosa, todas tinham uma função importante dentro da aldeia, Gabrielle pela
primeira vez estava à frente dos planos de uma possível batalha tendo em Xena um
apoio fundamental dentro do seu pequeno esquema de salvação das amazonas. A
princesa guerreira a orientava nos esquemas de vigilância e estratégias, não
queriam uma guerra, mas tinham que estar preparadas para tudo o que visse a
acontecer, por enquanto tudo permanecia na paz, “que ela fosse duradoura”
rezava Gabrielle aos deuses.
O
som do mugido da vaca chega aos ouvidos da rainha, em suas descobertas Xena
trouxera com ela uma enorme vaca leiteira, que com grande alegria fora aceita
na comunidade, ela se tornara uma espécie de irmã vaca.
Todo
o dia Xena sai para pescar com duas amazonas, depois Gabrielle se alternava com
ela na caça, às vezes levando consigo Eva que adorava a farra que Xena fazia. A
princesa guerreira estava dando duro para erguer uma vida de tranqüilidade e
Gabrielle percebia que ela não media esforços para empreender aquela missão tão
diferente das outras, Xena estava “feliz”, esse pensamento encheu o coração de
Gabrielle de esperança, talvez tivesse realmente uma chance de se aproximar
dela o bastante para demonstrar todo o seu amor, aquela vida cercada de verde,
belíssimas paisagens era um ambiente propício para sua empreitada, havia tempo
que não conseguia compor mais nada, constantemente estava ocupada em seus afazeres
e não deixava de dedicar um tempo a pequena que se desenvolvia a olhos vistos, essa
quando não estava nos braços das amazonas, estava andando sobre a orientação de
Xena e de Gabrielle e falando suas palavras às vezes sem sentido para nenhuma
das duas que riam muito ao tentar interpretar o que Eva dizia.
-
Sabe que logo teremos que ir não é Gaby? – Xena pergunta com certo receio da
resposta.
-
Sei, só peço para aproveitarmos enquanto estamos aqui. – a poetisa olha nos
olhos da guerreira, para ver se descobria alguma reação negativa, mas o que viu
foi apenas um sorriso maroto.
-
E não é o que estamos fazendo, bebê, não é bebê. – Xena brinca com a menina
fazendo suas caretas costumeiras, a qual a garota se derrete de tanto ri. –
Gaby, vamos aproveitar para tomar banho – ao dizer essas palavras se despiram ela
e Eva que tão logo entram na água se deliciando com a temperatura quente, e uma
vez dentro da água Xena continua a ensinar a sua pequena a nadar que logo
inicia batendo as perninhas com força e vigor, características de sua mãe.
Gabrielle
fica observando aquela mulher tão perfeita e ao mesmo tempo tão simples, olha
os seus movimentos dentro e fora da água.
-
Gaby o que estar esperando? Vem! – Xena mais vez renova o convite para o banho,
ela não entendia porque a poetisa demora tanto para aceitar um simples convite
para um banho, o qual ela com certeza já estava acostumada, “a não ser que, a
não ser que, ela estivesse apaixonada...” não queria nem pensar naquela
possibilidade, afastava aquele pensamento passando a mão por entre os cabelos e
voltava sua atenção para sua filha, enquanto isso depois de muita insistência
Gabrielle resolvi aceitar o convite e se juntar a elas no banho animado.
Quando
estão retornando para a aldeia Xena percebe que algo estar errado e rapidamente
entrega Eva para uma das amazonas protegê-la em uma das cabanas e grita a ordem
de defesa, pois sabe que seriam atacadas a qualquer momento. O dia tão esperado
chegou, acompanhada de perto por Gabrielle que entende a situação e convoca as
amazonas para o centro distribuindo-as como o combinado dentro das simulações
que todos os dias treinavam arduamente, não havia pânico, nem desordem todas
sabiam exatamente o que deveriam fazer em tal situação, sabiam que não seriam
massacradas dessa vez, elas lutariam até a última das amazonas e tinham um
reforço considerado, tinham Xena e Gabrielle ao lado delas, hoje não morreriam,
hoje lutariam, hoje entrariam para a história.
-
Vamos, se preparem com tudo o que praticamos e deixe o combate corpo a corpo
comigo. – a princesa guerreira tira sua espada da bainha e projeta seu corpo
para uma árvore alta que dar acesso a entrada da aldeia, lá do alto ela
visualiza todo o movimento dos caçadores.
Xena
dar um sinal para a amazona, um forte assobio diferente, Nescia que estava na
torre de vigia coloca em prática as armadilhas que plantaram ao longo do
caminho, um fosso aparece quando eles tentam avançar na direção da aldeia e
muitos caem ficando presos no buraco, os que conseguiram escapar pisam em outra
armadilha de caçador que aciona machados vindos de dois lados em forma de duas
portas, ai dois homens morreram e um terceiro ficou gravemente ferido, no
continuo avanço desenfreado e desordenado eles não percebem em cima das árvores
amazonas com zarabatanas que ao ver os caçadores em seu campo de visão sopram
os emissários da morte que cumprem sua missão ao atingirem o alvo então três
dos homens caem também mortos ali mesmo. As amazonas situadas em uma alta
colina preparam suas flechas e acertam oito homens no peito que vendo seus
companheiros abatidos resolvem partir para o ataque frontal, uma cortina de
fumaça negra surge impedindo uma visão nítida do lugar, nisso a princesa
guerreira aparece montada no cavalo a todo galope, com sua espada em punho
acertando-os dois dos agressores no rosto que instantaneamente caem mortos,
Sula acompanhada de Gabrielle também aparece de espada em punho e como fantasma
passeia no meio deles acertando os três
dos alvos deixando-os fora de combate, contudo permanecem vivos. Xena então
abandona o cavalo e parte para o combate corpo a corpo, pois os agressores
estavam em maior número, e eles estavam bem armados, ela então lança o chakram
que ricocheteia em uma viga de ferro no alto e bate nos elmos colocando-os fora
de combate, antes de retornar para Xena o chakram faz a volta achando o peito
de quatro homens que também tombam depois sua arma mortal retorna para as mãos
de sua dona que coloca em seu cinto. A princesa guerreira vendo que seus planos
estão saindo de acordo com seu propósito se lança contra eles para o combate
corpo a corpo, Xena com um salto duplo fica de frente para o que parece ser o
líder dos caçadores ante o combate ela sorri para o seu oponente e espera o seu
ataque com a espada em punho ela gira a espada quatro vezes no ar se
preparando, ele então se lança contra ela empunhando um machado de dupla face,
Xena bloqueia com sua espada segurando-a pelo cabo tendo a lâmina ficado para
baixo, usando seu corpo empurra o homem corpulento para trás no momento em que
surgem dois homens atrás dela ao virar-se e ele atinge a princesa guerreira na
altura da coxa com um punhal, com um chute frontal arranca de sua mão a espada
dela, o segundo vendo-a ferida avança em sua direção com uma expressão de fera
na mão ele segura uma espada cravejada de pequenas pedras brilhantes ao
lembrar-se da história de Sula, Xena não se importa com seu ferimento e avança
para cima do pequeno homem, ela com um pulo curto acerta o homem na fronte com
um dos pés ele logo tomba, o que atingira com o punhal não perde tempo e
procura atingi-la novamente, com um soco forte acerta o rosto de Xena ele chega
mais perto dela e com uma joelhada acerta o flanco dela fazendo com a princesa
guerreira sinta o golpe, nisso o segundo homem a cerca eles já prevendo a vitória fácil zomba da
adversária ferida, o líder vendo o que aconteceu caminha certo da derrota de
Xena, ela com seu rosto ferido esboça um sorriso macabro, pois agora os tem
onde queria, os três juntos tentam atingi-la ao mesmo tempo, um deles com uma
pedra faz um pequeno rasgo no rosto de Xena, se não tivesse se desviado a tempo
teria seu rosto esmagado pois a pedra era enorme ela passa a língua por entre
os lábios provando o seu próprio sangue que agora escorre de seu rosto, o
sorriso intimidador ganha ainda mais proporção a medida que ela percebe que a
batalha agora esta em suas mãos, então com seu grito de guerra avança contra o
homem do punhal atingindo –o com uma saraivada de socos em seu rosto e em seu
estômago ele acusa os golpes e cai, o homem da pedra tenta atingi-la mais uma
vez ela porém se esquiva para a direita e para a esquerda sempre sorrindo e com
um salto pula para trás do homem ele gira para ficar de frente com ela e recebe
dois tapas de mão aberta no seguinte golpe ela empurra ele para trás com ambas
as mãos abrindo um certo espaço entre eles Xena passa a mão no rosto para
retirar fios de cabelos que ficam em sua fronte, ela chama o caçador para a
luta que corre em sua direção a toda velocidade a princesa guerreira se desvia
e coloca o pé na frente fazendo-o cair no chão e posteriormente batendo a
cabeça em uma pedra.
Nisso
Gabrielle e Sula derrotam os homens que sobraram, com golpes magistrais de seus
sais, a poetisa com força total abatia os restantes dos caçadores sem nenhuma
dificuldade tendo em seus calcanhares Sula que portava uma pequena espada e
trazia preso as suas costas um arco, era a primeira vez que essa amazona
participava de uma batalha e estava se saindo muito bem, pois tinha sido a
melhor aluna da princesa guerreira.
O
líder dos caçadores vendo seus homens fora de combate decide atacar com tudo
que tem, ele pega uma espada deixada no chão e com fogo nos olhos vai de
encontro a sua adversária, Gabrielle também se aproxima e fica preocupada ao
ver o estado de sua amiga, que sinaliza para ela não se intrometer, as amazonas
também se aproximam juntamente com Sula que surge atrás de todas elas abrindo
caminho ela olha para o seu inimigo que vendo-a
grita:
-
Amália, Amália é você mesmo? – parecia delirar com a visão a sua frente.
Xena,
Gabrielle e as amazonas ficam totalmente surpresa com aquela inesperada ação do
caçador, ele baixa a espada e finalmente a deixa cair por terra indo ao
encontro do rosto conhecido.
-
Tenho procurado você há muito tempo, desde que foi levada por essas criminosas.
–ele desabafa em meio ao ódio.
Sula
fica aturdida com essa revelação e parece não acreditar nas palavras do caçador
que na sua frente era seu inimigo. Gabrielle a segura pelos ombros por de trás
passando-lhe força, talvez aquelas palavras no fundo contivesse alguma verdade
dada às mortes anteriores.
-
Em nome dos deuses que história é essa? – Xena fica atenta a todo movimento do
homem, e o segura pela gola de sua vestimenta típica de caçador.
-
Ela é Amália minha irmã, eu posso provar o que digo. – ele se livra das mãos de
Xena em sua gola e rasgando seu casaco com suas próprias mãos, mostra no peito
uma marca de nascença típica de irmãos gêmeos, nascidos naquela região, fica de
joelhos e começa a chorar. - Procuramos por você... Por todo o inverno sem
sucesso..., mamãe e papai morreram em um dos ataques das amazonas que ocorriam
toda a lua cheia..., eu cresci e me juntei aos caçadores para exterminá-las - a
raiva surge em sua narrativa - Porque pensava que estava morta, mas agora vendo
você com elas quero que morra realmente- subitamente ele se levanta agora com a
espada em punho e tenta matá-la, contudo antes que alcance seu objetivo Xena
dar um salto se pondo a frente de Sula e crava a espada no peito do caçador que
morre instantaneamente, nisso a princesa guerreira também cai no chão sem
sentidos, logo várias mãos surgem para levantá-la, e conduzi-la para uma das
cabanas.
Sula
permanece estática se abaixa e fica com seu irmão morto nos braços, Nutbal
chega perto dela e coloca sua mão esquerda sobre seu ombro mostrando
solidariedade, Sula imediatamente lembra-se de sua marca de nascença em seu
peito.
Enquanto
isso Xena é transportada para sua cabana com ajuda de outras amazonas, Gabrielle
se mostra bastante preocupada “será que os ferimentos foram profundos” ela
precisava verificar a extensão de cada um deles, colocando a princesa guerreira
sobre a cama Gabrielle a despe com ajuda de Nescia que fica admirada com o
corpo escultural da guerreira, a poetisa olha feio para a amazona e a reprova
com o olhar Nescia percebe e continua seu trabalho que é limpar os ferimentos.
-
Xena..., acorde, por favor, acorde - Gabrielle sacode a princesa guerreira que
não esboça nenhuma reação e então a poetisa começa a chorar. –Não me abandone meu amor, volta para mim...,
eu não posso viver sem você.
Nescia
fica ali apenas escutando o desabafo de sua rainha, a soleira da cabana surge à
amazona que estava com Eva.
-
Minha rainha, a pequena não para de chorar, não sei o mais o que fazer. – ela
fica de pé esperando uma atitude de Gabrielle.
A
poetisa enxuga as lágrimas de seus olhos, se levanta e pega a menina nos
braços, não sabia também o que fazer, súbito Eva se lança para frente vendo o
corpo inerte de sua mãe.
-
Ela está respirando minha rainha. – Nescia constata com alegria.
Gabrielle
deixa Eva fazer o movimento de corpo e percebe sua ação, queria ouvir a voz de
sua mãe outra vez e quando isso não acontece, ela chama.
-
“Mamãe, mamãe, voar, mamãe voar”. – fala sua brincadeira habitual.
Gabrielle
deixa Eva perto da mãe, pois não tem forças para afastá-la.
-
Minha rainha eu devo levá-la para a outra cabana? – A amazona indaga a poetisa
que parece perdida.
-
Leve-a, tente acalmá-la. – coloca a pequena nos braços da amazona – Meu
amorzinho vai ficar tudo bem, prometo. – tenta convencer à pequena ou a si
mesma.
-
Será que a veneno nos ferimentos, essa é a única explicação. - Nescia faz sua
dedução diante do que vê.
-
Então traga todos os ungüentos que produzimos e diga para as outras limparem lá
fora, queime os corpos dos mortos e deixe os vivos partirem... – pausa para
respirar – já morreu gente demais por hoje. – depois das ordens recebidas
Nescia sai da cabana e deixa Gabrielle com Xena.
Xena
acorda, não entende, mais vê Gabrielle chorando sobre seu corpo e onde estar
mesmo? Parece que nunca esteve naquele lugar. “Que estranho não há ninguém
aqui” ela pensa e nisso surgem uma figura desconhecida para ela, e Xena logo se
prepara para o ataque, colocando suas mãos a frente de seu peito na posição de
defesa.
-
Quem é você e onde estou? Exigo uma resposta agora. – esbraveja com as
palavras. –ela ainda não o vê mais já fica furiosa por estar ali sem Gabrielle.
-
Exige! Como assim exige! -a figura
misteriosa pergunta com suavidade. – Estou aqui não por minha vontade própria,
fui enviado até você que cuidou de mim mesmo sendo apenas um estranho.
-
Que conversa é essa eu não te conheço, já que nem estou te vendo. – com tom
sacarmos ela desfere a resposta como um soco.
-
É verdade, deixe-me então me apresentar- ele então aparece para ela – Você me
conheceu assim.
A
figura a sua frente é Judah, o homem ferido no beco.
-
Mais é você Judah, que espécie de brincadeira é essa? -parte para cima dele com uma fúria. – Quero
voltar agora.
-
Estou aqui, por causa dela, ela me chamou. - continua com o mesmo tom de
serenidade e suavidade. – Como disse não
estou aqui por vontade própria meu Senhor me ordenou e eu obedeço.
-
Não entendo você estava ferido na taverna..., - tenta ordenar seus pensamentos
- E quem é ela? E esse senhor quem você obedece.
Ele
então se revela ao total.
-
Meu nome é Rafael sou um arcanjo, o anjo da cura. O choro de Eva me chamou, ela
é a escolhida lembra! E sirvo apenas ao Senhor meu Deus, criador do Céu e da Terra.
– ele fala com extrema suavidade.
Xena
tenta enxergar a figura a sua frente, mas o brilho é tão intenso que ela
precisa tapar seu rosto por causa do clarão, ela pensa “então estou morta”, ele
percebe e o clarão desaparece, a princesa guerreira pode então ver toda a
beleza divina daquela figura. Alta, esguia vestido com uma couraça brilhante
que mais lembrava um guerreiro, cabelos negros, barba bem feita e um olhar
penetrante.
-
Você é um guerreiro de seu Deus? – se mostra agora curiosa.
-
Não sou guerreiro, eu realizo curas e estou aqui para curar você, por causa de
Eva, seu choro chegou como clamor aos céus, ao trono do Altíssimo, e foi ouvido
e atendido, por isso estou aqui.
-
Como retornarei então? - mostra-se agora mais calma.
-
Não se preocupe com nada, apenas relaxe, feche os olhos e voltará à vida
novamente. – ele abre os braços em um ângulo de 40 graus, ele fecha os olhos,
uma luz forte surge no meio deles, Xena é levantada para o alto, seu corpo é
envolvido em uma grande chama, com receio ela também fecha os olhos e relaxa
seu corpo se deixando tomar por aquela chama, ela sente uma paz tão intensa que
não tinha palavras que explicasse aquele momento, veria ainda uma vez mais sua
Gabrielle, e sua pequena Eva!
De
repente estava em sua cama deitada ouvindo a voz de Gaby num misto de choro com
palavras.
-
Xena, por favor, amor acorde, não conseguir lhe dizer o quanto amo você, e me
arrependo disso..., - ela chora lágrimas escorrem de seus olhos já inchados –
Não poderei viver outra vez sem você, meu grande amor – nisso Gabrielle
deposita nos lábios de Xena um suave beijo de amor eterno, ela devagar
aprofunda seu beijo.
A
princesa guerreira então abre os olhos e fica olhando para a poetisa que rápido
se afasta sem palavras. Xena se levanta e olha ao seu redor, como se procura
algo.
-
Onde estar ele? – continua procurando.
-
Ele quem?- indaga Gabrielle que fica sem entender o que estar acontecendo.
-
Então foi uma espécie de sonho - parece satisfeita com a resposta. – E Eva
quero vê-la agora, por favor. – pede com calma.
Gabrielle
prontamente obedece a seu amor e reza para que Xena não se lembre do que
aconteceu, ou deveria pedir ao contrário! As dúvidas assaltam seu pensamento,
agora ela não sabe mais o que pensar e se Xena a rejeitasse? Como viveria com
aquilo! Deixaria para outro momento agora é hora de celebrar sua princesa
guerreira retornou.
Tudo
parecia tão calmo, o dia estava lindo, o sol reinava completamente, o cheiro
das flores enchia o ar, sim seria mais um dia perfeito. Xena estava sentada a
beira do rio com Eva que brincava, gritava e corria mesmo devagar, não sabia
como aquela criança tão pequena podia ter tanta energia, às vezes nem ela podia
acompanhar sua menina, então simplesmente sentava e observava a garota, que parecia
estar imensamente feliz, lembrava do que o arcanjo lhe contara a respeito de
sua filha, sabia que ela é a escolhida, mas seu choro chegaria tão longe assim,
teria Eva algum poder sobrenatural! -
muitas perguntas assolavam sua mente, mas agora precisava se concentrar no que
acontecera entre ela e Gabrielle.
-
Então vocês estão aqui- Gaby surge como do nada diante de Xena que sorri para a
recém chegada.
-
Ela praticamente me arrastou para cá - graceja com sua amiga olhando para a
menina. – Gaby quero lhe contar uma
coisa, senta aqui. – o convite é aceito
com rapidez.
Gabrielle
se senta perto de Xena não procura olhá-la nos olhos, pois tem medo do que
possa ver, amava sua princesa guerreira ela sabia agora com certeza e não era
um amor de irmã, ela desejava estar com Xena intimamente e partilhar com ela
uma vida a duas, fazendo parte ainda mais da vida de Eva, sim seria uma família
feliz e completa, porém a princesa guerreira desejava isso também? Ela sabia
que Ares o deus da guerra exercia uma forte influência sobre a guerreira e
sempre que podia queria aflorar seu lado negro, sabia que Xena lutava com todas
as suas forças para resistir àquela tentação, podia uma simples poetisa trazer
felicidade ao coração da guerreira mais temível de toda a Grécia! Xena teria
coragem suficiente de assumir um relacionamento com uma simples poetisa! Só
perguntas sem nenhuma resposta, Gabrielle procura se manter em silêncio
interior para então poder ouvir o que sua princesa guerreira tem a lhe dizer.
-
Gaby... – ela respira antes de continuar – tive um sonho estranho esses dias,
eu sonhei que... – outra respiração - Sonhei que..., - procura as palavras
adequadas para se expressar – Eu sonhei...
– não consegue completa parecia estar envergonhada.
-
Sonhou com o que Xena! – ela não consegue entender o que se passa na cabeça de
sua amiga, segura as mãos de Xena entre as suas com suavidade e olha dentro de
seus olhos. - Sonhou com o que Xena, pode falar.
A
guerreira sorri sente confiança dentro de si.
-
Gaby eu sonhei que te beijava. –fala de uma só vez olhando-a também nos olhos
-Não era um beijo de amizade, era um beijo de amor –sua voz se torna macia –
Ainda posso sentir seu gosto em minha boca.
Gabrielle
não acredita no que acaba de ouvir ela baixa seus olhos, seu coração parece que
vai explodir, ela arregala os olhos e sorri para sua amiga.
-
Qual é a graça!- pergunta em meio a um sorriso maroto – Contei alguma piada! -
seu sorriso se torna cada vez mais belo.
-
Xena, não sei como te dizer isso, mais não foi um sonho. – toma fôlego para ir
até o fim, não iria desistir. – O beijo
realmente aconteceu, mas fui eu que te beijei. - baixa outra vez seu olhar. –
sente o toque de Xena em seu rosto que agora se encontra de frente para ela,
uma olhando para outra.
-
E as palavras que ouvir são verdadeiras!
- procura sinceridade naquele olhar.
-
Sim, eu te amo sempre te amei, só não tinha coragem para dizer, na verdade
tinha receio de uma reação negativa – lágrimas brotam de sua face angelical que
prontamente são amparadas com a ponta dos dedos de Xena – sei que meu lugar é
para sempre ao seu lado,... e – não consegue terminar a frase, pois a princesa
guerreira se aproxima o bastante para beija-lhe levemente, Gaby pode sentir o
gosto de sua boca, conclui é um beijo leve.
Elas
se separam devagar mantendo os olhos fixos uma na outra, há uma grande ternura
nos olhos da guerreira, Xena sorri, um sorriso franco e aberto, naquele momento
não há palavras, só os olhares é que conta, uma onda de felicidade invade o
coração das duas mulheres, depois da tensão elas finalmente sorriem aliviadas,
pois sabiam que se amavam.
-
Então você me beijou. – Xena mantém um sorriso travesso- como pode se
aproveitar de uma enferma indefesa! – batidas de leve na mão de Gaby que não se
defende.
-
Quando alguém que se ama estar à beira da morte vale tudo, é como na guerra e no
amor, tudo estar valendo. – responde a poetisa também sorrindo.
-
Eu te agradeço por me amar, me esperar e nunca ter desistido de mim - ela
declara com ternura.
-
Xena eu jamais desistiria de você, pensei até que..., - pausa para uma
respiração longa – Que você sentisse a falta de um homem em sua vida.
Ao
ouvir essas palavras a princesa guerreira cai na gargalhada inclinado seu
pescoço para trás o que faz com Gabrielle se junte a ela na risada.
-
Você não sabia, eu também cheguei a pensar que você estivesse precisando de um
namorado – outra vez elas caem na risada estão próximas uma da outra, as mãos
se tocam com suavidade os olhares se procuram, um silêncio quase divino se
instaura entre elas, outra vez a princesa guerreira se inclina a procura de
mais um beijo agora com mais intensidade, Gabrielle corresponde o beijo
apaixonado.
De
repente Eva surge e grita.
-
“Mamãe, mamãe, voar” - puxa o braço de Xena para chamar sua atenção. – “Voar,
mamãe”. – a pequenina segura o braço de sua mãe com força.
-
Tudo bem , já entendi, vamos voar então. - a princesa guerreira se afasta de
Gabrielle devagar e se levanta com os olhos arregalados na direção de Eva que
ao perceber o que estar para acontecer abre seus braços e um imenso sorriso.
Gabrielle
enfim respira aliviada agora ela tem seu amor ao seu lado, não sabia como seria
daqui para frente só sabia uma coisa estava amando aquela mulher com todas as
suas forças e isso era o bastante.
Elas
retornam para a aldeia, as amazonas estão quase no fim de suas últimas tarefas,
Xena e Gabrielle foram dispersadas temporariamente de seus afazeres, elas
caminham na direção da cabana quando Sula aparece e fica em seu caminho.
-
Posso pegar um pouco Eva? – ela sorri ante a pergunta – Já praticamente
terminamos, estamos com saudade da pequena. –olha para Eva que sorri também e
se joga nos braços de Sula.
-
Já tem sua resposta. – Xena desabafa abrindo seus braços para que a menina
possa ir. – Volte para dormir
pequenina. – graceja com sua filha que a essa altura não presta mais atenção
nas duas, pois achou outro colo.
-
Vamos Eva, temos uma surpresa para você, amorzinho. – Sula sai andando dando logo
as costas para as duas guerreiras antes que elas mudassem de idéia.
-
Então, vamos descansar um pouco, Gaby! – puxa a poetisa para junta dela
abraçando-a junto a si.
As
duas continuam caminhando até chegar à cabana, adentram o recinto e Xena se
joga na cama com os olhos abertos, Gabrielle fica apenas observando seu amor se
esticar.
-
Quer deitar também! - ela pisca o olho para a poetisa que caminha devagar até
chegar perto de seu alvo.
-
Xena... - ao chegar bem perto a princesa guerreira se levanta e se inclina na
direção de Gabrielle que é calada por mais um beijo intenso, as mãos se
procuram e se permitem fazer uma pequena exploração, contudo Xena interrompe o
beijo e se levanta devagar.
-Vou
dar uma volta! – declara ao se arrumar.
-
Fiz algo de errado Xena? – ela pergunta agora sem entender.
-
Não, você não fez nada de errado, eu só preciso caminhar um pouco. – sai da
cabana, deixando para trás uma Gabrielle preocupada.
O
que será que fiz de errado será que ela se arrependeu de tudo que aconteceu
entre nós duas, será que..., não pode ser ela parecia tão sincera, tão
entregue, tão natural, seu olhar penetrante...
A
noite chega e Xena ainda não retornara de seu passeio, Eva já estava dormindo
há muito tempo. De repente a cortina se abre a princesa guerreira aparece por
detrás dela adentra o quarto improvisado, sua expressão é suave e ao mesmo
tempo dura. Gabrielle não tem coragem de encará-la e finge dormi. Xena se senta
na beira da cama e sacode a poetisa que permanece quieta.
-
Gaby, está acordada! –silêncio- Gaby! –mais silêncio.
A
princesa guerreira desistiu mexe seu maxilar pega uns cobertores joga no chão e
deita buscando o sono que insistir em não chegar, depois de um longo tempo
finalmente adormece.
Gabrielle
que permaneceu quieta também dorme e sonha com dias mais felizes.
Quando
amanhece Xena já estar acordada e sentada com Eva em seus joelhos e esta só
pensa em descer e começar sua exploração no chão. Aos poucos a poetisa
espreguiça e se levanta devagar temendo o encontro.
-
Gaby, nós precisamos conversar. – fala de modo seco e direto típico de sua
pessoa.
Gabrielle
engole seco e com a cabeça acena concordando com a guerreira, Xena então se
levanta coloca Eva finalmente no chão e sai, sem demora ela volta com Sula e
Nescia que pega Eva no colo e saem juntas.
-
Vamos até o rio – estende a mão para a poetisa que aceita, mas depois se afasta
e caminha trás de Xena.
Elas
fazem o percurso no mais profundo silêncio. Chegando ao local Xena se senta colocando
sua sacola no chão perto dela e convida Gabrielle a fazer o mesmo, ela aceita
sempre olhando para seu amor.
-
Gaby... – respira para tomar coragem de prosseguir - Do jeito que estar não
podemos continuar – lágrimas brotam do rosto da poetisa – Eu não acho certo
para com você... – as lágrimas agora rolam com abundância. –Ei, por que está chorando. – ela não entende
o que se passa na cabeça de Gabrielle – Estou tentando dizer, ou melhor,
perguntar... - pega de uma sacola um pergaminho escrito - Deixa pra lá, não sou
muita boa com as palavras mesmo é melhor você ler.
Não sei como
dizer o que sinto agora
Só sei que
preciso de você
Tu vias a minha aura quando
Tu vias a minha aura quando
Eu ainda
estava no escuro
Em minha própria solidão
Em minha própria solidão
Mas nada disso
te incomodou.
Tu vives no meu pensamento constantemente
Eu falo contigo, sem palavras
Encontras-me e eu te encontrei.
Foi este brilho em teus olhos
Tu vives no meu pensamento constantemente
Eu falo contigo, sem palavras
Encontras-me e eu te encontrei.
Foi este brilho em teus olhos
Que me atraiu,
Um beijo de teus lábios eu provei,
Um beijo de teus lábios eu provei,
Descobrir então
o sentido da felicidade.
Ao
termino da leitura Gabrielle fica sem palavras diante do que leu, sorri sem
graça porque achava que seu grande amor tivesse desistido dela, mas agora ela é
que não tinha as palavras.
-
E tem mais... – chega mais perto da poetisa – Gaby quer casar comigo. – sua voz
ressoa de modo sereno e tranqüilo.
Gabrielle
não acredita no que acabou de ouvir, foi pedida em casamento, mais como? Não
poderiam se casar, não existia tal cerimônia, ela segurava com força o
pergaminho e olhava para Xena, sua face transbordava felicidade, podia ver em
seus olhos, ela sabia o que estava fazendo.
-
Casar... com você...- não acreditava estava mesmo sendo pedida em casamento
pelo seu grande amor.
– Mas Xena...
A
guerreira põe um dedo nos lábios de Gabrielle e pergunta novamente.
-Quer
casar comigo, sim ou não! – seu rosto ganha uma certa seriedade e deixa Gaby em
alerta -SIM OU NÃO.
-
Gabrielle sorri e responde finalmente.
-
SIM, EU ACEITO AMOR.
-Um
brinde então ao nosso amor.
Pronto,
não falta mais nada tudo está selado, a felicidade estar completa, as almas
gêmeas finalmente estão juntas, caminham como numa batida do coração em um só
movimento.
Xena
e Gabrielle finalmente selariam seu amor com um casamento.
-
Como então faremos não existe cerimônia para um casamento entre duas mulheres –
elas caminham juntas retornando para a aldeia, riem como duas crianças felizes
e apaixonadas uma pela outra.
-
Não se preocupe criaremos uma. – a certeza desse amor deixava Gabrielle ainda
mais confiante no futuro, ela não se importava com que os outros pensariam,
apenas sabia que as duas estariam juntas para sempre protegeria Xena e Eva de
tudo e de todos.
Ao
chegarem à aldeia as amazonas enfileiradas e sorrindo já estão preparadas para
a realização de uma nova cerimônia, todas estão limpas e vestidas para a
cerimônia, toda a aldeia se encontra enfeitada com flores variadas de cores,
fragrância e tamanhos elas foram colhidas pelas amazonas. Gabrielle não entende
o que está acontecendo agora, olha para o seu lado e vê sua princesa guerreira
sorri sem parar era uma surpresa, Xena sempre cheia de surpresas.
-
O casamento seria agora? – pergunta fingindo não entender.
-
O que você acha amor. –ela é só sorriso.
-Por
mim tudo bem, vamos lá. – seguiria em frente se esse era o desejo de Xena.
Toda
a aldeia estar florida, perfumada, limpa, uma cabana foi preparada para as duas
mulheres, bandejas de frutas, lençóis limpos entre outras coisas mais.
-
O que iremos vestir Xena! – fica preocupada sem saber o que fazer.
-
Não se preocupe, caso até sem roupa, se esse for todo o problema. – ela graceja
e se baixa quando vê sua princesinha vindo em sua direção cercada pelas
amazonas que a todo o momento vigia os passos da menina. – Você vai testemunhar
um enlace de amor verdadeiro – carrega Eva nos braços deixando-a também ao
alcance de Gaby.
As
duas guerreiras adentram uma das cabanas e elas se preparam para vestirem suas
respectivas roupas, um silêncio se instaura entre as duas que logo percebem a
entrada de uma amazona enviada para auxiliá-las com o que precisassem. Ouvindo
um som de trombeta elas sabem que a cerimônia irá iniciar logo, as duas sorriem
e saem de mãos dadas, juntas para mais um passo importante em suas vidas. Elas
caminham com firmeza até o altar.
A
cerimônia não demora em iniciar logo todas as amazonas se postam em seus
lugares ao redor do altar, as duas guerreiras recebem coroas de flores para
enfeitar suas cabeças e vestem túnicas
brancas simbolizando a pureza do amor toda a cerimônia ocorre de modo simples e
direto. Eva vestida também com uma pequena túnica branca participa ativamente
trazendo em uma pequena cesta flores e dois braceletes de casamento, a menina
caminhava com ajuda de Sula que adorava mimar a princesa amazona, as duas então
caminham até o altar que fora improvisado no meio da aldeia amazona.
-
Estamos aqui hoje para testemunhar o encontro de duas almas gêmeas, duas
pessoas que se amam, com toda força do coração, nós todas somos testemunhas
desse amor verdadeiro que superou todas as barreiras do tempo e do espaço para finalmente
poder ficar juntas. Hoje esse amor superou mais uma barreira e é por isso que
estamos todas aqui. Xena e Gabrielle em nome dos deuses, ou melhor, em nome do
Deus Único que escolheu sua filha para ser a mensageira do caminho do amor, eu
Nescia como Xamã auxiliar de minha rainha amazona declaro GABRIELLE E XENA
DIANTE DE TODOS OS DEUS E DE TODAS NÓS CASADAS.
Aplausos
ressoam por toda a comunidade amazona, gritos de alegria misturada com
explosões de felicidade, enfim estão casadas. Logo a música toma conta do
lugar, as amazonas dançam convidando as recém casadas a se juntarem a elas
naquela comemoração, Gabrielle não perde tempo e puxa Xena agora um pouco mais
tímida para dançar também, que logo se solta se deixando levar pelo ritmo da
música, todas estão em festa.
O
momento intimo tão esperado pelas duas, só é contido pela presença de Eva que
mesmo não sabendo direito o que acontece grita a plenos pulmões.
-
Mamãe, mamãe, mamãe - grita chamando as duas com um pedaço de bolo na boca e um
brinquedo na mão.
-
Há Eva, você vai se engasgar meu amorzinho. - pega a menina no colo e tenta
limpar a sua boca.
Quando
Sula surge e pega a menina no colo de Xena que não parece querer se afastar de
sua mãe, chorando ela protesta, porém Sula que já a conhece mostra-lhe um novo
brinquedo seduzindo-a, a pequena logo esquece as duas guerreiras enquanto é
levada então para dormir com ela.
-
Venha amorzinho vamos dar boa noite as suas duas mamães. Boa noite e se
comportem meninas. – sorrindo sai da cabana.
-
Pensei que nunca mais fosse embora – Xena declara com ar de cansada.
-
Você preparou tudo não foi? – Gaby realmente se surpreendeu com sua princesa
guerreira.
-
Gaby vem cá vou te mostrar o caminho o paraíso aqui na terra- outra vez aquele
sorriso travesseiro aparece em seu rosto.
-
Não meu amor, eu é vou te mostrar o caminho do amor – Gabrielle complementa a
frase de Xena.
Elas
teriam um longo caminho a percorrer, mas fariam isso, juntas e não havia nada
no mundo que as impedisse de trilhar o caminho da felicidade.
O
verdadeiro amor não é conquistado pela força
E
sim pela pureza da persistência
FIM
PRÓXIMO
CAPÍTULO
Essa
menina é a Eva? – Onde estar Xena então?
- olha para cima e para baixo na direção da poetisa e da garota. Ele
sacode a cabeça procurando dentro de si a verdade. – Eu vi você e Xena
morrerem, eu vi Ares levar os corpos das duas.