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FanFic - I'll Never Leave You - Capítulo VI


por Caroline Pessoa










                  - Xena! – Leah gritara no meio da correria. 
                  Xena olhara para trás e a vê gesticular preocupada chamando-a para ir até lá. 
                  - Precisamos de água quente, quantos panos limpos você puder arranjar, talas, fogo e ferro em brasa. – Xena olhou-a nos olhos – Rápido. 
                  Leah correu para providenciar os materiais que Xena lhe pedira. 
                  - Vamos retirá-las daqui e levá-las para dentro agora! – Xena ajudava as amazonas a remover as guerreiras feridas para dentro das tendas, as que estavam mortas foram levadas para outra tenda para serem preparadas para os seus funerais. 
                  Xena e um grupo de amazonas curandeiras cuidaram quase a noite toda das guerreiras feridas enquanto as outras prestavam suas homenagens as que partiram. Uma grande pira ardia incansavelmente com os corpos das mulheres. Segundo as amazonas, a alma só pode libertar-se quando o corpo é reduzido a cinzas. 
                  - Pressione bem aqui, certo? – Xena olhara para uma moça loira de cabelos ondulados e olhos verdes – O sangramento já está diminuindo, não solte. Já fiz o máximo que pude, agora é com você. 
                  Xena sentia o peito comprimido de preocupação. Não sabia o que havia acontecido com Gabrielle, mas pretendia descobrir assim que saísse dali. De repente, a mulher morena sentiu um calafrio perturbador e vira-se para olhar a volta. Nada. Só há pessoas feridas, mas ela sabe que quando sente aquele tipo de sensação é sinal de que ele está por perto. 
                  Xena sai da tenda e caminha solitariamente no meio da madrugada até um local seguro, onde ninguém possa vê-la. 
                  - Eu sei que você está aqui, Ares – ela disse presunçosa. 
                  A forma densa e escura apareceu enchendo o ar com uma risada gutural. 
                  - Minha rainha – fez uma lisonjeira reverência à Xena. 
                  Ela olhava-o por cima. 
                  - Você criou todo essa confusão... – Ela olhou-o com desprezo – Mas eu quero saber como você trouxe César de volta, Hades não permitiria. 
                  Ares desapareceu e reapareceu por detrás de Xena retirando o cabelo liso e negro do pescoço para aspirar o perfume dela. 
                  - Mas eu não trouxe César de volta... – Ele disse enquanto roçava o nariz do pescoço à orelha dela – Eu vim para alertá-la, embora você tenha me deixado tão... – aspirou o cheiro do cabelo negro – Extasiado ao ver sua bela performance ao golpear com tanta precisão cada homem. 
                  Xena permanecia em silêncio, com uma sobrancelha arqueada presunçosamente e sem devolver nenhuma das carícias de Ares. 
                  - Depois desse tempo todo, como se atreve a insultar a minha inteligência? – Ela tentou golpeá-lo, mas Ares fora mais rápido e desapareceu. 
                  Ele riu grave no invisível. 
                  - Eu vim aqui somente alertá-la que existe alguém lá embaixo que sentiu saudades e veio te fazer uma visita – Ele olhou sério para ela. 
                  - Então como foi que ele voltou? Pegou uma carona de volta com Caronte? – Ela fuzilou-o com os olhos azuis de brilho metálico. 
                  - As notícias correm rápido no meu mundo – ele parou a centímetros dela encarando-a. – Pelo que sei, não há muitos modos de voltar ao mundo dos vivos. Aquele que morre só pode chegar até aqui como um fantasma. – Ele encarou-a – Há muito, muito tempo ouvi raríssimos casos de magia negra poderosa... 
                  Ele andou fazendo um meio círculo em volta de Xena. 
                  – Conhece Hécate? – Ele virou-se para ela. 
                  - Nada demais, além de lendas... 
                  - Lendas. – Ares riu – Vou lhe contar uma história. Hécate era a filha dos titãs Perses e Astéria. Em noites de lua nova, ela aparecia com sua horrível matilha de cães fantasmas diante de pobres viajantes, aterrorizando-os com aparições de fantasmagóricas e espectros monstruosos. Era considerada a belíssima e terrível deusa da magia, da obscuridade e da noite. Hécate também era mestra com venenos. Ela testava-os com estrangeiros e toda a sorte de desgraçados que cruzasse seu caminho sem querer ou os que ela simplesmente escolhia. Os magos e bruxas antigos lhe faziam oferendas com cachorros, lobos e cordeiros negros no final de cada lua nova. Assim como todo deus, seus símbolos eram três corpos e três cabeças, às vezes apenas um corpo e três cabeças. Hécate usava uma tiara com uma gravura do crescente lunar, duas tochas em cada uma das mãos e serpentes enroladas em seu pescoço. Ela simbolizava a virgem, a mãe e a senhora que você conhece hoje como as Três Faces do Destino. Ela tinha o poder de olhar para três direções ao mesmo tempo; podia mostrar a prisão do passado em relação aos erros do presente... Isso mudaria planos futuros. As três faces passaram a simbolizar seu poder sobre o mundo subterrâneo, onde morava. Ela ajudava Perséfone a julgar os mortos. E também tinha um bichinho de estimação chamado Cérbero, o grande e temível cão de três cabeças. Um dia Hécate apaixonou-se por Eetes gerando a feiticeira Circe. Era a filha da destruição tão capaz quanto à mãe com magias, poções, venenos e toda sorte de atos de violência e crueldade. Circe transformava homens em animais usando filtros de veneno para espalhá-los por seu castelo encantado. Mais tarde casou-se com o rei dos sármatas e matou-o envenenado tomando-lhe o trono. Durante seu reinado fora uma das mais cruéis. Matava seus súditos por prazer. Cansado de ver o que a mãe e filha aprontavam, Zeus aplicou um pequeno castigo em Hécate e Circe. Como Zeus não podia matar uma deusa ele a dividiu em três. Transformou Hécate nas Três Faces do Destino literalmente. Por isso, elas jamais se separaram. Para Circe, Zeus condenou-a a vagar para sempre no mundo dos mortos. Nem Hades nem Perséfone poderiam ajuda-la. Por lá ela ficou por muitos anos até que um dia descobriu um modo de fugir. E conseguiu. Circe transformava-se ora em falcão ou corvo vagando do mundo dos mortos ao mundo dos vivos. Ela carregava algo poderosíssimo consigo: os segredos mais obscuros da magia negra. 
                  Xena ficou surpresa. 
                 - Mas... 
                 - Calma – ele colocou o dedo nos lábios dela – eu sei o que está acontecendo. Eu posso ter sido o seu vilão galã muitas vezes, mas não dessa vez... 
                 Ela tentou buscar um ponto de mentira no olhar dele. 
                 - Tire suas mãos de mim – ela afastou a mão dele do rosto bruscamente. – Hades não permitiria que ninguém voltasse de lá, mas você está por trás disso, eu posso sentir. 
                 - Como disse, você me deixou extasiado com a luta – Ares ficou sério – mas eu não estragaria uma grande guerra com a minha Rainha Guerreira. Se assim fosse, preferia ficar só observando apaixonado por cada movimento seu... 
                 Xena pareceu convencer-se por hora, mas mantinha certa desconfiança. Afinal Ares amava demais guerras e se César voltara do mundo dos mortos, aquela seria uma guerra terrível. E ele veio avisá-la. 
                 - Você tem que sair ganhando alguma coisa. – Xena disse fria. 
                 - Infelizmente, não dessa vez. A sua amiga ainda está em poder dele – ele pegou a mão dela puxando-a devagar, aproveitando-se da fraqueza que Gabrielle lhe causava. – eu ainda não terminei... – pigarreou – Em uma das voltinhas noturnas de Circe certa feiticeira ex-sacerdotisa amazona da tribo das Esterpes Siberianas, conseguiu com muita maestria invocar o espírito de Circe e transferir todo o seu poder para ela. No final, ela mata Circe e toma para si ainda mais conhecimento das artes obscuras. Ela tinha uma incrível habilidade de possuir o corpo de qualquer ser vivo. O corvo era um símbolo de agouro e morte que veio bem a calhar para sua imagem, ego... 
                  Xena estava paralisada. Não podia ser. Não ela. 
                  - Um dia você a matou e usou um feitiço para trancafiá-la pela eternidade no Tártaro. – Ares suspirou – Isso a deixou furiosa. Você já não tinha mais o seu filho... Ou outra pessoa que ela pudesse usar para renascer, por que era o único modo. Buscou alguém que pudesse usar e que mantivesse o mesmo ódio que ela tinha por você. Alti seduziu César que faria qualquer coisa para fugir, unindo assim, o útil ao agradável. 
                  Usando da magia mais obscura guardada em sua mente pelo espírito de Circe, conseguiu coloca-lo para fora do Tártaro com a condição de que ele teria um filho para que ela pudesse renascer. Juntos, a primeira coisa que fariam era matar sua alma e depois seu corpo físico. Mas eu acho que César não quis esperar pela companheira e está se adiantando no serviço... 
                  Xena estava petrificada. Há muito tempo ela derrotara Alti em uma poderosa batalha espiritual, por pouco não morreu. E mais uma vez Alti conseguiu um modo de fugir. A história de Ares pareceu-lhe tão verdadeira que ela não teve tempo de buscar por falhas. 
                   - Alti? – Elevou uma sobrancelha sem deixar transparecer seu medo – Então quer dizer que ela está por detrás de tudo... E você se compadeceu de mim e de Gabrielle vindo até aqui me avisar que corremos sério perigo de vida. – Ela ironizou-o. 
                   - Minha querida – ele disse com tom grave e sedutor, puxando-a para mais perto, de modo que pudesse sentir o hálito de Xena – eu adoro um jogo. Infelizmente, desse eu estou de fora. 
                   - Conheço suas artimanhas Ares – ela disse encarando-o sem pestanejar. 
                   - Você não tem tanto tempo assim para duvidar do que lhe contei aqui. – Ele olhou-a fechar o semblante tornando-se sombria. – Dessa vez, sou um amigo. Aceite meu conselho e aja antes que seja tarde demais. 
                   Ares inclinou-se e beijou de leve os lábios de Xena. Ela não recuou, mas não retribuiu. 
                   - Adeus minha rainha. 
                   E desapareceu no ar. 
                   O dia amanhecia azulado, presenciando Xena e sua raiva espumosa. Ela sacou a espada e golpeou uma árvore gigantesca. Quando cansou, caiu de joelhos e as lágrimas quentes lavaram o rosto cansado. 
                   Não se deixou sucumbir, pôs-se de pé e correu até à tenda da rainha, precisava organizar uma linha de ataque e defesa. E o mais importante: salvar Gabrielle. 
                   Marchou decidida até a tenda de Hélade. 
                   - Hélade reúna todas as guerreiras. Vamos precisar de toda ajuda possível. – A mulher morena assumira a postura analítica e logo começou a discutir com a rainha amazona o que precisariam fazer. Hélade já sabia o que estava acontecendo e que uma guerra entre amazonas e romanos estava por vir. 
                   - Certo. Nós conhecemos essa floresta como ninguém, eles não terão a menor chance – Hélade encarou Xena pensando nos pontos estratégicos de ataque. 
                   - O arsenal é o suficiente, mas talvez o número de guerreiras seja inferior ao número de romanos que virá. Conheço as táticas de César. Ele enviará os soldados para encurralar-nos no nosso próprio território, ele conta com essa vitória por que além de estar em maior número, provavelmente pensa que eu não estarei no comando e será essa certeza que dará ao exército dele a derrota. – Xena pega um mapa e circula os prováveis locais que o exército romano se posicionará – Aqui, eles poderão ficar aqui – ela apontou para o rio e para as imediações próximas ao vilarejo. - Será um ataque surpresa, mas podemos acabar com a festa deles atrasando-os com as armadilhas e cercando-os por cima das árvores. Eles acharão que estamos por toda a parte, então as arqueiras entrarão e depois um grupo de amazonas entrará na batalha para distraí-lo do número maior... 
                   - Que encurralará todos eles – completou Hélade com fogo nos olhos. – Eu cuido do general, Xena. 
                   - Teremos tempo o suficiente para nos organizarmos – disse Xena calculando mentalmente a distância que os soldados romanos teriam que percorrer de Roma até Grécia. 
                   - É uma grande distância... – Refletiu a rainha. 
                   - Hélade eu irei invadir o palácio de Roma – ela olhou decidida para a outra. – Eu não posso ir sozinha. Preciso da ajuda de algumas amazonas e gostaria que Leah e mais duas ou três guerreiras viessem comigo. Eu tenho um plano – ela pediu. 
                   Hélade pareceu alarmada com o que Xena lhe discorria sobre o que faria. 
                   - Isso é um suicídio! – Disse Hélade com falha na voz. 
                   - Não deixarei Gabrielle, Hélade – socou a mesa improvisada derrubando o mapa. – Então ou você me ajuda ou farei sozinha mesmo assim. – Disse Xena entre dentes. 
                   - Não posso deixa-la morrer Xena. Você pode levar quantas você quiser, mas por favor... – a rainha falou em tom de profunda preocupação – não morra e não as deixe morrer. 
                   - Farei o máximo que puder para que isso não aconteça. 
                   Xena e Hélade saíram da tenda para reunir todas as amazonas, por que dali em diante todo tempo seria empregado para derrotar César. 





Quinta-feira, Capítulo 7


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